Wednesday, October 31, 2012

Directamente da Lama, by Mano António feat. Helder Faradai


Alternative Angolan hip-hop is alive and well. And that man Helder Faradai seems to be playing a part in it. Within three seconds of the song I could hear Faradai's production...it's interesting sound that Jazzmática have been able to consistently create. Directamente da Lama is Mano António's first single, himself another member of Jazzzmática. The subject matter is the type of social commentary commonly heard in Angolan hip-hop, critical of the status-quo and politically conscious. Watch this space for Mano António's EP.

O hip-hop alternativo angolano está saudável. Recomenda-se. E parece que o mano Helder Faradai é uma peça importante desta evolução. Reconheci logo o dedo da Jazzmática na produção deste rap...é um som interessante que a banda tem sabido aperfeiçoar. Directamente da Lama é o nome do primeiro single do Mano António, também ele integrante do grupo Jazzmática. A letra é políticamente coerente e consciente, como temos nos habituado com o rap alternativo em Angola. Abaixo deixo os manos falarem sobre o projecto:
"Directamente da Lama”, é o título do trecho musical que Mano António (M.A.) propõe como single do seu EP a ser lançado em breve de nome “Rimas na Lama”. Esta música, segundo o membro da J.M. conta nos sobre as sátiras do “lamaçal”, das coisas vividas e sofridas pelo povo angolano ou simplesmente luandense no seu dia a dia.  
O conceito do EP a ser lançado, consiste em apresentar numa linguagem terra a terra e versátil em termos de composição, espelhando a flexibilidade na interacção com os mais variados tipos de ouvintes. Este trabalho, teve como campo de estudo o Bairro Marçal que foi o berço de toda a criatividade de Mano António enquanto buscava respostas na equação da vida, com o pincelar da Kizomba crivada que a população daquela zona vivência desde casos caricatos ao desenrascar diário pela sobrevivência.  
Absorvendo das vicissitudes da vida, oferecidas pela falta de alimento, saneamento básico, educação, saúde e outros males nos arredores de Luanda a fora, M.A. procura espelhar a habilidade ou capacidade de adaptação que o povo angolano possui em ultrapassar e sobreviver as “baçulas” que a vida dá e as fatelas que o destino nos reserva. “Transpirar em suas letras e músicas a força e persistência na resistência contra este sistema que os sufoca, sempre deixando estampado a esperança com um sorriso maroto”.  
Isto são as “Rimas na Lama”, a representação mixada de tristeza, pobreza e alegria áspera, em um panorama onde o álcool é cultura e viver de aparências é lei.  
Trajectoria do EP Eis a apresentação concentrada de 15 anos de trabalho consecutivo. “Rimas na Lama” foi idealizado por Mano António (M.A.) no ano de 2011, com o objectivo de servir de trampolim ou a carta de saída formal para este mercado ainda “Virgem” a nível daquilo que chamamos música de intervenção qualitativa. Conta M.A. que, quando começou a escrever as Letras para este EP, teve como base aspectos da sua vida pessoal, como MC, mostrar o seu lado humano e falar sobre o seu Marçal e arredores .
Porém, após um período de trabalho e conquistas, devido a razões técnicas e outros problemas, o colectivo Jazzmática perdeu 90% do seu trabalho no princípio de 2012 (beat tapes, colaborações, produções de terceiros, etc). Com a perca, algumas faixas que iriam constar no EP “Rimas na Lama” perderam-se. 
Sem norte, sem saber qual rumo tomar, Jazzmática apanha o fio da meada com este EP de M.A., que representa um iluminar ou renascimento da alegria do grupo em fazer música pela música.  
Ficha Técnica EP: Rimas na Lama
Single: Directamente da Lama ft Helder Faradai
Artista: Mano António
Artwork: Josemar Soares
Produção: Jazzmática
Ano: 2012 

Sunday, October 21, 2012

"O álbum começa no domingo e termina no sábado": Parte V

Long time no see, MCK. We return this Saturday with two fresh tracks from MCK's Proibido Ouvir Isto.

Será que a kota é fã...
ou espiã...
estou baralhado, está me deixar tan-tan..

Será que a dama é fã...
ou espiã...
'Ta me pedir para autografar o sutiã...

Vintage Katro. The lyrics above are from Quarentona Atraente, which roughly translates to "Attractive MILF". Due to its subject matter, it quickly became one of the most popular tracks in Katro's album. In it, MCK is seduced by an older woman who appears to know all about him and his music but ends up being a spy for the Angolan secret services who then kills him in bed when they are about to make love. Only Katro. 

The next track, Tou na Fronteira, chronicles Katro's experience as he goes up to heaven after dying. Once there he meets Cherokee, the young boy who was killed by Dos Santo's Presidential Guard for singing one of Katro's songs while washing a car. True story. Once in heaven MCK meets a plethora of historical figures who have passed away, and in his typical story-telling style relates meeting them. He sees Marx reading the bible, apparently having been converted, watches Savimbi laugh at the spectacle, witnesses the prophet Mohammed mitigate a feud between an Al Qaeda terrorist and a Taliban,  shares a joke with David Zé and Teta Lando, and sees Miriam Makeba dance. He sings: "you have to have faith, you have to be strong, believe, there is life after death." 

Tu tens que ter fé
Tu tens que ser forte
Acredita
Há vida depois da morte.


Bonus

With these series, there is always a bonus. The video below is an AFP piece that features a short little interview with Katro in the flesh. Enjoy both the two minute interview and the official music video for Nomes, Rimas e Palavras.

Quarentona Atraente
Tou na Fronteira






Saudadades destes posts - sempre é um prazer divagar sobre um álbum do Katro. Voltamos por isso com duas novas tracks do grande Proibido Ouvir Isto.

Será que a kota é fã...
ou espiã...
estou baralhado, está me deixar tan-tan..

Será que a dama é fã...
ou espiã...
'Ta me pedir para autografar o sutiã...

Puro Katro. A letra acima é do som Quarentona Atraente, que rápidamente se tornou um dos brindes mais conhecidos do disco. Na música, o Katro é seduzido por uma quarentona que aparenta ser um grande fã do músico e conhecedora íntima da sua vida. Depois, já no quarto da dita cuja, o Katro descobre que ela é uma agente da SINFO, que depois acaba por o matar logo antes de fazerem amor. Só mesmo o Katro. 


A próxima música, Tou na Fronteira, relata a experiência do Katro já no céu, após a sua morte. Posto lá, o mano conhece finalmente o Cherokee, jovem que foi morto pela Guarda Presidencial do presidente angolano por cantar uma das músicas do MCK enquanto lavava um carro (história verídica). No palácio celestial, o Katro conhece várias figuras importantes na história da humanidade. Vê o Karl Marx a ler uma bíblia, aparentemente convertido, enquanto o Savimbi solta uma gargalhada, testemunha o profeta Mohammed a apaziguar uma briga entre militantes da Al Qaeda e dos Taliban, gala o David Zé e o Teta Lando, e vê dançar a Miriam Makeba. Ele canta:



Tu tens que ter fé

Tu tens que ser forte

Acredita
Há vida depois da morte.

Bonus

Nesta séria há sempre uma surpresa. O vídeo acima é de uma pequena reportagem da AFP sobre o Katro, e video seguinte é o clip oficial do Nome, Rimas e Palavras.

Wednesday, October 10, 2012

Vaivém, by Leonardo Wawuti (Poema de Massalo)

O poema é do Massalo; a música, neo-soul de leve, suave e tenra, é do Wawuti; o desenho, lindo e acolhedor, é da Joana. E no desenho, os versos do Massalo, musicados pelo Wawuti, são legíveis e ganham vida...

Brevemente, o leitor poderá ter este lindo projecto, totalmente financiado pelo público angolano, nas suas mãos. Mas agora, neste momento, já pode ter o Vaivém nos seus ouvidos. 
Wawuti no estúdio a gravar "Vaivém"
Carregue no play mais à baixo e como sempre, faça 'right-click - save target as' para fazer o download da música.

Vaivém

Saturday, October 6, 2012

Brevemente / Coming Soon: Os Melhores Álbuns Lusófonos de 2011 / The Top Lusophone Albums of 2011


This is comical, really. I usually do this post right before year's end, so this was due back in December of 2011. But certain life events have prevented me from listening to many of last year's albums, let alone write about them. Would you believe it that only last week I finished listening to all of the 2011 albums I had set aside, almost a full year after it's release? Comical, really. But 2011 was a year in which a lot of exciting albums were released, some of them personally more important than others. Aline Frazão's debut album, Clave Bantu, was, of course, one of them. As were MCK's Proibido Ouvir Isso and the second installment of the Inna Week series, Lover's Rock.

It was also a year in which Lusophone music continued to take its place in the world stage. Stellar new singers such as Luísa Sobral emerged right here in the United States as opposed to her native Portugal, and was nominated to various awards during her stay in Boston's Berklee College of Music; Buraka continued to sell out concerts around the world, while Batida and Terrakota continued to play in huge musical festivals around Europe; Conjunto 70 was invited to play at WOMEX.

Below you will find a shortlist of what I think are the best Lusophone albums of 2011. As I've said before, I am no professional music critic, have never studied music seriously, and have not heard ALL the Lusophone albums released in 2011; thus, this should not be considered a definitive ranking. But as a man who consumes, breathes and lives Lusophone music, and who unashamedly lives in a Lusophone music bubble, this is my list:
What about you, which albums have you absolutely loved? Stay tuned for the ranking, coming soon!

Isto até chega a ser cómico. Normalmente faço este post mesmo antes do fim d'ano, por isso deveria ter saído em Dezembro de 2011. Mas certos acontecimentos familiares, nacionais e pessoais foram adiando  a própria escuta dos álbuns em questão; sem escuta prévia é impossível sequer escrever sobre as delícias sonoras deste ano. Por exemplo, só na semana passada é que finalmente acabei de ouvir em condições todos os álbuns de 2011 que tinha pre-seleccionado. Cómico! Mas 2011 foi um ano que viu nasceu muitos álbuns de boa qualidade, alguns deles mais próximos ao meu coração que outros. Falo, por exemplo, do Clave Bantu da amiga Aline. Mas há outros, como o Proibido Ouvir Isso do mano Kapa, e o segundo projecto Inna Week, o Lover's Rock.

Foi também um ano em que a música lusófona continuou a crescer mundialmente e a expandir a sua audiência e nível de influência. Artistas da "nova vaga", como a portuguesa Luísa Sobral surgiram aqui mesmo nos Estados Unidos em vez de Portugal ou outro país lusófono; a Luísa foi nomeada para vários prémios enquanto ainda frequentava a Berklee College of Music em Boston. Os Buraka então, já nem se fala. Continuam a lotar salas à volta do mundo. Grupos como a Batida e os Terrakota andam a dar um sabor lusófono a muitos festivais de verão espalhados pela Europa; na banda, o Conjunto 70 tocou no WOMEX.

Acima está a minha lista do que penso ser os melhores álbuns lusófonos de 2011. Como tenho sempre dito, não só crítico de música profissional, nunca estudei a música seriamente, e não ouvi TODOS os álbuns lusófonos que saíram em 2011; por isso, isto não pode ser considerada uma lista definitiva. Mas como um homem que consome, respira e viva música lusófona, dia após dia, mês após mês e ano após ano, pra depois vir aqui escrever sobre ela, eis a minha lista, acima.

E tu, quais albuns achaste verdadeiras obras de arte? Em breve, o ranking dos 10 melhores álbuns!

Wednesday, October 3, 2012

Caipirinha Lounge Apoia: O Mar Também Tem Núvens, por Massalo Araújo e Joana Taya


"E se de repente, assim tipo nada, pudesses ser o co-autor de um livro, o que farias?"

O Caipirinha Lounge tem muito orgulho em ser um dos sponsors oficiais de um projecto inovador, arrojado e muito lindo: o livro O Mar Também Tem Nuvens, uma colecção de poemas do nosso conhecido Massalo com ilustrações da excelente designer angolana residente na Noruega, a Joana Taya. Será um livro totalmente patrocinado pelo público angolano. É um projecto ímpar em Angola: fará uso do conceito de crowdfunding (financiamento colectivo), popularizado pelo Kickstarter e trazido a lusofonia pelos nossos parceiros, a plataforma Zarpante, para publicar uma obra de arte.

Para mais informações, consulte as páginas Facebook do projecto:

https://www.facebook.com/OMartambemtemnuvens

https://www.facebook.com/OMartambemtemnuvens/info

https://www.facebook.com/notes/massalo-o-mar-tamb%C3%A9m-tem-nuvens/o-mar-tamb%C3%A9m-tem-nuvens-perguntas-frequentes/448720088503877


Late Night Lounge Vol. 43 - Equilibria (Instrumental)

It’s a simple track really, instrumental and thus without a single lyric...unless you count Sabrina's whispers. But I find it incredibly soothing after a long day of work. Chilled, rhythmic, head-bobbing stuff. It goes brilliantly with a glass of chilled wine or whatever else you serve yourself to unwind. You can find Equilibria (Instrumental) on singer-songwriter Sabrina Malheiros album Vibrasons (which we talked about here), a collection of the Brazilian’s songs from her debut effort (also named Equilibria) remixed by various DJs.

Equilibria (Instrumental), however, doesn't list a single DJ as a remixer. Did Sabrina remix it herself?

Equilibria (Instrumental)

É uma faixa simples, até. Instrumental, sem letra alguma...a não ser que os sussuros da Sabrina sejam considerados "letra". Mas acho-a incrivelmente tranquilizadora depois de um dia longo de trabalho. É chilled, rítmica, e faz balançar a cabeça. É brilhante com um copo frio de vinho branco ou qualquer bebida que escolher para desanuviar. Pode encontrar Equilibria (Instrumental) no álbum Vibrasons da cantora brasileira Sabrina Malheiros (já explorado aqui), uma colecção de remixes das músicas do seu primeiro disco, coincidentemente também chamado Equilibria.

Normalmente as remixes estão a cargo dos DJs convidados, mas, curiosamente, no caso da Equilibria (Instrumental) não aparece o nome de nenhum DJ...talvez a Sabrina tenha feito ela própria a remix...
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