Tuesday, November 5, 2013

Vida



Sim, o Lounge continua vivo.

Foram cerca de 170 dias desde o último post aqui no Lounge. Nunca na pequena história deste blogue houve uma paragem assim tão longa. Foram muitas as pessoas que perguntaram se o Lounge morreu.

"E então, o que se passa com o Lounge?! Nunca mais postaste nada meu!"

Desde o último post, houveram mudanças profundas na vida conjunta do autor e do blogue, que afinal são a mesma coisa, inseparáveis um do outro. O Yahoo Media Player parou de funcionar - foi extinto pelos donos. Alguns links foram se desactualizando. Nunca mais houve Editor's Picks e listas dos melhores álbuns do ano. O meu consumo de música lusófona diminuiu drasticamente.

A paragem foi motivado pelos mais variados motivos, entre eles pessoais e profissionais. Envolvi-me full-time em outros projectos. Sou mau em gestão de tempo e parei de ter tempo para tudo.

Mas talvez a maior mudança de lá pra cá é que o último post foi escrito em Brooklyn, enquanto que este é escrito à partir de Luanda, de onde o Lounge passará emitir de agora em diante.

É verdade: Luanda agora será a minha casa "permanente".

Os últimos meses foram também marcados pelo passamento físico de dois familiares, um depois do outro. Em momentos destes avaliámos por completo as nossas vidas, as nossas relações, as nossas escolhas.

Invariavelmente, acabamos sempre por voltar às coisas que mais gostávamos, que mais nos davam (dão) alegria. E por isso o regresso ao Lounge foi inevitável: estava na hora de voltar a escrever aqui.

O regresso ao Lounge foi motivado pelo aumento recente do meu consumo de música, próprio da vivência cá em Luanda e pela passagem recente por Lisboa, cidade que me apaixona cada vez mais. Foi lá onde vi vários concertos e onde finalmente readquiri aquele 'bichinho' da música, aquela sede de ouvir mais, muito mais. A sede de consumo e partilha que originou o Lounge.

Foi lá onde tive a oportunidade de ver os Batida e o Seu Jorge a actuarem ao vivo pela primeira vez. De ver jam sessions a nascer de madrugada em Alfama.

Em Luanda, o meu consumo musical também cresceu - são constantes as noites com música ao vivo. O Espaço Bahia, especialmente, continua a ser palco de artistas fora do comum. Descobri o King's Club, o Bakama, as noites de jazz no Doo.Bahr. Mas mais importante ainda, descobri as actividades da malta que respira música e que procura, nos lugares mais variados da cidade, um pouco de ar para 'respirar'. Fiz novos amigos.

Esta nova incarnação do Lounge será menos regrada que a anterior. Alguns posts, como este, serão só em português, outros serão em inglês. Dependendo da minha pancada naquele determinado momento. Às vezes o trabalho constante da tradução de textos contribuía para a falta de vontade de escrever.

Em forma de homenagem para a cidade que agora me acolhe, partilho aqui dois vídeos que retratam um pouco da vivência singular desta cidade de amor e ódio. O primeiro tema chama-se É Luanda e é uma homenagem do cantor Diclas One ao falecido André Mingas. Não conhecia o Diclas One antes de ver este vídeo e desconheço os seus outros trabalhos mas gostei muito do conceito do vídeo e da forma como ele interpreta o trabalho de um dos melhores músicas angolanos.

O segundo tema, da Sandra Cordeiro, também está muito bem conseguido. Os leitores perceberão que os vídeos são parecidos e retratam a vida da cidade. Há bastante tempo que oiço a Sandra é fico feliz por ver o seu amadurecimento. Está fantástica nesta música.

Foram estas duas músicas que me acolheram quando cá cheguei e que ajudam a explicar um pouco o porquê do regresso...

Porque sim, o Lounge continua vivo.

 

Foto: Estrada Benguela-Luanda

Monday, May 20, 2013

Movimento, by Aline Frazão


It's called Movimento and it's Aline Frazão's second album, a favorite of this blog. Aline is currently my favorite Angolan chanteuse, a voice that I have heard blossom into what it is today. I've had Movimento in rotation for about 20 days now; the singer gave me an advance copy. Perks of the trade, I guess. I felt privileged to have been one of the first people to hear this beauty from start to finish - 52 minutes of music of a quality as such that I couldn't wait to be able to share it with someone else. There's not much point to enjoying music this good without being able to share it, and today, 20th May,  the album is released in Portugal and I can finally write about it and share it with you.

Inevitably comparisons between Movimento and Aline's debut album Clave Bantu will arise. With 12 original tracks, her sophomore effort is one song longer than Clave Bantu and when it reaches the end it leaves me longing for more, as any great album will. As always there are some songs I like more than others, but song for song, generally Movimento's tracks are stronger, more polished, have better lyrics, and more memorable melodies. And it's more introspective. You hear a singer who is clearly on the ascendence, who is enjoying renewed self-confidence, greater maturity, and sure of her gift and her talent. This is clearly a singer enjoying her music.

Movimento begins with As Paredes do Mayombe, one of the more forgettable tracks; it begins to find its footing with Cacimbo, a beautiful melody with great lyrics. Desassossego, written by Angolan poet and author Carlos Ferreira 'Cassé' is the third track. And then comes the album's strongest period: tracks 4 through 9 are all gems.

For me, Tanto is this album's winner. It has the best lyrics, an intricate delivery and fantastic execution; I consider it Aline's best work to date. The song's video is almost as brilliant as the lyrics. It was here that I stopped the album and clicked back for the first time: I couldn't get enough, not yet anyways. After the song's climax we head to Crónica de um (des)encontro, another beautiful track that deserves another listen. It could very well be the album's third best track.

Nossa Festa and Poema em sol poente get better with time; at first listen I didn't rate them as highly as I do now, especially since I fell in love with Nossa Festa's lyrics. It's also a highlight on the album. We've arrived then at Lugar Vazio. After Tanto, it's my favorite song on Movimento. I prefer Tanto's lyrics but Lugar Vazio has a better melody. What a thing of beauty. I also enjoy the lyrics on A cidade que eu habito; among the last three songs on the album, Ronda, Kalemba and A última bossa, the highlight is Kalemba, brilliant in its simplicity.

I think I love Movimento because at its core it is an album about home - it reminds em of Luanda, my family, my friends, my past loves, and it makes me feel good. For me, Movimento was an aural trip home, to today's Luanda's. And it's a trip in which my companion is the warm, familiar, unmistakable sound of Aline's voice.

Thoroughly recommended.

Tanto
Lugar Vazio

Chama-se Movimento e é o segundo álbum da Aline Frazão, a cantora angolana mais apreciadas neste espaço. Há cerca de 20 dias que o tenho em rotação, tendo o recebido directamente da cantora. Ossos do ofício. Senti-me privilegiado por ser das primeiras pessoas a ouvir esta obra de arte, estes 52 minutos de música de uma qualidade tal que doía-me não poder a partilhar com alguém. O que vale poder ouvir música tão bela sem ter alguém com quem a partilhar? Hoje, dia 20 de Maio, data de lançamento deste  lindo disco, posso finalmente partilhar convosco a beleza que é o Movimento da Aline.

Foi um imenso prazer ouvir este disco. Surgem, inevitavelmente, comparações com o álbum de estreia da Aline, Clave Bantu. Com 12 faixas, todas originais, Movimento tem mais uma música que Clave Bantu e quando chega ao fim deixa-me com água na boca; quero mais. Como sempre, gosto mais de algumas músicas do que outras. Mas tema por tema, geralmente as músicas do Movimento têm melhor lírica, uma melodia mais memorável.  E é mais introspectivo. Ouve-se uma cantora em ascensão, com cada vez mais auto-confiança, mais maturidade, mais segura de si mesmo e do seu talento. Nota-se que a Aline arriscou mais, soltou-se mais um pouco, voou mais alto.

Movimento inicia com As Paredes do Mayombe, que não é das minhas preferidas nem das músicas mais memoráveis. O álbum melhora com Cacimbo, uma linda melodia e letra; a seguir vem Desassossego, uma letra do conhecido poeta e escritor angolano Carlos Ferreira 'Cassé'. Porém, o trecho mais forte do disco são as faixas 4 a 9; é neste trecho onde são encontradas as melhores músicas deste querido disco.

Para mim, Tanto (a quarta música) tem a melhor letra do disco e acredito ser a melhor música da Aline de sempre. O brilhante vídeo da música, publicado aqui, é quase tão bom como o tema. Foi aqui que parei de ouvir o álbum; fixei-me só no Tanto e só depois de o ouvir um par de vezes consigo continuar. É quase sempre assim. Depois do climax do Tanto vamos ao encontro de Crónica de um (des)encontro, outro bonito tema que merece especial atenção. Também é das músicas mas bem conseguidas do Movimento.

Nossa Festa e Poema em sol poente crescem com o tempo; na primeira audição não me chamaram muita atenção, mas com o passar do tempo apaixonei-me com a letra da Nossa Festa. Hoje é dos meus temas preferidos neste disco. Chegamos então ao Lugar Vazio. Depois de Tanto, esta é a minha música preferida em Movimento. Gosto mais da letra do Tanto, mas em termos de melodia Lugar Vazio ganha. Que música mais bonita. Também aprecio muito a letra d'A cidade que eu habito; Entre as três ultimas, Ronda, Kalemba A última bossa, o destaque vai para Kalemba, brilhante na sua simplicidade.

No fundo, Movimento faz-me lembrar de Luanda, de casa. Faz-me lembrar da minha família, dos meus amigos, dos amores do passado, e isto faz-me sentir bem. Para mim o Movimento é uma viagem por sonora pela nossa Luanda de hoje, pela voz marcante, familiar, calorosa que é a voz da Aline.

Recomendo. Mesmo.

Sunday, May 12, 2013

Caipirinha Lounge Cinema: Tanto, by Aline Frazão

Lindo. Simplesmente lindo. Não sei se gosto mais da letra, do vídeo ou da música. Geração 80 e Aline. Estão demais.

É tanta luz aqui,/Que até parece claridade./É tanto amigo aqui,/Que até parece 
que é verdade./É tanta coisa aqui,/Que até parece não há custo./É tanta regra 
aqui,/Que até parece um jogo justo./É tanto tempo aqui,/Que até parece 
não há pressa./É tanta pressa aqui,/Que até parece não há tempo./É tanto 
excesso aqui,/Que até parece não há falta./É tanto muro aqui,/Que até 
parece que é seguro./Tanto, tanto, tanto/Na embriaguez do encanto/É 
tanto ‘tanto faz’/Que ninguém sabe quem fez./Mundo, gira, mundo,/
Mundo vagabundo,/Não olhes, senão vês./É tanta pose aqui,/Que até 
parece não há esquema./É tanta História aqui,/Que até parece um 
problema./É tanto festa aqui,/Que até parece sexta-feira./É tanta 
dança aqui,/Que até parece a das cadeiras./Tanto flash aqui,/
Que até parece que ilumina./É tanta frase aqui,/Que até parece 
que resolve./É tanto ecrã aqui,/Que até parece um grande 
invento./É tanta força aqui,/Que até parece um movimento.


Beautiful. Simply beautiful. I don't know what I like more...the video, the song or the lyrics themselves. Geração 80 and Aline outdid themselves here.

There’s so much light here,/That it even seems bright,/There 
are so many friends here,/That they even seem real,/There 
are so many things here,/That they seem to be for free./
There’s so many rules here,/That it even seems a fair 
game./There’s so much time here,/It even seems there’s 
no hurry./There’s so much hurry here,/It even seems there’s 
no time./There’s so much excess here,/It even seems there’s 
no want,/There are so many walls here,/It seems that it is 
safe./So much, so much, so much/It’s a charming intoxication/
So many ‘whatevers’/That nobody knows who makes what./
The world keeps turning,/Wandering world,/Look away or you 
will see./There’s so much posturing here,/That there doesn’t seem 
to be a scheme./There’s so much History here,/That it even seems 
a problem./There’s so much partying here,/That it even seems to be 
Friday./There’s so much dancing here,/It even seems a game of musical 
chairs./So many flashes here,/That they even seem to light up./So many 
sentences here,/That they even seem to make sense./So many screens 
here,/That they even seem a great invention./So much strength here,/That 
it even seems a movement.


Música de Intervenção Rápida (MIR), by Azagaia


It's frequently said that Angola and Mozambique have similar political and social realities. We both had socialist regimes, we both suffered a debilitating civil war, and we both have issues when dealing with the basic tenants of a democratic state, such as freedom of expression, freedom of assembly and human rights. This is precisely the topic of Azagaia's first single since signing for Kongoloti Records:
“MIR - Música de Intervenção Rápida” (Rapid Intervention Music) is the song Azagaia wrote after the last demonstration of the veterans of war that was brutally ended by the mozambican police. The Minister of Justice responded saying that sometimes the Human Rights can be violated to protect “higher interests”.​
As always, Azagaia's delivery is energetic and blistering - the man always seems to be on form. Check out the video below:


Música de Intervenção Rápida

Que Angola e Moçambique têm realidades políticas e sociais paralelas já foi dito muitas vezes. Ambos tivemos regimes socialistas, ambos sofremos uma guerra civil debilitante e ambos temos problemas graves no que toca aos valores básicos de uma democracia, como liberdade de expressão, o direito a manifestação e os direitos humanos. Este é precisamente o tópico deste single do Azagaia, o primeiro desde que ele assinou pela Kongoloti Records. Como sempre, o mano Azagaia está em grande forma. Contunde, irreverente e sempre relevante. Nas palavras da Kongoloti:
Música de Intervenção Rápida” é o novo single do Azagaia, escrito logo após a última manifestação dos ex-combatentes de guerra que foi brutalmente interrompida pela polícia moçambicana. A Ministra da Justiça respondeu dizendo que em algumas situações os Direitos Humanos podem ser soprepostos por “interesses mais altos”.

Friday, May 10, 2013

Caipirinha Lounge Cinema: Movimento, by Aline Frazão - Episódio 3

Vem aí o novo álbum da Aline: chama-se Movimento e sai dia 20 de maio pela Ponto Zurca. Enquanto esperamos, podemos já começar a conhecer o que promete ser um lindo trabalho. Numa colaboração com a Geração 80, a Aline brinda-nos com o terceiro de vários episódios. A ver:

Aline's second studio album is coming soon. It's called Movimento and is slated for a 20th May release on the Ponto Zurca label. Until then, we can start geting to know what promises to be a beautiful piece of work. In a collaboration with Geração 80, Aline shares with us the third of several episodes. See below:



Aline Frazão - Movimento - Episódio #03 from Aline Frazão on Vimeo.

Dar e Receber, by Faradai feat. Gonçalo Clington


Dar e Receber is Helder Faradai's first single since signing for Kongoloti Records and features Angolan musician Gonçalo Clington. It has that polished, high quality production quality we've come to expect from Faradai and Jazzmática, but this one is a little sparser in its arrangements.

I'll let Helder explain his inspiration in his own words:
I was inspired by that show on Angolan FM stereo called...''Canta Angola'', where they played many sounds exulting our Angolan culture, in the musicality that is this country. This is a tribute to our elders, who took the Angolan music to another level, with distinction and success overseas, and to the younger generation gaining pace, showing that they too can do it and are willing to pursue the path and the heritage that is far from its end, for it´s emotion is found on the pursuit. To Liceu Vieira Dias, O cota Elias, Os irmãos Kafala Urbano de Castro, Os irmãos mingas, Teta Lando, Vum Vum Kamussadi, Carlos Lopes, Filipe Mukenga, Filipe Zau, David Zé and many others equally relevant.

Dar e Receber é o nome do primeiro single do Faradai desde que ele assinou pela Kongoloti Records. Conta com a participação do músico angolano Gonçalo Clington. Conta com aquela qualidade de produção que o mano Faradai já nos habituou, principalmente com a Jazzmática. Os vocals do brada Gonçalo Clington dão uma dimensão interssante ao brinde. Deixo o Helder explicar-se:
O contexto desse som inspirei-me naquela rubrica que passa sempre ao meio dia na FM stéreo entitulada ''Canta Angola'' em que passam imensos sons exultando a nossa cultura angolana na musicalidade que compõe esse país pelo que eu criei uma espécie de tributo aos nossos cotas que elevaram a outro patamar com distinção a musicalidade angolana além fronteiras e a nova geração que vem com dando passos mostrando que apesar das sementes firmes que os nossos mais velhos fizeram crescer os alicerces ao seu jeito tb vão mostrando como podem o caminho a herança e a vontade de continuar o legado que mal esta no fim da sua jornada pois a sua emoção encontra-se no seu decorrer Cotas como: Liceu Vieira Dias, O cota Elias Os irmãos Kafala Urbano de Castro Os irmãos mingas Teta Lando Paulo Flores Carlos Lopes Filipe Mukenga Filipe Zau e muitos outros
Já o verso do Gonçalo faz uma referência a nova escola e vaga de artistas que têm-se insurgido apaixonadamente pela preservação da nossa cultura inovando, reciclando e navegando outros mares na exteriorização da musica angolana. 
O conceito da fotografia que eu pretendia expor quando disponibiliza-se o som promocional pelos blogs e no fbook era simplesmente de um mais velho a dar um disco de vinil a uma criança( por aí aos seus 8 9 anos),que metaforicamente foi a altura que muitos de nós inconscientemente começaram a ganhar o interesse pela musica por influência dos nossos pais,e 20 anos mais tarde essa criança com o mesmo vinil a transmitir aquela musica mas de forma diferente que comparativamente é como nós a juventude adulta e geração dos anos 70 e 80.

Thursday, May 9, 2013

Introducing: Kongoloti Records



The Lounge's long time readers will know how much I appreciate Milton Gulli's music. The Portuguese-Mozambican musician has done some brilliant work over the years and participated in some fantastic projects and bands, including afro-beat collective Cacique '97, Dub Inna Week and Lovers Rock Inna Week, all of which are favorites of mine and have a special place here at the Lounge.

Milton Gulli's latest project is nothing more, nothing less than a full scale label. It's called Kongoloti Records and it's already starting to flex its muscles. Earlier this year one of my favorite Angolan musicians and lyricists, the talented Mr. Helder Faradai, signed for Kongoloti. Weeks later came the huge announcement: Mozambican rap's finest, mano Azagaia, had signed as well, releasing a new single to commemorate. The fact that two heavy hitters in the Lusophone music world signed for Kongoloti makes me excited of what's to come. It's like all my favorite worlds are colliding.

Milton, great job brotha. Here at the Lounge we've got our eyes on Kongoloti Records. It looks very promising...

Kongoloti in their own words:
We were intrigued by how much music from Lusophone Africa people really knew, so we started this journey to release new and established acts from this part of the world. Lusophone Africa is house to a lot of music that people rarely hear because is mostly consumed "indoors". From the traditional sounds of the north of Mozambique to the new urban tendencies sprawling on the streets of Luanda, from the slums in São Tome & Principe to the african ghettos in Lisbon, from urban to traditional, from electronic to acoustic, Kongoloti Records will always be a symbol of good and fresh music for yours ears!! Stay tuned for our first releases coming this 2013!!!


Os leitores de longa data do Lounge sabem o especial apreço que tenho pelo músico luso-moçambicano Milton Gulli. É ele a mente brilhante por trás de projectos como Cacique '97Dub Inna Week e Lovers Rock Inna week, entre outros - projectos estes que têm um espaço especial aqui no Lounge.

O mais recente projecto de Milton Gulli é nada mais nada menos que uma Editora. Chama-se Kongoloti Records e já começa a dar os seus primeiros passos. No príncípio deste ano, um dos meus músicos angolanos preferidos, o mui talentoso Helder Faradai, assinou pela editora. Semanas depois, o estrondoso anúncio: Azagaia, que está entre os meus rappers preferidos, também assinou pela Kongoloti e lançou um novo single. Dois nomes de peso da música lusófona para esta editora recém-nascida, o que nos faz adivinhar que mais surpresas estão para vir. 

Milton, estás de parabéns! Cá no Lounge, estamos de olhos postos na Kongoloti Records. A coisa promete...


Sunday, May 5, 2013

Caipirinha Lounge Cinema: Movimentos, por Aline Frazão

Vem aí o novo álbum da Aline: chama-se Movimento e sai dia 20 de maio pela Ponto Zurca. Enquanto esperamos, podemos já começar a conhecer o que promete ser um lindo trabalho. Numa colaboração com a Geração 80, a Aline brinda-nos com os primeiros de vários episódios. A ver:

Aline's second studio album is coming soon. It's called Movimento and is slated for a 20th May release on the Ponto Zurca label. Until then, we can start geting to know what promises to be a beautiful piece of work. In a collaboration with Geração 80, Aline shares with us the first two of several episodes. See below:


Aline Frazão - Movimento - Episódio #01 from Aline Frazão on Vimeo.


Aline Frazão - Movimento - Episódio #2 from Aline Frazão on Vimeo.

Saturday, April 13, 2013

A Safra, by Café Negro

Rock in Angola is in the ascendancy.

Although the genre has been around in Angola since the country's first years, and has been featured in a radio program called Volume 10 on Rádio FM/Rádio Escola for the past 17 years,  it's not until now that it is truly gaining a foothold. The first proper Angolan rock album wasn't released until 2006 - Neblina's Innocence Falls in Decay -  and to this day the genre continues to attract controversy and stigma.

Of all the genres Angola has imported from beyond its borders, rock is the one that gets the most grief. Or at least is used to. Because as of late rock has been gaining ground. You can see it in Luanda: more establishments are playing rock concerts, and more and more people are going to them. Elinga, perhaps Luanda's most unique cultural venue, now hosts regular rock nights (Elinga Rock Sessions), while King's Club, the Vila Alice staple that has always been popular with the rock crowd, not only continues to host frequent rock concerts but has a growing audience and popularity as well. The blog RockLuanda keeps you up to date with all things rock in the city but also in Benguela and Huambo, the two other places where Angolan rock is gaining popularity. There is even a documentary  - Death Metal Angola - about the people behind the first ever national rock concert in Angola with the legacy of war as a background.

It is precisely in this favorable environment that a new Angolan rock band, Café Negro, emerged. Composed of Ary, Eddy British, Jô Batera, Maiô Bass and the distinctive Irina Vasconcelos on vocals, the band released their first album, A Safra, in April of last year. But even before that, they had been getting their music online; Marissa Moorman at Africa is a Country wrote a brief post about them January of last year.

Café Negro defines their sound as "alternative pop rock", and A Safra is precisely that. The album seems to have been conceived for the general Angolan public - an audience that has a very limited exposure to the genre. As such, rock aficionados might find the tracks to be a bit formulaic. Most tracks seem to follow a familiar pattern of crescendos, climaxes and guitar solos. Another issue I have with the album is that a lot of it is English; Café Negro is at their best when they sing in Portuguese. With this in mind, the standout track on this album is definitely Kilapanga do Órfão. It has exactly what Café Negro does very well: a very unique fusion of traditional Angolan rhythms - in this case kilapanga, from northern Angolan - with elements of hard rock and Portuguese lyrics. It's a winner. Another personal favorite of mine is Incerto - I appreciate the lyrics but mostly I just appreciate the lyrics as sung by Irina Vasconcelos. What a voice.

The band has received widespread acclaim in Angola and now make frequent appearances in festivals and concerts, whether they are rock-themed or not; they are now working on their second album. Café Negro are at their best when they do tracks like Kilapanga do Orfão and create new sonic landscapes, fusing genres and creating music that have never been heard before; such an approach is ultimately more satisfying and worthwhile than the English-language pop rock of some of these tracks. Hopefully their upcoming album will have more of the former.

Kilapanga do Órfão
Incerto

Em Angola, rock está em ascensão.

Apesar deste estilo de música estar presente em Angola desde os primeiros dias da sua existência como país, e apesar do rock ser o foco principal do programa Volume 10, que passa na Rádio FM/Rádio Escola há 17 anos, talvez só agora é que podemos dizer que o rock está realmente a ganhar espaço e popularidade. O primiero álbum de rock angolano só foi lançado em 2006 - o Innocence Fall in Decay da banda Neblina – e até hoje continua o stigma e a controvérsia acerca deste género musical. Porém, começa-se a notar algumas mudanças nos níveis de aceitação do rock.

De todos os estilos musicais que foram chegando ao país, o rock é o que mais sobrancelhas tem levantado. Ou melhor, levantava. Porque agora, vê-se que o rock está a ganhar o seu espaço. Observa-se isso em Luanda: cada vez mais lugares albergam concertos de rock e cada vez mais gente aparece neles. O Elinga, um espaço cultural único em Luanda, alberga concertos e eventos de rock regularmente (os famosos Elinga Rock Sessions) enquanto que o King’s Club na Vila Alice, que sempre foi o ponto de encontro para os amantes de rock, continua fiel a si mesmo. O blog RockLuanda é paragem obrigatória para todos que queiram saber mais sobre o rock em Angola bem como participar em eventos do género não só em Luanda mas também em Benguela e no Huambo, duas cidades onde o rock angolano respira saúde. Até existe um documentário – Death Metal Angola – sobre os corajosos manos por trás do primeiro festival nacional de rock em Angola (são eles também que gerem o orfanato Okutiuka), com os efeitos da guerra como pano de fundo.

É precisamente neste clima que surge uma nova banda de rock angolano, de nome Café Negro. Composto pelos membros Ary, Eddy British, Jô Batera, Maiô Bass e a surpreendente Irina Vasconcelos nos vocais, a banda lançou o seu primeiro álbum, A Safra, em Abril de 2012. Mas mesmo antes disto, já andavam na boca do público e a partilhar vídeos online; foi sobre eles que a Marissa Moorman do blog Africa is a Country escreveu um pequeno post em Janeiro do ano passado.

A banda define o seu estilo do música como “pop rock alternativo” e A Safra é exactamente isso. O álbum parece ter sido concebido para o público em geral – um público que tem pouca exposição ao rock. Dito isto, os amantes do rock propriamente dito podem achar os ritmos e melodias deste álbum um tanto quanto previsíveis. A maioria das músicas parecem seguir o mesmo padrão sonoro, tornando a sua estrutura um tanto quanto repetitiva. Outro pequeno capricho que tenho com o álbum é facto de várias músicas serem em inglês. Creio que estão no seu melhor quando cantam mesmo em português. Com isto em mente, a melhor faixa do disco é de longe Kilapanga do Órfão. É precisamente nesta música que se vê o grande valor desta banda: nunca antes tinha ouvido, nem sei se alguma vez antes existiu uma mistura de kilapanga (ritmo tradicional do norte de Angola) com elementos de hard rock e letra em português. O resultado é excelente. Outra faixa que bastante aprecio é Incerto - aprecio a letra mas aprecio mesmo a voz da Irina Vasconcelos. Que voz.

Desde mesmo antes do lançamento do seu disco, a banda Café Negro tem sido muito bem recebida em Angola e é presença cada vez mais frequente em concertos de rock mas também de música em geral. Neste momento trabalham no seu segundo álbum. A meu ver, a banda está no seu melhor quando faz música como Kilapanga do Órgão...é algo novo, único...é algo só deles, que só o seu grupo criou - um novo panorama sonoro usando géneros e sons que nunca antes foram misturados. Creio que se continuarem neste espírito e apostarem no novo em vez de repetitivos arranjos sonoros com letras em inglês, deixarão um maior e mais nutritivo legado. 

Sunday, March 24, 2013

Thursday, March 14, 2013

Son Brasilego, by Sergio Tannus

I've been hearing of Sergio Tannus for almost a year now but only recently did I finally have the singular pleasure of listening to his album, Son Brasilego. What a joyous, uplifting, good-natured and good-humored album. The type of album that you just know was very fun to create and produce; the type of album where you know that all involved had a great time jamming out together; the type of album where you can feel that all the participants have a genuine love for music and art. It's an album that celebrates the synergies between Brazil and Galiza, where Sergio currently lives. Hence the CD's title: Son Brasilego (Brazilian and Galego, the local dialect). And the featured guests...wow. We have Luanda Cozetti from Couple Coffee, Aline Frazão, who surely shared some stages with Sergio as they both lived in Santiago de Compostela at around the same time, António Zambujo, Ceumar, Fred Martins, and more; all in all around 40 people participated in the creation of this album, and still it maintains a coherent identity throughout.

In the mornings as I get ready for work I like listening to Eu To Alegre, which features Luanda Cozetti.  It's a song that always puts me in a festive mood; I love the energy and freedom that Luanda brings to the track.

Eu to alegre, to alegre
Não vou deixar calar meu tamborim
Na batucada da alegria
que eu aprendi ser asssim

Eu to alegre, to alegre
Ninguém pode tirar isso de mim
Na batucada da alegria
Quero seguir sempre assim

Beethoven tinha razão is another highlight. I feel that any song featuring António Zambujo automatically gets elevated to another lyrical level, his wordplay is that good. This is also a unique opportunity to hear Zambujo sing over a samba tune...

Beethoven já pensava assim...

Lastly there is Quem Disse, which might just be the best track on the album. The lyrics are beautiful, especially when sung by that voice we've gotten to know so well...Aline's. I get the feeling that Sergio truly feels at home in the studio with his guests, such is his chemistry with them in these songs. We heard it in Eu To Alegre and we hear it again in Quem disse; it's a pleasure to listen to.

Quem disse que o amor é belo
Quem disse que o amor é simples
Quem disse que seria ƒácil 
Quem disse que não vale a pena...

Quem disse que o amor é lógica
Quem disse que o amor é plano
Quem disse que não é um engano
Quem disse que não vale a pena...

Eu To Alegre
Beethoven Tinha Razão
Quem Disse

Já oiço falar no Sergio Tannus há pouco menos de um ano mas só recentemente tive o prazer de ouvir o seu disco, Son Brasilego. Que disco mais alegre, que disco tão feliz. Daqueles que dão a sensação que foram feitos mesmo com amor à música e alegria pela arte. É um disco que celebra a fusão entre o Brasil e a Galicia, onde mora agora o brasileiro Sergio Tannus. Daí o título do álbum: é verdadeiramente um som 'brasilego' e ouve-se português e galego. E o elenco...meu Deus, o elenco. Temos Luanda Cozetti dos Couple Coffee, a Aline Frazão que com certeza partilhou alguns palcos com o Sergio quando os dois viviam em Santiago de Compostela, o António Zambujo, Ceumar, Fred Martins, enfim, é um disco com cerca de 40 colaborações mas que mesmo assim mantém a sua identidade sonora.

Durante as manhãs enquanto me preparo para o trabalho, adoro tocar Eu To Alegre, um dueto do Sergio e a Luanda Cozetti. É uma música que consegue sempre me pôr de bom humor. Gosto da forma solta como canta a Luanda Cozetti.

Eu to alegre, to alegre
Não vou deixar calar meu tamborim
Na batucada da alegria
que eu aprendi ser asssim


Eu to alegre, to alegre
Ninguém pode tirar isso de mim
Na batucada da alegria
Quero seguir sempre assim

Beethoven tinha razão é outra autêntica delícia deste álbum. Acho que qualquer canção com o António Zambujo é elevada para outro patamar lírico. Esta é também uma excelente oportunidade para ouvir a voz única de Zambujo por cima de um samba de leve.

Beethoven já pensava assim...

Por fim temos Quem Disse, talvez a melhor música do álbum. A letra é linda, linda mesmo, ainda mais cantada por aquela voz que tanto conhecemos...a voz d'Aline. Tenho a sensação que o Sergio sente-se à vontade no estúdio com os seus convidados e mais uma vez, tal como em Eu To Alegre, a química entre os dois é bonita de se ouvir.

Quem disse que o amor é belo
Quem disse que o amor é simples
Quem disse que seria ƒácil 
Quem disse que não vale a pena...

Quem disse que o amor é lógica
Quem disse que o amor é plano
Quem disse que não é um engano
Quem disse que não vale a pena...

Tuesday, March 12, 2013

Caipirinha Lounge Cinema: MPB - Música Portuguesa Brasileira

Uma pequena amostra, um mero petisco, do que é o documentário de Pierre Aderne. Chama-se Música Portuguesa Brasileira e quero muito vê-lo.



MPB musica portuguesa brasileira from Diego Quindere on Vimeo.

Bem me Quer, Mar me Quer, by Pierre Aderne

Pierre Aderne's Bem me Quer, Mar me Quer was recommended to me by a friend who generally shares my taste in music and has a great ear for what's happening in the Portuguese market. The album was my companion during a trip to Lisbon last year, a trip in which I had the opportunity to meet Pierre Aderne and just barely missed a live performance of his.

Pierre calls his music MPB, not for the initials for the brazilian genre, but rather 'música portuguesa brasileira - Portuguese-Brazilian Music. He actually did a documentary of that same name exploring the obvious synergies between the music made on both sides of the Lusophone Atlantic, including Cape Verde. And it's easy to understand why - one listen to the particular sound of Pierre's compositions and you can clearly discern the Portuguese, Creole, and Brazilian rhythms. And after I found out that Pierre's father is Portuguese, his mother Brazilian and his birthplace is France, his proclivity to mix the sounds of his heritage is even more sensible. He now calls Lisbon home after having grown up in Brazil.

Listening to this album means hearing mornas and sambas coexist side by side, sung by Portuguese, Brazilian and creole accents, sometimes within the same song. Nha Morninha, featuring Sara Tavares, is a great example. I also thoroughly enjoy his song with Luís Caracol, Coração Manteigamy favorite on the album. Um lugar pra ficar, with the sultry, full-throated Portuguese fadista Gisela João and Portuguese pianist Mário Laginha, is a close second.

Bem me Quer, Mar me Quer is a pleasant, appealing, contagiously upbeat album that is easy to listen to and truly Lusophone. In the best sense of the word. I recommend it.

Nha Morninha
Coração Manteiga
Um lugar pra ficar


Este disco foi-me recomendado por uma pessoa com quem partilho muitos dos mesmos gostos musicais. O disco foi o meu parceiro numa viagem que fiz à Lisboa no ano passado...e nesta mesma viagem tive a oportunidade de conhecer Pierre Aderne e por pouco até teria a oportunidade de o ver cantar ao vivo.

O Pierre chama a sua música de MPB - "Música Portuguesa Brasileira." Chegou a fazer um documentário com este mesmo título. É fácil compreender porquê  - quem ouve a sonoridade particular das músicas do Pierre percebe isto logo. Cresceu no Brasil mas tem o coração em Lisboa. E depois de eu ter descoberto que o seu pai é português, a mãe brasileira e o seu local de nascença a França, a sonoridade única de Pierre faz todo sentido.

Entre mornas e sambas ouvem-se sotaques brasileiros e portugueses a cohabitarem na mesma música, dançando sob os mesmos ritmos. Nha Morninha, que Pierre canta com a Sara Tavares, é um bonito exemplo. Aprecio bastante também o dueto que faz com o português Luís Caracol na música Coração Manteiga; é a minha canção preferida no disco. Um lugar pra ficar, dueto com a fadista portuguesa de voz ofegante Gisela João e o pianista português Mário Laginha no piano, não fica muito atrás.

Bem me Quer, Mar me Quer é um disco ameno, simpático, alegre, e contagiante, de audição fácil e verdadeiramente lusófono. No mais belo sentido da palavra. Recomendo.







Sunday, February 24, 2013

Caipirinha Lounge Cinema: Tributo às vozes de Angola

No sábado passado o Espaço Bahía, talvez o meu lugar preferido para se ver música ao vivo em Luanda, rendeu-se às vozes de músicos da minha geração: Aline Frazão, Toty Sa'med, Irina Vasconcelos e Gari Sinedima.  Na noite seguinte foi a vez do Chá de Caxinde, agora totalmente remodelado. Eram vozes jovens, cheias de intensidade, a interpretar temas de gerações passadas. Pelas imagens que se seguem, foi lindo. Esperamos poder vê-los mais vezes. Muitas mais.

Last Saturday, Espaço Bahía, perhaps my favorite place to listen to live music in Luanda, witnessed an intimate concert featuring some of the best voices of my generation: Aline Frazão, Toty Sa'med, Irina Vasconcelos and Gari Sinedima. The following night they played at Chá de Caxinde, another iconic venue in Luanda and now totally remodeled. Theirs were young but intense voices, covering songs from a generation past. See and listen to their beautiful music below. And here's to hoping that they do this again. And again. 

Em suas palavras:
Este é primeiro de muitos encontros entre 4 músicos angolanos que partilham o mesmo "feeling" musical. Um concerto intimista, com vozes e violão sendo este um tributo aos grandes clássicos da música Angolana. Uma nova geração nasceu... agora a história vai ser contada.
*Photos by Mário Bastos and Erivaldo Claver. Video by Geração 80


Palamé


Palamé - Aline Frazão, Gari Sinedima, Irina Vasconcelos e Toty Sa'Med from Geração 80 on Vimeo.



Vanda Kupala


Vanda Kupala - Gari Sinedima from Geração 80 on Vimeo.



Monami


Monami - Irina Vasconcelos from Geração 80 on Vimeo.

Sunday, February 3, 2013

Editor's Pick: The Top 10 Lusophone Albums of 2011

This isn't a typo. I really do mean 2011.

I used to make fun of the guys at Wakuti Musica and Luaty at Musica Uhuru for going months without updating their blogs. Now I can finally relate. This post was due a little over 1 year ago. As other projects, events, and dreams have gotten in the way, my Lusophone music consumption greatly suffered, and with it the pace of writing at the Lounge. I didn't even finish listening to most albums below until well into 2012.

But what great albums they are. From Komba (Buraka Som Sistema) to Proíbido Ouvir Isso (MCK) to Cherry on My Cake (Luísa Sobral), 2011 was (another) stellar year for Lusophone music. There were more collaborations among luso-artists and there were many high-profile concerts and musical events in the main Lusophone capitals in the world and several cities beyond those. Music in Portuguese is becoming ever more popular. I was lucky to see several Brazilian musicians here in New York and even got to see Buraka in action, and in a testament to all great albums, many of the ones profiled below are still in heavy rotation on my iPod, over a year after they came out.

Below were my favorite Lusophone albums of 2011.

Não, não é um erro. Quis mesmo dizer 2011.

Antes ria-me dos manos do Wakuti Música e o Luaty do blog Música Uhuru por ficarem meses sem um novo post nos seus respectivos blogs. Finalmente posso perceber o que causa este “silêncio”. Blogar todos os dias é obra, e este post que escrevo neste momento era pra sair há mais de um ano atrás. Um ano! Mas o tempo foi passando e a vida foi acontecendo. Projectos, eventos e sonhos foram surgindo e o meu consumo de música lusófona sofreu com isso, bem como a frequência dos posts neste espaço. Só acabei de ouvir os álbuns aqui perfilados já bem no meio de 2012.

E que grandes álbuns temos aqui. Desde o Komba (Buraka Som Sistema) ao Proibído Ouvir Isso (MCK) ao Cherry on My Cake (Luísa Sobral), 2011 tem sido (mais) um ano excelente para a música lusófona. Houve mais colaborações entre artistas lusófonos, grandes eventos culturais nas principais capitais da lusofonia e não só, e nota-se o crescimento da popularidade da música lusófona à volta do mundo. Tive a oportunidade de ver vários músicos brasileiros aqui em New York, incluindo os Buraka. E como todos grandes álbuns, os aqui perfilados continuam em constante rotação no meu iPod, mais de um ano depois de terem saído.

A seguir, os meus álbuns preferidos de 2011.

10. Komba, by Buraka Som Sistema (Portugal/Angola)


Buraka’s rise has been meteoric. They’ve basically carried the kuduro sound all over the world and made it cool outside of Luanda’s streets. It’s the first, if not the only, Luso-Angolan group that has truly become a globally-known band, selling out concerts from Rome to Tokyo to Paris to Mexico City (which is, incidentally, one of Conductor’s favorite cities for a Buraka concert). This year marked the first time they performed in India, where they gave their local New Delhi fans a taste of their infections electro-kuduro sound. And I finally had the opportunity to see them right here in New York City, in an unforgettable concert. Their music is still pure energy: festive and frenetic with a highly contagious rhythm that denotes a certain evolution in their sound, evidenced by some of the artists that they invited for this album. Sara Tavares on a kuduro? Yeah. Why not?

Voodoo Love

Buraka, by brooklynvegan.com
A ascenção meteórica dos Buraka tem sido vertiginosa. É o primeiro, se não o único, grupo luso-angolano que conseguiu realmente se impôr no mundo como uma banda global, esgotando concertos de Roma à Tóquio a Paris a Cidade do México (que por acaso é um dos lugares preferidos do Conductor). Este ano levaram pela primeira vez a sua mistura contagiosa de kuduro e electro à India, num concerto inédito em Nova Delhi. E eu finalmente tive a oportunidade de os ver actuar aqui em Nova Iorque, num concerto inesquecível. A música, esta continua energética, festiva, frenética, num ritmo alucinante em que se nota alguma evolução sonora da banda, mesmo vendo pelos artistas que eles decidiram convidar desta vez. Sara Taveres num kuduro? Ya. Porque não?

9. Chapa '97, by Cacique '97 (Portugal/Mozambique)


Afro-beat in Portuguese. I still can’t get over that. For people who love this genre, Luso-Mozambican collective Cacique ‘97’s new EP is tasty. It has all the ingredients with which these musicians have made us love them and also features another artist that we’ve grown to love, Nástio Mosquito. Cacique’s live performances, which make up 4 of the 6 songs in this EP, are full of life. Chapa ’97 is the standout here – it’s such a great tune. It was inspired by the unrest in Maputo towards the end of 2010, triggered by yet another price increase of basic goods. True, this only an EP and not a true album, but the energy in Cacique’s live performances and the quality of the work here merited its inclusion. Chapa ’97 live is something else.

American Cop

Cacique '97, by flun
Afro-beat em português. Para amantes do género, o novo EP da malta luso-moçambicana dos Cacique ’97 está saboroso. Tem todos os ingredientes com os quais estes músicos já nos habituaram e conta também com a participação de artistas que muito apreciamos, entre eles o Nástio Mosquito. São dois temas inéditos e 4 sons gravados ao vivo. Chapa ’97 é muito som, e o meu preferido. Foi inspirado nos confrontos que surgiram em Maputo em 2010 depois de mais uma súbida dos preços de produtos básicos. Sim, isto é só um EP e não um álbum própriamente dito, mas a qualidade do trabalho motivou a sua inclusão nesta lista. Chapa ’97 ao vivo é outra coisa.

8. Pitanga, by Mallu Magalhães (Brazil)


I was very impressed by the musical quality of Mallu's third studio album and how, at just 20 years old, she has truly found her voice. Pitanga contains confidence and assurance not usually seen in artists this young. The sound of her album is a unique mix of MPB, bossa nova, and folk rock, combining genres seldom seen in a Brazilian production. She binds it all together with that sweet, delicious voice of hers that she uses to great effect. It's almost like a caress, the way she whispers. Pitanga is the album I'd play on quiet nights while sipping a drink or lazy Sunday afternoons; it has a soothing effect. Sambinha Bom was one of my favorite tracks that year and one I still listen to regularly.

Highly Sensitive
Mallu, by Eneias Barros
Fiquei positivamente impressionado pelo terceiro álbum da Mallu e como ela, aos 20 anos, já foi capaz de encontrar a sua voz e o seu estilo próprio de interpretar a música. O álbum chama-se Pitanga e nele a Mallu liberta-se, mostrando confiança e certeza em si própria, no seu talento, e na sua música, confiança esta que nem sempre é comum em artistas tão jovens. O som dela é uma mistura incomum de MPB, bossa nova, e folk rock, géneros que normalmente não coabitam numa produção brasileira. A voz deliciosa, sussurrante dela actua como um instrumento sobre as diversas melodia. É quase como uma carícia, a voz doce dela. Pitanga é o álbum que toco em noites calmas enquanto aprecio um vinho ou então em tardes preguiçosas de domingo; tem um efeito acalmante. Sambinha Bom é uma das melhores músicas que ouvi em 2011 e uma que ainda toco regularmente.

7. World Massala, by Terrakota (Portugal)


I have a lot of love for Terrakota. Their musical versatility is simply incredible. World Massala, their most recent album, is a previously unheard of mix of Lusophone music and Indian music, and they actually traveled to the Indian subcontinent to drink the music from the source. I’m also a fan of Terrakota for reasons beyond their music. They’re environmentally-friendly stance, their simple and altruistic lifestyle, their complete disregard for imaginary land borders, and even their political choices are qualities I greatly appreciate. When Angolan youth were getting beat up in the streets of Luanda for legally protesting against the regime, Terrakota showed their indignation is social media platforms and even in concert, when they, alongside the regime’s favorite protestor Ikonoklasta, showed their solidarity with the Angolan youth that had been farcically incarcerated. Despite its Indian flavor, World Massala also has some more afro-centric and Brazilian-sounding jams. Ilegal below is one of them.

Ilegal


Tenho muito amor pelos Terrakota. A sua versatilidade musical é simplesmente incrível. O World Massala é uma mistura previamente inexistente de música lusófona com ritmos indianos, e eles viajaram até ao subcontinente asiático para sentirem de perto a música. Mas também aprecio muito a postura deles enquanto artistas e seres humanos. Gosto da atitude ambientalista deles,a forma simples e altruísta como encaram a vida e até mesmo das suas opções mais políticas: quando os jovens angolanos estavam a apanhar porrada nas ruas de Luanda por se manifestarem, os manos da Terrakota mostraram a sua indignação nas redes sociais e na mesma altura realizaram um concerto com o “arruaceiro-em-chefe” em que o mesmo, e a banda, se mostraram solidários com os jovens injustamente incarcerados. Apesar do seu sabor indiano, o World Massala também contém ritmos do continente berço e outros com sabor mais brasileiro. Ilegal acima é um deles.

6. Dor de Mar, by Tcheka (Cape Verde)



It’s one of my favorite albums to listen to in the morning as I’m getting ready to work and also during my commute. It has the power to clear my mind, to relax me, to prepare me for the day ahead. It is definitely the best album to come out of Cape Verde in 2011. Dor de Mar is another strong effort from Tcheka, full of beautiful melodies and haunting tunes that only a Cape Verdean can create and only those islands can inspire. And once again, the songs are enhanced by Tcheka’s voice – the man can sing. This album is Tcheka’s fourth and I hope for the sake of Lusophone music that he continues to give us these sonic treasures.

Pexera Porto

Tcheka, by Jono Terry
É dos meus álbuns preferidos para ouvir logo de manhã enquanto me preparo para o trabalho, e também adoro ouvi-lo no subway. O álbum relaxa-me, clarifica-me a mente e prepara-me para enfrentar o dia. É definitivamente o meu álbum preferido a sair de Cabo Verde em 2011. Mais uma vez o Tcheka conseguiu compôr um álbum musicalmente forte, repleto de lindas melodias e canções que só um caboverdeano pode sonhar e só aquelas ilhas podem inspirar. E mais uma vez cada melodia, cada canção é reforçada pela voz do Tcheka...realmente o homem sabe cantar. Este já é o quarto álbum do Tcheka e pelo bem da música lusófona, espero que continue a nos oferecer estes tesouros sonoros.

5. The Cherry on My Cake, by Luísa Sobral (Portugal)



Several publications considered Luísa Sobral's debut album The Cherry on My Cake as the best Portuguese album of 2011 and I'd have to agree. What an assured and accomplished debut by the young woman. She has a wealth of talent at her disposal and if her breakthrough success on both sides of the Atlantic (US and Portugal) is anything to go by, she'll be singing for awhile. I love that Luísa made the choice to sing in both Portuguese and English; it gives her jazzy, lighthearted album a distinct sound and feel. Hearing her croon in Portuguese is particularly satisfying, and her English still retains a bit of a Portuguese accent. I'm a huge fan of accents, especially when sung to music like this. Not There Yet was amongst my favorite songs of 2011, while O Engraxador below is another standout track.

O Engraxador

Luisa Sobral, by EU Neighbourhood Info Centre
Várias publicações consideraram o álbum de estreia de Luísa Sobral,  The Cherry on My Cake, como o melhor álbum português de 2011. Terei de concordar. Que grande estreia por parte de uma cantora tão nova e talentosa. O facto que a Luísa encontrou sucesso não só em Portugal como também aqui nos States logo na primeira tentativa é prova que ela veio para ficar. Adoro o facto dela ter escolhido cantar tanto em inglês como em português; a presença dos dois idiomas, a maneira como as duas línguas funcionam igualmente bem nas músicas jazzy e alegres, torna o álbum distinto. Sou um apreciador de jazz em português e não é todos os dias que o oiço. E também sou um apreciador de sotaques - gosto de ouvir o sotaque aportuguesado do inglês da Luísa. Not There Yet, single do álbum, foi dos meus sons preferidos de 2011, enquanto que O Engraxador é outro tema que aprecio.

4. Clave Bantu, Aline Frazão (Angola)



After I found out about Aline and her music, I dreamt of seeing her play at the Luanda Jazz Festival. I also hoped that one day she would edit an album, even though she said she had no plans to do so at the time. In 2011 she released her studio debut Clave Bantu and in 2012 she played in the Luanda Jazz Festival. Some dreams do come true, apparently...

There are not many albums like this one in the Angolan market. There aren't many albums with this sublime simplicity, this beauty, this lightness. Guitar, voice, percussion. It's an album that's easy to listen to and contains influences from other Lusophone areas, including Brazil, Cape Verde, Portugal, and...Galicia. It was independently produced and released by Aline herself. Of the 11 tracks, two were written by very well known Angolan authors: Ondjaki wrote Amanheceu while José Eduardo Agualusa wrote O Céu da Tua Boca. The other nine songs are Aline's. I'll leave you with Na Boca do Mundo, one of the standouts.

Na Boca do Mundo

Aline, by Obra Social Caja Madrid
Pouco após conhecer a Aline sonhava em ver-lhe cantar no Luanda Jazz Festival. Sonhava também em escutar um disco dela, porque na altura em que comecei a ouvir as suas músicas ela nem sequer tencionava lançar um álbum. Em 2011 ela lançou Clave Bantu e em 2012 cantou no Luanda Jazz Festival. Alguns sonhos tornam-se realidade...

Não existem muitos álbuns como este no mercado angolano. Não existem muitos álbuns com esta liberdade, esta beleza, esta simplicidade. Guitarra, voz e percurssão. É um álbum de audição fácil, suave, com influências de vários pontos da lusofonia, incluindo Brasil, Cabo Verde, Portugal e...a Galicia. Foi produzido de forma independente. Das onze faixas, duas foram escritas por conhecidos cantores angolanos: o Ondjaki escreveu Amanheceu e o José Eduardo Agualusa é o autor de O Céu da Tua Boca. As outras nove músicas foram lindamente escritas pela Aline. Fique com Na Boca do Mundo.

3. Proibído Ouvir Isso, by MCK (Angola)


His songs usually don't play on the radio - only his tamer songs get airtime. His videos aren’t shown on TV. He’s anti-regime. Still, his album release event in Luanda's Praça da Independência attracted more crowds than any other release event in the capital that year. Thousands of people turned up to try to get a copy of one of the most anticipated album of the year. Once again, with his characteristic humility, MC Katrogipolongopongo calmly sold out his album and continued to spread his unique brand of social critique. He then went to the provinces and did the same thing. The effect was immediate. The phrase 'país do Pai Banana' (father banana's country) entered into the national lexicon. Even Rafael Marques took a break from his usual articles and wrote an extensive piece on this album, becoming a music blogger for a day. Proibído Ouvir Isso features some heavy-hitters of the Lusophone music scene, including Angola's Paulo Flores and kuduro artist Bruno M, and Portuguese producing maestro Sam the Kid. This was simply the best Angolan rap album of 2011 and the one that was able to create serious discussion about the social ills that plague us as Angolans.

Eu Sou Angola

Lançamento do Proibído Ouvir Isso
Foto do blog Kano Kortado
Não tocava na rádio. Não passa na televisão. É anti-regime. Mas mesmo assim, o lançamento do mais novo disco do MC do Bairro de Lata foi talvez o lançamento mais concorrido do ano em Luanda. Eram milhares de pessoas ávidas em conseguir uma cópia do CD. Mais uma vez, com a humildade que lhe é característica, o MC Katrogipolongopongo encheu a Praça da Independência em Luanda e vendeu milhares de exemplares. Depois viajou pelas províncias e fez o mesmo. O efeito foi imediato. A frase “país do Pai Banana” entrou no léxico nacional. O álbum foi motivo de um artigo extenso no site do Rafael Marques e fez com que o homem se tornasse music blogger por instantes. Contou também com a participação de grandes talentos do panorama musical angolano e não só, entre eles o Bruno M, Paulo Flores e Sam the Kid. É simplesmente o melhor álbum de rap angolano de 2011, e mais do que isso, foi álbum que mais despertou a nossa consciência crítica como cidadãos angolanos. Ponto final.

2. Lovers Rock Inna Week, by Grasspoppers (Portugal)


It's an ambitious, heavy-hitting album, filled with musicians at the top of their game. Selma Uamusse. Milton Gulli. Helder Faradai. Just to name a few. Cape-Verdeans, Mozambicans, Angolans. English, Creole, and Portuguese. This album has it all. Grasspoppers released the album for free on their website, which means that you (still) have the possibility of listening to quality Lusophone reggae without spending a single cent. When the album first came out I was unable to listen to much of anything else for days. On the subway on the way to work, at home as I made dinner, in the city streets as I walked to friend's houses, it was Lovers Rock that was playing. I still listen to it regularly over a year after its release. Carta a Uma Cidade Anoitecida was among my absolute favorite songs of 2011. At night, in the quiet dark, alone or with company, or on that night drive when it seems the road is all yours, there are few better songs to play than that one. This was, without a doubt, one of the albums that most influenced me in 2011.

Black Brothers Riddim


É um álbum estonteante, com personagens em grande forma. Selma Uamusse. Milton Gulli. Helder Faradai. Só para citar estes. Cabo-verdianos, moçambicanos, portugueses, angolanos. Português, crioulo, inglês. O álbum tem de tudo. Os manos dos Grasspoppers ofereceram o Lovers Rock de graça no seu website. Ou seja, tem a possibilidade de escutar reggae lusófono de qualidade sem gastar um único centavo. Quando o álbum saiu, ouvia-o durante dias seguidos. No subway a caminho do trabalho, em casa enquanto preparava o jantar. Ainda o oiço com frequência, mais de 1 ano depois de ter saído. Carta a Uma Cidade Anoitecida foi talvez a música que mais gostei de ouvir em 2011. À noite, no escuro, na solidão ou com uma companhia, no carro de madrugada com a estrada vazia, não conheço melhores músicas para se escutar. Este foi, definitivamente, um dos álbuns que mais me marcou em 2011.

1. Nó na Orelha, by Criolo (Brazil)



Quite simply the best Lusophone album of 2011, and definitely the best Lusophone rap album to come out in some time. It was considered by national and international publications as the best Brazilian album of 2011. Nó na Orellha broke down several barriers and introduced Criolo to a worldwide audience. On the success of this album, Kléber Gomes, his real name, finally left São Paulo and held live concerts in Paris, London, and right here in New York City, introducing rapt audiences to the distinctive rhythm of his Paulista rap. There's a lot to love about this album. It is the complete package: lyrically profound, excellently produced, and so much more than just rapping. Criolo infused his brand of hip hop with soul, intelligence, and a distinctly Brazilian identity - he sings in some tracks, croons in others and then lays down rhymes with the same skill as the best. From the afro-beat opener to the samba closer, Criolo's second album contains several sonic landscapes, among them funk, MPB, blues, and brega. It is a trascendental album and further establishes São Paulo as the source of all that's brilliant about modern Brazilian, and Lusophone, music.

Lion Man

Criolo, por Tinho Sousa
Simplesmente o melhor álbum lusófono de 2011, e definitivamente o melhor álbum de rap lusófono que eu ouvi nos últimos tempos. Foi considerado como o melhor álbum brasileiro de 2011 por várias publicações brasileiras e internacionais. Nó na Orelha quebrou vários preconceitos e apresentou o Criolo à uma audiência mundial. Por causa do sucesso deste álbum o Kléber Gomes, como também é conhecido, teve a oportunidade de actuar ao vivo em várias capitais mundiais, incluindo Paris, Londres, e Nova Iorque. Introduziu o seu rap paulista ao mundo. Há muito que respeitar e apreciar neste álbum - é um trabalho completo. Liricamente profundo, excelentemente produzido, e muito mais que rap. Este MC conseguiu criar o seu próprio estilo de rimar e encarar o hip-hop. O hip-hop do Criolo tem soul, inteligência e uma identidade brasileira distinta. E como se não bastasse, este homem também sabe cantar. Não existe amor em SP é uma obra de arte por si só. Desde o afro-beat da primeira música ao samba da última, Nó na Orelha é uma viagem por várias paisagens sonoras, incluindo funk, MPB, blues e brega. É um disco trascendente que mais uma vez estabelece São Paulo como a fonte de tudo que é brilhante na música brasileira e lusófona moderna.
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