Thursday, April 29, 2010

Caipirinha Lounge News: New videos on Youtube, and new presence on Myspace

A host of new videos have been added to Caipirinha Lounge's Youtube Channel, including songs by Carmen Souza, Sabrina Malheiros, Maya Cool, Neco Novellas, Luca Mundaca, Tcheka, and Matias Damasio. Included here for your aural and visual pleasure are two videos from the latter two artists, namely A Outra by Matias Damasio and Sabu by Tcheka. Enjoy, and be sure to check out the Lounge on Youtube and now, Myspace too!

Uma apetitosa quantidade de videos lusófonos foi adicionada ao canal do Caipirinha Lounge no Youtube, incluindo músicas da Carmen Souza, Sabrina Malheiros, Maya Cool, Neco Novellas, Luca Mundaca, Tcheka, e o Matias Damasio. Postado aqui para o vosso prazer auricular e visual estão dois vídeos, um do Damásio e outro do Tcheka, cantando os temas A Outra e Sabu, respectivamente. Disfrutem, e não se esqueçam que agora o Caipirinha Lounge também ja mora no Myspace!



No estúdio com Coca o F.S.M. / In the studio with Coca o F.S.M.

Lounge favorite Coca o F.S.M. recently did an interview for Wakuti Música, where, among other things, you learn about his real name. Take a look (Portuguese only)! Listen to his Imagina Só song here.

Um dos artistas preferidos do Lounge, o Coca o F.S.M. concedeu recentemente uma entrevista ao nosso blog vizinho Wakuti Música. Entrevista interessante aonde é possível descobrir o nome verdadeiro do Coca! Curte o Imagina Só aqui.

Jazz Sessions esta semana no Elinga, com Mike del Ferro e Wyza

Esta semana no Elinga promote. Elenco de luxo. Quinta-feira, o conceituado pianist holandês Mike del Ferro pisará o palco do Elinga pela vez, e no dia seguinte o nosso conhecido Wyza fará um concerto ao vivo no mesmo espaço. E sábado, os irmãos Paulo e Ricardo Alves voltam ao Elinga para mais uma edição do Mix FM. Quem me derá estar em Lu city…

Quinta, Thursday 29.04.10 - 22h00 – 1.000 Kwanzas (inclui uma bebida)
Mike del Ferro – Concerto ao vivo


Djing – Chokolate Quente - Afrologic Brothers – 22h30

LIVE CONCERT, SOULFULL HOUSE , SOULFUNK, NU-JAZZ, BROKEN BEAT, AFROBEAT & DERIVADOS

Um dos valores incontestáveis do Piano-Jazz, desde os finais dos anos 80, quer na Europa quer nos Estados Unidos da América e, nos últimos tempos, pelo mundo, chama-se Mike del Ferro. O músico, de nacionalidade holandesa, actua no “Jazz Sessions” nesta quinta-feira, 29 de Abril, às 22H00, no espaço cultural Elinga Teatro.

Trata-se de um Jazz-man cuja obra e mestria – universal - já lhe conferiu inúmeros prémios internacionais. Este ano, a sua agenda congrega África, passando por Angola e Namíbia, respectivamente.

Em Luanda, ao actuar no Elinga Teatro, Mike del Ferro vai interagir com músicos locais e conta, em palco, ter o acompanhamento dos melhores instrumentistas/Jazz de Angola, como Hélio Cruz (bateria) e Wando Moreira (baixo). O intérprete Wyza vai estar presente em Participação Especial, num espectáculo que tem a produção do Movimento X, em parceria com o Elinga Teatro.

Depois de concerto os habituais Afrologic Brothers.

http://www.myspace.com/mikedelferro
http://www.euronet.nl/~tuffie/index.html

Sexta-feira, Friday 30.04.10 – 22h30 – 2.000 Kwanzas (inclui uma bebida)
Wiza – Concerto ao vivo


Djing – Selecta Mano & DJ Leandro Silva – 22h30

LIVE CONCERT, JAZZ, AFROBEAT, SOUL & HOUSE

Para fechar em grande o mês de Abril, o Movimento>>X tem a honra de apresentar em Concerto ao vivo no Palco do Elinga Teatro este grande nome da Música Angolana. A crítica musical considera-o como um dos mais representativos artistas da contemporaneidade Angolana ou seja da moderna Música Angolana (revista platina). Voz única e musicalidade inata. A grande revelação da Música Angolana no séc. XXI (FMM Sines | Festival Músicas do Mundo de Sines). Selecta Mano e DJ Leandro Silva animarão as hostes depois do concerto ao vivo.

Wyza (voz e violão)
Teddy (guitarra)
Juel(bateria)
Ben Jolie(baixo)
Gobliss(teclado)
Dalú (percussão)

http://www.youtube.com/watch?v=6kBYeoQFS_s
http://www.youtube.com/watch?v=wkfzGksxVII
http://www.wyzabakongo.com/
http://www.myspace.com/wyzabakongo

Sábado, Saturday 1.05.10 - 22h30 – 2.000 Kwanzas (inclui uma bebida)
Mix FM Club - Session V


Djing – Ricardo & Paulo Alves

HOUSE

As concorridas sessões do Mix FM vão voltar ao Elinga já este Sábado com os inevitáveis irmãos Ricardo e Paulo Alves. Para os amantes da musica house, uma noite a não perder.

Ao lado do edificio do BPC - Entrada livre à Quinta Feira!

Sem lista de convidados! Sem engarrafamentos e multidões! Acesso rápido ao bar! Bebida de origem garantida! Nova Gestão!

Next to BPC building - Free entrance on Thursdays!

No guest list! No jams or crowds! Quick access to bar! No fake drinks! New Management!

Info line @ x.movimento@gmail.com

Por uma Boa Causa!...X

For a Good Purpose!...X

Sugestões e Contribuições para x.movimento@gmail.com

-Photo: Wyza, by zeibalsero

Kizomba Saturdays Vol. 2 - Maya Cool

Kizomba SaturdaysI owe you two Kizomba Saturdays since the last one…don’t think I forgot! The first Kizomba Saturday no-show coincided with the AM Roots interview, while the second one wasn’t published for other reasons. Without further ado, Kizomba Saturday Vol. 2!

About Kizomba Saturdays: Saturday has always been a day of kizomba. Living in Luanda, there was always a boisterous neighborhood party to go to on a Saturday night, where we would exhaust ourselves dancing kizomba after kizomba, waiting for that special tarraxinha to come on so that we could go slow dance with that girl we have a crush on. Even during the day, the aunts or cousins would put on an album while they cleaned or cooked, dancing spontaneously on the quintal (backyard) while the beans cooked and the fish grilled. I find myself keeping the tradition alive here in the States, where come the weekend I invariably play kizombas, even though I have no one to dance with. I figured I’d bring that tradition here to the Lounge: Kizomba Saturdays.

This week's edition features one of my favorite popular Angolan musicians, the iconic Maya Cool. His songs are loved by Angolans, and when they come on everyone fills up the dance floor. They usually tell a humorous story than any Angolan, young and old, rich or poor, can readily relate to. Included in this post are two of his most memorable songs, Ti Paciência and Maria Enganadora. I remember when Ti Paciência came out a couple of years ago. It coincided with a trip I made to Benguela with my cousin Victor and my brother Paulo, and we used to drive around the city in our little rented car waiting for this song to come on the radio. It prompted me to buy Maya Cool’s CD. Maria Enganadora is another typical Maya Cool song, and tells the story of a man driven to despair by his cheating wife, for whom nothing he did was ever enough. Press play and enjoy some quality, made in Angola kizomba.

Ti Paciência
Maria Enganadora

Vos devo dois Kizomba Saturdays desde que se publicou a primeira edição desta série…não pensem que esqueci! O Kizomba Saturdays esteve ausente nos dois últimos sábados por razões diversas, incluindo a entrevista aos AM Roots. Apresento-vos então, sem maios rodeios, Kizomba Saturdays Vol. 2!

Sobre o Kizomba Saturdays: Para mim, sábado sempre foi um dia de kizomba. Na banda (Angola), sábado à noite há sempre uma festa de quintal para se ir dançar kizomba ao nosso bel prazer, dançar até as pernas começarem a estremecer de cansaço, dançar até vir aquela tarraxinha que estavamos à espera, e aí sim, podemos parar de dançar e em vez tarraxar com aquela mboa que nos estava a olhar a festa toda. Coisas da banda. Mesmo durante o dia, as tias e as primas botam um CD na aparelhagem com aquelas kizombas que param multidões, e enquanto o feijão ferve e o cacusso grelha, são várias as danças espontâneas no quintal entre primo e tia, sobrinho e irmã, convidado e pato. Porque patos há sempre, até para o almoço de sábado. Aqui nos States, tento, teimosamente, manter a tradição. Acordo aos sábados e boto kizomba na aparalhegam. Meus roommates só me olham. Ja estão habituados. Danço com a vassoura, afinal elas existem para quê? Decidi então trazer este hábito para o Lounge: Kizomba Saturdays. Para atenuar a saudade da banda.

Esta edição destaca o Maya Cool, um dos meus cantores preferidos de música popular angolana. Também é dos mais conhecidos e amados pelos amantes de boa música angolana. Enquanto toca o Maya Cool, a pista de dança nunca fica vazia. As músicas dele normalmente contam uma história engraçada. Ele canta sobre cenas da vida que qualquer angolano, rico ou pobre, ‘ndengue’ ou ‘kota’, aprecia e percebe. Incluídas neste post estão duas das minhas preferidas canções do Maya Cool, Ti Paciência e Maria Enganadora. O Ti Paciência para sempre me fará lembrar Benguela, porque quando esta música estava mesmo a me entrar, disfrutava eu dos sabores e da lindeza da Cidade das Acácias Rubras. Fui lá com o meu primo Victor e o meu irmão Paulo, e enquanto conduziamos pela cidade no nosso ruca alugado, esperavamos ansiosamente que a radio tocasse esta música. Foi por esta razão que comprei o disco do Maya Cool. Ja Maria Enganadora é um som típico do Maya, e a letra fala por si. Carrega no play e disfruta de kizomba made in Angola.

-Photo by Zé Carlos

Trilogia Sobre Música Popular Angolana no IndieLisboa

O Lendario Tio Liceu e os Ngola RitmosEstá a ser exibido no Festival IndieLisboa uma trilogia sobre música popular angolana. Os três filmes, todos eles produzidos pelo conceituado realizador português Jorge António, serão exibidos no festival entre os dias 27 a 30 de Abril. Espero poder os ver numa data muito próxima. Eis a trilogia:

Angola, História da Música Popular
Kuduro, Fogo no Musseque
E por último,
O Lendário Tio Liceu e os Ngola Ritmos

Parece-me ser uma interessante e importante divulgação de talvez a melhor época da música popular angolana. Uma época abrilhantada por talentos como o Liceu Vieira Dias, a Lourdes Van-Dunem, e os inesquecíveis Ngola Ritmos. Imagino o que seria ver este grupo tocar, ao vivo, enaltecendo a cultura angolana em pleno tempo colonial. Para trazer um pouco do cheiro e do fulgar daqueles tempos, incluo neste post uma música doce do filho do Liceu Vieira Dias, o Carlitos. Um belo canto à Luanda.

Canto a Luanda

An interesting exposé of popular Angolan music is now showing at Lisbon’s International Film Festival, dubbed IndieLisboa. There are a total of three films, all of them produced by the talented Portuguese director Jorge António. They’ll be showing over the next few days, until April 30. If you’re in Portuguese lands, I highly recommend…the films have each won awards. They are:

Angola, História da Música Popular
Kuduro, Fogo no Musseque
and lastly,
O Lendário Tio Liceu e os Ngola Ritmos

I haven’t seen these documentaries, but I appreciate them nonetheless. It’s always satisfying to see Angolan music showcased, especially music from the time period surrounding the country’s independence. It was a time period that saw such talents as the brilliant Liceu Vieira Dias, Lourdes Van-Dunem, and the unforgettable Ngola Ritmos. I can only imagine what it would be like to see them perform live, proudly Angolan in an intolerable climate of colonial suppression of popular African culture. Included in this post is the lovely Canto a Luanda, by Carlitos Vieira Dias, son of “Tio Liceu”.

Tuesday, April 27, 2010

Saudades do Rio: Saudade Rio, by Sabrina Malheiros

Rio de JaneiroA better titled song for this series would be impossible to find. Sabrina Malheiro’s Saudade Rio couldn’t have been christened any better. It’s fitting tribute to the ‘Cidade Maravilhosa’, the most iconic Brazilian city. Saudade Rio is on Sabrina’s Vibrasons CD, from where the entertaining track and Lounge favorite Estação Verão comes from. The entire Vibrasons album is a collection of succulent remixes of Sabrina’s earlier works by a handful of international DJs and producers, among them Kenny Dope, Boston Rodriguez, and Nicola Conte. The tracks are fresh and breezy, sexy and cool. Saudade Rio, produced and remixed by England’s Kirk Degiorgio, is a prime example. Sabrina sings about how she traveled the whole world, from Belém to Manaus, from Beijing to Moscow, but is constantly reminded of the lovely Rio she left behind. “In Paris, I remembered you, without meaning to,” she sings. Having been to Rio only a single memorable time, I can only faintly relate…

Vibrasons was released by the label Far Out Recordings…their website is worth a trip.

Saudade Rio

Para esta série, o título da canção que descrevo abaixo não podia ter sido melhor. Sendo assim, Saudade Rio, da Sabrina Malheiros, é perfeito para aqueles momentos nostálgicos em que recordamos os bons tempos passados na Cidade Maravilhosa. Memórias únicas. Saudada Rio consta no CD Vibrasons, um CD só de remixes das músicas da Sabrina. Conta com participações de DJs e productores conhecidos internacionalmente, tais como o Kenny Dope, o Boston Rodriguez, e o Nicola Conte. É lá onde podemos encontrar o som Estação Verão, postado aqui no Lounge na primeira vez que falei sobre a Sabrinha Malheiros. As músicas do Vibrasons são como o nome indica. Fazem nos vibrar, são frescas e deliciosas. A canção destacada aqui foi produzida pelo DJ e productor ingles Kirk Degiorgio. Nela, a Sabrina canta sobre a sua saudade. Para quem já pós os pés em Rio, a letra não deixa de ser relevante.

“Eu andei o mundo a fora sem te ver;
E rodei o mundo todo você;
Belém a Manaus…
De Pequim, Pequim a Moscovo
Em Paris, lembrei de você,
Sem querer…"


-Stunning photo by Mariana Duque - Carioquinha

Sabrina's Myspace
Vibrasons on Amazon
Sabrina Malheiro's Official Website

Monday, April 26, 2010

Puzzle Sonoro

I remember the first time I heard Ikonoklasta. It was on MCK’s first CD, the legendary Trincheira de Ideias, on the track `Topikos pro Artigo’. I liked his flow, his choice of words, his lyricism, and above all I appreciated his intelligence. A couple of months after I heard Topikos pro Artigo my cousin Anderson let me in on Ikono’s aptly named Eu Contra o Mundo: Os Ficheiros Secretos album, where, for the first time, I got hit in the face with the full force of Ikono’s anger at the established system, as well as his highly opinionated world view. But the man also has a quirky sense of humor and several of his tracks would make me laugh out loud. Lol, I think it’s spelt. The album had terrible audio quality, which is not a hard feat if it’s being produced in a home studio and lacks any sort of fancy arrangements, but we didn’t care, and neither did he. The lyrics and the rap were what we were after.

After the underground success of Ficheiros Secretos, he came out with ‘As Melhores Coisas na Vida São de Graça” (The Best Things in Life are Free), a milder, more introspective, and highly personalized and experimental album. Puzzle Sonoro is one of its standout tracks, as well as 2000 Dikas, a Lounge favorite. At 9:34, Puzzle Sonoro is one of the longest Portuguese hip-hop tracks you’ll find anywhere. It’s a story about death involving three characters and narrated by one of them (Ikonoklasta). First, Ikono sets the scene and gives us each man’s story and outlook on life, complete with their daily problems and what was bothering them that fateful afternoon. The climax comes when Ikono saves one of the characters life from a falling pile of cement blocks, dropped by his construction worker friend, the third character in the story. Ikonoklasta dies, as the pile of rocks falls on him instead, and goes on to talk about the experience of dying and the feeling of nothingness. If you don’t understand Portuguese, click play anyway and at least enjoy the aural qualities and sick wordplay of this enthralling song.

Puzzle Sonoro

Ainda me lembro da primeira vez que ouvi o mano Ikonoklasta. Foi no primeiro CD do MCK, o mítico Trincheira de Ideias, na faixa ‘Topikos pro Artigo’. Gostei imenso do flow do homem, do seu liricismo, eloquência, e acima de tudo, a sua inteligência. Alguns meses após ouvir o Topikos pro Artigo, o meu primo Anderson abriu-me os tímpanos quando deu-me o segundo trabalho do Ikono, o ‘Eu Contra o Mundo: Ficheiros Secretos. Foi como um soco na cara. Deparei-me com os pensamentos do Ikono e toda a sua ira contra o ‘sistema’, as suas opiniões e o seu ‘worldview’ particular. E homem tem um sentido de humor fora do comun que me faz rir às gargalhadas. Lol à sério. Como foi feito em casa, a qualidade sonora do Ficheiros Secretos é horrível, mas nós nem queriamos saber. Nem o próprio Ikono. O rap e as letras é o que estavamos à procura.

Depois do sucesso underground do Ficheiros Secretos, o Ikono gravou o ‘As Melhores Coisas na vida São de Graça, um trabalho muito mais calmo, introspectivo, experimental e personalisado. Puzzle Sonoro é uma das melhores músicas do album, ultrapassada só mesmo por 2000 Dikas. Puzzle Sonoro tem a duração de 9:34, tornando-lhe um dos mais longos raps em português. O som fala por si: é uma história sobre a morte, involvendo três personagens distinctas, incluindo o Ikono. Primeiro, o Ikono dá-nos uma curta biografia acerca de cada uma das três personagens. O climax vem quando uma delas, o amigo do Ikono, deixa cair placas de fibrocimento dum prédio em construção. O Ikono corre para salvar a vida de um desconhecido, e sucede, morrendo no lugar dele. A seguir, fala da sua experiência, de como se sente ao morrer, e o que nos espera ‘do outro lado.’ Carrega no play e curte o som, todo ele.

-Photo by alantucker

Ikonoklasta on Myspace

Saturday, April 24, 2010

The Future / O Futuro

Giraffe in AngolaI couldn’t decide what to title this post…I was torn between ‘The Future’ and ‘Change’. I wanted to condense into one word all the thoughts and emotions and feelings that I’m experiencing these days, as my graduation date gets closer and closer. Last week there was a “25 Days Until Graduation” party (I didn’t go…if I didn’t go it means there aren’t really just 25 days left, right?) and it finally hit me that my time in Boston is close to an end.

What next? The future is a huge question mark. The immediate future, conversely, is a huge exclamation point. I’ve just bought my tickets back to Luanda and then Cape Town (to watch the World Cup!), and last Thursday went to the Angolan Consulate in New York City to start Chris’ visa process. That’s right, my roommate and good friend Chris is coming along with me to Angola and South Africa and we are beside ourselves with excitement. It's his first time in Africa. This might be even better than the several months spent in Argentina…

The Lounge has suffered with all that’s been going on. What’s it been, over a week since the last update? Unacceptable. There’s been so much to do: job applications, cover letters, possible interviews, updated resumes, hopes and dreams. Many questions, a lot less answers. Not to mention all the projects and final presentations. But its been exciting planning my family's trip to Boston...my mother, sister, and a couple of aunts and uncles are making the voyage from Luanda to partake in the coming festivities.

Over the next few days I will attempt to bring things back to normal. I will bombard you all with posts and my random thoughts on the beautiful music that Lusophone artists create. Beautiful music in Portuguese is back, to be played to your heart’s content, for your aural pleasure and for your soul’s nourishment.


Não conseguia decidir que nome dar a este post. Estava entre ‘O Futuro’ e ‘Mudanças’. Queria expremir tudo o que me vai à cabeça numa só palavra, uma palavra que pudesse ombrear os meus sentimentos, as minhas emoções e os meus pensamentos. É que, daqui a muito poucos dias, irei graduar-me. Na semana passada houve uma festa para celebrar os 25 dias que faltam até o fim do nosso calvário. Nem fui, não queria acreditar que só faltavam 25 dias! Mas fez-me pensar, e de repente, senti: o meu tempo em Boston está no seu fim.

E a seguir, o que fazer? Aonde viver? O futuro continua uma incognita, um gigante ponto de interrogação. Mas o future imediato, nem tanto. O future imediato é mais parecido com um gigante ponto de exclamação. Acabo de comprar bilhetes de passagem para Luanda e Cape Town, aonde irei assistir o Mundial. A quinta-feira passada fui ao consulado angolano em Nova Iorque para começar o processo do visto do meu kamba e companheiro de batalha, o Chris, que virá comigo nesta viagem. Será a sua primeira vez no continente berço. Esta viagem promote ser ainda melhor que a nossa epopeia pela Argentina…

Com tanta algazarra na minha vida, o Lounge tem sofrido. Penso que ja passou mais que uma semana desde a última vez que escrevi aqui. Nunca pode! Mas realmente tem sido uma algazarra: procura de emprego, cartas à empresas, possíveis entrevistas, actualizações de CVs, esperanças e sonhos. Muitas perguntas, bem poucas respostas. Isso pra nem falar em projectos e apresentações. Não obstante estes contratempos, tem sido muito ‘fixe’ planear a viagem do meu pessoal em Luanda para Boston. Vêm aí a minha mãe, a minha mana, e alguns tios e tias pra me verem graduar. Estou ansioso.

Durante os próximos dias, vou tentar trazer o Lounge de volta para a normalidade. Se tudo correr bem, voltarei a vos bombardear com posts e os meus pensamentos acerca da música linda que os artistas lusófonos criam. Beautiful music in Portuguese está de volta, para ser tocada para o vosso prazer sonoro e para a alimentação da nossa alma comum.


-Photo: Author unknown, but I got it from AngolaBela

Saturday, April 17, 2010

Caipirinha Lounge Interview: AM Roots

AM Roots Caipirinha LoungeFeaturing their new tune FMH Dub Mix, only available on Caipirinha Lounge.

Crescemos juntos. Os AM Roots foi uma das primeiras bandas perfiladas aqui no Lounge, ainda nos primeiros meses de existência deste espaço. Foi uma das minhas primeiras interacções com músicos que se mostraram interessados em mostrar o seu talentoso trabalho neste site. Em Junho de 2009, quando foram perfilados aqui, nunca tinha ouvido falar deles. Hoje em dia, já se ouvem os beats deles a tocar em discos e lounges em Luanda, e mesmo no passado verão o Filipe Narciso foi convidado especial no Elinga Teatro, aonde o conheci. Abaixo, leia sobre o que inspira e influencia este duo.

Origins

Como surgiu a vossa relação com a música?

A nossa relação com a musica surge com os mais velhos em casa.

Como surgiu a vossa paixão pela música electrónica, mas concretamente a house music?

A relação com música electronica nasceu nos anos 90 com sons Real to Real, Rosala, 2 Unlimited e mais da mesma epoca.

Quais foram as vossas primeiras grandes influências no mundo do house?

São várias influências mas podemos dizer Louie Vega, Joe Claussel, Onsulade e Africanism compilations em geral foram boas influências.

Com que idade descobriram a arte de ser DJ/productores?

Nunas: Muito pequeno nas festas de casa a tocar. A produção surgiu muito mas tarde por volta dos 17 ou 18 anos.

Filipe: Com cerca de 14 anos a dj e logo em seguida comecei a produzir.

Quando alimentaram sériamente a ideia de serem DJs? Foi um sentimento que surgiu lentamente, ou uma certeza forte?

Foi um sentimento que surgiu lentamente e foi crescendo.

Descrevam-nos o os vossos respectivos trajectos dentro do mundo da house music.

Nós acreditamos em boa música neste caso House com influência de países tropicais.

Como e quando se conheceram?

Conhecemo-nos em Brooklyn, em Nova Iorque, no estúdio do Filipe.

Quando e como surgiu os AM Roots?

AM Roots surgiu logo após nos conhecermos e depois de trocarmos algumas ideias. Decidimos investir em fusão e exploração de novos estilos musicais.

Como tem sido a vossa relação, e como funciona? Quais são os pontos fortes de cada um?

Nós temos dias de studio, mas desde que o Filipe mudou-se para o Porto temos trabalhado online a trocar files e tendo conferências no Skype. Também tentamos estar juntos no mínimo de 6 em 6 meses. O Nunas é responsável pelo artwork e branding (web, photos, videos, etc) enquanto o Filipe focaliza-se em contratos e na qualidade do som (captação, mistura, composição, etc).

The Music - Influences and Inspiration

Como avaliam a vossa evolução como um duo apaixonado pelo house? Notam alguma diferença entre as vossas primeiras composições e as que fazem agora?

Nós tivemos logo de início a benção de grandes produtores no mundo de House e naturalmente isso deu-nos ego para trabalhar mais. Assim fomos evoluindo e naturalmente hoje notamos differença com os trabalhos mais recentes.

Qual tem sido a vossa música preferida até agora, a música que gostarim que as pessoas para sempre associassem aos AM Roots?

A música que marcou-nos ainda não publicamos, mas não temos música preferida porque tudo que fazemos e tem um significado.

Falemos um pouco de como criam as vossas músicas. De onde vem a vossa inspiração?

A Inspiração vem da música em geral. Ultimameneo temos escutado muito Afrobeat, mas nós não temos uma formula. Geralmente entramos na sessão ja inspirados.

E quais as vossas maiores influências musicais, incluindo artistas, DJs, diferentes estilos, etc?

São várias influências...Afrobeat, Reggae, Dub, Space Disco, Funk etc... Good music.

O que vos inspira a criar música?

A Vida.

Como gostam de descrever o vosso tipo de música?

Definitivamente experimental.

Qual o vosso DJ preferido?

Ainda não descobrimos porque estamos em dois polos diferentes.

Qual o vosso productor preferido?

São vários mas sem dúvidas o Louie Vega é um deles.

Expliquem-nos o trajecto de uma música vossa. Como a levam desde a ideia até ao producto final?

Nós vamos com o flow do dia e não temos fórmula.

A última vez que estive em Luanda já se ouvia AM Roots a tocar em lounges e discotecas espalhadas pela cidade...como encaram a aceitação da vossa música por parte do público angolano, ou no teu caso DJ Nunas, o público moçambicano?

Nada melhor para AM Roots como ter supporte de Angola e Moçambique, principalmente porque somos jovens nativos desses países.

Qual a vossa opinião acerca do papel da internet na indústria musical?

A Internet é como tudo na vida, tem um lado mau e outro bom. Para divulgação é excelente, enquanto que para negócio pode ser muito mau. Felizmente para nós tem sido maningue nice. Lol :)

The Future


E o futuro? Que projectos têm programados para os próximos meses, e anos?

Nós temos em agenda para os próximos meses um vídeo clip, a promoção do AM Roots Dj/Vj set em Angola e Moçambique, Portugal, New York e South Africa... as datas serão anunciadas no nosso Facebook fan page, no web site ainda em construção (www.amrootsmusic.com) e no Myspace.com/amrootsmusic. Em breve queremos divulgar o nosso primeiro album que já está ser gravado.

Que futuro vêm para os AM Roots?

Trabalhar em música para média (Tv, Web, etc), Cinema, Dj sets e colaborar com ONG's.

Para quando o lançamento do album?

2012.

Acham que viver em New York tem um impacto na vossa forma de encarar a música?

NY inspira-nos muito e mudou a forma em que encaramos a vida e a música.

O que pensam fazer depois de deixar New York? Se é que pensam em deixar New York!

Graças a internet e a tecnologia que usamos, nós temos a possibilidade de trabalhar em qualquer parte do mundo. Então onde houver trabalho a gente pensa em acomodar na medida do possível.

5 DJs que respeitam, em Angola, Moçambique, e no estrangeiro?

Djs que respeitamos em Moçambique: Dj Dub Nakave, R.U.I (340ml), Dinga, Tiago (340ml), Dj Da Most.
Em Angola: Dj DJeff, DJ Malvado, Os Batida, DJ Znobia, e o DJ Wind
No Estrangeiro: Louie Vega, Osunlade, Boddhi Satva, Antonello Coghe, e a Anane.

5 artistas que ouvem quase que diáriamente?

Nunas: Fela Kuti, Thievery Corporation, 340ml, Jorge Ben, Gotan Project
Filipe: Paulo Flores, Livity, Fela Kuti, Tony Allen, Kassav

Album de house preferido?

Nunas: Africanism Compilations
Filipe: 10 years of Soul Heaven (Mixed by Louie Vega)

Album preferido, excluindo o house?

Nunas: Fela Kuti qualquer album
Filipe: Livity , Rapaz Novo

Cidade preferida?

Maputo - Luanda (NY no meio)

Livro preferido?

Não somos muito dados a obras literárias.

Líder mundial preferido:

Obama parece ser bom...

Pensamento do dia:

It's all about the Funk...

Curtam, abaixo, o som FMH Dub Mix


FMH Dub Mix

*Artwork by AM Roots

Coming Tomorrow to Caipirinha Lounge: Exclusive Interview with AM Roots

Featuring a previously unreleased track that you won't find anywhere else on the net.

Stop by tomorrow and read what DJ Nunas and DJ Filipe Narciso have to say about house music in Angola and Mozambique, their future projects as AM Roots, and info about their upcoming album.

You heard it here first ;)

P.S. To whet your appetite, head over to DJ Nunas' Myspace and click on Old Times @ Barracuda (Acoustic Mix) to hear what they're all about...or peruse Filipe's Myspace and get a kick out of his afro-dub remix of the song H.O.U.S.E.

Fico à vossa espera amanhã aqui no Lounge para poderem ler o que o DJ Nunas e o DJ Filipe Narciso têm a dizer acerca do house music em Angola e Moçambique, os seus projectos futuros com a AM Roots, e alguams informações deliciosas acerca do seu próximo album.

Ouviram aqui primeiro ;)

P.S. Para abir o apetite, nada melhor que ir ao Myspace do DJ Nunas e ouvir Old Times @ Barracuda (Acoustic Mix), e/ou então visitar o Myspace do Filipe e curtir o seu remix afro-dub do som H.O.U.S.E.


AM Roots on Caipirinha Lounge
AM Roots on Myspace

Friday, April 16, 2010

Makmende Amerudi!

Caipirinha Lounge was no match for Makmende. He’s invaded this website, just as he’s invaded countless websites and forums as well as Facebook and Twitter. At the time of this writing, Makmende has more than 43,000 Facebook fans, his own website, and 754 followers on Twitter. He’s Africa’s first truly viral internet sensation. Makmende is the fictional character and superhero star of the music video for the song Ha-He, by the Kenyan outfit Just a Band. Overnight, I’ve become a big enthusiast of Just a Band. The sound they’re creating is exciting – a unique, Kenyan blend of funk, house, soul, electronic, and disco. Kinda changes the way people think about "African music."Songs like Ha-He and Usinibore, off their sophomore effort 82, are a great intro into the sound that these boys produce, engineer, record, and write themselves. And Makemende, a spoof of blaxploitation and kung-fu movies we all know and love, is a great window into this band’s psyche. They're going places, Just a Band...as is Kenyan music in general. It's a pleasure for the Lounge to support quality Kenyan music.

Posted here for your visual and aural enjoyment, and without further ado, is Makmende in the flesh. And blood.



O Caipirinha Lounge não conseguiu resistir ao Makmende (há que ser solidários com os nossos irmãos quenianos). Foi invadida pelo fenómeno. Ele invadiu este website tal como invadiu tantas outras, enfim, tal como invadiu a internet. Tem página no Facebook e seguidores no Twitter. Só no Facebook, já são mais que 43,000 fãs, e no Twitter, são 754 os seguidores.

E o Makmende é uma personagem fictícia.

É talvez a primeira sensação internautica a assolar o Quénia em particular e África em geral. O que em linguagem internautica se chama “viral sensation.” A personagem do Makmende foi inventada pela banda queniana Just a Band, um grupo pelo qual nutro um saudável respeito. É ele o herói do vídeoclip da música Ha-He, o segundo single do segundo disco da banda, intitulado 82. O som dos Just a Band é captivante: uma fusão queniana de funk, house, soul, electronica, e disco. Seguramente que vai mudar um pouco a forma como as pessoas aqui no ‘West’ encaram e conceptualizam a ‘música africana’. Músicas como Ha-He e Usinibore, do disco 82, são uma boa introdução ao trabalho dos Just a Band. E o vídeo de Ha-He, onde aparece o tal Makmende numa clara alusão a filmes como The Shaft e Kung Fu Hustle, é uma boa introdução ao ‘stease’ deste grupo. Esses jovens vão longe...e a música queniana também.

Curtam, acima, o Makmende.

Exposé of the Makmende sensation and origin of the name, on CNN

Makmende on Facebook and Twitter

Just a Band's Official Website, where you can download Ha-He for free
82 on iTunes and Akwaaba Music

Image from Paula Callus' blog

**Interesting facts about Makmende (most of them from this equally interesting article):**

"After platinum, albums go Makmende"
"They once made a makmende toilet paper, but there was a problem: It wouldn’t take shit from anybody!!!"
"Makmende hangs his clothes on a safaricom line and when they dry he stores them in a flashdisk!"
"Makemend's so huge, he can't fit in Wikipedia."
"Makmende uses viagra in his eyedrops, just to look hard."

Thursday, April 15, 2010

DJ Carlos Fauvrelle esta sexta-feira no Elinga!


Are you ready for the good vibes?

Esta semana no Elinga, destaque para a actuação do DJ português Carlos Fauvrelle, pela primeira vez em Angola. A não perder!

O cartaz do evento:

Movimento X presents this week @ Elinga Bar the X Sessions! Luanda, Angola:
Time Travel Sessions

Are you ready for the good vibes? :-)

Esta semana o destaque vai todo para a actuação do DJ Internacional Carlos Fauvrelle (http://www.myspace.com/carlosfauvrelle) que actuará nos Decks do Bar Elinga, esta Sexta feira dia 16 de Abril, um evento a não perder…!
Quinta, Thursday 15.04.10 – entrada livre Chokolate Quente
Djing – Afrologic Brothers & Mario Palege– 22h30

HIP HOP, SOULFULL HOUSE , SOULFUNK, NU-JAZZ, BROKEN BEAT, AFROBEAT & DERIVADOS


Sexta-feira, Friday 16.04.10 – 22h30 – 2.000 Kwanzas (inclui uma bebida) Voyager

Djing –DJ Leandro Silva & DJ Carlos Fauvrelle – 22h30 - Destaque

ELECTRONIC & HOUSE

Sábado, Saturday 17.04.10 - 22h30 – 1.000 Kwanzas (inclui uma bebida) Apollo 11

Djing – DJ Sandro & DJ Litó

TRIBAL, POP, CHART & LATINA

Tuesday, April 13, 2010

Lusofonia Acústica: Facts and Figures

Some interesting facts and figures about Caipirinha Lounge’s first mixtape, Lusofonia Acústica, that make me smile:

  • Since March 24, Lusofonia Acústica was downloaded at least 135 times
  • Most downloads came from the United States (56), followed by France with 16
  • It was downloaded from at least 17 other countries, including Sweden, Colombia, Turkey, Greece, Germany, Italy, South Korea, and New Zealand
  • Mixtape has been downloaded almost every day since March 24
For everyone that has downloaded this mixtape, many thanks, and I really hope you enjoyed the music on offer. The link has since expired on Filedropper, but if you didn't get a chance to enjoy these fine acoustic tunes and want a second chance, or for some reason had a faulty link, don't hesitate to let me know.

Stayed tuned for the Lounge’s second mixtape: ElectroLusofonia, COMING SOON!

Alguns numeros e factos à mistura acerca da primeira mixtape do Caipirinha Lounge, Lusofonia Acústica, que me fazem sorrir:
  • Desde o dia 24 de Março, o Lusofonia Acústica foi baixado pelo menos 135 vezes
  • A maioria dos downloads foram feitos nos Estados Unidos (56) e em França (16)
  • A mixtape foi baixada em pelo menos 17 países, incluindo a Suécia, Colombia, Turquia, Grécia, Alemanha, Itália, Coreia do Sul, e Nova Zelândia
  • A mesma foi baixada quase todos os dias desde o dia 24 de Março
Obrigado a todos que baixaram a Mixtape, obrigado mesmo, e espero que tenham gostado do que ouviram. Para quem infelizmente não teve a chance de baixar esta colectânea linda de canções lusónas acústica, infelizmente o link ao Filedropper já expirou. Mas mandem um email ou comentem abaixo e eu não hesitarei em vos enviar uma cópia por email ou algo parecido.

Fiquem atentos ao próximo mixtape do Lounge: ElectroLusofonia. PARA BREVE!

**UPDATE**

I re-uploaded the mixtape onto filedropper…to all of you that have had problems or would want a copy, you can now download it here!


Voltei a pôr o mixtape no filedropper...para todos vocês que tiveram problemas com o download ou não tiveram uma chance de fazer o download, aqui vai uma segunda opurtunidade!

Monday, April 12, 2010

Late Nite Lounge Vol. 17 - BoomBox

Zion Godchaux (guitar and vocals) and Russ Randolph (sequencers, groove boxes, turntables) make up BoomBox, one of the best American music teams I have listened to in recent memory. Right now, in my psyche, they’re right up there with Thievery Corporation. They come from and are inspired by Muscle Shoals, Alabama. A state from which I thought music like this would never be produced, until I read up on the intriguing history behind the town of Muscle Shoals. It’s fascinatingng how much the town has contributed to American music of the 60’s through 80’s, and how the spirit of conviviality in music prevented social ills like segregation from ever gaining as strong a foothold there as in the rest of Alabama and the entire American South.

I was introduced to BoomBox by a special friend of mine, who unceremoniously removed my iPod from her dock while it was on one of my favorite songs and put this on. I think the album, Visions of Backbeat, played through at least 3 times before we decided to hear something else. It plays seamlessly, this album, to the point that at first, you don’t realize at which point a song ends and another one begins. Posted here is my favorite three-song segment of this 8-track album. It begins with the song Tonight, travels through India, and finishes with an epic Midnight on the Run. You’d think that the somewhat quick beats wouldn’t make for Late Nite listening, but you’d be surprised. The first time I listed to it was at night, and I didn’t want anything else. It has a certain jazz element to it, mixed with rock, house, psychedelic, and an addicting groove. Try playing it when your friend is playing a favorite song of theirs – major points if you get thanked rather than attacked.

Tonight
India
Midnight on the Run

Zion Godchaux (guitarra, vocais) e Russ Randolph (sequencers, groove box, turntables) fazem a dupla BoomBox, uma das melhores bandas Americanas que ouvi em tempos recentes. Neste momento, se fossem os meus ouvidos a escreverem estas letras, diriam-vos que estimo os BoomBox tanto quanto os Thievery Corporation. Mas deve ser só um sentimento passageiro, julgo eu. Os BoomBox são de Muscle Shoals, Alabama, um estado que nunca pensei fosse a nascer filhos que produzissem música como esta. Mas após ler sobre a história fascinante de Muscle Shoals, joguei a minha ignorância pra fora. É muito interessante o grau da contribuição desta pequena cidade à música americana dos anos 60s-80s. Também é captivante saber que em Muscle Shoals, músicos negros e brancos trabalhavam lado a lado mesmo quando o resto da sua região ainda estava afundada no abismo que é o racismo institucionalizado.

Fui introduzido aos BoomBox por uma amiga minha, daquelas amizades especiais, em que ela pode se dar ao luxo de tirar o meu iPod da aparelhagem justo quando tocava uma das minhas músicas preferidas, para pôr esta banda a tocar. Acho que o album deles, Visions of Backbeat, tocou três vezes antes que decidimos ouvir outra coisa. Toca como escorre a água, de príncipio ao fim, ao ponto de se não prestares atenção, nem vais reparar quando é que uma música acaba e a outra começa. Postadas aqui estão as minhas três musicas preferidas do album, das 8 totais, em sequência. Começa com Tonight, passa pela India, e acaba em Midnight on the Run. Talvez pensem que a combinação de rock, house, e psychedelic não fosse a combinação ideal para uma Late Nite, mas o groove desta banda vai te fazer mudar de opinião. E por acaso, a primeira vez que os ouvi também foi de noite. Tenta só…ou melhor, espera que o teu amigo/a esteje a tocar o seu iPod, saca o mambo, e põe isto a tocar. Pontoas adicionais se em vez de ele/a se zangar, te diga obrigado…

-Photo by gurutabaga

BoomBox on Myspace
BoomBox's official website
Visions of Backbeat on Amazon and iTunes

Sunday, April 11, 2010

Kizomba Saturdays Vol.1 - A Surprise from Pharoahe Monch and Erykah Badu, Among Others

Kizomba SaturdaysSaturday has always been a day of kizomba. Living in Luanda, there was always a boisterous neighborhood party to go to on a Saturday night, where we would exhaust ourselves dancing kizomba after kizomba, waiting for that special tarraxinha to come on so that we could go slow dance with that girl we have a crush on. Even during the day, the aunts or cousins would put on an album while they cleaned or cooked, dancing spontaneously on the quintal (backyard) while the beans cooked and the fish grilled. I find myself keeping the tradition alive here in the States, where come the weekend I invariably play kizombas, even though I have no one to dance with. I figured I’d bring that tradition here to the Lounge: Kizomba Saturdays.

For this segment’s inaugural issue, I want to share with you a very special song which I found out about only recently through Keita’s Song of the Day chronicles on Facebook. Anyone who’s his friend there will know what I’m talking about. I think it was Felipe from AM Roots who asked Keita what’s the name of this kizombafied song by Pharoahe Monch featuring Erykah Badu, to which Keita replied: Hold On. So it wasn’t even my own conversation, I was “eavesdropping” on someone else’s. I promptly found this beauty of a song, Hold On, as track number 11 on Pharaohe Monch’s most recent CD, Desire. Erykah Badu is earthy as always, ever the sensual crooner. What really grabs me about this song, besides the lyrics, is the kizomba-influenced beat. I don’t know where Monch got this beat from, or who produced the track, but I’ll be damned if it doesn’t sound like my Saturday kizombas. It’s reminiscent of other quasi-kizomba songs posted here, including The First Taste by Fiona Apple and Shantytown Carnival by Jehro.

Included with Hold On are three other kizombas that I’m very fond of and that complement the ambiance that Hold On evokes. There’s Fiona, among my top 10 favorite kizomba tracks of all time, by the kizomba/zouk virtuoso Kaysha. Right after that is Bye Bye by Nilton G. , an Angolan artist that I’ve heard very little about in the past couple years. To round up the first Kizomba Saturday is Força de Destino by Suzanna Lubrano and Beto Dias, two artists who create love every time they come together.

Hold On
Fiona
Bye Bye
Força de Destino

Para mim, sábado sempre foi um dia de kizomba. Na banda (Angola), sábado à noite há sempre uma festa de quintal para se ir dançar kizomba ao nosso bel prazer, dançar até as pernas começarem a estremecer de cansaço, dançar até vir aquela tarraxinha que estavamos à espera, e aí sim, podemos parar de dançar e em vez tarraxar com aquela mboa que nos estava a olhar a festa toda. Coisas da banda. Mesmo durante o dia, as tias e as primas botam um CD na aparelhagem com aquelas kizombas que param multidões, e enquanto o feijão ferve e o cacusso grelha, são várias as danças espontâneas no quintal entre primo e tia, sobrinho e irmã, convidado e pato. Porque patos há sempre, até para o almoço de sábado. Aqui nos States, tento, teimosamente, manter a tradição. Acordo aos sábados e boto kizomba na aparalhegam. Meus roommates só me olham. Ja estão habituados. Danço com a vassoura, afinal elas existem para quê? Decidi então trazer este hábito para o Lounge: Kizomba Saturdays. Para atenuar a saudade da banda.

Para o segmento inaugural desta nova série, destaque vai para uma música muito especial, da qual só tomei conhecimento por ler as músicas do dia do Keita lá no Facebook. Quem for amigo dele naquelas paragens saberá do que falo. Estava eu a bisbilhotar numa das músicas do dia do Keita e vi que o Felipe dos AM Roots o tinha perguntado o nome duma tal música kizombificada do Pharoahe Monch, ao qual o Keita respondeu: Hold On. Intrigado, googlei a música e agora ela não me sai da cabeça. Música numero 11 do mais recente album do Monch, intitulado Desire. Ele faz a música com a Erykah Badu, e a voz dela sempre me tira do sério. O que mais me derrete neste som, para além da sua letra, é o beat kizombificado. Não sei onde o Monch foi buscar o beat, ou quem o productor desta música, mas vão ter que me aturar quando digo que isto é kizomba, e se não, anda muito perto disto. Faz me lembrar outras músicas kizombificadas postadas aqui, incluindo The First Taste da Fiona Apple e Shantytown Carnival do Jehro.

Incluídas aqui estão mais três kizombas que me alimentam a alma. Três kizombas que amo. São elas Fiona, do grande Kaysha, que quando saiu Luanda não queria dançar outra coisa; Bye Bye do Nilton G., cantor sobre o qual tenho ouvido muito pouco ao longo dos anos mais recentes; e por último, Força do Destino pela Suzanna Lubrano e o Beto Dias, dois artistas que quando se juntam, sai faísca.


-Photo by Zé Carlos (quem mais?)

Friday, April 9, 2010

Ex-Combatentes, by Paulo Flores: Sembas

Paulo Flores Ex-Combatentes
A bit over a month ago, Paulo Flores was playing at the Lounge, filling the air (or your laptop headphones) with delicious music from his three-disc set Ex-Combatentes. It was a bit over a month ago that we heard sounds like Diarabi and the haunting Pé Na Lama. As April begins in earnest and the sun starts to make a somewhat more regular appearance on the Boston skyline, Paulo Flores returned to wow me with his lyricism. Click on Meu Amor Quando me Beija, my current addiction. It’s the song that I listen to when I wake up in the morning and the sun shines brightly into my room, it’s the song that I’m playing as I’m walking down the street – the perfect soundtrack for Spring. Light, airy, unassuming, fun.

Then comes Ser da Lata, which is a bit more reminiscent of Pé Na Lama. It brings the mood down a notch or two. It’s a bit darker, a bit less cheery, but a beautiful piece of poetry. The lyrics are rich, the delivery in the sort of quality that we’ve come to expect from Paulo Flores. He does pick things up in the end with Fundo do Poço, a sweetly melodic song that’s the perfect tonic for Ser da Lata. It has the same sort of Brazilian tilt to it that Meu Amor Quando me Beija has, and it’s also a good song for the early morning sunlight. I hope you’ve enjoyed your short trip through Sembas, even though you haven’t heard a single semba being played…

Meu Amor Quando me Beija
Ser da Lata
Fundo do Poço

Ha pouco mais de um mês, o Paulo Flores estava a tocar no Lounge, espalhando pelo ar (ou os teus headphones) as deliciosas melodias da sua trilogia, o Ex-Combatentes. Foi ha pouco mais de um mês que ouvimos músicas como Diarabi e o inegualável Pé Na Lama. Mas agora, o mês é diferente e a estação do ano também. Ha que mudar de disco. Enquanto Abril começa devagar e o sol de Boston começa a aparecer mais vezes, o Paulo Flores volta a tocar no Lounge, com o seu liricismo de costume. Carrega ainda no Meu Amor Quando me Beija, o meu vício actual. É a música que oiço logo pela manhã. Adoro ouvir-la quando o sol despeja luz para o meu quarto, adoro ouvir-la enquanto caminho pelas calles. É um som perfeito para a primavera. Leve, simpático, fresco, alegre.

Logo a seguir vem Ser da Lata, que é um pouco mais parecido com Pé Na Lama do que com a música descrita acima. Nem é tão alegre. Mas não deixa de ser captivante, é uma poesia linda. A letra dá que pensar. Paulo Flores, você é bom. Quando chegarmos ao Fundo do Poço, o clima volta a ser um pouco mais feliz, e aquele toque súbtil brasileiro volta a nos assaltar os tímpanos, de forma suave. Outra canção que é linda de se ouvir logo pela manhã. Enfim, espero que tenham gostado da curta viagem pelo Sembas, mesmo notando que de sembas aqui não ouvimos nada...

Thursday, April 8, 2010

Tsikaya – Músicos do Interior

TsikayaTsikaya is not your usual album. It’s not your usual Lusophone music and it doesn’t use your usual instruments. Rather, it’s a superb work of art, an exercise in perseverance, a display of love for music, and practicality in the face of adversity. It was project started by the great Victor Gama, an inventor of instruments, composer, performer, and visual artist from Angola who now lives in Portugal. He deserves, and will get, a post just to himself. Tsikaya is perhaps his most audacious project, a collection of songs from the interior of Angola, by musicians who invented and improvised instruments from discarded war weapons, pieces of weaponry, and oil drums. What Victor Gama is doing with the Tsikaya is something amazing: he is effectively the first person to digitalize Angolan music from its most far-reaching provinces, including Kuando Kubango and Cunene. The songs are raw, tribal, rural, and hypnotic. Most of them are untitled. The visionary world music magazine fRoots rated the album among its top ten albums of the month. Among the most melodic and accessible songs are sounds by David Ndumbo from Huíla province, Ovana Voinaimwe from Cunene, and Líderes da Difusão Romântica Rural by Huíla as well, posted here for your aural enjoyment. A visit to Tsikaya's interesting, interactive website is mandatory.

David Ndumbo
Ovaina Voinaimwe
Líderes da Difusão Romântica Rural

Este não é um album normal. Não é o tipo de música Lusófona com a qual estamos habituados, nem é feito com insturmentos com o qual estamos devidamente aconchegados . É sim uma superba obra de arte, uma obra nascida de perseverance, amor pela música, e practicalidade. Foi um projecto começado pelo grande Victor Gama, instrumentalista, compositor, e artista visual nascido em Angola e agora residente em Portugal. Em breve, farei um post dedicado a ele. Tsikaya é talvez o seu projecto mais ambicioso: é uma colecção de canções do interior de Angola, de Angola Profunda, de lá de dentro, bem no fundo. Os músicos que participam no projecto Tsikaya, das mais diversas províncias angolanas, inventaram instrumentos feitos dos detritos de guerra, incluindo tanques antiquados. O que o Victor Gama está fazer é algo de se admirar: ele é efectivamente a primeira pessoa a digitalizar a música de Angola profunda, cantos tradicionais do Cunene e do Kuando Kubango. Os cantos são puros, tradicionais, crus, e até hipnotizantes. A maioria das músicas do album sequer têm títulos. Mas é um album que tem feito sucesso pelo mundo afora, e uma das grandes revistas do world music, a fRoots, elegeu o album como um dos 10 melhores albuns do mês. Entre as músicas mais melódicas e accessíveis do disco estão os cantos de David Ndumbo, da Huila, dos Ovana Voinamwe do Cunene, e dos Líderes da Difusão Romântica Rural, também da Huíla. Uma visita ao website interactivo dos Tsikaya é mandatória.

Tsikaya.org
Victor Gama on Myspace
Victor Gama online
PangeiArt, Victor Gama's initiative

Tuesday, April 6, 2010

Late Nite Lounge Vol. 16: Q-Tip's Renaissance

Q-TipOver a month later, Late Nite Lounge returns. It’s been a heartfelt absence, as this little segment is one of my favorite aspects of Caipirinha Lounge. But March was a busy month, mostly dedicated to an overseas trip and this site’s one year anniversary. But now, Q-Tip (Kamaal Ibn John Fareed) heralds back the Late Nite series with a flourish. A throwback to hip-hop’s glory days, Q-Tip was the lead singer of one of the greatest groups of all time for alternative hip-hop lovers, the legendary A Tribe Called Quest. Since the group’s disbandment in 1998, Q-Tip has since launched a solo career. Perhaps his crown jewel is The Renaissance, an album he released in late 2008 and which I’ve only been hearing for less than three months. Included here are two soulful, sweet, smooth tracks for some “Electric Relaxation”, in the spirit of what Q-Tip did with A Tribe Called Quest. Songs with Norah Jones and D’Angelo, two artists that are certain to put you in that type of mood where your heartbeat’s relaxed, your mind at ease, your loved one is right next to you, and everything is possible. Enjoy these two mesmerizing songs: Life is Better feat. Norah Jones, Q-Tip’s ode to hip-hop (“Life is better, since I found you) and Believe, featuring the incredible D’Angelo.

Life is Better
Believe

Depois de mais de um mês de ausência, a série Late Nite volta para o Lounge. Foi uma ausência sentida, já que este segmento é um dos meus aspectos preferidos deste site. Mas o mês de Março foi um mês complicado, dominado pela viagem ao México e o aniversário do Caipirinha Lounge. Mas felizmente, depois de todas as festividades e mixtapes, ja podemos voltar ao ‘business as usual’. O homem encarregue de trazer a séria Late Nite de volta é o Q-Tip (Kamaal Ibn John Fareed), vocalist antigo dos A Tribe Called Quest, o melhor grupo de hip-hop ‘alternativo’ de todos os tempos, na minha humilde, sincera, e ignorante opinião (como diz o meu primo Victor). A maioria dos fãs do hip-hop verdadeiro tem um imenso respeito pelo Q-Tip e o seu grupo revolucionário, que nos obrigou a pensar o hip-hop de outra maneira. Desde que o grupo se desfez em 1998, o Q-Tip lançou-se numa carreira à solo, onde o destaque vai para o seu segundo album, lançado em finais de 2008, chamado The Renaissance. Dos poucos meses que o tive em meus tímpanos, apaixonei-me por duas músicas em particular, duas músicas cheias de soul, doces, suaves, do tipo “Electric Relaxation”. Músicas com participações de Norah Jones e o D’Angelo, dois artistas que te põem naquele estado em que o teu coração bate um pouco mais calmamente, a tua mente vagueia sem destino, o teu amor está ao teu lado e tudo parece possível. Espero que desfrutem dos dois sons postados abaixo: Life is Better feat. Norah Jones, onde o Q-Tip declara o seu amor pelo hip-hop, e Believe, com o inegualável D’Angelo.

-Photo by Ryan Muir

Monday, April 5, 2010

Caipirinha Lounge Interview: Entrevista à CFKappa

"Tenho fé no futuro de Angola por saber que farei parte dele."
Tem apenas 17 anos mas já é um artista bastante aplaudido por quem conhece o hip-hop angolano. Admiro o seu amor pelo hip-hop, a sua inteligência, e o seu gosto pela escrita. Aqui vai a entrevista à uma das maiores promessas do hip-hop angolano, e quiça, lusófono.

*No fim da entrevista, façam download do som Graduação, meu som preferido deste artista até agora.

O hip-hop

O que te atrai no hip-hop?

A beleza das palavras, as inúmeras formas de as empregar e acima de tudo, o bem que ele faz à alma quando bem feito. A criatividade espantosa que certos MCS têm demonstrado também me impulsiona a procurar fazer o inédito ou quebrar recordes.

Como encaras o hip-hop em Angola e como descreves a sua evolução?

Na minha opinião, o Hip Hop em Angola é como o Hip Hop em qualquer outra parte do mundo. Com bons e maus rappers, com pessoas que se preocupam acima de tudo com a mensagem que vão passar nas letras e com outros com a imagem que vão passar para os ouvintes. É como tudo… O bom e o mau. O Hip Hop em Angola de facto sofreu alguma evolução considerável, não só no número de Mcs, mas também na qualidade dos instrumentais, creio que as músicas têm sido mais difundidas agora, e os órgãos de comunicação social têm prestado mais atenção ao Hip Hop nacional. Não acompanho o Hip Hop nacional a fundo há muito tempo mas creio que os B-Boys também evoluíram (apesar de ainda achar que não têm a atenção que realmente merecem, bem como o Graffiti). A sua evolução é positiva, vemos cada vez mais inovações e é disso que se espera… O inédito.

Como encaras o hip-hop no mundo lusófono em geral?

Na minha sincera opinião eu acho que se podia fazer mais por parte dos MCs, mas que apesar de tudo, é de louvar o trabalho que muitos Mcs estão por aí a fazer. Nota-se uma certa evolução por parte dos menos preguiçosos e uma persuasão à imitação por parte dos mais preguiçosos (que infelizmente não são poucos). Existem Mcs que procuram se superar, em diversos aspectos e felizmente têm sucesso nesse objectivo, e isso é de admirar. Quanto aos outros elementos do Hip Hop, eu não consigo responder com precisão. Por exemplo, conheço apenas cerca de 5 a 6 DJs de Hip Hop em Angola, conheço muito poucos graffwritters (se calhar os dedos da minha mão direita sirva para os contar), e pelo menos agora algum certo número de B-Boys, que também não são o suficiente mas que têm procurado fazer bem o seu trabalho. Não tive a oportunidade de conhecer B-Boys em Moçambique, conheci alguns Djs de Hip Hop (pelo menos parece que há mais por lá), Mcs não faltam, e também senti um bocado a ausência dos graffittis. Em Portugal creio existir mais, Djs, muitos Mcs, parece que o graffitti é mais notável também e não tenho informação sobre B-Boys. Quanto aos outros países, não posso comentar por falta de informações que possam vir a justificar a minha resposta.

Quais os rappers que mais te inspiram?

Kanye West, Azagaia, Ludacris, Asmall, Mukadaff e Valete


A tua idade tem sido um empecilho ou uma mais-valia?

A minha idade é só um número. Claro que devo admitir que algumas pessoas chegam a admirar o trabalho que faço por ser tão novo, mas para mim a idade é indiferente quando se há conteúdo positivo. Os anos passam e espero sinceramente evoluir com este tempo.

O que estudas, e porquê?

Engenharia de Telecomunicações. Foi a opção em que mais me identifiquei depois de ter sido “privado” de fazer medicina. Gosto do facto de poder criar e dos diversos ramos em que poderei me enquadrar estudando tal coisa.


Tens planos para uma carreira virada exclusivamente pelo hip-hop, ou tencionas acabar os estudos e ter uma carreira de “escritório”? Ou pensas encontrar um ponto de encontro entre as duas opções?

Não vou dizer que farei Hip Hop para sempre, mas que irei fazer enquanto ele não se sobrepor às minhas prioridades. Como prioridade pretendo ter a minha carreira como Engenheiro de Telecomunicações e, caso o Hip Hop não represente contraposição continuarei a fazer enquanto me sentir motivado e inspirado.

Já lançaste várias mixtapes...para quando o lançamento do teu primeiro álbum?

Prefiro ainda não citar datas… Mas podem esperá-lo a partir do segundo semestre do presente ano.

Qual é a música da tua autoria que mais gostas de ouvir?

Um milhão em Um (Com Janice Tiana) – Essa é do álbum…

Descreve-nos o CFKappa como artista.

Cfkappa como artista é um indivíduo que procura sempre inovar e levar de maneira diferente, boa música para aqueles que vão ouvir. Procuro angariar experiência sempre que posso e gosto de me auto-desafiar traçando metas por vezes exaustivas de se alcançar.

E como jovem?

Como jovem, diria um pouco diferente do que a tendência da contemporaneidade têm exigido, talvez por não gostar muito de ficar na rua a falar de motas, cervejas e frequentar discotecas em tenra idade, e sim preferir estar em casa, ler livros, ouvir e escrever músicas e estar sempre a tentar criar alguma coisa.

A cultura e a música

Falemos um pouco sobre cultura. Quais são para si os pontos fortes da cultura angolana?

Até agora, a música é o mais forte, pois tem-se feito arte para a benevolência e ainda (para os mais ambiciosos e visionários) se tem tirado proveito dela para viver. Isso quer dizer, que quando o artista consegue viver da arte que faz, há uma enorme valorização por parte de quem consome. Por outro lado, não se precisa viver da arte ou ganhar (materialmente) da mesma para ser consumido a larga escala por quem entende de música. Portanto, a música é sem dúvida o ponto mais forte da cultura angolana. Outro ponto forte, embora pouco valorizado é o artesanato. Os nossos artesãos fazem “magia” com as mãos produzindo obras lindíssimas que nunca passam por despercebidas aos olhos de quem vagueia, seja nacional ou estrangeiro. Portanto, considero estas duas vertentes como pontos mais fortes

O que mais o faz sentir-se orgulhoso de ser angolano?

As inúmeras identidades culturais. A cultura angolana, bem como os seus hábitos e costumes, é distinto, é único, e isso faz sentir especial. As nossas cobiçadas riquezas naturais faz-me sentir filho de um povo reconhecido e abençoado. Enfim, muita coisa me faz sentir-me orgulhoso de ser angolano.

Quais são os teus artistas lusófonos preferidos?

Azagaia
Bob da Rage Sense
Valete
X da Questão
Muralha
Kalibrados
Abdiel
Y-Not
Hernâni Mudanisse
Asmall
MV Bill
Conjunto Ngonguenha
MCK
Reptile
Valete and CFKappa
A literatura

És um dos mais novos integrantes da União dos Escritores Angolanos. Como surgiu a tua paixão pela literatura?

Ganhei o gosto pela escrita ainda muito novo, mas os meus escritos não eram tão cativantes, pela minha inexperiência, apesar de tudo. Após o primeiro livro que li – “Quem Me Dera Ser Onda” de Manuel Rui – ganhei forças para continuar a escrever e aperfeiçoar cada vez mais a minha habilidade na escrita.

Quais são as tuas principais influências literárias?

Sidney Sheldon, Dan Brown, Paulo Coelho e Manuel Rui Monteiro.

Quem é o teu autor preferido, e porquê?

Dan Brown. Este é um homem que na literatura considero impressionante pela coerência nos seus textos, capacidade de detalhar o que quer transmitir, de maneira que nos sintamos dentro do assunto. Ele transmite uma tensão enorme a quem lê o livro, de maneira que nunca queremos parar de ler para ver o que acontece a seguir. O seu vasto conhecimento de história e a maneira como ele relaciona às suas ficções nos obrigando a raciocinar e questionar as nossas ideias é incrível. Simplesmente amo os seus escritos.

Que tipo de livros tencionas escrever?

Atendendo à fraca aderência da juventude ao mundo da leitura, pretendo escrever livros que estimulem a todas as idades, mas acima de tudo aos jovens, que têm uma certa fobia a livros ou a literatura em si.

O que te inspira na literatura?

A capacidade que o escritor tem de representar em palavras, situações, estados e momentos que levam o bom leitor a se sentir inseridos nos mesmos, viver aquela mesma ansiedade descrita, desenhar mentalmente certas descrições tal como o autor pretendia explicar, etc.

A sociedade

O que achas dos valores e padrões morais da juventude angolana?

Acho que estes serão perdidos enquanto o número de jovens que se preocupam continuar a representar a minoria. Nada está perdido de todo, enfim, podem facilmente ser resgatados e preservados (para os que ainda não se perderam) com um pouco de empenho. Dar mais valor aos valores culturais é uma coisa muito importante. Muitos jovens mal sabem exactamente onde seus pais nasceram e quais as suas origens, bem como pelo menos o nome da língua que é falada na sua província de proveniência e coisas do género.

Como encaras a sociedade angolana em geral?

Encaro a sociedade angolana como uma sociedade com futuro evidente e promissor caso haja um pouco mais de dinamismo e autonomia por parte dos próprios cidadãos. Valorizar o que é mais importante, não perder a identidade cultural e acima de tudo investir na educação me parecem ser alguns dos passos fundamentais para se chegar à um “avanço” e “desenvolvimento” consideráveis.

Qual a sua opinião acerca do actual clima politico do país?

Lamentável…

Achas que os jovens angolanos deviam estar mais ligados a questões de cidadania e política?

De certa forma sim. Acho que a juventude tem realmente demonstrado inclinações à assuntos não tão importantes quanto aos que concernem de maneira mais directa à sua vida. Muitos jovens reclamam de certas decisões tomadas mas nunca vi sequer alguém escrever um artigo a protestar ou se fazer ouvir em lugares que não sejam numa roda de 5 pessoas em tom de voz reduzido para não ter problemas. Assuntos como a leitura, ética/cidadania e política deviam fazer parte das discussões, fóruns e interesses da juventude, pois de certa forma, os acaba afectando de uma maneira ou de outra e decidindo seu futuro.

Tens fé no futuro de Angola?

Tenho fé no futuro de Angola por saber que farei parte dele.

Queres partilhar connosco alguns dos teus sonhos, como artista e como homem?

Lançar o meu álbum, lançar inúmeras e bem aceites obras literárias, Formar-me, servir de exemplo para muita gente, ter equilíbrio na vida amorosa, profissional, familiar, financeira e psicológica. Também gostaria de realizar um grande show depois do meu álbum e enfim, ser bem sucedido em tudo o que eu fizer e projectar.

5 MCs que respeitas, em Angola ou no estrangeiro:

Keyta Maianda
Kool Klever
MCK
Lukeny Fortunato
Kennedy Ribeiro

5 artistas que ouves quase que diariamente:

Kanye West
Ludacris
James Blunt


Petro ou D’Agosto?

Petro

Prato angolano preferido?

Fúmbua (Acho que se escreve assim…)

Cidade preferida em Angola?

Lubango

Livro preferido?

Quem me dera ser onda… (Manuel Rui Monteiro)

Música preferida de todos os tempos?

Efectos Vocales (Nach)

Pensamento do dia:

”Rappers, transformem os vossos beefs em comida, enviem para o Haiti, pois há quem precisa”

Graduação

-Photos by Samurai
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