Tuesday, May 25, 2010

Ellen Oléria

Ellen OlériaHer jazz is beautiful and evocative, her voice earthy and robust, but tender. Ellen Oléria is one of the newest and most talented additions to Brazil's burgeoning MPB movement. She dabbles effortlessly between contemporary Brazilian jazz and classic MPB, but has time to try her skills at rap, funk, samba, and pop. The music she creates is an amalgam of all those different genres, sung and interpreted in her own unique style. I was introduced to her music by Keita Mayanda, who effusively sung her praises. I immediately went to search for her on Google, only to come up with nothing. It's amazing what adding .br does to Google search results when you're looking for Brazilian musicians.

Ellen burst into Brazil's music scene in 2009, with the release of her debut album Peça. It is a kaleidoscope of musical genres focusing on jazz and samba, in which she displays the full, enticing range of her voice and aural versatility. Among the standout tracks of Peça are Ato II, perhaps my favorite song on the album, Natural Luz, and Não Lugar. Gentle, swaying, jazzy tunes for those late night sessions where time moves slowly and the music sounds eternal. The emotion and feeling on these songs are contagious, for Ellen Oléria sings with soul and gusto. What a great debut into the mind and heart of Brasília's newest and most promising musical graduate.

Ato II
Natural Luz
Não Lugar

O seu jazz é lindo e faz pedir mais. A sua voz, tenra mas forte ao mesmo tempo. A Ellen Oléria é uma das mais novas e mais talentosas adições à MPB, alternando entre o jazz brasileiro, o rap, funk, samba, e pop. A música que ela cria e canta com tanto amor é uma mistura entre estes diversos estilos, sussurradas ao seu próprio estilo. Fui intrudizido a ela pelo Keita Mayanda, qeu controu-me maravilhas sobre ela. Vasculhei por ela no Google sem encontrar nada. É curioso o que adicionar uns simples .br faz às vasculhas do Google sobre cantores brasileiros.

A Ellen conquistou o seu espaço na música brasileira em 2009 com o lançamento do seu álbum Peça. É uma boa amostar da sua versitalidade com o jazz e o samba, adocicados pela sua voz. As minhas músicas neste CD são Ato II (talvez a minha preferida), Natural Luz, e Não Lugar. Brindes tenros e jazzísticos para noites longas onde o tempo quase que nem anda a música parece eterna. A emoção nestas músicas é palpível porque a Ellen canta com soul. Boa estreia de uma das promessas da música brasileira contemporânea.

Ellen Oléria on Myspace
Ellen Oléria on Last.fm

The Future / O Futuro - Part II


Since the last time I wrote a personal post about my future, much has changed. The questions remain, and the future continues to be uncertain, but at least now I have a diploma in my hands. The sublime experience of having my mother and other family members visit me from Angola was exceptional. My time in Boston was an epic journey, and some of the relationships I made there will last a lifetime. And to top it all off, it was during that time that I started Caipirinha Lounge.

But now, the future awaits. The next few months will see me travel to Luanda, where I will stay for two weeks starting next Monday, and then onwards to Cape Town and the rest of South Africa to hopefully watch some quality football. Not having to do any homework or have any worthwhile commitments will do wonders to this site...it will be like a new life was breathed unto it. I plan on coming into contact with not only quality Lusophone music but also with the people who so skillfully compose it. So without further ado, and without anymore delays, enjoy beautiful music in Portuguese, served icy cold with cachaça and lime.

Desde a última vez que escrevi um post sobre o meu futuro, muito tem mudado. As perguntas permanecem, porque sendo como são, difícilmente permanecerão caladas. Mas pelo menos, agora ja tenho um diploma em minhas mãos. Graduei-me! A experiência de ter cá em Boston a minha mãe e outros membros da minha família foi ímpar. O meu tempo em Boston, não esquecerei tão cedo. As amizades que fiz por aqui, espero que durem uma vida. E para acumular os sentimentos, foi durante os meus quatro anos em Boston que eu iniciei o Caipirinha Lounge.

Mas acabou-se a lua-de-mel, e o futuro espera por mim, impaciente. Durante os próximos meses estarei em Luanda tentando comprar vários CDs de artistas que aprecio, e disfrutando das noites deliciosas no templo que é o Elinga. Depois, irei para Cape Town para ver futebol a sério. É ano do Mundial! Como acabaram as tarefas e os trabalhos de casa, dedicarei todo meu tempo às viagens e ao Lounge. Espero, durante os próximos meses, entrar em contacto com a mais variada música lusófona e com os artistas que a compõem. Por isso, espero que vocês continuem a disfrutar de 'beautiful music in portuguese', ao sabor da inevitável caipirinha gelada. Kandandus!

-Photo: Author unknown, but I got it from AngolaBela

Saturday, May 22, 2010

340ml in Luanda!

São uma das minhas bandas preferidas. Foram entrevistados pelo Lounge, forneceram várias músicas lindíssimas ao mesmo, e Midnight é uma das melhores canções que ouvi durante o último ano. Estão em Luanda por causa de uma iniciativa do Luanda International Jazz Fest. Mais ou menos como uma previsão do que está para vir por altura do Festival.

Ontem à noite tocaram no Miami Beach, na Ilha de Luanda, e hoje tocarão no 'templo' do Elinga.

Seguramente um acontecimento a não perder...essa banda é bué.

Eu, vou os perder por uma questão de dias.

A dor é imensa.

Vocês aí em Luanda, disfrutem!

Wednesday, May 12, 2010

1 Uik Project, by Enchufada

1-Uik Project (One Week Project) is an initiative by Portugal's Enchufada label, started by the same guys who make up Buraka Som Sistema (Kalaf, Lil John, and Riot). Believe it or not, those guys have a softer, more relaxed side. It's not all hard kuduro beats. The 1 Uik Project is their stunning display of artistic diversity, proof of their musical and creative range. I’ll let them explain their project in their own words:

“Is it possible to put an album together in one week? Maybe not! But… arriving in Lisbon on a sunny August where life seems to be in slow motion, 148 minutes of conversations with the artist Berry Bickle recorded on minidisk, beats rolling, rimes flowing and a brand new jazz bass, were enough reasons to try. Kalaf and Lil’John decided to start a one-week musical journey to create 45 minutes of poetry and rhythm. To spice things up, they invited friends and guests such as Melo D, Baggi, João Gomes (Spaceboys), André Fernandes, Cyz and Dora Cruz.”

They released a striking album called Strategies of Survival, full of laid-back beats and spoken verse by Buraka’s Kalaf. Unfortunately I can’t find it anywhere. Nonetheless, below you will find video clips of two of their best songs. Brada, available for download below, features Lounge favorite Coca o FSM, while Serenata (Spring Samba) displays Kalaf’s skills as a spoken-verse poet.

Music like this is food for the soul. Alimento pr'alma, say portuguese-speakers. Enjoy the chilled out side of the Buraka boys.






Brada

O 1-Uik Project é uma iniciativa dos Portugueses da label Enchufada, os mesmos por detrás do furacão afro que é os Buraka Som Sistema. Custa acreditar, mas aqueles bradas têm uma vibe mas soft e mais íntima. Pelos vistos, para eles, nem tudo na vida é kuduro. O 1-Uik Project é sim uma bela amostra da sua versatilidade sonora e criativa. Eis o projecto nas suas próprias palavras:

“Será que é possível fazer um álbum em uma semana? Talvez não! Mas...chegando à Lisboa numa tarde ensolarada de Agosto onde a vida parece andar em câmara lenta, com uma conversa de 148 minutos do artista Berry Bickle gravada num disco, com os beats a rolarem e as rimas a fluir acompanhadas por um contrabaixo de jazz novinho em folha, tínhamos razões de sobra para tentar. O Kalaf e o Lil’ John decidaram embarcar nesta viagem de uma semana, reduzida em 45 minutos de ritmo e poesia. Para apimentarem as coisas, convidaram amigos tais como o Melo D, o Baggi João Gomes (Spaceboys), o André Fernades, o Cyz e a Dora Cruz.”

Pouco depois lançaram um segundo álbum, o melancólico Strategies of Survival, cheio de beats relaxados e ‘spoken verse’ do Kalaf. Infelizmente, não tenho em minha posse nenhum dos álbuns. Mas pelo menos, em baixo encontra dois vídeo clips dos seus dois melhores sons. Brada, disponível para download acima, conta com a participação de um dos preferidos do Lounge, o Coca, enquanto que o Serenata (Spring Samba) mostra mais uma vez a incarnação de Kalaf como poeta e não kudurista. Mesmo havendo quem diz que kuduro é poesia...


Catch the 1-Uik Project on Myspace
Enchufada Label
Kalaf's Myspace
Buraka's Myspace
Lil' John and DJ Riot on Myspace

Sunday, May 9, 2010

Late Nite Lounge Vol. 19 - Zero 7

Sia FurlerGentle summer breezes and free-flowing sunlight. Expectations and dreams, loves and desires. Dark, quiet nights and an ice cold caipirinha, sipped slowly. Her head lying on your chest. Images conjured by listening to Sia Furler croon so evocatively on Zero 7’s track Somersault, one of my favorite intimate tracks. Both the track and Zero 7 dispense introduction, as I’m sure many of you have heard it before. If you haven’t, delve into the polished, but at times earthy downtempo electronica sound of the Brits Henry Binns and Sam Hardaker, the guys behind Zero 7. They're speaking to my soul right now.

Take In the Waiting Line. The perfect sound for me these days, as graduation looms in less than a week. “Everyone’s saying different things to me.” Hopes are raised, dreams are formed. Wasting my time in the waiting line? I think not. The future is bursting with promise. Bright and expectant. Said Jack Kerouac, “Our battered suitcases were piled on the sidewalk again; we had longer ways to go. But no matter, the road is life.”

Somersault
In the Waiting Line

Brisa leve de verão e um sol brilhante, quase líquido. Sonhos e expectativas, amores e desejos. Noites silenciosas e escuras, com uma caipirinha gelada, bebida lentamente. A cabeça dela no meu peito. São imagens feitas e desfeitas na minha mente quando oiço a Sia Furler cantar tão docemente em Somersault, dos Zero 7. Uma mas canções mais intimas que conheco, intima sem querer. Esta track e os Zero 7 em si não precisam de introdução, tal é a sua popularidade a volta do mundo. Mas se ainda não conheces ou não tenhas ouvido, clica no play e usufrua do downtempo polido e sensual de Henry Binns e Sam Hardaker, os homens por detrás do Zero 7. Electronica como deve ser. Neste momento, alimentam-me a alma.

Ouve ainda a In the Waiting Line. A música perfeita para mim nestes dias tão próximos a minha tal graduação. “Everyone’s saying different things to me,” canta ela. Esperanças nascem, sonhos crescem. “Wasting my time in the waiting line?” Nem por isso. O futuro está repleto de promessa. A vida me espera. Como disse o Jack Kerouac, “as nossa malas estavam amontuadas no passeio, outra vez: tinhamos longos caminhos por percorrer. Mas não importa, a estrada é a vida.”


-Photo: Sia Furler, by Laubarnes

Caipirinha Lounge on Last.fm

Oh wow! I've only now started using Late.fm...call me a late adopter. I am still trying to get to grips with the site but it's like an exciting marriage between all the best aspects of Pandora, this blog, and radio (from the time when it used to be worth listening to). I'm rediscovering artists I already posted about, and I even added a new word to my vocabulary: scrobble. Huge smile on my face right now. Thanks DJ Nunas.

http://www.last.fm/user/CaipLounge

Demorou, mas finalmente estou lá. Finalmente comecei a usar o Last.fm. Ainda estou a descobrir como se usa este lindo website, mas já consegui descobrir algumas coisas. Nem consigo perceber porque é que só hoje é que estou a dar conta disto! Encontro num só lugar todos os melhores aspectos do Pandora, deste blogue, e até da rádio normal. Ai como a net é boa. Estou a ouvir com outros olhos artistas já conhecidos, descobrindo ainda mais música...e até aprendi uma palavra nova: scrobble. Obrigado DJ Nunas.

Saturday, May 8, 2010

Kizomba Saturdays Vol. 5 - Irmãos Verdades

About Kizomba Saturdays: Saturday has always been a day of kizomba. Living in Luanda, there was always a boisterous neighborhood party to go to on a Saturday night, where we would exhaust ourselves dancing kizomba after kizomba, waiting for that special tarraxinha to come on so that we could go slow dance with that girl we have a crush on. Even during the day, the aunts or cousins would put on an album while they cleaned or cooked, dancing spontaneously on the quintal (backyard) while the beans cooked and the fish grilled. I find myself keeping the tradition alive here in the States, where come the weekend I invariably play kizombas, even though I have no one to dance with. I figured I’d bring that tradition here to the Lounge: Kizomba Saturdays.

I still get goosebumps when I listen to Irmãos Verdades. It’s an intense nostalgia, difficult to put into words. Before I was even born they were already a band of sorts, as dancers in Raul Indipwo’s Duo Ouro Negro. A couple of years later, Gaby, Luis, Alex, and Nando break away from the Duo and form their own band, the much beloved Irmãos Verdades, and they play on until this day. All members from the band are Angolan, except for Gaby, the lead vocalist featured on the photo above, who hails from Cape Verde. The Irmãos Verdades have gone Gold and Platinum throughout the Lusophone world, making them one of the most successful and respected band among Portuguese speakers, shattering borders and uniting the Lusophone world through their hypnotizing brand of romantic kizomba.

Isabella and Amar-te Assim are two of the most well known songs by this band. They’ve become anthems in their own right, especially Amar-te Assim. Incidentally, it’s one of the most romantic songs I know, and I’ve been playing it since it came out, around 2001. Isabella is a lovely, heartfelt tribute to a woman of the same name, and it’s sweetly addictive. Whenever I play it, I can’t play it just once. The lyrics of both these songs display a plethora of ways to say you’re in love in Portuguese; if you’re in that kind of mood, Irmãos Verdades is for you. Or, if you’re just now getting into kizomba, this is a great intro band into the world of vintage Angolan kizomba, the type of kizomba that has withstood the tests of time. A must for any Angolan music fan or anyone looking to learn more about contemporary Angolan music.

Happy Kizomba Saturday.

Amar-te Assim
Isabella


Sobre o Kizomba Saturdays: Para mim, sábado sempre foi um dia de kizomba. Na banda (Angola), sábado à noite há sempre uma festa de quintal para se ir dançar kizomba ao nosso bel prazer, dançar até as pernas começarem a estremecer de cansaço, dançar até vir aquela tarraxinha que estavamos à espera, e aí sim, podemos parar de dançar e em vez tarraxar com aquela mboa que nos estava a olhar a festa toda. Coisas da banda. Mesmo durante o dia, as tias e as primas botam um CD na aparelhagem com aquelas kizombas que param multidões, e enquanto o feijão ferve e o cacusso grelha, são várias as danças espontâneas no quintal entre primo e tia, sobrinho e irmã, convidado e pato. Porque patos há sempre, até para o almoço de sábado. Aqui nos States, tento, teimosamente, manter a tradição. Acordo aos sábados e boto kizomba na aparalhegam. Meus roommates só me olham. Ja estão habituados. Danço com a vassoura, afinal elas existem para quê? Decidi então trazer este hábito para o Lounge: Kizomba Saturdays. Para atenuar a saudade da banda.

Ainda apanho calafrios quando oiço os Irmãos Verdades. Sinto uma nostalgia intensa, díficil de descrever. Antes de eu nascer já eles dançavam para o Raul Indipwo e os Duo Ouro Negro; alguns anos mais tarde, o Gaby, o Luis, o Alex e o Nando decidiram mudar de ares e fundaram a sua própria banda, os muito amados Irmãos Verdades. Tocam até hoje, para o nosso delírio. Todos os membros da banda são angolanos, menos o vocalista principal, o grande Gaby. Os Irmão Verdades fazem grande sucesso pelo mundo lusófono, onde são disco de ouro e platina em países como Portugal e Moçambique. Ajudaram a compartilhar a cultura lusófona e a derrubar quaisqueres barreiras existentes entre os nossos países irmãos. Sãotomense ou português, angolano ou caboverdeano, todos se rendem ao kizomba romântico desta banda.

Isabella e Amar-te Assim são duas das minhas prefereidas canções deste grupo. Se tornaram verdadeiros hinos, principalmente Amar-te Assim, que é talvez a sua música mais conhecida. É uma das músicas mais românticas que conheço, e a toco desde que saiu em meados de 2001. Por outro lado, Isabella é uma música linda, um tributo condigno à mulher do mesmo nome. Sempre que a toco, não consigo fazê-lo só uma vez. Tenho que a repetir. A letra destas duas canções é uma maneira bonita de declarar o amor, e se o leitor está a alimentar este tipo de pensamentos, estas músicas serão uma fonte de inspiração. Para quem quiser aprofundar o seu conhecimento de kizomba, esta banda é um excelente ponto de partida. Ainda porque os manos mesmo não mostram sinais de abandonar a carreira.

Feliz Kizomba Saturday para vocês, e espero que estas duas músicas ajudaram a matar saudades de tempos idos.


-Photo: Album cover of this band's epic live concert in Lisbon

Irmãos Verdades Official website
Irmãos Verdades on Amazon and iTunes

Entre Dos Aguas, by Paco de Lucía

Paco de LuciaWhen you notice the title of this particular post, you’ll realize that the song featured in it isn’t Lusophone, due to its obvious Spanish spelling. However, its Spaniard author, the virtuoso flamenco guitarist Paco de Lucía, has Lusophone blood on his veins because his mother is Portuguese. Born Francisco Sánchez Gómez, Paco took up the name ‘de Lucía’ in honor of his mother, Lucia Gomes. The cancion posted below is a testament to Paco de Lucía’s brilliance as an accomplished flamenco guitarist. Entre dos Aguas is the perfect complement to a stroll through Boston’s sunlit avenues and side streets on this fine late spring day, although the poetic, mesmerizing way he strums his guitar could be a backdrop to a perfect afternoon stroll anywhere. It's a popular song on the Cafe del Mar compilations. Of all the places I’ve visited, perhaps the multilayered Entre dos Aguas goes best with the expressive streets of Malasaña in Madrid or the cobbled streets of Palermo Soho in Buenos Aires. Press play below and see where the Aguas take you.

Entre dos Aguas

Quando reparar no título deste post, de certeza que reparará que a música aqui destacada não é lusófona. Afinal de contas, Ente dos Aguas só pode ser escrita espanhola. Mas o autor deste tema, o grande guitarrista espanhol de flamenco, Paco de Lucía, tem sangue lusófono nas veias: a sua mãe é portuguesa. Nascido como Francisco Sánchez Gómez, o de Lucía que ele anexou ao Paco fê-lo em homenagem a sua mãe, Lucia Gomes. A cancion destacada acima é um exemplo sublime do talento invejável do Paco de Lucía, pintor de flamencos. Entre dos Aguas é o companheiro sonoro perfeito para uma caminhada pelas ruas e ruelas de Boston num dia ensolarado e ‘mediterrâneo’ como este que se fez sentir cá hoje. Mas a maneira poética e cativante que o Paco de Lucía toca a guitarra pode servir de banda sonora a qualquer passeio ensolarado por qualquer parte do mundo. É uma música comum nas compilações do Café del Mar. Na minha mente, entre todos os lugares que tive o privilégio de visitar, talvez esta canção soa melhor andando pelo bairro de Palermo Soho, em Buenos Aires, ou por Malasaña em Madrid. Carregue no play para descobrir aonde o Entre dos Aguas o levará.

-Photo by der_makabere

Paco de Lucia Official webpage
Paco de Lucia on Amazon

Friday, May 7, 2010

Frei Fado D'el Rei

Frei Fado D'el Rei
They’re from Porto, Portugal’s second city, and their sound is like a waft of centuries past. It’s a blend of medieval rhythms with popular Portuguese music, interspersed with a colorful acoustic guitar strumming out flamenco rhythms. What strikes me about this sound is how much its rooted in Portugal’s musical past and how melodic it is. Classical Portuguese folk music. The group have been around for years, as they were founded in 1990. Naturally, Frei Fado D'el Rei reminds me a bit of Madredeus, and it might be a bit unfair to compare the two. But nonetheless I still wonder how they’re nowhere near as well known, even by their fellow Portuguese in Lisbon, Philip Graham tells me. And their lead singer is a lovely songstress named Carla Lopes, who boasts a beautiful singing voice that complements the excellent instrumentals.

The three songs posted here are from the album Frei Fado D'El Rei Em Concerto. Viagem do Verso, De Amor e Saudade, and Perdido ao Acaso. Frei Fado have a newer album out in stores right now called Senhor Poeta, a tribute to Portuguese poet José Afonso. I haven’t yet had a chance to listen to it, as I only learned of this group’s existence today. I have to say though, I am glad I did. Viagem do Verso is the standout track; click play on it below.

Viagem do Verso
De Amor e Saudade
Perdido ao Acaso

São do Porto, cidade fantástica. E a sua música respire ares de tempos longíquos. É uma mistura de sons mediévais com música popular portuguesa, colorida por uma alegre guitarra acústica que gosta de cantar flamenco. O que mais me agrada nestas músicas é quão melódicas são e como estão ligadas ao passado sonoro de Portugal. Os Frei Fado D’el Rei são um grupo há duas décadas, tendo sido formados em `1990. Naturalmente, é fácil comparer-los aos Madredeus. Talvez não justo, mas definitivamente fácil. Mas mesmo assim, é díficil perceber como a linda voz da vocalist deste grupo, a Carla Lopes, não é mais conhecida pelo mundo lusófono. Segundo o Philip Graham, que me sugeriu esta banda, nem mesmo muitos lisboetas os conhecem. E até hoje, nem eu!

As três musicas postadas aqui são do seu album Frei Fado D’el Rei Em Concerto. Viagem do Verso, De Amor e Saudade, e Perdido ao Acaso são os seus nomes. Os Frei Fado têm outro alum recentemente lançado, de nome Senhor Poeta, que é um tributo ao poeta português José Afonso. Ainda não tive a chance de o ouvir, mas quando isto acontecer, com certeza que irão ler sobre o evento neste espaço. Por agora, fiquem com Viagem do Verso, a melhor música das três.

-Photo by dublju

Frei Fado on Myspace
Senhor Poeta on Amazon

Tuesday, May 4, 2010

Entre mim e o eu, by Leonardo Wawuti

There are some CDs that grow on you. You listen to them the first time and they sound good, but they don’t grab you. Then you pick the CD up three months later and it’s like a revelation. You suddenly find a track that you didn’t pay attention to the first time or that you skipped over. The lyrics take on new meanings. The beats sound fresher. That’s what is happening with me and Ltrospectivo, by Leonardo Wawuti. Specifically the song 'Entre mim e o eu'. I have to say this might be one of the most underrated CDs on the Angolan music scene, and it’s a shame that Leonardo Wawuti hasn’t followed it up with another solo album. However if you do want to hear more of him, just wait around until the end of May, when Conjunto Ngonguenha, of whom Wawuti is a part of, release their second album.

‘Entre mim e o eu’ is a song about rising up to the challenge. It’s a song about being true to yourself and seizing your future. It resonates strongly at this point of my life. Even if you don’t speak Portuguese, I hope you’ll enjoy its flow and rhythm.

Entre mim e o eu

“Chegou a hora, abro a porta e vou pra fora
Cara a mostra na capa da minha obra
Pra quem ouve a cena e gosta
Momento de assumir, de deixar de fugir,
Adeus ao pseudónimo
Retiro-me do meu anónimo.”

Há CDs que melhoram com o tempo. Ou talvez não seja o CD que melhorou, mas sim a nossa maneira de o apreciar. Ouves um CD pela primeira vez e soa-te bem, mas não te consome. Três meses depois, pegas no mesmo CD, e é como se fosse uma revelação. De repente a faixa número dois tem outro significado. Ou então, descobres uma música que à primeira, não ouviste com atenção. É essa uma das várias belezas da música, e é o que aconteceu comigo e com o Ltrospectivo, do Leonardo Wawuti. Recentemente tenho estado a ouvir o CD com mais atenção, em particular a som ‘Entre mim e o eu.’ Continuo a pensar que o Ltrospectivo é um dos CDs mais ‘underrated’ no mercado sonoro angolano, e pena que o Wawuti ainda não saiu com o seu segundo trabalho à solo. Mas prontos, quem quiser ouvir mais Wawuti, basta comprar o segundo album dos Conjunto Ngonguenha, que sai no fim deste mês em Luanda.

Acima está um dos meus versos preferidos desta música. Sendo que quem está a ler esta versão fala português, não tenho necessidade de explicar o conteúdo da música. Vou deixar ela falar por si...assim, cada um de nós pode extrair o siginicado que queira.

Monday, May 3, 2010

Destino Maior: Amar, by Carlos Martins feat. Mayra Andrade

I woke up today to find it in my inbox, and while the sunlight enters triumphantly through my windows, bathing my room in a vibrant glow, I want to hear nothing else. I’m talking about the song Destino Maior: Amar, by the Portuguese saxophonist and jazz virtuoso Carlos Martins, featuring the lovely Mayra Andrade and her slightly raspy, slightly intoxicating, wholly sensuous voice. I was just today introduced to Carlos Martins’ music by that good man Philip Graham, and hopefully in a couple of weeks I’ll have more info on Carlos Martins, as well as more music by him. For now, you can read a bit more about him on this website (Portuguese only), and peruse his album Do Outro Lado on Amazon, whence comes this beautiful jazz sound made sweeter by Mayra. Here’s to hoping it brightens up your Monday, as it has mine.

Destino Maior

Chegou-me hoje pela minha caixa de correio electrônico, e enquanto o sol entra deslumbrante pelo meu quarto, encharcando-o de luz e vitalidade, não quero ouvir outra coisa. Estou a falar da canção Destino Maior: Amar, do saxofonista português Carlos Martins e com a participaçao muito especial de Mayra Andrade e a sua voz rouca e aconchegante. Só hoje soube algo acerca do saxofonista e compositor Carlos Martins, por intermédio do escritor Philip Graham. Espero que em duas semanas saberei um pouco mais sobre o Carlos e quiça poderei falar e disponibilizar um pouco mais da sua bela música. Por agora, podem ler acerca deste artista neste website, e petiscar o seu album Do Outro Lado, onda aparece a canção acima, no Amazon. Espero que esta combinação Mayra – Carlos Martins tenha abrilhantado a vossa segunda-feira, como abrilhantou a minha.

Late Nite Lounge Vol. 18 - Menahan Street Band

Menahan Street BandSunday night. Still 80 degrees (30 Celsius) outside. Water crisis in Boston, as one of the main pipes serving the city has ruptured. The water in the greater Boston metropolitan area has been rendered undrinkable unless boiled. Angola style. But there is cachaça in the fridge. And limes in the pantry. And a lot of crushed ice leftover from a recent dinner party. If there was ever an excuse to drink a caipirinha, this might be the best one. Even if the water is drinkable in your city, make a Sunday night caipirinha anyways and join me in sipping it, slowly. Put Menahan Street Band on your stereo, and let it consume you.

Menahan Street Band is an American ensemble featuring musicians from about four different bands, all collaborating to make jamming afro-beat, jazz, funk, and soul tunes that are heavy in rhythm and brass. They are perhaps well known as being ‘that band that Jay-z sampled’ in the track Roc Boys, featured in American Gangsters (search for Menahan’s song ‘Make The Road by Walking’), and their song ‘The Traitor’ was sampled by Kid Cudi in Solo Dolo (Nightmare).

The three songs featured on this post are a bit more summery, rich in brass, and light in mood, except perhaps Karina. Home Again! has a beautiful melody while Montego Sunset has a tropical feel to it, reminiscent of Jehro’s Shantytown Carnival. Lastly there is Karina, a slightly more sensual, jazzy, moody track that’s still instantly recognizable as a Menahan tune.

Home Again!
Montego Sunset
Karina

É noite de domingo. Lá for a faz calor, cerca de 30 graus. Há uma crise de água potável em Boston que faz lembrar Luanda nos tempos da guerra. Por causa de uma ruptura na canalização mais importante da cidade, a câmara viu-se forçada a usar água de reserva, que não é tratada. Está sendo engraçado ver os americanos a ferverem a sua água antes de poderem beber-la. Mas engraçado ainda é que há cachaça no congelador. E gelo. Para não falar da lima na prateleira. Se alguma vez exisitiu uma razão para beber caipirinha em detrimento de água, aí está ela. Mesmo se na sua cidade a água continua potável, faz uma caipirinha para me acompanhar. E põe os Menahan Street Band a tocar no stéreo, que a noite ainda só começou.

Os Menahan Street Band são um grupo americano composto por membros de quatro bandas diferentes. Todos eles colaboram para criar o seu estilo de música peculiar, uma fusão de afro-beat, jazz, funk, e soul à base de instrumentos de sopro tais como o saxofone e a trompeta. Vários rappers, entre eles o Jay-Z e o Kid Cudi, ‘samplaram’ recentemente músicas deste grupo. O Jay-Z fê-lo com Roc Boys, em que samplou Make The Road by Walking dos Menahan, e o Kid Cudi fê-lo com Solo Dolo (Nightmare), em que samplou o tema The Traitor.

As três musicas aqui destacadas são um pouco mais alegres e acompanham melhor o verão que rapidamente se aproxima de Boston. Home Again! tem uma linda melodia, enquanto Montego Sunset tem uma aura tropical que faz lembrar Shantytown Carnival do Jehro. Por fim temos a Karina, que é um pouco mais sensual, mais jazzy, mais ‘moody’, mas que mesmo assim é logo reconhecida como uma música dos Menahan Street Band.


-Photo by Leefa Leefa Leefa

Sunday, May 2, 2010

Ainda Sobre os do Conjunto: Ngonguenha 2010 Teaser

Vou deixar o video falar por si... :D

Kizomba Saturdays Vol. 4 - Preta da Guiné

Kizomba SaturdaysAbout Kizomba Saturdays: Saturday has always been a day of kizomba. Living in Luanda, there was always a boisterous neighborhood party to go to on a Saturday night, where we would exhaust ourselves dancing kizomba after kizomba, waiting for that special tarraxinha to come on so that we could go slow dance with that girl we have a crush on. Even during the day, the aunts or cousins would put on an album while they cleaned or cooked, dancing spontaneously on the quintal (backyard) while the beans cooked and the fish grilled. I find myself keeping the tradition alive here in the States, where come the weekend I invariably play kizombas, even though I have no one to dance with. I figured I’d bring that tradition here to the Lounge: Kizomba Saturdays.

Reader response required! To finally put the Kizomba Saturdays series up to date, I chose the beautiful kizomba Preta da Guiné, but have no idea who the singer is. I am hoping that the Lounge’s readers in Portugal, Angola, Cape Verde, or elsewhere can shed some light on this most unfortunate issue. Hopefully “Preta da Guiné” is the actual name of the song. I remember Preta da Guiné from quite a few years back, when it used to play all over Luanda. I specifically remember hearing it on one of the December vacations I took in Angola, and promptly bought a version of the song on the streets. All it said was that the singer’s name was António. Never have I been able to verify the song’s actual name and artist, and countless searches on Google have proven ineffective. It’s a kizomba I love however, and without even knowing the veracity of the author’s name, or any other song of his, I commend him for this one kizomba. For all it’s worth.

Preta da Guiné

Sobre o Kizomba Saturdays: Para mim, sábado sempre foi um dia de kizomba. Na banda (Angola), sábado à noite há sempre uma festa de quintal para se ir dançar kizomba ao nosso bel prazer, dançar até as pernas começarem a estremecer de cansaço, dançar até vir aquela tarraxinha que estavamos à espera, e aí sim, podemos parar de dançar e em vez tarraxar com aquela mboa que nos estava a olhar a festa toda. Coisas da banda. Mesmo durante o dia, as tias e as primas botam um CD na aparelhagem com aquelas kizombas que param multidões, e enquanto o feijão ferve e o cacusso grelha, são várias as danças espontâneas no quintal entre primo e tia, sobrinho e irmã, convidado e pato. Porque patos há sempre, até para o almoço de sábado. Aqui nos States, tento, teimosamente, manter a tradição. Acordo aos sábados e boto kizomba na aparalhegam. Meus roommates só me olham. Ja estão habituados. Danço com a vassoura, afinal elas existem para quê? Decidi então trazer este hábito para o Lounge: Kizomba Saturdays. Para atenuar a saudade da banda.

Preciso da vossa ajuda caros leitores! Para finalmente pôr em dia os Kizomba Saturdays, escolhi a linda canção Preta da Guiné. Mas tenho um pequeno problema: não faço ideia de quem será o cantor desta melodia! Espero que os leitores do Lounge espalhados pelo mundo, mais concretamente em Portugal, Angola, ou Cabo Verde, me possam elucidar. Também espero que Preta da Guiné seja realmente o título deste tema. Lembro desta música desde a muito tempo. Julgo que a primeira vez que a ouvi foi durante umas férias de Dezembro passadas em Luanda, e esta música tocava em todo sítio. Creio que, de tanta ansiedade, comprei a música na rua, e o nome que constava na capa era de um tal “António”. Não podendo na altura comprovar a veracidade deste facto, fiquei a conhecer a música assim mesmo: Preta da Guiné, por António. Nem as pesquisas no Google surtiram efeito. Todavia, é uma kizomba que aprecio e que trás saudade. E mesmo não conhecendo o seu autor, só posso lhe dizer obrigadão por tão bela kizomba. Talvez um dia o meu obrigado chegará a ele...

Conjunto Ngonguenha's new album out May 30!

Nos os do ConjuntoThe brothers over at Wakuti Música have announced that Conjunto Ngonguenha’s new album, Nós os do Conjunto, is coming out in Luanda on May 30th, a day before I arrive on the Kianda’s city. A lot has been said about this album, some of it here, and I can’t wait for it. Ngonguenha sempre!

Os manos da Wakuti Música anunciaram a dias que o novo album do Conjunto Ngonguenha tem lançamento previsto para o dia 30 de Maio, em Luanda. É só um dia antes de eu chegar as terras da Kianda, por isso estou com os dedos cruzados para que a cena não esgote! Muito tem sido dito acerca deste grupo e deste album, e é com muito agrado que leio esta notícia. Ngonguenha sempre!

Paulo Flores no Cape Town International Jazz Festival

This short video by TV Zimbo highlights the performance of one of my favorite angolan singers, Paulo Flores, at the recently concluded Cape Town International Jazz Festival, of which the angolan multinational Ritek Empreendimentos was the Gold Sponsor. Força Paulo Flores, and kudos to Ritek! Now anxiously awaiting the 2nd edition of the Luanda International Jazz Festival, happening July 30 - August 1 of this year. More details on that later.

Este pequeno clip da TV Zimbo destaca a performance do grande Paulo Flores no recém terminado Cape Town International Jazz Festival, que teve o patrocínio da empresa angolana Ritek Empreendimentos. Kandandus ao Paulo Flores e a Ritek, que entre os dias 30 de Julho à 1 de Agosto organizará a segunda edição do Luanda International Jazz Festival. Mais detalhes em breve!

Kizomba Saturdays Vol. 3 – Zeca Nha Reinalda

Kizomba SaturdaysBelow, the second Kizomba Saturday that I owed you. It’s an exceptional one…

About Kizomba Saturdays: Saturday has always been a day of kizomba. Living in Luanda, there was always a boisterous neighborhood party to go to on a Saturday night, where we would exhaust ourselves dancing kizomba after kizomba, waiting for that special tarraxinha to come on so that we could go slow dance with that girl we have a crush on. Even during the day, the aunts or cousins would put on an album while they cleaned or cooked, dancing spontaneously on the quintal (backyard) while the beans cooked and the fish grilled. I find myself keeping the tradition alive here in the States, where come the weekend I invariably play kizombas, even though I have no one to dance with. I figured I’d bring that tradition here to the Lounge: Kizomba Saturdays.

Zeca Nha Reinalda’s Segunda is one of those epic dance-floor bangers. Sang mournfully and intensely by one of Cape Verde’s most iconic and prolific singers, Segunda is an enticing fusion of funaná and kizomba that is bursting with rhythm and soul. The effort that Zeca Nha Reinalda put into this song is noticeable, especially by those who grab on to their partners and dance across the dance floor to the sound of it. This kizomba is sung in Cape Verdean creole, and Portuguese speakers will recognize several words from it. What I particularly like about this song is the interplay between its funaná and kizomba elements – the accordion gives it an interesting and melodic accent and that beautifully complements not only the kizomba rhythm but also Zeca’s tender lyrics. “Segunda…

Segunda

Eis a outra Kizomba Saturday que vos estava a dever. Disfrutem, mas melhor ainda, dancem!

Sobre o Kizomba Saturdays: Para mim, sábado sempre foi um dia de kizomba. Na banda (Angola), sábado à noite há sempre uma festa de quintal para se ir dançar kizomba ao nosso bel prazer, dançar até as pernas começarem a estremecer de cansaço, dançar até vir aquela tarraxinha que estavamos à espera, e aí sim, podemos parar de dançar e em vez tarraxar com aquela mboa que nos estava a olhar a festa toda. Coisas da banda. Mesmo durante o dia, as tias e as primas botam um CD na aparelhagem com aquelas kizombas que param multidões, e enquanto o feijão ferve e o cacusso grelha, são várias as danças espontâneas no quintal entre primo e tia, sobrinho e irmã, convidado e pato. Porque patos há sempre, até para o almoço de sábado. Aqui nos States, tento, teimosamente, manter a tradição. Acordo aos sábados e boto kizomba na aparalhegam. Meus roommates só me olham. Ja estão habituados. Danço com a vassoura, afinal elas existem para quê? Decidi então trazer este hábito para o Lounge: Kizomba Saturdays. Para atenuar a saudade da banda.

Segunda, pelo Zeca Nha Reinalda, é daquele tipo de kizomba que enche a pista de dança, sempre. Cantada tenramente e com muito sentimento por um dos mais conhecidos e mais prolíficos artistas caboverdeanos, Segunda é uma fusão gratificante de funaná e kizomba, uma fusão cheia de ritmo e soul. O esforço que o kota Zeca faz a cantar esta música não passa despercibida pelos muitos corpos interlaçados que deslizam pelo salão sempre que esta músia toca. É uma kizomba cantada em crioulo caboverdeano, e qualquer pessoa que se expresse em português não terá dificuldades em perceber um pouco da letra. O que mais gosto neste ‘brinde’ é a interactividade entre os elementos do funaná e a kizomba - o acrodião do funaná empresta uma melodia interessante ao ritmo da kizomba, dando lhe um ligeiro acento que vai muito bem com a voz do kota Zeca. “Segunda...”
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