Officially, Criolo is a rapper. Unofficially he is a bit of everything else. An ex-teacher who still lives in his favella (Grajaú), his album is a buffet of different sounds and flavors, including samba, MPB, soul, reggae, and more. As soon as I heard the first notes of his album opener, Bogotá, I knew I was in for something special, something different. I approached the album blindly - it wasn't until later in my listening experience that I realized I was listening to a proper rapper, who's been active in São Paulo's hip-hop scene for more than a decade. How could I have known? Bogotá is an infectious afro-beat reminiscent of
Cacique '97 and maybe even a bit of Kuti in which Criolo, born Kleber Gomes, sings like a soulful crooner.
Nó na Orelha is Criolo's second album, and what an eclectic album it is. Take, for instance, Subirusdoistiozin, a laid back, chilled track that at first listen might seem out of place in a rapper's album. But that's the thing...unless you approach the album with an open mind and get rid of any preconceived notions, you'll be hard-pressed to get past the fact that this Paulista rapper can sing, and sing well. His music has soul, strength, and sophistication: it is a poignant, personal perspective on the new São Paulo and, more broadly, the new Brazil, with all its inequalities and contradictions. But it also has attitude. Sucrilhos is perhaps the track where he best stakes his claim as a skillful lyricist and showcases his verve and charisma. If I had found out about this man sooner I would of seen him live at Nublu; for now, all I can do is content myself with hearing him at my house. Which is precisely what I've been doing recently - drinking in the lyrics and getting to know Brazil through the incredible music of one of its sons.
I'll leave you with Não Existe Amor em SP (Love doesn't exist in São Paulo).
P.S. Get his album for
free straight from his website. You have to.
Bogotá
Sucrilhos
Não Existe Amor em SP
Oficialmente, o Criolo é um rapper. Não oficialmente, ele é de tudo um pouco. É, por exemplo, um ex-professor paulista que ainda vive na favela que o viu nascer, mais conhecida como Grajaú. O seu álbum é um buffet de diferentes sons e sabores, incluindo samba, MPB, soul, reggae, e mais, muito mais. Logo que ouvi as primeiras notas do primeiro som do disco, Bogotá, sabia que estava diante de algo especial, algo diferente. Obtive o álbum sem antes ouvir uma única música - só depois, já varios sons adentro, é que finalmente reparei que estava a custar a poesia de um rapper. E não um rapper qualquer, mais sim um rapper paulista que anda nessa vida há mais de 10 anos. Como poderia saber disso, quando a minha introdução ao seu universo musical foi logo Bogotá, um afro-beat que faria o Fela Kuti sorrir e os
Cacique '97 dançar? Um afro-beat em que o Criolo canta que nem um ícone de soul?
Nó na Orelha é o segundo álbum do Criolo. E é ecletismo do bom, do puro. Escute, por exemplo, Subirusdoistiozin, um som relaxado, leve, que à primeira vista parece não ter espaço num 'álbum de rap'. Mas este é mesmo o ponto...ao menos que encare o álbum de uma forma aberta, sem preconceitos, não compreenderá como é que um rapper consegue cantar, e cantar bem. A sua música tem alma, força, e sofisticação: é uma perspectiva complexa e pessoal do novo São Paulo em particular e o novo Brasil em geral, com todas as suas desigualdades e contradições. Mas é também música com atitude. Sucrilhos é talvez o som em que as virtudes do seu liricismo, carisma e habilidade vêm mais à tona. Se conhecesse a música dele antes, iria ter lhe visto no Nublu, aqui em New York; agora, só me resta ouvir-lhe do meu stéreo aqui mesmo em casa. E é precisamente o que tenho feito últimamente - bebendo das suas letras e conhecendo o Brasil um pouco mais, pela música de um dos seus filhos.
Deixo-vos, então, com Não Existe Amor em SP.
P.S. O álbum dele
está disponível no seu webite. Grátis. Não tem como não pegar.