Monday, May 20, 2013

Movimento, by Aline Frazão


It's called Movimento and it's Aline Frazão's second album, a favorite of this blog. Aline is currently my favorite Angolan chanteuse, a voice that I have heard blossom into what it is today. I've had Movimento in rotation for about 20 days now; the singer gave me an advance copy. Perks of the trade, I guess. I felt privileged to have been one of the first people to hear this beauty from start to finish - 52 minutes of music of a quality as such that I couldn't wait to be able to share it with someone else. There's not much point to enjoying music this good without being able to share it, and today, 20th May,  the album is released in Portugal and I can finally write about it and share it with you.

Inevitably comparisons between Movimento and Aline's debut album Clave Bantu will arise. With 12 original tracks, her sophomore effort is one song longer than Clave Bantu and when it reaches the end it leaves me longing for more, as any great album will. As always there are some songs I like more than others, but song for song, generally Movimento's tracks are stronger, more polished, have better lyrics, and more memorable melodies. And it's more introspective. You hear a singer who is clearly on the ascendence, who is enjoying renewed self-confidence, greater maturity, and sure of her gift and her talent. This is clearly a singer enjoying her music.

Movimento begins with As Paredes do Mayombe, one of the more forgettable tracks; it begins to find its footing with Cacimbo, a beautiful melody with great lyrics. Desassossego, written by Angolan poet and author Carlos Ferreira 'Cassé' is the third track. And then comes the album's strongest period: tracks 4 through 9 are all gems.

For me, Tanto is this album's winner. It has the best lyrics, an intricate delivery and fantastic execution; I consider it Aline's best work to date. The song's video is almost as brilliant as the lyrics. It was here that I stopped the album and clicked back for the first time: I couldn't get enough, not yet anyways. After the song's climax we head to Crónica de um (des)encontro, another beautiful track that deserves another listen. It could very well be the album's third best track.

Nossa Festa and Poema em sol poente get better with time; at first listen I didn't rate them as highly as I do now, especially since I fell in love with Nossa Festa's lyrics. It's also a highlight on the album. We've arrived then at Lugar Vazio. After Tanto, it's my favorite song on Movimento. I prefer Tanto's lyrics but Lugar Vazio has a better melody. What a thing of beauty. I also enjoy the lyrics on A cidade que eu habito; among the last three songs on the album, Ronda, Kalemba and A última bossa, the highlight is Kalemba, brilliant in its simplicity.

I think I love Movimento because at its core it is an album about home - it reminds em of Luanda, my family, my friends, my past loves, and it makes me feel good. For me, Movimento was an aural trip home, to today's Luanda's. And it's a trip in which my companion is the warm, familiar, unmistakable sound of Aline's voice.

Thoroughly recommended.

Tanto
Lugar Vazio

Chama-se Movimento e é o segundo álbum da Aline Frazão, a cantora angolana mais apreciadas neste espaço. Há cerca de 20 dias que o tenho em rotação, tendo o recebido directamente da cantora. Ossos do ofício. Senti-me privilegiado por ser das primeiras pessoas a ouvir esta obra de arte, estes 52 minutos de música de uma qualidade tal que doía-me não poder a partilhar com alguém. O que vale poder ouvir música tão bela sem ter alguém com quem a partilhar? Hoje, dia 20 de Maio, data de lançamento deste  lindo disco, posso finalmente partilhar convosco a beleza que é o Movimento da Aline.

Foi um imenso prazer ouvir este disco. Surgem, inevitavelmente, comparações com o álbum de estreia da Aline, Clave Bantu. Com 12 faixas, todas originais, Movimento tem mais uma música que Clave Bantu e quando chega ao fim deixa-me com água na boca; quero mais. Como sempre, gosto mais de algumas músicas do que outras. Mas tema por tema, geralmente as músicas do Movimento têm melhor lírica, uma melodia mais memorável.  E é mais introspectivo. Ouve-se uma cantora em ascensão, com cada vez mais auto-confiança, mais maturidade, mais segura de si mesmo e do seu talento. Nota-se que a Aline arriscou mais, soltou-se mais um pouco, voou mais alto.

Movimento inicia com As Paredes do Mayombe, que não é das minhas preferidas nem das músicas mais memoráveis. O álbum melhora com Cacimbo, uma linda melodia e letra; a seguir vem Desassossego, uma letra do conhecido poeta e escritor angolano Carlos Ferreira 'Cassé'. Porém, o trecho mais forte do disco são as faixas 4 a 9; é neste trecho onde são encontradas as melhores músicas deste querido disco.

Para mim, Tanto (a quarta música) tem a melhor letra do disco e acredito ser a melhor música da Aline de sempre. O brilhante vídeo da música, publicado aqui, é quase tão bom como o tema. Foi aqui que parei de ouvir o álbum; fixei-me só no Tanto e só depois de o ouvir um par de vezes consigo continuar. É quase sempre assim. Depois do climax do Tanto vamos ao encontro de Crónica de um (des)encontro, outro bonito tema que merece especial atenção. Também é das músicas mas bem conseguidas do Movimento.

Nossa Festa e Poema em sol poente crescem com o tempo; na primeira audição não me chamaram muita atenção, mas com o passar do tempo apaixonei-me com a letra da Nossa Festa. Hoje é dos meus temas preferidos neste disco. Chegamos então ao Lugar Vazio. Depois de Tanto, esta é a minha música preferida em Movimento. Gosto mais da letra do Tanto, mas em termos de melodia Lugar Vazio ganha. Que música mais bonita. Também aprecio muito a letra d'A cidade que eu habito; Entre as três ultimas, Ronda, Kalemba A última bossa, o destaque vai para Kalemba, brilhante na sua simplicidade.

No fundo, Movimento faz-me lembrar de Luanda, de casa. Faz-me lembrar da minha família, dos meus amigos, dos amores do passado, e isto faz-me sentir bem. Para mim o Movimento é uma viagem por sonora pela nossa Luanda de hoje, pela voz marcante, familiar, calorosa que é a voz da Aline.

Recomendo. Mesmo.

Sunday, May 12, 2013

Caipirinha Lounge Cinema: Tanto, by Aline Frazão

Lindo. Simplesmente lindo. Não sei se gosto mais da letra, do vídeo ou da música. Geração 80 e Aline. Estão demais.

É tanta luz aqui,/Que até parece claridade./É tanto amigo aqui,/Que até parece 
que é verdade./É tanta coisa aqui,/Que até parece não há custo./É tanta regra 
aqui,/Que até parece um jogo justo./É tanto tempo aqui,/Que até parece 
não há pressa./É tanta pressa aqui,/Que até parece não há tempo./É tanto 
excesso aqui,/Que até parece não há falta./É tanto muro aqui,/Que até 
parece que é seguro./Tanto, tanto, tanto/Na embriaguez do encanto/É 
tanto ‘tanto faz’/Que ninguém sabe quem fez./Mundo, gira, mundo,/
Mundo vagabundo,/Não olhes, senão vês./É tanta pose aqui,/Que até 
parece não há esquema./É tanta História aqui,/Que até parece um 
problema./É tanto festa aqui,/Que até parece sexta-feira./É tanta 
dança aqui,/Que até parece a das cadeiras./Tanto flash aqui,/
Que até parece que ilumina./É tanta frase aqui,/Que até parece 
que resolve./É tanto ecrã aqui,/Que até parece um grande 
invento./É tanta força aqui,/Que até parece um movimento.


Beautiful. Simply beautiful. I don't know what I like more...the video, the song or the lyrics themselves. Geração 80 and Aline outdid themselves here.

There’s so much light here,/That it even seems bright,/There 
are so many friends here,/That they even seem real,/There 
are so many things here,/That they seem to be for free./
There’s so many rules here,/That it even seems a fair 
game./There’s so much time here,/It even seems there’s 
no hurry./There’s so much hurry here,/It even seems there’s 
no time./There’s so much excess here,/It even seems there’s 
no want,/There are so many walls here,/It seems that it is 
safe./So much, so much, so much/It’s a charming intoxication/
So many ‘whatevers’/That nobody knows who makes what./
The world keeps turning,/Wandering world,/Look away or you 
will see./There’s so much posturing here,/That there doesn’t seem 
to be a scheme./There’s so much History here,/That it even seems 
a problem./There’s so much partying here,/That it even seems to be 
Friday./There’s so much dancing here,/It even seems a game of musical 
chairs./So many flashes here,/That they even seem to light up./So many 
sentences here,/That they even seem to make sense./So many screens 
here,/That they even seem a great invention./So much strength here,/That 
it even seems a movement.


Música de Intervenção Rápida (MIR), by Azagaia


It's frequently said that Angola and Mozambique have similar political and social realities. We both had socialist regimes, we both suffered a debilitating civil war, and we both have issues when dealing with the basic tenants of a democratic state, such as freedom of expression, freedom of assembly and human rights. This is precisely the topic of Azagaia's first single since signing for Kongoloti Records:
“MIR - Música de Intervenção Rápida” (Rapid Intervention Music) is the song Azagaia wrote after the last demonstration of the veterans of war that was brutally ended by the mozambican police. The Minister of Justice responded saying that sometimes the Human Rights can be violated to protect “higher interests”.​
As always, Azagaia's delivery is energetic and blistering - the man always seems to be on form. Check out the video below:


Música de Intervenção Rápida

Que Angola e Moçambique têm realidades políticas e sociais paralelas já foi dito muitas vezes. Ambos tivemos regimes socialistas, ambos sofremos uma guerra civil debilitante e ambos temos problemas graves no que toca aos valores básicos de uma democracia, como liberdade de expressão, o direito a manifestação e os direitos humanos. Este é precisamente o tópico deste single do Azagaia, o primeiro desde que ele assinou pela Kongoloti Records. Como sempre, o mano Azagaia está em grande forma. Contunde, irreverente e sempre relevante. Nas palavras da Kongoloti:
Música de Intervenção Rápida” é o novo single do Azagaia, escrito logo após a última manifestação dos ex-combatentes de guerra que foi brutalmente interrompida pela polícia moçambicana. A Ministra da Justiça respondeu dizendo que em algumas situações os Direitos Humanos podem ser soprepostos por “interesses mais altos”.

Friday, May 10, 2013

Caipirinha Lounge Cinema: Movimento, by Aline Frazão - Episódio 3

Vem aí o novo álbum da Aline: chama-se Movimento e sai dia 20 de maio pela Ponto Zurca. Enquanto esperamos, podemos já começar a conhecer o que promete ser um lindo trabalho. Numa colaboração com a Geração 80, a Aline brinda-nos com o terceiro de vários episódios. A ver:

Aline's second studio album is coming soon. It's called Movimento and is slated for a 20th May release on the Ponto Zurca label. Until then, we can start geting to know what promises to be a beautiful piece of work. In a collaboration with Geração 80, Aline shares with us the third of several episodes. See below:



Aline Frazão - Movimento - Episódio #03 from Aline Frazão on Vimeo.

Dar e Receber, by Faradai feat. Gonçalo Clington


Dar e Receber is Helder Faradai's first single since signing for Kongoloti Records and features Angolan musician Gonçalo Clington. It has that polished, high quality production quality we've come to expect from Faradai and Jazzmática, but this one is a little sparser in its arrangements.

I'll let Helder explain his inspiration in his own words:
I was inspired by that show on Angolan FM stereo called...''Canta Angola'', where they played many sounds exulting our Angolan culture, in the musicality that is this country. This is a tribute to our elders, who took the Angolan music to another level, with distinction and success overseas, and to the younger generation gaining pace, showing that they too can do it and are willing to pursue the path and the heritage that is far from its end, for it´s emotion is found on the pursuit. To Liceu Vieira Dias, O cota Elias, Os irmãos Kafala Urbano de Castro, Os irmãos mingas, Teta Lando, Vum Vum Kamussadi, Carlos Lopes, Filipe Mukenga, Filipe Zau, David Zé and many others equally relevant.

Dar e Receber é o nome do primeiro single do Faradai desde que ele assinou pela Kongoloti Records. Conta com a participação do músico angolano Gonçalo Clington. Conta com aquela qualidade de produção que o mano Faradai já nos habituou, principalmente com a Jazzmática. Os vocals do brada Gonçalo Clington dão uma dimensão interssante ao brinde. Deixo o Helder explicar-se:
O contexto desse som inspirei-me naquela rubrica que passa sempre ao meio dia na FM stéreo entitulada ''Canta Angola'' em que passam imensos sons exultando a nossa cultura angolana na musicalidade que compõe esse país pelo que eu criei uma espécie de tributo aos nossos cotas que elevaram a outro patamar com distinção a musicalidade angolana além fronteiras e a nova geração que vem com dando passos mostrando que apesar das sementes firmes que os nossos mais velhos fizeram crescer os alicerces ao seu jeito tb vão mostrando como podem o caminho a herança e a vontade de continuar o legado que mal esta no fim da sua jornada pois a sua emoção encontra-se no seu decorrer Cotas como: Liceu Vieira Dias, O cota Elias Os irmãos Kafala Urbano de Castro Os irmãos mingas Teta Lando Paulo Flores Carlos Lopes Filipe Mukenga Filipe Zau e muitos outros
Já o verso do Gonçalo faz uma referência a nova escola e vaga de artistas que têm-se insurgido apaixonadamente pela preservação da nossa cultura inovando, reciclando e navegando outros mares na exteriorização da musica angolana. 
O conceito da fotografia que eu pretendia expor quando disponibiliza-se o som promocional pelos blogs e no fbook era simplesmente de um mais velho a dar um disco de vinil a uma criança( por aí aos seus 8 9 anos),que metaforicamente foi a altura que muitos de nós inconscientemente começaram a ganhar o interesse pela musica por influência dos nossos pais,e 20 anos mais tarde essa criança com o mesmo vinil a transmitir aquela musica mas de forma diferente que comparativamente é como nós a juventude adulta e geração dos anos 70 e 80.

Thursday, May 9, 2013

Introducing: Kongoloti Records



The Lounge's long time readers will know how much I appreciate Milton Gulli's music. The Portuguese-Mozambican musician has done some brilliant work over the years and participated in some fantastic projects and bands, including afro-beat collective Cacique '97, Dub Inna Week and Lovers Rock Inna Week, all of which are favorites of mine and have a special place here at the Lounge.

Milton Gulli's latest project is nothing more, nothing less than a full scale label. It's called Kongoloti Records and it's already starting to flex its muscles. Earlier this year one of my favorite Angolan musicians and lyricists, the talented Mr. Helder Faradai, signed for Kongoloti. Weeks later came the huge announcement: Mozambican rap's finest, mano Azagaia, had signed as well, releasing a new single to commemorate. The fact that two heavy hitters in the Lusophone music world signed for Kongoloti makes me excited of what's to come. It's like all my favorite worlds are colliding.

Milton, great job brotha. Here at the Lounge we've got our eyes on Kongoloti Records. It looks very promising...

Kongoloti in their own words:
We were intrigued by how much music from Lusophone Africa people really knew, so we started this journey to release new and established acts from this part of the world. Lusophone Africa is house to a lot of music that people rarely hear because is mostly consumed "indoors". From the traditional sounds of the north of Mozambique to the new urban tendencies sprawling on the streets of Luanda, from the slums in São Tome & Principe to the african ghettos in Lisbon, from urban to traditional, from electronic to acoustic, Kongoloti Records will always be a symbol of good and fresh music for yours ears!! Stay tuned for our first releases coming this 2013!!!


Os leitores de longa data do Lounge sabem o especial apreço que tenho pelo músico luso-moçambicano Milton Gulli. É ele a mente brilhante por trás de projectos como Cacique '97Dub Inna Week e Lovers Rock Inna week, entre outros - projectos estes que têm um espaço especial aqui no Lounge.

O mais recente projecto de Milton Gulli é nada mais nada menos que uma Editora. Chama-se Kongoloti Records e já começa a dar os seus primeiros passos. No príncípio deste ano, um dos meus músicos angolanos preferidos, o mui talentoso Helder Faradai, assinou pela editora. Semanas depois, o estrondoso anúncio: Azagaia, que está entre os meus rappers preferidos, também assinou pela Kongoloti e lançou um novo single. Dois nomes de peso da música lusófona para esta editora recém-nascida, o que nos faz adivinhar que mais surpresas estão para vir. 

Milton, estás de parabéns! Cá no Lounge, estamos de olhos postos na Kongoloti Records. A coisa promete...


Sunday, May 5, 2013

Caipirinha Lounge Cinema: Movimentos, por Aline Frazão

Vem aí o novo álbum da Aline: chama-se Movimento e sai dia 20 de maio pela Ponto Zurca. Enquanto esperamos, podemos já começar a conhecer o que promete ser um lindo trabalho. Numa colaboração com a Geração 80, a Aline brinda-nos com os primeiros de vários episódios. A ver:

Aline's second studio album is coming soon. It's called Movimento and is slated for a 20th May release on the Ponto Zurca label. Until then, we can start geting to know what promises to be a beautiful piece of work. In a collaboration with Geração 80, Aline shares with us the first two of several episodes. See below:


Aline Frazão - Movimento - Episódio #01 from Aline Frazão on Vimeo.


Aline Frazão - Movimento - Episódio #2 from Aline Frazão on Vimeo.
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