Thursday, September 30, 2010

The Grasspoppers Presents: Dub Inna Week

It was while talking with Helder Faradai about Jazzmática that he told me about The Grasspoppers and Cacique ’97, a collective of Portuguese and Luso-African musicians who were fascinated by and created afro-music. Milton Gulli, who leads both the Grasspoppers and the Luso-afrobeat band Cacique ’97 (coming soon to the Lounge!) is also the originator of the Dub Inna Week project. And it’s been awhile since we’ve heard quality dub at the Lounge.

Dub Inna Week was an audacious project to record a dub and reggae album in a week. A bit like the 1-Uik Project. It features performances by a collective of Portuguese, Mozambican, and Angolan artists, including the aforementioned Helder Faradai from Angola, his comrades Prince Wadada and Renato Almeida, Marisa Gulli, Zé Lencastre, and several others. They describe the process of recording the album as a sublime experience: a lot of musicians coming and going, a lot of smoke and some wine and beer, dub constantly on everyone’s mind, some people playing instruments while others wrote lyrics, lots of echoes, reverbs and ‘skankings’…

My favorite tunes on this album, which is available for download in its entirety straight from the Grasspopper’s blog, are available below for your aural pleasure. Among them are Tunda Já, featuring both Faradai and Prince Wadada, the spoken word Folha de Feijão Makonde, in my view the album’s breakout track, and lastly Complicação Dub, whose chorus states "my complication is that I don't have any money." I'm sure we all can relate. Press play and feel the Lusophone dub.

Tunda Já
Folha de Feijão Makonde
Complicação Dub

Foi durante uma das minhas conversas com o Helder Faradai dos Jazzmática que ele me falou dos The Grasspoppers e dos Cacique ’97, um grupo de músicos portugueses e luso-africanos que são apaixonados pela músca afro, principalmente o afro-beat. O Milton Gulli, homem forte dos Grasspoppers e dos Cacique '97 (em breve no Lounge!) foi quem teve a ideia do projecto Dub Inna Week. E há muito tempo que não se ouve dub de qualidade aqui no Lounge.

Dub Inna Week foi um projecto ambicioso: os integrantes do mesmo tentaram, e conseguiram, gravar um album de dub e reggae em uma semana. Um pouco como o 1-Uik-Project. Eis as palavras (inspiradoras) dos Grasspoppers acerca do projecto:

"Na televisão disputava-se a final do campeonato do mundo na África do Sul, mas o som estava desligado.  Nesse dia começaram as gravações do Dub Inna Week: numa semana seria composto e gravado um disco de dub. Muito fumo, algumas cervejas, ocasionais copos de vinho e de whisky. Algumas pessoas entravam, outras saíam. As ideias surgiam naturalmente e sem esforço. Parava-se para jantar e depois de saciada a fome já haviam novas ideias. Mais pessoas apareciam, traziam uma garrafa de vinho, outras vinham carregadas com o seu veneno dub (efeitos, delays e instrumentos que tinham em casa), outras vinham com inspiração. Letras escreviam-se em cima do joelho enquanto se montavam os instrumentais. De uma simples linha de baixo surgiam mil ideias quase imediatamente. Ambiente relaxado.

Tudo isto aconteceu no Abyssinia Studios 03, o estúdio caseiro dos The Grasspoppers: um computador portátil, guitarras, baixos, percussões, um microfone de condensador e 2 controladores Midi. Acordava-se a pensar em dub e adormecia-se a pensar em dub. As cabeças estavam cheias de eco, reverb, skankings, riddims e basslines. Sorria-se e dançava-se quando de um esboço começava a surgir um tema. Dub era a palavra de ordem. No último dia dessa semana festejou-se. 9 temas novos tinham sido compostos e gravados na sua totalidade. Os dubmasters : Milton Gulli (Cacique´97, Cool Hipnoise, Philharmonic Weed), Marisa Gulli (Cacique´97, Philharmonic Weed, Faith Gospel Choir), Renato Almeida (Kussondulola, Jammin, Mercado Negro), Natty Fred (Dread Natta, Riddim Culture), Prince Wadada, Zé Lencastre (Cacique´97, The Most Wanted), Vinicius Magalhães (Cacique´97, Farra Fanfarra) e directamente de Luanda,  o MC Faradai que, graças às tecnologias da internet, gravou uma rima  no seu estúdio caseiro em Angola. No pressure, no music biz bullshit, just the pleasure of making music! Lets make some holy ghost crazy noize!!!!!!!!! Dubwise!!!"

Os meus dubs preferidos deste album, todo ele disponível para download no blog dos Grasspoppers, foram difíceis de escolher. Todo album é recheado de roots reggae, puro luso roots reggae. Mas entre os que se sobressaem ao resto está o Tunda Já, com a participação do mano Faradai, a Folha de Feijão Makonde com o spoken word da Marisa Gulli, que para mim é a melhor música do album, e por último o Compliação Dub, onde o refrão é "minha complicação é não ter dinheiro." Como dizem em Angola, ai nanas. Podemos todos concordar. Carrega no play e sente o dub lusófono.

Wednesday, September 29, 2010

Jazzmática

Their name gives us a clue of the type of sound they create: Jazzmática combines elements of jazz and hip-hop, but also dabbles in a diverse array of styles, such as neo-soul, nu-jazz, funk, bossa nova, reggae, afro-jazz and others. They're another example of Angola's thriving alternative music scene and might even remind you a bit of Afrologia. Their frontman, Helder Faradai, likes to refer to his band as "a matemática do jazz", or "the mathematics of jazz", which is where the band name comes from. Jazzmática has been around since 1999, slowly honing their sound and battling the many difficulties that come with creating music in Angola. They've been playing live here and there, appearing in Espaço Bahia, being featured in mixtapes and compilations, but thankfully their EP is due out later this year. A visit to their Myspace and their Soundcloud will give you a fresh taste of their music; my favorite song of theirs, Apenas Sei, features Rossana Rapozo and has a certain A Tribe Called Quest vibe to it.


Apenas Sei

O nome da banda já nos dá uma ideia do tipo de música que ela toca. Jazzmática é uma banda experimental que funde elementos de jazz e hip-hop, mas que também adiciona outros ritmos e estilos ao seu cocktail sonoro, tais como neo-soul, nu-jazz, funk, bossa nova, reggae, afro-jazz, enfim, misturar a música é uma coisa bela. São mais um exemplo da música 'alternativa' que se faz em Angola, a música que vale alguma coisa, aquele tipo de música que é feito com dedicação, suor, e amor. Talvez até te façam lembrar dos Afrologia. Diz-nos um dos membros da banda, o Helder Faradai, que o seu som é uma fusão de "jazz e matemática", daí o nome. Diz-me também o Helder que já existem desde 1999 mas que por vários motivos alheios ao seu control ainda não puderam lançar o tão esperado album; o mesmo deve saír ainda antes do fim do ano. Mas pelo menos conseguiram espalhar a sua música, a sua arte, por aqui e acolá, fazendo parte de mixtapes,  cantando com outros músicos, dando concertos no Espaço Bahia. Recomendo vivamente uma visita ao seu Myspace e Soundcloud para se ouvir mais sonoridades jazzmáticas, e aqui no Lounge deixo-vos com Apenas Sei com a participação da Rossana Rapozo, a minha música preferida deles. É tipo A Tribe Called Quest, versão angolana.

Tuesday, September 28, 2010

Sônia Rosa

Perhaps the first thing that will grab your attention about these two lovely songs from a virtually unknown 60's bossa nova singer is her angelic voice, almost childlike in pitch. Sônia Rosa is the bearer of such a voice, and I say she's virtually unknown in Brazil or throughout the Lusophone world because a quick search on Google yields far less results than a voice like this deserves. I first came across the two tracks below while listening to a recent Chill Brazil compilation, and, intrigued, I sought to find out more. Among the only blogs with any kind of interesting information are sites such as Loronix, Dusty Groove, and Third Island.

Apparently Ms. Rosa started singing at quite a young age and was in high demand by the time she was 18, at which point she released the now rare EP A Bossa Rosa de Sônia (1968), featuring Chiquinho Moraes on guitar. It's there that you can find such beauties as the two tracks featured below, Mas Não Dá and Quem te Viu, Quem te Vê. Sônia emigrated to Japan when she was 20, and according to Loronix, never returned to Brazil. In Japan she continued to make music and release albums that were greatly admired there, according to the commenter Rafael on the Um Que Tenha blog. Ah, the internet. If you don't know something, someone ivariably will. Enjoy the sweet bossa ballads of the mysterious Sônia Rosa.

Quem te Viu, Quem te Vê
Mas Não Dá

Talvez a primeira coisa que chama logo a atenção quando ouvimos as duas músicas deste post é a voz angélica, quase que de criança, desta cantora brasileira quase que desconhecida. Chama-se Sônia Rosa a dona desta voz, e digo que é quase que desconhecida porque são poucos os resultados quando pesquiso o nome dela no Google (uma voz assim mereceria mais do que as pouquíssimas referências na internet) e são poucos os que já ouviram falar dela não só no Brasil mas também pelo resto do mundo lusófono. A primeira vez que ouvi a música da Sônia foi enquanto escutava uma dessas compilações do Chill Brazil. Fascinou-me, e quis logo saber mais sobre ela. Entre os poucos blogs e sites com informação acerca desta cantora (informação em português ou inglês, porque em japonês há bastante informação) destacam-se o Loronix, Dusty Groove, e Third Island.

Pelos vistos, a dona Rosa iniciou a sua vida de cantora muito cedo e aos 18 anos lançou o seu primeiro EP, A Bossa Rosa de Sônia (1968), um CD com participação de Chiquinho Moraes na guitarra acústica e que hoje em dia é difícil encontrar, já virou relíquia. É lá onde pode encontrar tais belas músicas como Mas Não Dá e Quem te Viu, Quem te Vê, disponíveis acima. A Sônia emigrou para o Japão nos seus 20 anos, e diz-se que não mais voltou para o Brasil. No Japão continuou a fazer música, tornando-se uma grande referência no seu país adotado, segundo o comentário de um tal de Rafael no blogue Um Que Tenha. Ai, a internet. Quando não tenhamos ideia sobre alguma coisa, alguem com certeza tem. Disfruta das doces sonoridades da misteriosas Sônia Rosa.

Monday, September 27, 2010

Late Nite Lounge Vol. 30 - Forma, by Bajofondo

This eight-person band composed of musicians from Argentina and Uruguay and headed by Argentine musician and film composer Gustavo Santaolalla creates some of the most alluring music of the Rio de La Plata region. I had the opportunity to see them live on two occasions, the first being an unforgettable performance in front of the Obeliso in Buenos Aires and the second a more intimate affair in Boston's Paradise Rock Club. Their electrotango sound is similar to Gotan Project's, but this particular song, Forma, is a bit different than their usual fare. It's a song that, despite being devoid of words and entirely instrumental, has a lot of character. It displays emotion. The soft piano loop is in constant dialogue with the mournful violin, against the backdrop of the relaxed but rhythmic electronic canvas. Electronica at its best: live instruments mixed with scratches and attitude. It's a song that manages to evoke emotion without saying a single word, and it's perfect for those quiet Sunday nights.

*If you ever get the chance, go to a Bajofondo concert. They are a phenomenal band to see perform live.

Forma

Esta banda, formada por oito elementos argentinos e uruguaios e liderada pelo famoso músico e compositor argentino Gustavo Santaolalla, cria talvez as melhores músicas contemporânesa da região do Rio de La Plata. Tive a oportunidade de os ver ao vivo em duas ocasiões, sendo a primeira no feriado argentino "25 de Mayo" em plena Avenida 9 de Julio de frente ao Obelisco em Buenos Aires, num concerto de massas, e a segunda em Boston no muito mais íntimo Paradise Rock Club. O electrotango deles vai-te fazer lembrar dos Gotan Project, mas este som em particular, Forma, é um pouco diferente do normal dos Bajofondo. É uma música que, mesmo sendo instrumental e não contendo uma única palavra, consegue ter bastante caráter. Consegue exprimir emoção. O piano está em constante diálogo com o lamento do violino, a desenhar a melodia por cima dum canvas electrônico e rítmico. O beat tem atitude e o som é um bom exemplo de música electrónica como deve ser: instrumentos reais misturados com uma produção de nível. É uma música que consegue ser emotiva sem usar uma única palavra, e é perfeita para aquelas noites calmas de domingo.

*Se alguma vez tiverem a oportunidade, aconselho vivamente a assisterem um concerto dos Bajofono. É um grupo fenómenal.

-Photo: Bajofondo instrumentalist, by daMusic.be

Saturday, September 25, 2010

Funk Before War: Angolan Popular Music Featured on NPR / Música Popular Angolana em Destaque na rádio americana NPR

Long time Caipirinha Lounge connoisseur Becca Mateus alerted me to this article on NPR's popular website, aptly titled Funk Before War in Angola. It seems that yet another international publication/broadcaster has woken up to the raw aural beauty that is pre-war Angolan popular music, and I'm happy it's one of NPR's stature. Here is an excerpt from the article, written by 'EGON':

"As far back as the 1960s, there was a thriving recording industry in Angola. The largest record company of colonial ruler Portugal, Valentim de Carvalho, set up a pressing plant in Luanda and officially pressed licensed repertoire from labels like CBS and EMI. But some of the labels that existed before Angola's independence (Rebita and Ngola, circa 1972-1976) and its brutal civil war (CDA and Merengue, circa 1975-1977) sound nothing like the David Bowie and Barbara Streisand schlock that was hocked to the Portuguese people the 15 years prior. 

Urban Angolan music from the 1970s was made for a populace in revolt. It is a heady, rhythmic sound that swings with the recognizable semba (which, as you might guess, draws from the same rhythms as the Brazilian samba) as often as it does with the Angolan merengue. It can jump into uncharted frenetic realms that are a unique mixture of local rhythms like rebita and semba, imported rhythms like samba and merengue, and rumba from neighboring Congolese tribes."


Egon goes on to profile several vintage Angolan songs, included below and available for download for your cultural enjoyment. Chosen artists include such luminaries as Artur Nunes and David Zé. The song descriptions are by EGON.

Ki Sua Ngui Fuá
"A pre-revolution lamento that was released on the stalwart Rebita label, Nunes’ “Kisua Ki Ngui Fua” is a haunting dirge, where Nunes speaks to his mother about his death."

Inimigo
"Zé espouses the MPLA’s philosophies in liner notes and sembas of the record. The description of 'Nguma/Inimgo (Enemy)' reads: 'Those who mistreat and kill us are the enemy, and only organized will we be victorious.'

Kolonial
"This historical narrative owes as much to the voice of living Angolan treasure Rui Alberto Vieira Dias Mingas as it does to bassist and songwriter Carlitos Vieira Dias. It purports to be about the letters and correspondence ferried by boats traveling between Luanda and Lisbon, but could also be about human cargo."

Música Popular Angolana em Destaque na rádio americana
NPR 

Leitora do Lounge há longa data, foi a Becca Mateus que me deu a alerta sobre este artigo da NPR (National Public Radio), a melhor e mais culta estação de rádio americana e uma das únicas que ainda toca música de qualidade. Quase todas as outras já estão vendidas ao ClearChannel, empresa de média que controla grande parte da cultura radiofónica americana e que toca sempre o mesmo lixo. O título da peça é Funk Before War in Angola (O Funk Antes da Guerra em Angola), e foi escrita por EGON, cuja esposa é luso-angolana. É mais uma publicação/emissora internacional a sentir a poesia e a força cultural da música popular angola, e é com um enorma satisfação que vejo que a nossa música finalmente está sendo ouvida á volta do mundo e que as notícias acerca de Angola não têm só que ver com guerras, corrupção e outras atrocidades mas sim com o nosso legado cultural e artístico e a nossa identidade como angolanos. Algumas das músicas destacadas no artigo, entre elas canções de 'pais grandes' como o Artur Nunes e o David Zé, estão disponíveis acima para download. Bom proveito.

O poder da música / The power of music : Sintam-se, by Leonardo Wawuti ft. Alton Ventura


Still in the frame of mind that originated the previous post on the power of music, here is yet another sublime track from what can be considered one of the most underrated albums in Angolan hip-hop or music in general, for that matter. I couldn't find Ltrospectivo in shops anywhere in Luanda and had to get my copy from Grande L himself, as Wawuti is also known...It's like every time you hear this album again, a new song jumps out at you. You start paying attention to the lyrics a bit more. Like a good wine, this album ages well. Sintam-se, featuring Alton Ventura, is Leonardo's ode to the power of music and how it makes him feel when he's creating some. Deep lyrics, relaxed vibe, Angolan-made.

Sintam-se

Ainda sentindo os efeitos colaterais do post anterior a este, aonde o tema era o poder da música, trago-vos outro (mais outro?!) grande som do album do Leo Wawuti, um album que considero um dos mais subestimados do hip-hop angolano e da música angolana em geral. Nunca ouves nada disso na rádio, nem encontras o album nas lojas. Foi o próprio Grande L que me entregou o album via net. Sempre que oiço esta obra, encontro uma canção que solta-se das restantes, sei la porque motivo. A letra faz mas sentido, é mais cativante. Como um bom vinho, amadurece com a idade. 'Sintam-se' tem a participação do Alton Ventura e é uma homenagem do Leo ao poder da música e o efeito dela sobre ele. Põe os headphones e concentra na letra. Hip-hop de qualidade, vibe relaxada, angolanidade.

'Se achares o brinde curto sempre podes pôr no princípio.'

Friday, September 24, 2010

The Power of Music / O Poder da Música

A couple of days ago I stumbled upon the video below. No intro is necessary - I'll let it speak for itself.



Há uns dias atrás deparei-me com o vídeo acima. Para os que percebem inglês, o vídeo fala por si. Para os que não, o mesmo retrata a experiência de um soldado americano em plena guerra mundial que, numa noite fria e chuvosa, com um único atirador alemão algures na penumbra, decide pegar na sua trompeta e tocar uma canção. Na manhã seguinte, após ser capturado pelas forças americanas, o atirador alemão só conseguia perguntar "quem foi a personagem que tocou a trompeta ontém à noite?" Quando encontrou o Coronel Jack, o homem no vídeo acima, começou a chorar. Disse-lhe, "Quando ouvi a música que tocaste, pensei na minha noiva...na minha mãe, no meu pai, nos meus irmãos...e não consegui atirar." Diz o Jack, "E depois ele estendeu a sua mão, e eu estendi a minha e apertei a mão do inimigo. Mas ele não era nenhum inimigo...era só outro homem assustado e sozinho, como eu. O poder da música..."

Lançamento do livro do Massalo é já amanhã, no Elinga Teatro.

Mas há mais! "Roubei a seguinte informação do blog do Bruno Arzak, Uma Certa Angola:

Dia 25 de Setembro no Elinga Teatro – 19h:00 – 21h:30
Lançamento da obra com a presença do Autor e Produtor. Apresentação, venda e sessão de autógrafos. Projecções de fotos do livro e algumas inéditas serão apresentadas. O autor dará ainda a conhecer o Universo musical que inspirou e o alimentou durante a construção deste trabalho.

Livro: MASSALO
Livro de nu artístico a preto & branco. Livro totalmente produzido em Angola e por angolanos, é o primeiro livro integral de nu artístico. As modelos são angolanas, assim como, naturalmente, todas as paisagens.
Autor: Massalo
Produzido: Nástio Mosquito para DZzzz Enterprises


Dia 27 de Setembro no Cine Nacional (Chá de Caxinde) – 11 Horas
Conferência: “MASSALO”
Aqui debater-se-á a nossa angolana e africana, relação com o corpo e com a roupa; do ponto de vista histórico, artístico, social e moral. Farão parte desta palestra a Historiadora e Professora Isilda Hurt e o Artista Plástico e Curador Fernando Alvim, para além do próprio autor e um representante da moral tradicional angolana.

Dia 29 de Setembro no Cine Nacional (Chá de Caxinde) – 21 Horas
Performance: “MASSALO”
3 Performers (músicos) reagiram ao universo criativo de Massalo. Fotos exclusivas, que não fazem parte do livro serão projectadas em dimensão gigantesca. Textos do autor serão também interpretados. Será uma combinação de elementos singulares que resultará numa experiência única. No palco estarão Gobliss, Guias, e Nástio Mosquito.
 
Websites:

www.massalo.net
www.dzzzz.info/

Thursday, September 23, 2010

Editor's Pick: The Top 11 Songs of the Last Six Months (Vol. 3)

Incredibly, six more months have gone by. And with it comes another Editor's Pick list, highlighting the best songs that have been posted on the Lounge over the past half-year. As always, only bonafide Lusophone songs are profiled on these lists, so I cannot include such treasures as Paco de Lucía's Entre dos Aguas, Finley Quaye's Even After All, Zero 7's In the Waiting Line or Q-Tip's duet with Norah Jones, Life is Better. Rather, this Top 11 list serves to highlight the best that Lusophone music had to offer over the past six months, through the lens of Caipirinha Lounge. Of course, that doesn't mean that the songs on this list were released in the last six months, but rather that they were posted here during that period of time. Writing this blog has been a journey for me, and the music on display here has shaped, influenced, and provided the background for different moments in my life. The power of music is something else.

Among the highlights of this list are the inclusion of two 'old' kizombas that I only listened to now, in the form of Amor Melaço by Irmãos Almeida (a tip from my cousin Victor) and Isabella by Irmãos Verdade, two kizombas that I'm absolutely in love with; the inclusion of not one but two songs by the stunning Maria Gadú (a tip from my friend Renzo, and, as later noticed, mentioned by Keita in his interview); a thumping kuduro in the form of Alegria, and the hardest decision for number 1 song of any of the lists I've made. Feel free to voice your disagreements with this list, comment, discuss, lament, interact...I look forward to the next 6 months of music and I hope you do too!

Editor's Pick: The Top 11 Songs of the Last Six Months (Vol. 3)

11. Isabella, by Irmãos Verdade

10. Hang on to Yourself (Rachel), by 340ml

9. Só Quero, by Soulwatt (Coca o FSM/Tuka)

8. O Xi Não, by Simentera

7. Lero-Lero, by Luísa Maita

6. Amor Melaço, by Irmãos Almeida

5. Alegria, by Batida

4. Lounge, by Maria Gadú

3. Shimbalaiê, by Maria Gadú

2. Mama Divua Diame,by Avozinho ft. Maurício Pacheco

And at number 1:

1. Em Nagoya Eu Vi Eriko, by Seu Jorge

As 11 Melhores Músicas dos Últimos Seis Meses

Por mais incrível que pareça, já passaram mais seis meses. E com este passar de tempo vem mais uma lista, a Editor's Pick, destacando as melhores músicas que foram postadas neste espaço durante os últimos seis meses. Como sempre, só músicas realmente lusófonas podem fazer parte desta lista, e por isso não posso incluir tesouros aurais como Entre dos Aguas de Paco de Lucía, Even After All do Finley Quaye, In the Waiting Line dos Zero 7 e nem mesmo o dueto do Q-Tip com a Norah Jones, Life is Better. Esta lista serve, em contrapartida, para destacar o melhor que a música lusófona nos ofereceu nos últimos seis meses por intermédio do Caipirinha Lounge. Claro, não significa que as músicas aqui foram lançadas nos últimos seis meses, mas sim que foram aqui destacadas durante este mesmo período. Tem sido uma autêntica aventura para mim a escrita deste blogue, e são muitas das vezes que descubrimos músicas juntos, um com outro, autor e leitor. As músicas aqui referenciadas têm servido de pano de fundo para muitos momentos doces da minha vida...o poder da música é outra coisa.

Entre os destaques desta lista estão as inclusões de duas kizombas do 'tempo uauê' (antigas) mas que só 'descobri' agora e por quais me apaixonei à primeira vista: Amor Melaço dos Irmãos Almeida (obrigado primo Victor) e Isabella dos Irmãos Verdade; a inclusão de duas músicas da mesma artista, a formidável Maria Gadú (uma dica do meu amigo Renzo, mas que depois vi já ter sido também mencionada pelo Keita na entrevista que o mesmo deu ao blogue); o kuduro contente da Alegria, e a decisão difícilima que foi escolher a música número um. Sintam-se à vontade para exprimir o vosso desacordo com esta lista, comentem, discutam, lamentem, enfim...estou ansioso para os próximos seis meses de música e espero que vocês também.

--Photo by Bogus Brazilian

Caipirinha Lounge Cinema: Memories from the 2010 Luanda International Jazz Festival

This site abounds with pictures from the event, but video footage was non-existent. Enjoy this journalistic piece from Brazilian TV Globo's Revista Africa Program, hosted by the lovely Lesliana Pereira (Miss Angola 2008).










Este website está repleta de fotos do evento, mas faltava um vídeo, para pelo menos se ter uma ideia das sonoridades e da energia deste evento. Hoje por intermédio da minha prima encontrei este vídeo, do programa Revista África da TV Globo, onde a linda Lesliana Pereira (Miss Angola 2008) é a apresentadora.

Wednesday, September 22, 2010

Zuco 103: After the Carnaval, the Remixes

Perhaps the biggest draw in Zuco 103's music, besides the stellar arrangements and vibrant electronic instrumentals, is Lilian Vieira's voice. Jussara continues to be one of my favorite tracks ever mostly due to the fact that it's her voice that croons over the soft, lush bossa rhythm. So it's not surprising that even when the rhythm and arrangements are outside Zuco's control and rather remixed and remastered by an excellent cast of DJs and producers, as in the recent album of Zuco 103 remixes, After the Carnaval Retouched, Lilian's voice still holds her own and adds a distinct sensuality to the music. The Retouched version of Zuco's album After the Carnaval features work by DJ Patife, Primal View, Waft Corp, Bossacucanova, among others. The Holland-based, Euro-Brazilian trio that is Zuco 103 continues to fun, sophisticated, eclectic music.

My favorite tracks on this remix album are best enjoyed when the lights are dim and those wine glasses are close to empty. It's when the conversation is engrossing but your mind is yearning for music that complements the mood. Zuco 103 is that music: Volta, remixed by Bossacucanova, Pica Pau, a Zuco 103 original, and the aptly named Madrugrada, remixed by Primal View. Excellent reworks that respect the originals. Time for that refill...

Volta (Bossacucanova Remix)
Pica Pau
Madrugada (Primal View Remix)

O que mais me atrai, o que mais me chama a atenção na música dos Zuco 103, mais do que os seus arranjos d'outro mundo e as suas lindas instrumentais electronicas, é o timbre da voz da Lilian Vieira. Ás vezes, a voz faz a banda. Jussara sempre será uma das minhas músicas preferidas pela forma como a voz da Lilian Vieira derrete-se por cima dos tons leves e íntimos daquela bossa. Por isso não é de estranhar que mesmo quando os arranjos e os ritmos das músicas não estão ao cargo dos Zuco 103, mas sim remisturados e 'remixados' por terceiros como aconteceu no seu recente album, After the Carnaval Retouched, mesmo assim a voz da Lilian sobresai e dá uma outra sensualidade ao som. A versão 'remixada' do último album de Zuco 103, After the Carnaval, tem misturas do DJ Patife, Primal View, Waft Corp, Bossacucanova, entre outros. A banda, radicada na Holanda e composta por uma brasileira (a Lilian) e dois europeus, continua a fazer música ecléctica da boa.

Os meus temas preferidos neste album são para ser ouvidos com as luzes 'baixas' e o copo de vinho quase no fim. É para aqueles momentos em que a conversa está doce mas a tua alma pede alimentação, pede música, música que vá com o ambiente. Os Zuco 103 criam esta música: Volta, misturada pelos Bossacucanova, Pica Pau, uma original do grupo, e a Madrugada, que pelo nome já diz tudo (remixada por Primal View). Excelentes remixes que respeitam os orginais.

-Photo 1: Lilian Vieira, by Alter-Nativa
-Photo 2: Zuco 103, by joeless1

After the Carnaval Retouched on Amazon
Zuco online

Tuesday, September 21, 2010

Lançamento do Livro de Massalo, dia 25 de Setembro no Elinga Teatro

É com muita satisfação que venho por este meio divulgar a obra do amigo Massalo, cujas fotos embelezam grande parte dos posts deste portal. Segue a mensagem do mano:

"Lançamento do livro dia 25 de Setembro as 19h no Elinga Teatro!!

É com enorme alegria que a Dzzzz e eu vos apresentamos o novo livro de fotografias, depois de cerca de um ano de trabalho! :) Hei de postar previews do livro durante os dias que seguem, entretanto visitem o projecto que inspirou o livro: Projecto Kianda. Passem a palavra, ajudem-me a divulgar e apareçam todos :)

Abraço!!!"

Parabens Massalo!

Sunday, September 19, 2010

Caipirinha Lounge Cinema: Windeck, o kuduro que mais 'bate' em Angola / Angola's Freshest Kuduro

"DJ DJ para a música, deixa expilicar!!"

A primeira vez que ouvi o Windeck do Cabo Snoop foi quando regressei a Luanda depois da minha estadia em Cape Town. Foi uma noite memorável na casa da minha mana, com 'tapas angolanas' e muito vinho a mistura (a minha mana faz umas tapas intensas). Começou como uma simples visita, inocente, mas duas horas depois estavamos a tomar shots. Quando o meu cunhado meteu o vídeo desta música a tocar, fartamo-nos de rir. Na altura, a minha mana e as minhas primas gozaram comigo, a dizer que estavam a espera do dia em que pusesse Windeck no Caipirinha Lounge.

Este post é para elas!



Windeck

The first time I heard Windeck by Cabo Snoop was when I arrived in Luanda after my stay in Cape Town. It was a memorable night in my sisters house, which started as a simple visit but ended up as a mini-party with lots of 'Angolan tapas' and wine to boot (my sister makes the most ridiculously amazing small plates). When her husband put on Windeck we all laughed profusely. Her and my cousins joked around with me saying that they were waiting for the day that Windeck was profiled on Caipirinha Lounge.

This post is for them!

Watch the video and download Angola's newest, freshest, funniest kuduro.

Saturday, September 18, 2010

Kizomba Saturdays Vol. 14 - Johnny Ramos

Kizomba SaturdaysAbout Kizomba Saturdays: Saturday has always been a day of kizomba. Living in Luanda, there was always a boisterous neighborhood party to go to on a Saturday night, where we would exhaust ourselves dancing kizomba after kizomba, waiting for that special tarraxinha to come on so that we could go slow dance with that girl we have a crush on. Even during the day, the aunts or cousins would put on an album while they cleaned or cooked, dancing spontaneously on the quintal (backyard) while the beans cooked and the fish grilled. I find myself keeping the tradition alive here in the States, where come the weekend I invariably play kizombas, even though I have no one to dance with. I figured I’d bring that tradition here to the Lounge: Kizomba Saturdays.

In many ways, kizomba in the Portuguese-speaking countries on Africa is like "pop music" in the west. Songs go in and out of style, many of them with short lives and liked only during a particular three-month stretch. People complain of a song being old after it's been on the radio for 'too long'. However this man Johnny Ramos, hailing from Cape Verde but living in the Netherlands, has been able to consistently create kizombas and tarrachinhas that withstand the test of time, which is no small feat for a kizomba/zouk artist. While it is true that tracks like Fidju di Deus and So Nos Dos certainly have their golden days behind them, the success they have garnered is more than just a passing fad. Fidju di Deus will always be one of my favorite tarrachinhas...I still get "emotionated" when it plays in clubs and parties. And So Nos Dos isn't far behind, still regularly played in gatherings and still sensually, and effusively, danced to.

Fidju di Deus
So Nos Dos

Sobre o Kizomba Saturdays: Para mim, sábado sempre foi um dia de kizomba. Na banda (Angola), sábado à noite há sempre uma festa de quintal para se ir dançar kizomba ao nosso bel prazer, dançar até as pernas começarem a estremecer de cansaço, dançar até vir aquela tarraxinha que estavamos à espera, e aí sim, podemos parar de dançar e em vez tarraxar com aquela mboa que nos estava a olhar a festa toda. Coisas da banda. Mesmo durante o dia, as tias e as primas botam um CD na aparelhagem com aquelas kizombas que param multidões, e enquanto o feijão ferve e o cacusso grelha, são várias as danças espontâneas no quintal entre primo e tia, sobrinho e irmã, convidado e pato. Porque patos há sempre, até para o almoço de sábado. Aqui nos States, tento, teimosamente, manter a tradição. Acordo aos sábados e boto kizomba na aparalhegam. Meus roommates só me olham. Ja estão habituados. Danço com a vassoura, afinal elas existem para quê? Decidi então trazer este hábito para o Lounge: Kizomba Saturdays. Para atenuar a saudade da banda.

A kizomba que ouvimos nos páises africanos de língua oficial portuguesa tem a mesma 'vida útil' que a chamada pop music no ocidente. Ora a música 'está na moda', ora não está. Todas 'batem bué' por um período de tempo, mas depois já ninguem quer as ouvir. Umas duram três meses na ribalta, esticando os seus '15 minutes of fame', outras nem tanto. Mas atrevo-me a dizer que as tarrachinhas de um tal caboverdeano chamado Johnny Ramos ainda não saíram da moda. É verdade que já não devem tocar tanto como em tempos outrora, nem se tornaram ainda tarrachinas clássicas, mas dúvido que exista um casal que fique sentado quando So Nos Dos começa a tocar. E quando toca Fidju di Deus, é olhar a volta e ver os corpos colados, ondulando, como se a música nunca tivesse saído da moda. Nem importa o título da música, porque entre aqueles corpos não há mesmo espaço para Deus, nem o filho dele...

Trienal Opening Party

A festa de abertura da II Trienal de Luanda é já daqui a pouco, no "Templo" do Elinga!

The opening party of the II Trienal de Luanda starts tonight at that Temple of all amazing Luandan nights, the Elinga Teatro.

Friday, September 17, 2010

II Trienal de Luanda, para os que estão fora da banda

Entre os melhores sites para se acompanhar o desenvolvimento da Trienal para os que estão fora de Luanda (muito infelizmente, para mim), destaque para o Tás a Ver (site interessantíssima) e o Blog da Ju (as in jornalista Ju Borges). Os dois dão um toque mais personalizado aos acontecimenos, já que os seus autores estão metidos no lá no meio. E desde já deixo-vos com dois vídeos interessantes a cerca do projecto: Making of II Trienal de Luanda, e Luanda, Geografias Emocionais. Os dois são da autoria do Tás a Ver.



Luanda Geografias Emocionais - Teaser from tasaver on Vimeo.

II Trienal de Luanda

Já está a decorrer o maior evento de arte contemporânea do continente africano, a II Trienal de Luanda. O evento, a decorrer entre 12 de Setembro a 19 de Dezembro, visa promover e enaltecer a cultura e a arte luandense em particular e a angolana em geral. Serão 14 semanas de cultura intensa, com quase 200 eventos, incluindo eventos de moda, música, teatro, cinema, dança, conferências, e mais, espalhados por quatro pontos da capital angolana. Mais informações:

II TRIENAL DE LUANDA 2010

GEORGAFIAS EMOCIONAIS | ARTE E AFECTOS

FOTOGRAFIA | ÁFRICA 12 SETEMBRO – 25 SETEMBRO DAS 14 AS 22 HORAS | TODOS OS DIAS

INAUGURAÇÃO DOMINGO 12 SETEMBRO 18H30 MUSEU NACIONAL DE HISTÓRIA NATURAL-SIEXPO
19H30 ESPAÇO PLATINIUM

O PRESIDENTE DA FUNDAÇÃO SINDIKA DOKOLO E A SONHORA GOVERNADORA DA PROVíNCIA DE LUANDA, FRANCISCADO ESPÍRITO SANTO TÊM A HONRA DE O/A CONVIDAR PARA A INAUGURAÇÃO DA II TRIENAL DE LUANDA 2010.

MUSEU NACIONAL DE HISTÓRIA NATURAL-SIEXPO | 18H30 RUA NOSSA SENHORA DA MUXIMA 47
ESPAÇO PLATINIUM | 19H30 RUA REVERENDO AGOSTINHO NETO 42
ESPAÇO GLOBO | 20H00 RUA RAINHA GINGA 100 - 1º
ESPAÇO UNAP | 20H00 RUA DA ALFÂNDEGA 42 | 48

OS ESPAÇOS QUE ACOLHEM A II TRIENAL DE LUANDA ESTĀO LOCALIZADOS NO MUNICÍPIO DAS INGOMBOTAS.
ETRADA LIVRE | INFOLINE 923 555 050 | INFOPRESS 935 133 462

OS EVENTOS DA II TRIENAL DE LUANDA 2010 SĀO ALUSIVOS AO 35º ANIVERSÁRIO DE INDEPENDÉNCIA DA REPÚBLICA DE ANGOLA.

II TRIENAL DE LUANDA 2010 | FUNDAÇÃO SIDINKA DOKOLO | GOVERNO DA PROVíNCIA DE LUANDA

BANCO PRIVADO ATLÂNTICO | MASTER PATROCINADOR DO NÚCLEO DE ARTES VISUAIS E DA EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIA | ÁFRICA.


Os Espaços que acolhem a II Trienal de Luanda estão localizados no Município das Ingombotas.

O NACIONAL CINE TEATRO TEM 500 LUGARES.
ACESSO A SALA 30 MINUTOS ANTES DO EVENTO.

Reservas via SMS ou Mail 924 086 669
Infoline 923 555 050
Infopress 935 13 34 62
fundacaosindikadokolo@gmail.com


ARTES VISUAIS

1 Museu Nacional de História Nacional - SIEXPO/Rua Nossa Senhora da Muxima 47_ Ingombotas
2 Espaço Platinium /Rua do 1º Congresso do MPLA_Ingombotas
3 Espaço Globo/Rua Rainha Ginga 100 - 1º_Ingombotas
4 Espaço UNAP/Rua da Alfândega 42-48_Ingombotas

ARTES CÉNICAS

5 Nacional Cine Teatro/Rua do 1º Congresso do MPLA 20-24_Ingombotas

De realçar que a entrada é livre, todos os dias.

Links obrigatórios:

Blog da Fundação Sindika Dokolo
Sindika Dokolo Foundation online

Fernando Ribeiro on "Uma tarde ao som de Ruy Mingas"

Ruy MingasHá dias atrás escrevi um post acerca da música clássica do Ruy Mingas, o Monangambé. Transcreno na íntegra o comentário do Fernando Ribeiro, por considerar bastante interessante o link que ele nos fornece. Obrigado Fernando!

"Prezado Cláudio,

O monangambé, como é que ele vivia e como é que ele era tratado foram assunto de um artigo que escrevi para o blogue "Mukandas do Monte Estoril", a convite do proprietário deste. Não fiquei satisfeito com o texto, que ficou muito palavroso, mas procurei retratar a realidade, tal como ela era no tempo do colono.

Um dia destes, talvez eu reescreva completamente o texto e o publique no meu próprio blogue, devidamente acompanhado pela canção de Rui Mingas (que agora assina Ruy com Y, vá-se lá saber porquê...).

Se tiver curiosidade em saber o que escrevi, aponte o seu rato para o seguinte link:

http://huambino.blogs.sapo.pt/84610.html"

Sandra Cordeiro

Foto por Hindhyra Mateta/Alexandre
A year ago, not many people in Angola had heard about Sandra Cordeiro. Today, she is one of the 10 finalists on Radio France Internationa's Prix Découverts 2010 (2010 Discovery Prize), which distinguishes the popular French music tastemaker's favorite new African musicians. Sandra's first big exposure on the national stage was her performance on the inaugural Luanda Jazz Festival, and her nomination for the RFI prize has capped an eventful year for her. Her music is an inspired afro-jazz, a fusion of Angolan rhythms with the American genre. It might remind you a bit of Carmen Souza, but in Angola afro-jazz fusions are still quite rare. Among my favorite Sandra Cordeiro tracks are Vou Fazer and Tempo, hidden gems in her debut CD, Tata N'Zambi.

Vou Fazer
Tempo

Há um ano atrás eram poucos os que conheciam a Sandra Cordeiro. Hoje é uma das 10 finalistas do prémio da Rádio France International, Prix Découverts 2010 (Prémio Descobertas 2010), em que a conceituada emissora francesa nomeia a melhor promessa da cena musical africana. O primeiro grande contacto entre a Sandra e o público angolano foi no palco da primeira edição do Luanda International Jazz Festival, mas hoje é vê-la como uma das 10 finalistas do referido prémio. Pode-se dizer que teve um ano em grande. A música da Sandra é o afro-jazz, uma fusão entre o estilo norte-americano e ritmos nacionais. Se calhar o faça lembrar da caboverdeana Carmen Souza ou de outros caboverdeanos e não só, mas em Angola ainda são poucos os que fazem o afro-jazz de qualidade. As minhas músicas preferidas da Sandra são Vou Fazer e Tempo, duas beldades do seu album de estreia, Tata N'Zambi.

Sandra on Myspace
Sandra's Facebook Fan Page

É já hoje! Afrologia ao vivo no Espaço Bahia, ft. Keita Mayanda e Leonardo Wawuti

Palavras pra qué? O poster diz tudo. Keita Mayanda e Leo Wawuti com os Afrologia...seguramente uma ocasião a não perder. Quem me dera estar na banda!

Late Nite Lounge Vol. 29 - Ye Yo, by Erykah Badu

The Late Nite Lounge Series. My excuse to share with you some of the non-Lusophone music that I've been listening to lately, that has consumed me over the last couple weeks. It's been awhile since the last of these series, when Robin Thicke serenaded us with the suggestively naughty Teach U a Lesson. Recently however I've been gripped by more soulful fare, in the form of Ms. Erykah Badu. She's the one that's been nourishing my soul, late into the night. Provocative/controversial video or not, I was really taken with Window Seat, off her new album "New Amerykah Part Two (Return Of The Ankh)" and still have it in constant rotation.

But my most recent infatuation with her started in Luanda, and this post is dedicated to the man who reignited my passion for Erykah Badu, a certain Mr. Leo. Leo (Emerson) is a cousin of mine who calls himself a sound engineer, and his taste in music is truly eclectic. During my time in Luanda, and especially during drives through the Ilha late at night, he would play Erykah Badu's Ye Yo (Live) and demand that no one speak while the song was on. The volume dial was usually set close to max at this point, and as the force of Badu's voice inundated your eardrums, you couldn't blame Leo for not wanting our voices to interfere. Here is to an amazing live version of one of Badu's greatest musical expressions, her rendition of Ye Yo, inspired by her song Sometimes off her album Baduism.

Ye Yo (Live)

A Late Nite Lounge Series, desculpa que eu inventei para poder partilhar convosco as músicas 'não-lusófonas' que eu oiço, as músicas que têm me tocado. Já passou um bom tempo desde que o Robin Thicke nos brindou com Teach U a Lesson, talvez a sua música mais sugestiva. Mas nos últimos dias tenho estado a alimentar a minha alma com algo um pouco mais soulful, mais cru. E tem sido a senhora Erykah Badu a fonte da minha alimentação, tem sido ela que tem cantado pra mim naquelas altas horas da madrugada em que o sono teima em vir. Vídeo controverso ou não, gostei muito, mas muito mesmo, da música Window Seat, do seu novo album "New Amerykah Part Two (Return Of The Ankh)". Ainda o tenho em rotação constante.

Mas a minha paixão por ela começou mesmo em Luanda, por causa do muadié (rapaz) a quem dedico este post. Foi por culpa dele que recomecei a ouvir a voz orgânica da Erykah Badu. Chama-se Leo (Emerson), é meu primo e arma-se em enginheiro de som (por acaso ele é mesmo engenheiro de som, fez mesmo o curso). Durante a minha estadia em Luanda, mais concretamente durante os nossos regulares passeios nocturnos pela Ilha quando Luanda estivesse a dormir e a estrada era practicamente só nossa, ele punha o Ye Yo (Live) da Erykah Badu e mandava todo mundo calar enquanto tocava a música. Com o volume já perto do seu máximo, era apreciar a maneira como a voz da Erykah nos segurava o pensamento e tomava conta de todo espaço a nossa volta...não era de estranhar que o Leo não quisesse estragar aquele momento com o barulho das nossas vozes. Carrega no play e aprecia a voz desta mulher, aprecia a força da música Ye Yo, inspirada pelo som Sometimes do seu album Baduism.

-Gorgeous photo by Jazmin$Million

Tuesday, September 14, 2010

'Brazilian' Sounds From The Verve Hi-Fi

Sounds from the verve hi-fiSounds From The Verve Hi-Fi is a compilation album by DC DJ duo Eric Hilton and Rob Garza of Thievery Corporation fame. As with anything that Thievery ever touches, it's a fine piece of work and highlights some of the best Brazilian/Latin numbers from the legendary Verve Records vaults, which are teeming with quintessential, classic jazz music and the like. Verve was responsible for bringing bossa nova to the United States, with such records as the mythical Getz/Gilberto and Jazz Samba, the album that first gave America a taste of the sultry bossa genre. In effect, Verve is responsible for the bossa nova craze that sweeped America during the 60s and beyond. It was also responsible for introducing a certain Astrud Gilberto to the American public.

Included below for your aural enjoyment are two fairly rare jazz beauties. The first is an Astrud Gilberto cover of The Doors classic, Light My Fire. Hearing it sung evocatively by Miss Gilberto's beautifully smoky voice is as stunningly sexy as music gets. Menina Flor by Stan Getz and Luiz Bonfa is another amazing track, and its saxophone lazily caressing the soft bossa nova beat gets me every single time. Press play and enjoy the beauty of when jazz first met samba and created bossa nova.

Light My Fire
Menina Flor

Sounds From The Verve Hi-Fi é uma compilação feita pelo duo Eric Hilton e Rob Garza, os DJs que constituem a dupla dos Thievery Corporation. Como sempre, tudo que os Thievery fazem vira ouro, e esta compilação não é excepção. A compilação destaca as melhores músicas brasileiras da já lendária label de jazz americano, a mítica Verve Records. Foi a Verve Records que trouxe a bossa nova para os Estados Unidos, por intermédio de dois albuns importantíssimos na divulgação da bossa nova pelo mundo: Getz/Gilberto e Jazz Samba, os dois lançados no ínicio dos anos 60. É a verve a responsável pela forma como a bossa nova foi aceite pelo público americano, que naquela época não queria outra coisa e que até hoje conhece profundamente a clássica canção The Girl From Ipanema. E foi assim que os americanos primeiro ficaram a saber e depois se apaixonaram por uma tal de Astrud Gilbero.

Para fazer os seus tímpanos chorar de emoção, basta clicar nas duas músicas destacadas acima. A primeira é um cover da famosa canção dos The Doors, Light My Fire, cantado pela Astrud Gilberto de uma forma sensual e ofegante. Ás vezes penso que música mais sensual que esta, voz mais ofegante que a dela, não existe. Menina Flor é a segunda, composta por Stan Getz e Luiz Bonfa. A maneira que o saxophone acaricia esta bossa é difícil de digerir. Carregue no play e aprecie a beleza do momento em que o jazz seduziu a samba e criou a bossa nova.

Sounds From The Verve Hi-Hi on Amazon

Saturday, September 11, 2010

Uma tarde ao som de Ngola Ritmos

Sou muito jovem para perceber, para realmente entender e sentir, o verdadeiro impacto dos Ngola Ritmos. Restam-me somente as historias dos mais-velhos e um ou outro artigo, uma ou outra entrevista que me permite ter uma ideia da força cultural que foi este grupo. Dizem os kotas que quando os Ngola Ritmos apareceram a cantarem em kimbundo, ainda antes de 1950, eram muitas as caras envergonhadas, tão desesperados estávamos nos para abraçar a cultura portuguesa em detrimento da nossa. Mas foram os Ngola Ritmos um dos primeiros a ter orgulho na sua identidade angolana, ou melhor, a criar esta ideia que existe sim uma identidade angolana, diferente e independente da identidade portuguesa. Conta Amadeu Amorim, integrante dos Ngola Ritmos, que os ventos independentistas que começaram a soprar em Luanda tiveram a sua génesis no Bairro Operário, que por sinal também era o ‘palco principal’ deste grupo de música.

Houve um tempo em que encontrar músicas dos Ngola Ritmos era mesmo difícil. Mas agora graças a internet pelo menos já se pode recuperar algumas sonoridades a muito tempo perdidas. É que em Angola ainda não há um real interesse em salvaguardar e proteger o nosso património musical, as nossas raízes. Ainda não somos um Cabo Verde ou um Mali no que toca a este aspecto. E muitas das vezes são os estrangeiros a fazer isto por nós, a ir vasculhar nas caves da RNA para minar tesouros da musica angolana para depois lançar as mesmas no mercado internacional. Falta-nos visão, talvez. Respeito pela história nacional.

O pouco que sei dos Ngola Ritmos, fui buscar de alguém que sabe muito mais que eu. É no blog do Ikono onde é possível descarregar discos inteiros dos Ngola Ritmos, e é lá também onde encontrei este link a uma interessante entrevista ao Senhor Amadeu Amorim, integrante dos Ngola Ritmos. Aconselho vivamente a sua leitura.

Deixo-vos com clássicos dos Ngola Ritmos que escuto nesta tarde ensolarada. Sons de uma Angola antiga, uma Angola que ainda não era ‘livre e independente’. Sons doutros tempos, mas que até hoje ainda são cantados por uma grande quantidade de músicos nacionais. Fiquem com Xikela, Dya Ngo We, por sinal uma das minhas preferidas, e a sempre clássica Muxima.

Xikela
Dya Ngo We
Muxima

An afternoon listening to Ngola Ritmos

I’m too young to fully understand, to truly feel, the impact that Ngola Ritmos had in Angolan music, identity, and popular culture. All I have are stories from the elders and an article or two, an old interview perhaps, that allows me to begin to grasp the cultural force that was Ngola Ritmos. The grownups and grandparents say that when Ngola Ritmos first appeared, in the late 1940s/early 1950s, they were shunned by many because of their insistence in singing in the national dialect Kimbundu in detriment of Portuguese. They were among the first to feel proud of their Angolan identity, the first to assume that such an identity even exists, in the face of constant and oppressive pressure to become part of the Portuguese national fabric. Amadeu Amorim, member of the band, says that they played an integral part in the first stirrings of independence in Angola, and most of its members were part of the militant nationalist movements.

One of the best accounts I’ve read about the Ngola Ritmos is on their Wikipedia page, and apparently a Miss Marissa J. Moorman wrote it. Take a look:

"Liceu Vieira Dias, Domingos Van-Dúnem, Mário da Silva Araújo, Manuel dos Passos and Nino Ndongo created around 1947 the Ngola Ritmos band, in order to assert their Angolan identity. They sung kimbundu music with guitar and small percussion. In the 1950s, the band comprised Liceu, Nino, Amadeu Amorim, José Maria, Euclides Fontes Pereira, José Cordeira, Lourdes Van-Dúnem and Belita Palma. Their lamentos were inspired by the daily chronicles or funeral laments sung by bessangana women and their sembas by popular dances. Carlitos Vieira Dias once said: "The semba is an adaptation of the kazukuta rhythm. My father transposed the kimbundu rhythms for the guitar. He knew European, Portuguese and Brazilian music. He composed in the minor mode, notably the lamentos". Zé Maria quote of Liceu: ”He was a master. He was the leader of Ngola Ritmos and gave us the matrix for musical conception. His mom and mine acted as our judges. When they told us it wasn’t good enough, we had to go back and rehearse some more“. Ngola Ritmos created a style that would inspire generations of musicians. The lead guitar introduced the theme and often intervened in counterpoint to the voice. The second guitar ensured the rhythmic frame, the bass guitar (six-stringed at the time) marked the beat, almost like a percussion, while the drum and dikanza (scraped instrument) backed up the ensemble. Singing was inspired by popular traditions, the chorus answering the lead voice. While such songs as Mbiri Mbiri, Kolonial, Palamé or Muxima have been covered by numerous singers, recordings by Ngola Ritmos are very rare. Muxima and Django Ué were recorded in Luanda. Most of the members of Ngola Ritmos were nationalist militants, Liceu, a founding member of the MPLA liberation movement and Amadeu were arrested in 1959 and deported to the Tarrafal prison in Cape Verde, to return only ten years later. Nevertheless, the band lasted until the late sixties, recording the song Nzage in Lisbon. The heritage of Ngola Ritmos is not only a music genre. It is also a state of mind, an attitude."

I’ll leave you with a couple of Ngola Ritmos songs that I’m listening to on this sunny afternoon. Stay with Xikela, Dya Ngo We, one of my favorite jams of theirs, and the always classical Muxima. Songs that have been covered by a multitude of Angolan singers of later generations. Ikonoklasta’s blog is another depository of Ngola Ritmos albums…give it a visit in case you want more.

Friday, September 10, 2010

Caipirinha Lounge Cinema: Shimbalaiê, by Maria Gadú

One image is worth a thousand words...I'll let the images and the music speak for themselves.

Uma imagem vale mil palavras...vou deixar o vídeo e a música falarem por si.

Brazilian Girls

The running joke is that none of the members of this three-person band are Brazilian, and only one of them is a ‘girl’. Even that’s stretching it, because vocalist Sabina Sciubba is a woman, and a stunning one at that. The Brazilian Girls are an eclectic electronica band from New York City, made up of Ms. Sciubba from Germany, Didi Gutman from Argentina, and Aaron Johnston from the US, that sings in a variety of languages – Italian, Spanish, French, German, etc – and incorporate a wide range of styles into their music, like tango, jazz…and bossa nova. It’s their bossa appeal that garners them a mention on this website, if not their provocative name (you’re sure to get interesting, questioning looks when those not in the know see a folder in your computer labeled ‘Brazilian Girls’). I haven’t seen many a track more aptly named than Lazy Lover, a bossa-nova-inspired tune that languishes luxuriously and features Miss Sciubba purring throughout. Also included here for your aural enjoyment is Sweatshop, a track whose bossa origins are inexistent but whose appeal is undeniable.

Lazy Lover
Sweatshop

A piada aqui é que nenhum dos membros da banda Brazilian Girls é brasileiro, e só um dos membros é do sexo feminino. E esse tal membro nem ‘girl’ é, mais sim uma mulher, uma woman, no verdadeiro sentido da palavra. Os Brazilian Girls, composto pela alemã Sabina Sciubba, o argentino Didi Gutman e o american Aaron Johnston, é uma banda ecléctica por natureza, nova-iorquina, que especializa em música electronica. Cantam em italiano, espanhol, francês, alemão, e por aí em diante, e inspiram-se em géneros diversos, incluindo o tango, o jazz, e a bossa nova. É a sua apreciação pela bossa nova que lhes traz a este site (o nome da banda também ajuda, se bem que ter uma pasta no teu computador com o título ‘Brazilian Girls’ com certeza irá provocar olhares estranhos). Falando em nomes, a faixa Lazy Lover soa mesmo como o seu título. Inspirada na bossa nova, é um som luxuosamente preguiçoso onde a senhora Sciubba delicia-nos os tímpanos. Também incluída neste post para o vosso prazer musical está Sweatshop, que mesmo não sendo inspirada na bossa nova é linda pra se ouvir.

Brazilian Girls on Myspace
Brazilian Girls Official Website
Interview with Sabina Sciubba

-Photo: Brazilian Girls, by Samir Ljuma

Monday, September 6, 2010

Maria Gadú

It must be something in the water. How else do you explain São Paulo's ability to inspire and create great musician after great musican? Maria Gadú has been my latest infatuation, courtesy of a tip from my good friend Renzo. The song he sent me was Shimbalaiê, a hit single from Maria's debut album and a song she apparently composed when she was only 10 years old. 30 seconds into it and I was sold on this promising 23-year-old that now calls Rio de Janeiro her home. And that was before I listened to Lounge, a sensual, laid-back downtempo sundowner that might as well be the theme song for the website.

As you listen to Maria's album, the first thing that grasps you is the quality of her voice. Exquisite, soft and alluring, it's one of the most unique vocals to ever caress an MPB beat, although she's equally at home singing a bossa nova, or axé, or even some rock and blues. She even sounds enticing in French - give her cover of Ne Me Quitte Pas a listen. Maria has been a musician since she was but a child, and her innate musicality is apparent in the way she composes her beautifully acoustic songs. Her eponymous debut album was released in 2009 and by early 2010 she was certified Gold as she sold more than 50,000 copies. She's quickly becoming a household name in São Paulo, Rio, and beyond, especially now that her songs grace telenovelas on TV Globo. Maria Gadú...remember that name.

Shimbalaiê
Lounge
Ne Me Quitte Pas

Deve ser qualquer coisa na água. Porque se não, como é que se explica a abundância de artistas tão telentosos, todos eles filhos de São Paulo? A última paulista a me seduzir foi a Maria Gadú, e tenho que agradecer ao meu grande kamba Renzo por me dar a dica acerca desta cantora. A música que ele usou para me chamar a atenção foi Shimbalaiê, um dos primeiros singles do seu álgum de estreia e uma composição que, segundo o nem sempre confiável Wikipedia, ela fez quando só tinha uns 10 anitos. Bastou-me 30 segundos de Shimbalaiê, 30 segundos de sentir no fundo a voz da Miss Gadú, para me render por completo a esta jovem de 23 anos, agora residente no Rio de Janeiro. E isto foi antes de ouvir Lounge, uma canção sensual, atraente e relaxada que bem podia servir de trilha sonora deste website.

Enquanto escutas o álbum, a primeira coisa que te cativa é a qualidade da voz desta cantora. É suave mas fora do normal, sensual, bastante única e só dela. Soa lindamente com uma guitarra acústica em forma de bossa nova, se bem que ela também canta axé, MPB, blues e até um rock de vez em quando. Em Ne Me Quitte Pas, é engraçado ouvi-la a cantar num francês aportuguesado. A Maria faz música desde os seus sete anos e a sua musicalidade é aparente na maneira que ela encara as suas maravilhosas canções com sabor acústico. O seu álbum de estreia, lançado em 2009, já ganhou disco de ouro, e aos poucos o seu nome vai se tornando mais e mais conhecido fora do Brasil, ainda mais agora que alguma das suas músicas são destacadas em telenovelas brasileiras na TV Globo. Esta é seguramente uma cantora a ter em conta, que prazer é ouvir a sua música.

-Photos by Focka

Maria Gadú on Myspace
Maria Gadú Official Website
Maria on Youtube

Her music is also available on iTunes

O que significa a música lusófona para ti? Como a sentes? - Por Ariel de Bigault

Há dias pedi a Marta Lança, editora do Buala, site de cultura contemporânea africana, que me desse o seu palpite nesta já conhecida questão para os frequentadores deste espaço. Antes de me dar a sua resposta, a Marta enviou-me os pensamentos da Ariel de Bigault, escritora, documentarista e musicóloga francesa que fez muitos trabalhos de recolha de música popular angolana e caboverdiana e que foi também uma "grande impulsionadora da cultura lusófona numa altura que ainda ninguem valorizava isso". Segue então a 'resposta' da Dona Ariel, que vem de um interessantíssimo artigo escrito em 2001 e que o leitor poderá ler na íntegra no Buala:

Será a “lusofonia” acima de tudo musical?

"Para lá da língua, há um parentesco evidente que remonta ao tempo da colonização, com essas músicas “pré-urbanas” que se tocavam nas plantações. Os guitarristas nem sequer têm necessidade de se harmonizarem em conjunto, quer venham de Portugal, de Angola, do Brasil, de Cabo Verde ou de Moçambique. Está-se numa situação muito diferente da francofonia: quando um Higelin ou um Lavilliers fazem música com africanos, isso é sentido como um passo voluntarista, experimental, quase político, enquanto no mundo lusófono esta “mestiçagem musical” é absolutamente natural, é um assunto resolvido há pelo menos um século. E isto é tanto mais verdadeiro no que diz respeito aos angolanos, porque o seu património musical ligado a rituais de iniciação, foi apagado pela colonização e a evangelização, e ainda sofreu muito das devastações da guerra de independência e dos confrontos armados que duraram até 2002. Mesmo o lamelofone likembe e o xilofone marimba, que eram verdadeiramente instrumentos nacionais, estão em vias de desaparecimento. Actualmente, os xilofones são importados de Moçambique ou do Zimbabué harmonizados segundo escalas ocidentais, para poderem ser associados às guitarras. O MPLA foi fundado por poetas e intelectuais como Agostinho Neto, mas hoje não parece dar importância à cultura enquanto expressão autêntica e livre da identidade do povo."

-Photo by Pimpo79

Maria Silêncio, by A Minha Embala

Apaixonada pela 'galeguia' e defensora da sua propagação, a Aline Frazão, por intermédio d'A Minha Embala, dupla que ela faz com o músico César Herranz, acaba de lançar Maria Silenzo, o seu mais novo tema. Ela explica melhor (texto retirado do seu blog, Kukiela):

"A minha embala dá um novo passo na galeguia.
Estamos neste momento a participar no concurso “Musicando a Carvalho Calero“, uma iniciativa fantástica da AGAL e do site Komunikando para homenagear a este grande galeguista no ano do seu centenário.
Achamos interessante a iniciativa e depois de ler alguns dos seus poemas escolhi este, “Maria Silenzo“. Todo o processo de dar-lhe música foi um desafio interessante. Queria chamar à atenção à estória do poema, ao fascínio do poeta por essa mulher, essa Maria, que vai todas as noites para perto do mar e ai fica… esperando algo que nunca vem. É uma descrição que me parece belíssima, e a métrica quadrou surpreendentemente com a melodia que lhe quis meter.
Estamos muito contentes com o resultado e é um prazer participar nesse concurso e fazer mais uma vez a ponte com a Galiza.
A minha embala, como já alguns de vocês sabem, pretende fazer da língua galego-portuguesa uma bwala de verdade, uma comunidade de verdade e como tem que ser. Porque acreditamos na força que tem, a nível cultural especialmente, o facto de partilharmos uma língua. Como angolana nunca escondi o meu fascínio por essa descoberta e como música não posso deixar de pô-la em evidência. Por isso, “Maria Silêncio” é especial para mim e para o César."
Deixo aqui o link para lerem o resto desta entrada no blog da Aline (incluindo a letra deste lindo poema), e aqui o link para acederem ao site do Komunikando e votarem na música d'A Minha Embala. E logo abaixo, eis a Maria Silenzo.

Maria Silêncio

-Photo by A Minha Embala
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