Por Songay Pinto
Foto por Coca o FSM
Zigui Za, za za za.... Existe um álbum e um artista esquecidos no mercado do rap angolano. O trabalho deste artista foi nada explorado por todos nós, ao meu ver. Talvez seja porque na altura em que o mesmo foi lançado (independentemente), o músico se encontrava dividido entre Angola e Portugal.
Para mim, 7 Xagas é um músico de referência, no estilo de que falo, se continuasse a nos oferecer ’N' projectos seus, iria fazer muita gente feliz. Digo isto porque o mesmo não se limita em fazer rap. No seu disco, notamos uma série de influências musicais, e concluindo, o rapaz faz música como alimento Pr'Alma.
Pela primeira vez retiro da sua tela, a faixa com o título de Mercado Negro. Música esta que retrata um pouco a vida das nossas Zungueiras.
Outra vez?!!! - perguntam vocês - ... A verdade é que estamos à semanas a ouvir, naquelas ondas modulares, diálogos, contradições e mal entendidos, sobre a situação dos nossos ambulantes que deambulam (vagueam) pelas artérias da nossa cidade. Uma situação de difícil resolução, tendo em vista que a mesma não passa em apenas proibir e "fiscalizar" (correr com elas, e espancar) os mesmos, nem, porém, construir mercados num qualquer areal atirado naquelas estradas onde eu, como cidadão, igual a todos os outros, apenas faço uso quando pretendo fazer viagem para uma das províncias. Falo-vos por exemplo do Roque Santeiro.
E é disto que esta música nos fala, as dificuldades, a correria, o movimento e encontrões com que todos nós nos deparamos.
Aqui, 7Xagas consegue criar na nossa mente, uma sequência de imagens que formam uma envolvente quase real que faz-nos sentir a deambular também pelas ruas, por alguns instantes. Um autêntico EBAY, tudo se encontra e tudo é encontrado, é incrivelmente engraçado para quem pela primeira vez se confronta com este cenário, logo a saída do 4 de Fevereiro...
Não iria admirar se algum dia me vendessem uma casa do kilamba no nosso Mercado Negro...
Mercado Negro