We come back this Monday to continue our journey through Katro's
Proibido Ouvir Isto,
with two fresh tracks off the burner. And what tracks we have here. I consider
Na Fila do Banco as the strongest track on this album. The concept and the rhythmic flow are original very well done - Katro plays three different characters all waiting in line at the bank, each with a story to tell. Like many of MCK's songs, it's a social commentary that touches on rampant corruption, racism, discrimination, and white-collar crime. The characters are varied - there's Katro himself, noticing how the bank employees are all light-skinned and the only dark-skinned workers are the guard and the cleaning lady; there's the bank manager, who slept her way to the top and uses sex as barter; and there's a rich bank client who in cohorts with the government and got his money thru drug trafficking.
Circuíto Fechado is more of the standard self-aggrandizing rap song, in which MCK extols the strengths of his rap and his movement, with the usual disses and bravado - like I said, standard rap fare. Nonetheless it's one of my favorite songs on the album. The disses are welcome and on point. The delivery is stellar as always. And the featured artists are able to hold their own.
Na Fila do Banco
Circuito Fechado
Bonus Track
You know I wouldn't let you off easily with just two tracks. This third one is an independent single that Katro just put out earlier this month, called
Eu Queria Morar Em Talatona. "I want to live in Talatona", he says on the track's chorus. Talatona is the chic, walled condominium neighborhood where Luanda's elite live. It's a humorous take on the enormous income disparity strikingly visible in Luanda. The song is a homage to Brazilian rapper Gabriel O Pensador's iconic rap,
Resto do Mundo. You can hear it
here.
Eu Queria Morar em Talatona
Voltamos esta segunda feira para continuar a nossa viagem proibida pelo novo álbum do Katro, que de tanto o ouvir já não tem lá muito de novo. Desta vez temos duas excelentes músicas para os vossos ouvidos ávidos de música de qualidade. Comecemos por
Na Fila do Banco, a minha música preferida do disco. Mais uma vez o Kapa nos dá um ar da sua originalidade com este rap, onde o flow e as rimas são estonteantes, como o mano bem nos habituou. Neste som, o Kapa veste-se com três personagens distintas encontradas nas filas dos nossos bancos, e em 4 minutos e 23 segundos consegue fazer uma abordagem crítica de alguns temas tabús na nossa sociedade: o racismo, a discriminação, o dinheiro fácil, a prostituição, e o crime de colarinho branco. A primeira personagem é o próprio Kapa, que comenta sobre o racismo e a discriminação no banco: "Ta tipo Dom Q, até parece praga.."; a segunda personagem é a gerente do banco, que usa a prostituição como forma de subir na vida e ter o
lifestyle que ela acha que merece: "Sustento a minha família, mesmo prostituta!"; a terceira personagem é um empresário de sucesso, sucesso este que vem de ser traficante de droga com ligações ao poder: "Sou traficante há dois anos com conta no BAI."
Circuíto Fechado é outra música que aprecio bastante neste álbum. É uma espécie de hino ao rap underground, ao rap que sustenta o movimento do Katro. Ao rap de verdade, de intervenção social, ao rap que toca na ferida. Gostei das inúmeras indirectas que o Kapa manda ("Batemos mais que Black Fofas e Coreon Dús") e sorrio sempre que toca o refrão:
Eu sou!
Circuito Fechado
Não dou!
No vosso mercado
Bajulador vai lá dar recado
Eu sou o underground por isso não fui comprado.
Também apreciei as participações do Da Bullz e o Agente Supremo - oferecem outra dinâmica ao som e mostram a diversidade e força do movimento.
Bonus Track
Os leitores mais assíduos deste site já sabem que nesta série há sempre uma surpresa. Sendo assim, e como fica mal deixar-vos só com duas músicas, deixo-vos também com o novo single do Katro, uma homenagem que o mesmo fez ao rapper brasileiro Gabriel o Pensador chamada
Eu Queria Morar em Talatona. Foi inspirada na música
Resto do Mundo do Gabriel, música esta que o leitor pode ouvir
aqui. Provoca sorrisos para os manos que estão em Luanda e podem apreciar perfeitamente a letra do som!