Sunday, October 25, 2009

A Journey Through Keita Mayanda's Mind

Keita MayandaThere are two important trends in contemporary Angolan music today: the intra and international proliferation of Kuduro and the maturity and expansion of conscious Angolan hip-hop. The concious hip hop movement is alive and well throughout the country, and it is truly a work of quality. Names such as Kool Klever, MCK, Leonardo Wawuti, Ikonoklasta, and even the young and promising CFKappa are synonymous with that brand of hip hop that forces you to think about something in a different way, to see an issue in new light. But another name that I was not as familiar with, and one whose album was perhaps the one that touched me the most, is Keita Mayanda.

My older brother and some of my cousins that are a lot more immersed and in the know about current Angolan hip-hop culture have long been singing this man’s praises. Until recently I had never heard more than one or two songs of Mayanda’s, although I have always liked his verses on MCK’s or Ikono’s albums, of which he is a frequent participator. When I finally got my hands on O Homem e o Artista (The Man and The Artist), his debut album, it was like reading the verses of a poet, in aural form. The man is clearly gifted. The album grabs you from the Intro to the Outro – the intro itself is a beautiful piano melody with a beat in which Keita employs the spoken word to let flow his thoughts on Man and Artist, saying that “the artist is an imitation of God, because God is a creator…an Artist only IS because he creates.”

O Homem e o Artista is a deeply introspective album, at times sad and disillusioned, but always retaining a certain, cautious measure of hope and love. It includes cameos by his good friends MCK and NK, among others. The first track featured here, Existência, is a mellow tune which is sort of like the magnus opus of Mayanda’s mind, a track full of the type of hard questions every human asks themselves, as well as numerous bits of wisdoms and sayings. “The sky is not the limit, the limit is ourselves…It is only when we stop dreaming that we die,” he raps. “Nobody enters life with an instruction book,” he continues later on. It was inevitable that Keita would do an album without his good mate Ikonoklasta, and the two sample American doo-wop and soul group The Four Tops’ single, A Simple Game, for the track Falso Orgulho. It’s a searing attack on the two major political forces in Angola and how they have let down their people, as well as a larger critique on the rampant hypocrisy in world politics, terrorism, and war.

Lastly there is A Idade da Razão, a melancholic rap with its haunting piano loop and arrestingly poetic chorus in which Mayanda both whispers and raps about the passage of time. It’s perhaps Keita at his most introspective, where he talks about how and why he is a bit disillusioned with how the passage of time has treated him, and what he is looking for now and in his life’s future. This is one of those albums you have to listen to several times until it slowly starts to sink in, because there is so much said here, so many witty one liners and anecdotes, that a single sampling is nowhere near enough. Hopefully Mayanda has a another album coming out sometime soon…I want another window into this man’s mind.

Existência
Falso Orgulho (Pt.2) feat. Ikonoklasta
A Idade da Razão

Uma Viagem Pela Mente de Keita Mayanda

Tenho notado duas importantes tendências na música contemporânea angolana hoje em dia – a proliferação nacional e internacional do kuduro, e o constante crescimento do movimento underground de rap consciente e distinctamente angolano. O movimento de rap consciente em angola está mais saudável que nunca, e os artistas que este movimento produz estão a fazer trabalho de qualidade. Nomes como Kool Klever, MCK, Leonardo Wawuti, Ikonoklasta, e ate mesmo o estreante e jovem CFKappa ja começam a ser sinónimos do que os americanos chamam de ‘conscious hip-hop’, do tipo Common e Kid Cudi. O rap que estes artistas fazem requer o uso do cerébro – da que pensar. São trabalhos verdadeiramente poéticos, em vez de mesquinhices sobre rabos grandes e outras banalidades, o que Valete chama de “Pop Rap”. Mas voltando ao assunto, outro artista sonante deste abrangente movimento, um nome com o qual eu não estava devidamente familiarizado, é um tal de Keita Mayanda.

O meu mano mais velho e alguns dos meus primos ha muito que ja estavam a curtir os raps do Keita Mayanda, fruto do seu maior conhecimento do dia a dia do hip hop angolano. Eu somente tinha ouvido algums estrofes do Ketia por intermédio dos cds de MCK e do Ikonoklasta que eu tenho a vários anos, e sempre gostei das suas participações nos discos dos kambas dele. Mas foi so quando eu finalmente obtive o primeiro cd dele, O Homem e o Artista, que finalmente tomei o devido conhecimento sobre a poesia de Keita Mayanda. É que o album é um livro de poemas, e depois um trabalho de hip-hop, sebem que há quem diga que os dois são a mesma coisa. Este homem, sim senhora, percebe do rap e da vida. O album é bom desde o Intro ao outro, e a intro é uma das melhores que ja ouvi. Aquela melodia triste com o piano é captivante, e os seus versos ainda mais. “O artista é uma imitaçao de Deus,” diz ele, “porque Deus é criador. O artista so É porque cria.”

O Homem e o Artista é um album bastante introspectivo, ás vezes triste e desiludido, mas sempre mantendo uma vertente de esperança no futuro e amor pela vida. Inclui participações dos grandes kambas de Mayanda, como MCK e o NK. A primeira faixa postada aqui, intitulada Existência, é um rap calmo que expressa mutio bem o que vai na cabeça do Keita, é como um magnus opus dos seus mais verdadeiros pensamentos acerca da vida. Esta cheio de dizeres sábios e perguntas díficeis, como por exemplo “o céu não é o limite, o limite somos nós mesmo; é quando deixamos de sonhar que morremos.” Também gostei muito da frase “ninguém vem a vida com um manual de instrução.” E como não podia de ser, o Keita Mayanda não ia fazer um album sem a participação do seu amigo das brincadeiras dos tempos do Conjunto Ngonguenha, o Ikonoklasta. Na faixa Falso Orgulho (Pt. 2), os dois ‘samplam’ um som dos Four Tops, grupo de doo wop e soul americano, chamado A Simple Game, e nele lançam uma forte crítica as duas principais forças políticas lá da banda e o seu desprezo pelo povo que os “elege”, e criticam tambem as grandes hipocrisias no mundo da política, terrorismo mundial, e as barbaridades de guerras desenfreadas.

Por ultimo temos talvez o rap mais introspectivo do Keita, A Idade da Razão, um rap melancólico com um piano triste e um refrão poético onde Mayanda rapa e cochicha ao mesmo tempo sobre a passagem inévitável e nem sempre benéfica do tempo. As partes finais do som são as mais deep...”o cabelo esta a cair, a barba esta mais rija, o olhar mais cansado tambem...porque o tempo deixa as suas marcas, fora, mas dentro tambem. E as de dentro são se calhar as mais profundas.” Este é daqueles tipos de album que necessita de várias rodagems para se poder realmente absorver todas as letras deste homem/artista. Uma so rodagem não é o suficiente. Não sou minimamente religioso, mas deus queira que em breve este rapper lance mais um album...quero outra espreitadela a mente irreverente dele.

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