Tuesday, June 29, 2010

Marcela Bellas

Write about one artist, stumble on another. That's how I learned about the beautiful Marcela Bellas - DJ Nunas mentioned her after listening to and reading the post on Luísa Maita. While there are a few parallels between the two emerging MPB artists, the comparisons stop there, as each artist has her own inherently unique style. Marcela Bellas is a bright, exuberant singer that creates her own blend of MPB inspired by pop, samba, rock, trip hop, bossa nova, and dub. Her music is at times quirky, her arrangements unpredictable, and her lyricism fresh.

She titled her debut album as a question: "Will Caetano Like It?", alluding to the tastes of one of her favorite Brazilian artists, the unmistakable Caetano Veloso. Obviously I can't vouch for old man Veloso, but at least I liked Marcela Bellas, and in particular her three songs below. They range in energy and styles: Quando o Samba Quer is a cheery, playful number, while Me Leve and Por Favor are relaxed, if not subdued downtempo electronica tracks that highlight both Marcela's sensual vocal ability as well as her songwriting ability.

Quando o Samba Quer
Me Leve
Por Favor

Escreve-se sobre uma artista, descobre-se outra. Foi assim que soube de Marcela Bellas, via um comentário do DJ Nunas no post sobre a Luísa Maita. Há poucos paralelos entre estas duas artistas emergentes do MPB, já que cada uma tem um estilo diferente, único. A Marcela Bellas é uma artista leve e exuberante que criou o seu próprio sabor de MPB, um MPB inspirado pelo pop, pelo samba, o rock, trip-hop, dub, e claro, o bossa nova. A sua música é alegre, os seus arranjos imprevisíves, e o seu liricismo, refrescante.

'Será que Caetano Vai Gostar?' é como decidiu chamar o seu primeiro trabalho discográfico. Não sei se o Caetano Veloso gostou do àlbum, porque afinal de contas não conheço os gostos do Mister Veloso, mas o Lounge certamente que gostou, e muito. Em particular as três músicas acima, que variam em termos de género e vibe. Quando o Samba Quer é a Marcela brincalhona e dançante, mas Me Leve e Por Favor são mais comedidos, mais relaxantes, usando da electronica e de arranjos leves para destacar a voz linda desta cantora e as suas habilidades como escritora. "E quando for me trair, por favor escolhe uma meninas feias," diz ela em Por Favor.

Marcela Bellas Official Website - a must see
Marcela Bellas on Myspace

AM Roots Does the World Cup

To all of you that want to get into that groovy African mood because you're just feeling this World Cup in your soul, you must check out AM Roots' World Cup inspired Mix. There is one each from DJ Nunas and DJ Filipe Narciso. DJ Nunas focuses on Afro-beat and has some sublime stuff from Salif Keita, Fela Kuti, AM Roots of course, and even Shakira and Freshlyground's World Cup Anthem for good measure. It's great for those dead times in between games, to keep the energy alive. DJ Filipe's Mix is a collection of vintage kizomba tracks, if you're in that sort of mood. A trip down memory lane, if you will. Both of them flow nicely, as the song selection is top notch. Links below:

http://soundcloud.com/djnunas/coupe-dafrique-10


http://soundcloud.com/filipenarciso/filipe-narcisos-world-cup-mix-june-2010

Monday, June 28, 2010

Ex-Combatentes by Paulo Flores: Ilhas


Ilhas is the third and final installment of our aural journey through Paulo Flores' magum opus, Ex-Combatentes. He is the man of the hour, Paulo Flores - he's just completed a series of intimate concerts at Elinga Teatro and is now heading to Lisbon for a couple more. Ilhas is the third and final CD of Ex-Combatentes, and it's characterized by a rich variety of rhythms and genres, from sweeping melodic ballads to iconic sembas to Cape Verdean funana, touched up with the odd blues track and even a slow deconstructed samba featuring Mayra Andrade (featured on Caipirinha Lounge's Lusofonia Acústica). Ilhas features both Portuguese and creole, such is the abundance of songs inspired by the Luso archipelago.

Eu Quero é Paz is the bluesy track I alluded to earlier, included here because it is quite unlike any of Paulo Flores' earlier work, and it reminds me a it of Pé na Lama. Filhos da Kianda represents the island flavor of this CD and is just to damn beautiful to pass up. Gepê however, went on to become one of Paulo's most successful recent tracks, ascending to that status of Angolan party and wedding staple reserved for only the best sembas. And this concludes our trip through Ex-Combatentes, which proved to be one hell of a trilogy, to be listened to again and again.

Eu Quero é Paz
Filhos da Kianda
Gepê

Cada viagem tem o seu fim, e o CD Ilhas vem sinalizar a finalização do nosso passeio auricular pela obra da vida do Paulo Flores, a trilogia Ex-Combatentes. O kota Paulo é o homem do momento, a vir de uma recem terminada série de concertos íntimos no Elinga Teatro e agora a caminho de outra série de concertos em Lisboa. Caracterizado por uma rica variedade de ritmos e sonoridades, desde guitarras eléctricas a a sembas estrondosos a 'sambas em prelúdios' com Mayra Andrade (este último incluído na mixtape Lusofonia Acústica do Lounge), o CD Ilhas é o último dos Ex-Combatentes que teremos prazer de ouvir. Tem a distinção de ter várias músicas inspiradas por Cabo Verder, e por isso ouve-se não só português mas também crioulo.

É no Eu Quero é Paz onde podemos ouvir a tal guitarra eléctrica sobre a qual aludi, uma música blues que não tem nada a ver com que o Paulo Flores nos habituou ao longo dos anos, mas que faz lembrar Pé na Lama. Filhos da Kianda representa o espírito de ilha deste CD com as suas alusões à Kianda e a Iemanjá (será a mesma deusa, no fundo?), e é lindíssima. Mas Gepê ja se tornou mas que conhecida, tendo-se tornado uma das músicas mais bem sucedidas do kota Paulo dos últimos tempos. Ja subiu de patamar e hoje é imprescindível em qualquer boda que seja boda deste nome. E assim termina a nossa digressão pelos Ex-Combatentes, que tem provado ser uma trilogia como deve ser, pra se ouvir vezes sem fim.

Late Nite Lounge Vol. 22 - Kalaf Ângelo

Kalaf ÂngeloKalaf Ângelo is not a man to be defined at first glance, or at first listen. He's a man of different stripes, as different as they are disparate: Buraka kudurista by day, spoken word poet by night. Spoken word a bit like Nástio Mosquito. Such disparate musical expressions are not easily classifiable as having emanated from the same artist, but that's what makes Kalaf refreshing. Born in Angola but now living in Lisbon, he's one of the founders of the Enchufada Label, featured here before when I posted about the One-Week Project. Kalaf is that bespectacled man in the video letting lose with intricately-spoken verse.

I've included four Kalaf joints on this post, including the live version of his jam Sal e Cinzas. Four songs in one post is a rarity on this site but I really want you to get into the lyrics, if you happen to understand Portuguese. Each song is a journey in its own right, each a journey into Kalaf's mind. If the Portuguese language evades you, I hope at least you'll be able to vibe to the energy and rhythm of the music juxtaposed by spoken word. Especially Fuba Experience, my favorite of the quartet. It features female vocals that begin in Creole and even incorporate some basic kimbundu.

Empty Bullet
Movimento
Sal e Cinzas - Live
Fuba Experience

O Kalaf Ângelo não é homem que se define ao primeiro olhar, nem à primeira escutadela. É um homem de estilos diversos e identidades diferentes, que nem Clark Kent: kudurista dos Buraka de dia, mas quando 'tira os óculos', vira poeta do estilo Nástio Mosquito. Spoken word artist, digamos (até hoje não encontro uma tradução em português que me satisfaz). A disparidade entre um kuduro dos Buraka e o que está à mostra neste post é tanta que nem parece que provem da mesma veia criadora, mas é isto que faz do Kalaf um artista refrescante. Nascido em Luanda mas residente em Lisboa, é um dos fundadores da Enchufada Label, ja antes destacada aqui no Lounge quando falava do One Week Project.

Neste post incluo quatro brindes do Kalaf, incluindo a versão ao vivo de Sal e Cinzas, como uma espécie do bonus. Quatro sons num só post é uma raridade neste site, mas penso que o Kalaf tem que ser sentido em várias vertentes. Duas só não chegam. Carregue no play e viaja pelas letras, entra na mente do artista e vê o que encontras. Cada som é uma viagem em si. A minha viagem preferida, uma viagem ao kimbo angolano, foi Fuba Experience. De longe a mais irreverente, com uma sensualidade crua e emotiva. E uma letra que me mata.

Mi ta cre conhecê bô
Quero te respirar fundo
Vamos fazer como no Kimbo
Sentar no chão do luando...

Cola bem, qual é o mambo?
Que te deixou bem buamado?
Mas angolaram o mujimo yo
Teus olhos dizem, estas apaixonado...

Xéiê!

E mais logo o Kalaf:

Vou te dar...um kandengue...
Vou te dar...três kandengues...

Acabou comigo.

Kalaf on Myspace

Caipirinha Lounge Cinema: Lero-Lero, by Luísa Maita

Ainda na ressaca da Luísa Maita...



Still drunk on Luísa Maita...

Saturday, June 26, 2010

Kizomba Saturdays Vol. 7 - Amor, by Pérola

About Kizomba Saturdays: Saturday has always been a day of kizomba. Living in Luanda, there was always a boisterous neighborhood party to go to on a Saturday night, where we would exhaust ourselves dancing kizomba after kizomba, waiting for that special tarraxinha to come on so that we could go slow dance with that girl we have a crush on. Even during the day, the aunts or cousins would put on an album while they cleaned or cooked, dancing spontaneously on the quintal (backyard) while the beans cooked and the fish grilled. I find myself keeping the tradition alive here in the States, where come the weekend I invariably play kizombas, even though I have no one to dance with. I figured I’d bring that tradition here to the Lounge: Kizomba Saturdays.

The beloved Pérola (Jandira Sassingui) first burst into the Angolan popular music scene in the earlier this decade with the release of her debut album Meus Sentimentos, which not only garnered her a healthy following in Angola but also earned her international honors, as she was won the 2005 Kora Awards for Best Southern African Artist that year. Since then, the diva from Huambo province has never looked back. Blessed with a beautiful earthy, soulful voice, her genres of choice are kizomba and R&B, abundantly on display on her second album, Cara e Coroa. The jazzy Amor, a catchy song with a simple yet timeless message, is one of the standout songs in that CD, and today's featured kizomba.

Amor

Sobre o Kizomba Saturdays: Para mim, sábado sempre foi um dia de kizomba. Na banda (Angola), sábado à noite há sempre uma festa de quintal para se ir dançar kizomba ao nosso bel prazer, dançar até as pernas começarem a estremecer de cansaço, dançar até vir aquela tarraxinha que estavamos à espera, e aí sim, podemos parar de dançar e em vez tarraxar com aquela mboa que nos estava a olhar a festa toda. Coisas da banda. Mesmo durante o dia, as tias e as primas botam um CD na aparelhagem com aquelas kizombas que param multidões, e enquanto o feijão ferve e o cacusso grelha, são várias as danças espontâneas no quintal entre primo e tia, sobrinho e irmã, convidado e pato. Porque patos há sempre, até para o almoço de sábado. Aqui nos States, tento, teimosamente, manter a tradição. Acordo aos sábados e boto kizomba na aparalhegam. Meus roommates só me olham. Ja estão habituados. Danço com a vassoura, afinal elas existem para quê? Decidi então trazer este hábito para o Lounge: Kizomba Saturdays. Para atenuar a saudade da banda.

A consagrada Pérola (Jandira Sassingui) começou a deliciar-nos os ouvidos em príncipios desta década com o lançamento de Meus Sentimentos, seu primeiro album. Foi a parti daí que iniciou o namoro com o público angolano, sempre ávidos consumidores da sua música e da sua forma de ser. Música esta que não passou despercebida pelos nossos conterrâneos africanos da Kora, que em 2005 elegeram a Pérola como Melhor Artista da Africa Austral. Desde lá, a diva do Huambo nunca olho para trás. Portadora de uma linda voz de soul, os seus estilos preferidos são o kizomba e o R&B, duas constantes no seu seu segundo CD, Cara e Coroa. Amor é uma das melhores canções deste album, e a kizomba escolhida para hoje. É uma melodia contagiante com uma letra simples mais bonita.

Pérola on Myspace

Saturday, June 19, 2010

The Moreira Project

Moreira ProjectMoreira Chonguiça is the force behind the Moreira Project. Equal parts ethnomusicologist, saxophonist, songwriter and producer, he is Mozambique's premier jazz proponent. The Moreira Project is his band, his maximum expression in the world of jazz. Besides performing in numerous African jazz festivals, the Moreira Project has also won several South African Music Awards, including Best Contemporary Jazz Album and Best Instrumental Album for their debut, the Moreira Project Vol. 1.

Citizen of The World, Vol 2 is Moreira Project's second album and the one that I have been listening to for the past couple of weeks. Moreira plays an interesting blend of contemporary African jazz infused with Lusophone rhythms such as Brazilian samba and Mozambican marrabenta. It's the kind of jazz that you point out to your friends who think all jazz is boring and devoid of rhythm. Among my favorite tracks from Citizen of the World are Beautiful Minds and Eyes Don't Lie, both great chilled tracks that are easy on the mood and soul, and the aptly named Sambabenta. Let Chonguiça serenade you.

Beautiful Minds
Eyes Don't Lie
Sambabenta

O estimado Moreira Chonguiça é a força por detrás do Moreira Project. Ethnomusicologista, saxofonista, escritor e productor, o Moreira é um autêntico homem da música e o máximo expoente da música jazz em Moçambique. O Moreira Project é o seu projecto de vida, a sua máxima expressão no mundo de jazz. Participa anualmente em diversos festivais de jazz sul-africanos, onde é bastante bem recebido, e por isso tem ganho vários South African Music Awards, incluindo Melhor Album Contemporâneo de Jazz e Melhor Album Instrumental pelo seu trabalho de estreia, o Moreira Project Vol. 1.

Citizen of The World, Vol. 2 é o segundo album dos Moreira Project e o que eu melhor conheço. Tenho o ouvido nestas ultimas duas semanas do corre-corre entre Luanda e Cape Town, no aeroporto, ou sobrevoando as nuvens, ou enquanto leio. É uma mistura viva entre jazz africano contemporâneo com ritmos lusofonos e moçambicanos tais como o marrabenta. É aquele tipo de jazz que mostras para amigos que têm a mania que jazz é muito 'morto'. Dá-lhes uma dose disso pra ver se não mudam de ideias. Entre as minhas músicas preferidas de Citizen of the World estão Beautiful Minds e Eyes Don't Lie, duas boas canções que relaxam a alma, e a Sambabenta, que dispensa explicações. Arrebenta com o mambo, Chonguiça.

Moreira Music Online

Thursday, June 17, 2010

Luísa Maita

Luísa Maita is the perfect example to point to when discussing the constant evolution and reinterpretation of contemporary Brazilian music and the new wave of Brazilian musicians. A woman of soft sambas and sultry vocals, seductive rhythms and organic melodies, she’s one of São Paulo’s newest songstresses. Luísa Maita was brought to my attention by the good folk over at Cumbancha, a new world music label that might remind you a lot of Putumayo, even before you figure out that it was founded by Jacob Edgar, the man behind many of Putumayo’s greatest discoveries.

Luísa Maita’s life has been steeped in music, as her father was an avid musician who constantly encouraged her to sing to his bossas. As she came of age she participated in a growing number of musical collaborations, and perhaps her biggest break came when she was a featured vocalist on director Fernando Meirelle’s 2016 Rio Olympics promotional video. I like her because her music is bright and fluid. It manages to maintain its originality in the extremely congested musical environment that is Brazilian MPB. Her debut album, Lero-Lero, comes out in the US in late july, but you can listen to and download the softly acoustic and nicely written title track. It’s perfect for those slow, mesmerizing summer afternoons.

*As soon as her stellar CD comes out, rest assured there will be more Luísa Maita playing at the Lounge!

Lero-Lero

A Luísa Maita é um lindo exemplo da constante evolução e reinterpretação de música brasileira contemporânea. É parte da nova vaga de talentosos cantores brasileiros do São Paulo, e é uma cantora de sambas leves e vocais sensuais, de ritmos sedutores e melodias orgânicas. Foi a boa gente do label Cumbancha que me deu a conhecer a música da Luísa. Label esta que é muito parecida com a Putumayo, talvez por ter sido concebida por Jacob Edgar, o homem por detrás de muitas das melhores descobertas do Putumayo.

A vida da Luísa Moita sempre foi muito ligada a música. O seu pai era músico e sempre lhe encorajou a cantar nas bossas que ele compunha. Enquanto ela foi crescendo, teve uma participação cada vez mais envolvente em colaborações musicais, até que foi convidada a cantar num spot promocional do realizador Fernando Meirelles, sport este que foi usado como promoção para os jogos olímpicos do Rio 2016. Gosto dela porque a música dele é brilhante e fluida, mas principalmente porque é original. O que não é pêra fácil no congestionado mercado musical brasileiro. O seu álbum de estreia, Lero-Lero, vai para as bancas em fins de Julho. Por enquanto, pode ouvir a bonita canção que dá o nome ao álbum, perfeita para aquelas tardes longas de verão.

*Logo que saia o seu lindo CD, vão poder contar com mais Luísa Maita no Lounge!

Luísa Maita's Official webpage
Luísa Maita on Myspace

Moving...

340mlIt’s Early Morning, and the sun isn’t even up yet. We all pile into the car, destination Port Elizabeth. There’s some amicable tension in the car, as my brother and I are supporting different teams. I’m for the Elephants, while he insists on supporting the selecção das quinas. He’ll learn his lesson.

The streets of Cape Town have a surreal quality to them, bathed in that peculiar pre-dawn light. To kick off our trip on the right footing, we put on 340ml’s Moving. It’s their first album, their debut into the world. Moving is more experimental than Sorry for the Delay, and incorporates more reggae and dub than the latter. Just the vibe I needed. I’ve only recently started listening to it seriously, as before I would concentrate mostly on the ridiculously sublime track that is Midnight.

Hang on to Yourself (Rachel) and Early Morning are two that I find myself listening to again and again. And of course, just to make things extra clichéd, Early Morning is the song I played as we set out on our 8 hour trip across South Africa. It’s something I’ve wanted to do for awhile – listen to 340ml while in SA.

Hang on to Yourself
Early Morning

É demanhã cedo, e o sol ainda nem sequer se levantou. Entramos todos no carro, encosta aqui encosta ali, destino Port Elizabeth. Há uma tensão amigável no carro, porque eu vou lá para apoiar os Elefantes da Costa do Marfim, e o meu irmão, a selecção das quinas. Um dia ele aprenderá.

As ruas de Cape Town estão compreensívelmente desertas, e o céu, aquela cor estanha que sonha com o aproximar do nascer do sol. Para começar a nossa viagem em grande, botamos o Moving dos 340ml na aparelhagem. É o primeiro álbum deles, a maneira que escolheram para nos conquistar. Moving é um pouco mais experimental que Sorry for the Delay, e contem mais reggae e dub que o seu sucessor. Mesmo a vibe que estava a precisar. Só há pouco tempo é que comecei a ouvir este CD com atenção nas letras, porque antes só devorava a sério o Midnight.

Hang on to Yourself (Rachel) e Early Morning são duas músicas do álbum que oiço com frequência. E, para tornar as coisas ainda mas previsíveis, Early Morning (Manhã Cedo) é a música que touco enquanto começamos a viagem de oito horas pelas paisagens da África do Sul. É que sempre quis ouvir os 340ml no pais deles...

Tuesday, June 15, 2010

Late Nite Lounge Vol. 21 - Club Sodade

Cape Town, South Africa.

The sky is black but dotted with clouds and the road is slick with rain, but no matter, the city is gripped in the best of all fevers, World Cup fever. We don't live on the city proper so as we roll along on the highway, the city rises up in the immediate distance, and next to it, lit up with powerful lights, Table Mountain. Imposing, serene, beautiful, mesmerizing, all at once. The perfect companion for the Mother City.

On the radio plays Club Sodade, that remix CD of Cesária Évora's most memorable songs. I had first heard it a couple of years ago but immediately dismissed it as yet another case of perfectly good, organic songs bastardized by a droning club beat. But after I heard the Bondade e Maldade afro-beat remix by Osunlade played by Coca o F.S.M. last week at Elinga, on one of those slightly balmy Luandan nights atop the patio of that mythic nightspot, in the company of some good people and gazing out at the Atlantic, something clicked. And hearing it again here in Cape Town, as we entered the city, was a welcome aural experience.

Miss Perfumado, remixed by 4 Hero, is also another winning remix of Cesária's timeless songs. It has a calmer electronica feel to it, more subdued and relaxed, a bit more chilled and downtempo. They are among the only remixes that can be salvaged from Club Sodade. Cheers for my cousin Songay for searching for days for these two beauties after we heard them at Elinga.

Bondade e Maldade (Yourba Soul Mix by Osunlade)
Miss Perfumado (4 Hero Remix)

Cape Town, África do Sul.

O céu está negro mas aqui e ali ainda se encontram nuvens. A estrada está molhada por causa da chuva que à bocado passou, mas ninguém dá por isso, porque aqui a febre do Mundial está forte. Não vivemos no centro da cidade por isso sempre que nos deslocamos pra lá rolamos pela autoestrada, e a Table Moutain aparece à nossa esquerda, toda ela majestosa e imponente, reluzente por causa dos holofotes apontados em sua direcção.

Na rádio toca Club Sodade, aquele CD de remixes das melhores músicas da Cesária Évora. A primeira vez que o ouvi foi a uns dois aninhos, e não queria nada com ele. Remixes electrónicas da Cesária? Desde quando é que ele precisa de ser remixada?! Mas agora, depois de ter ouvido a magia do Bondade e Maldade (afro-beat remix do Osunlade) no lugar correcto, numa sessão de Chokolate Quente no Elinga na semana passada, com o Coca DJing, a olhar para a baâ e na companhia de muito boa gente, mudei um pouco de opinião. E agora, a ouvi-la pela segunda vez enquanto entramos para Cape Town, está delicioso.

Miss Perfumado, remixado por 4 Hero, é outra das boas remixes deste álbum. É uma música mais calma, mais relaxed, com uma vibe mais downtempo. Esta e Bondade e Maldade são das melhores remixes do álbum, porque outras não estão assim grande coisa. Obrigado ao primo Songay por ter encontrado estas músicas depois de muitas horas de procura!

-Photo by DanieVDM

Club Sodade on Amazon.com

Kizomba Saturdays Vol. 6 - Pura Ilusão, by Yola Semedo


About Kizomba Saturdays: Saturday has always been a day of kizomba. Living in Luanda, there was always a boisterous neighborhood party to go to on a Saturday night, where we would exhaust ourselves dancing kizomba after kizomba, waiting for that special tarraxinha to come on so that we could go slow dance with that girl we have a crush on. Even during the day, the aunts or cousins would put on an album while they cleaned or cooked, dancing spontaneously on the quintal (backyard) while the beans cooked and the fish grilled. I find myself keeping the tradition alive here in the States, where come the weekend I invariably play kizombas, even though I have no one to dance with. I figured I’d bring that tradition here to the Lounge: Kizomba Saturdays.

After a forced absence of over a month, Kizomba Saturdays returns on...a Tuesday. I wanted to dedicate my 300th post to the sensuality of Angolan Kizomba, and no songstress embodies that sensuality better than Yola Semedo. She is coming out with a new album titled Minha Alma on June 19th at Praça da Independência in downtown Luanda, and a single of hers has been playing constantly on the Angolan radio. I don't think Yola has ever sounded better. I'm sure she would love to see your smiling face, Kwanzas in hand, ready to buy your autographed copy of Angola's best female kizomba singer. Included below is one of her all-time classics, Pura Ilusão, purely for nostalgic purposes.

Pura Ilusão

Sobre o Kizomba Saturdays: Para mim, sábado sempre foi um dia de kizomba. Na banda (Angola), sábado à noite há sempre uma festa de quintal para se ir dançar kizomba ao nosso bel prazer, dançar até as pernas começarem a estremecer de cansaço, dançar até vir aquela tarraxinha que estavamos à espera, e aí sim, podemos parar de dançar e em vez tarraxar com aquela mboa que nos estava a olhar a festa toda. Coisas da banda. Mesmo durante o dia, as tias e as primas botam um CD na aparelhagem com aquelas kizombas que param multidões, e enquanto o feijão ferve e o cacusso grelha, são várias as danças espontâneas no quintal entre primo e tia, sobrinho e irmã, convidado e pato. Porque patos há sempre, até para o almoço de sábado. Aqui nos States, tento, teimosamente, manter a tradição. Acordo aos sábados e boto kizomba na aparalhegam. Meus roommates só me olham. Ja estão habituados. Danço com a vassoura, afinal elas existem para quê? Decidi então trazer este hábito para o Lounge: Kizomba Saturdays. Para atenuar a saudade da banda.

Depois de uma forçada ausência de mais de um mês, o Kizomba Saturdays retorna numa...terça feira. Quero dedicar o meu post número 300 à sensualidade da kizomba angolana, e ninguém a demonstra melhor que a Yola Semedo. Sou um autêntico apaixonado pela voz dela. No dia 19 de Junho na Praça da Independência, ela lançará o seu mais novo àlbum, intitulado Minha Alma. Um dos singles deste tão esperado CD tem tocado na rádio angolana com regularidade. Estou convencido que no dia 19 ela estará muito feliz de o ver, Kwanzas em mão, sorriso nos lábios, pronto/a para comprar o CD autografado por ela mesma. Incluído acima, por motivos puramente nostálgicos, está Pura Ilusão, uma das suas melhores canções.

-Photo by André Carvalho

Friday, June 11, 2010

Nástio Mosquito

'Crazy' is relative.

As we grow up through childhood, adolescence and later adulthood, our brains are formatted and molded so that we are able to label things and people as 'normal' or 'crazy'. Seen from these lenses, Nástio Mosquito seems insane. He doesn't fit the mold, by any stretch of the imagination. When my cousin Songay Pinto gave me his DVD and music a couple of days ago, my sister said something to the tune of "This Mosquito guy is crazy. Like, literally c-r-a-z-y." I saw the DVD, I listed to the music and I can understand why she would say that. He says some pretty ridiculous, outlandish things. But me, I like Mosquito. I think he's innovative, very talented, and yeah, he has a healthy amount of crazy in him. We all do. He just decides to let it all out. The art he creates is brilliant. A true artist, the man is a musician, poet, performer, videographer, and spoken word artist, all at once. And I don't think he cares at all what you think about him.

Included in this post are two 'songs' which are really just spoken word monologues to the tune of rhythmic drum & bass. They're names - Two Naked Man and Three Naked Man - defy explanation. Just go with it. Perhaps the best way to attempt to understand Nástio Mosquito is to visit his websites, provided below, and to listen to his rants.

And most importantly, if you are in Luanda, the man is performing live tomorrow at the Espaço Bahia at 20:00 if I'm not mistaken. See you there.

Two Naked Man
Three Naked Man

Ser 'maluco' é relativo.

Ao modo que vamos crescendo e desenvolvendo as nossas mentes, passando pela nossa criancice, adolescência, e depois a vida de adultos, os nossos cérebros são formatados e moldados para que sejamos capazes de distinguir coisas e pessoas como sendo ‘normais’ ou ‘malucas’. Seguindo este racioncinio, o Nástio Mosquito não bate bem. Não encaixa em nenhum formato que formamos nas nossas mentes. Quando o meu primo Songay Pinto (a minha biblioteca, jura) deu me o DVD e algumas músicas do Nástio, a minha irmã disse “Esse Mosquito é maluco! Completamente!” Vi então o DVD, ouvi as músicas e posso compreender porque é que ela disse aquilo. O homem diz coisas completamente ridículas. Mas epa, eu gosto dele. Às vezes é bom ouvir coisas fora do ‘normal’, coisas que nos fazem olhar para o mundo de outra maneira. Acho ele inovador, criativo, e claro, maluco, mas um maluco saudável. Porque maluco somos todos, só que uns conseguem internalizar a sua maluquice melhor do que outros. O homem é artista a sério: músico, poeta, videographer, entre outras habilidades. E acho que não quer lá saber se o achamos maluco ou não.

Incluído neste post estão duas ‘músicas’ que não são bem músicas mas sim discursos ao som de um rítmico drum & bass. Os seus títulos, Two Naked Man e Three Naked Man, carecem de explicação. Aceita só. Talvez a melhor maneira de tentar perceber este artista é visitar os seus websites (links abaixo do post) e ouvir os seus ‘discursos’.

E o mais importante. Para quem estiver em Luanda, ele vai actuar amanhã no Espaço Bahia por volta das 20:00, salvo erro. Nos vemos lá.



Nástio Mosquito on Myspace
Nástio's Official Website
Nástio on Youtube

More info

Thursday, June 10, 2010

Esta noite no Elinga, Chokolate Quente: The Deep Afro Session

Vou deixar eles explicarem:

"Como não poderia faltar, aproxima-se mais uma quinta feira e com ela vem mais um CHOKOLATE QUENTE, que de certeza será super, mas super quente.

Esta semana teremos um convidado extra especial. Trata-se do Dj Silyvi que de momento é um dos melhores produtores de deep House angolano que bevemente se juntará a Vega Records de um dos mais respeitados produtores e djs do mundo, que é nem mais nem menos o Little Louis Vega dos Master at Work.

Com ele, estarão tambem os AFROLOGIC BRTHERS para garantir que o nossso vosso chokolate permaneça sempre quente.

Venha engordar os ouvidos, mente e alma.

Ps: espalhem, reencamiem, divulguem , mas acima de tudo APAREÇAM!"

-Movimento Xis

Hoje à noite no Chá de Caxinde: Braka, Carlo Mombelli e Totó

Tonight at Chá de Caxinde in downtown Luanda, two international jazz starlets and one national jazz darling will share the stage in what promises to be an engrossing night for Luandan jazz aficionados. The Braka Quartet hails from France, while Carlo Mombelli is coming to town from South Africa with none other than Marcus Wyatt. Lastly, the Angolan ToTó, one of the most beloved jazz-fusion singers here, will perform as well. The event starts at 20:00. See you there.

More info here.

Hoje à noite temos jazz em Luanda. O palco dos acontecimentos será o centro cultural Chá de Caxinde. Teremos dois artistas internacionais de renome: o Braka Quarteto, provenientes da França, e o Carlo Mombelli Quarteto, da África do Sul, que vem com nada mais nada menos que um dos convidados do Luanda Jazz Festival, o Marcus Wyatt. Por último, a nossa prata da casa, o ToTó, também partihará o palco com os nossos convidados estrangeiros. O evento comecará às 20:00. Nos vemos lá.

Mais informações aqui.

-Photo by Luanda-Nightlife

Wednesday, June 9, 2010

...Ainda sobre os 340ml em Luanda


Yesterday those good men over at Wakuti Música provided a link to an insightful article that Tiago, 340ml's guitarist, wrote about his experience in the Angolan capital. An interesting read, as is the rest of Tiago's blog. Take a look.

Ontém os bradas do Wakuti Música puseram um link na sua página para um artigo interessante escrito pelo Tiago, guitarrista dos 340ml, acerca da sua curta estadia na nossa capital. É uma boa leitura, tal como o resto do seu blog. Visite-o.

-Photos by Massalo (sempre!)

Thievery's Brazilian Passion, Part II: Pela Janela and Sol Tapado

Thievery’s love affair with Brazilian sounds and rhythms is a well-known facet of their music. Some of my favorite songs of theirs are sung entirely in Portuguese, such as Só Com Você featuring Bebel Gilberto. Others, like Air Batucada, Samba Tranquille, and Manhã,, focus on fusing popular Brazilian rhythms with electronica and dub rather than having Portuguese lyrics.

This DC duo continues to incorporate Lusophone harmonies and sounds in one of their most critically acclaimed albums, The Cosmic Game. This acid jazz-dub-reggae-samba fest has two songs in Portuguese, namely Sol Tapado and Pela Janela. Sol Tapado is actually sang by a Cape Verdean artist, a certain Patrick de Santos, who is a very popular and gifted singer in the Washington DC area, having won several musical awards there. A visit to his Myspace is a must. Pela Janela meanwhile is still a strictly Brazilian affair, featuring an underground singer from that country, Gigi Rezende. Both songs are back to back on the album and add a welcome Latin affair to the proceedings. Happy listening.

Pela Janela
Sol Tapado

O namoro entre os Thievery Corporation e a música e ritmos brasileiros não é de hoje. Algumas das minhas músicas preferidas deles são cantadas todas em português, tais como Só Com Você com a Bebel Gilberto. Outros, como Air Batucada, Samba Tranquille, e Manhã, fazem uso de ritmos brasileiros misturados com electrónica e dub, mas ou são instrumentais com ou são cantadas em outras línugas.

Este duo de DC, cidade onde eu vivo nos States quando não estou em Boston, continua a incorporar ritmos e influências lusófonas em Cosmic Game, um dos seus CDs mas bem recebidos pela critica e pelo público. É uma festa de acid jazz, dub, reggae, samba, enfim, o que os Thievery nos habituaram, e contem duas músicas em português. São elas Sol Tapado e Pela Janela. Sol Tapado é cantada por Patrick de Santos, um emigrante Caboverdeano que vive em DC e que lá nutre uma grande simpatia pelo público daquela cidade, tendo inclusive arrebatado vários prémios por lá. Já Pela Janela é cantada por uma cantora brasileira que não conheco, a Gigi Rezende. Os dois sons aparecem um atrás do outro no disco e dão-lhe um sabor lusófono.


Cosmic Game on Amazon

Monday, June 7, 2010

Mama Divua Diame

It's 3am.

The streets of Luanda are deserted and as we ride along the city hardly a soul is moving. The city sleeps, exhausted. The rugged sidewalks and potholed roads are bathed in a hard yellow from Luanda's streetlights, and palm trees and mulembeiras jostle for space on the sidewalks with a multitude of parked cars.

In some parts of town there is no electricity, and once in a while you can see flickering candles.

The windows are open and the unmistakable smell of Luanda wafts in through them, and the air is a bit cooler than usual due to our proximity to the sea and the coming of the cacimbo season. But the soothing sea breeze still feels sublime.

And Mama Divua Diame is playing on our car stereo.

If there was ever a song that's meant to be played on late nights as you drive through Luanda's streets, Mama Divua Diame is that song. The perfect sonorous backdrop to Angola's capital. A song that moves to the rhythm of the city.

Avozinho is the genius behind the musicality of Mama Divua Diame. The song, sung in kimbundu, is a wail of despair, a cry of angst. "Mother, what have I done to deserve such rotten luck in life?", he asks. Credit to my mother for translating the lyrics, as unfortunately I don't speak a word of kimbundu.

As if the original wasn't good enough, the interplay between Avozinho's brooding, husky voice and the bright strums of his guitar are beautifully kept intact on Mauricio Pacheco's epic, electronic and jamming remix of the original, available on the Comfusões album. Below, you can find both versions of Mama Divua Diame.

See which one moves you more.

Mama Divua Diame (Remixed by Mauricio Pacheco)
Mama Divua Diame (Original Version)

São três da manhã.

As ruas de Luanda estão completamente desertas, sem gente. Conduzimos por elas em silêncio, observando como a cidade dorme, exausta. Os passeios partidos e as estradas esburacadas da nossa capital estão banhadas naquele amarelo peculiar da iluminação pública luandense.

Em algumas partes da cidade falta electricidade, e é possível ver algumas velas acesas pelas janelas das casas e em alguns quintais.

As janelas do carro estão abertas e o cheiro de Luanda entra por pelas, um pouco mais frio do que normal dado a aproximação do cacimbo. Mas o aroma salgado do mar continua a ser mais que bem-vindo.

E Mama Divua Diame toca no rádio do carro.

Se alguma vez existiu uma música que foi feita para ser tocada durante madrugadas em branco, enquanto se conduz pelas ruas luandenses, só pode ter sido esta. Mama Divua Diame é uma música que se move ao ritmo da cidade.

O homem por detrás da musicalidade de Mama Divua Diame é o kota Avozinho. A música, cantada em kimbundu, é um canto de alguém desesperado. É um choro: “Mãe, que fiz eu para ter tanta má sorte na vida?” deplora ele. Obrigado a minha mãe por traduzir a letra desta música, já que em kimbundu sou um zero à esquerda.

Como se o original já não fosse um grande brinde, a remixagem de Maurício Pacheco está bastante bem feita. Consta no álbum Comfusões. A voz solene e triste do Avozinho contrasta muito bem com a guitarra alegre tocada pelo mesmo, e no remix a sonoridade electrónica dá-lhe um ritmo contagiante. Acima, pode-se ouvir as duas versões.

Qual delas a melhor?

Listen to Avozinho and others on this great album
More on Comfusões

Photo by Mário Pinho

Friday, June 4, 2010

Late Nite Lounge Vol. 20 - Kaskade

This entry was conceived as I flew thousands of feet above the Atlantic Ocean, and later, over the dunes of the Sahara Desert, on my way to Cape Town. The airplane cabin was dark, the sky outside, pitch black save for a few flickering stars, refusing to be put out. Kaskade played on my iPod, evoking beautiful memories of the many late April and May nights spent listening to it in the company of some of the best people on Earth.

I was introduced to these two particular songs by the same beautiful friend who introduced me to Boombox, Paco de Lucía, and other non-Lusophone artists who will soon be featured in this series. Quite the source she has become. Kaskade’s It’s You, It’s Me and Feeling the Night are at the apex of what I think great chillout music should sound like. These songs are sweet and melodic, words that are not usually used to describe repetitive electronic sounds. Maybe it has to do with the honeyed voice softly singing these lyrics into our ears. Or maybe it has to do with the (great) memories that music like this has the power to evoke. Or maybe Kaskade is just that good at relaxing us.

Here’s to hoping you enjoy these two songs I much as I cherish them, and that they fit nicely into your late night. And here’s to hoping that this ridiculous turbulence ends soon.

Feeling the Night
It's You, It's Me

Este post foi concebido enquanto sobrevoava o Oceano Atlântico e, depois, as areias do Deserto do Sahara, destino Cape Town. A cabine do avião estava escura, e o céu lá fora, ainda mais. A única luz vinha de pequenas estrelas que se recusavam em apagar a sua chama longíqua. No meu iPod, toca Kaskade. As músicas dele trazem-me memorias doces das inúmeras noites de Abril e Maio passados com muita boa gente e com o Kaskade sempre a tocar.

Fui introduzido a estas duas músicas pela mesma pessoa linda que me deu a conhecer os Boombox, o Paco de Lucía, e outros artistas não-lusófonos que em breve serão expostos nesta série. Granda fonte, ela. As músicas It’s You, It’s Me e Feeling the Night representam as melhores qualidades da música chillout. Música que relaxa a alma. São sons melódicos e doces, qualidades raramente associadas a música electrónica deste tipo. Se calhar é por causa desta voz feminina sussurrando aos nossos ouvidos. Que voz. Ou então são os poderes relaxantes das produções do Kaskade. O que quer que seja, só sei que quando as noites são longas, toca isto no meu iPod.

Espero que gostem destas duas músicas tanto como eu. E espero que esta turbulência termine o mais cedo possível.


-Photo by Aoiro Studio

Thursday, June 3, 2010

Olá Luanda!

Que bom estar em casa, nem que for por só duas semaninhas...!

What a pleasure it is to be home, even if it's just for a couple of weeks...!


-Photo by Kodilu
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...