Friday, February 17, 2012

Trails and Ways goes Brazilian

I get an incredible amount of music sent to me; the vast majority isn't even in Portuguese. The people that send them rarely bother to look at the type of music the Lounge plays. But once in a while a kind, musical soul will actually send something worthwhile. Something worth listening to. Something in Portuguese, or inspired by the Lusophone culture and way of living. That's exactly what happened with Keith and his band Trails and Ways. They hail from Oakland but they sing in English with a bit of Portuguese here and there, testament to the musical inspiration acquired while they spent some time living in Fortaleza, Brazil. Bossa nova dream folk, they like to call it. The two songs featured here, One Note, inspired by Samba de Uma Nota Só, and Bimbom, which dispenses introduction, are from two EPs of theirs, Temporal and Territorial, respectively. Serve chilled and enjoy.

One Note
Bimbom

Ao longo destes anos tenho recebido uma quantidade incrível de música das mais diversas fontes, e a vasta maioria nem sequer era em português. Pelos vistos as pessoas que as mandam não fazem a mínima ideia do tipo de música que o Lounge toca. Mas de vez em quando, recebo pérolas musicais de gente que respira arte. Pérolas em português, ou inspiradas pela cultura e o sentimento artístico lusófono. Foi exactamente o que aconteceu com o Keith e a sua banda, Trails and Ways. São da zone de São Francisco mas viveram alguns meses em Fortaleza, de onde beberam uma dose saudável da vivência brasileira. Quando voltaram para os States até já conseguiam arranhar um certo português, como se escuta nas suas músicas. A sua sonoridade eles chamam de bossa nova dream folk. As duas músicas destacadas aqui, One Note (inspirada por Samba de Uma Nota Só) e Bimbom, que dispensa introduções, podem ser encontradas nos seus EPs Temporal e Territorial, respectivamente. Boa escuta.

http://trailsandways.com/

Wednesday, February 15, 2012

Caipirinha Lounge Cinema: Sintam o Kamun'dongo!

The Lounge has been feeling the Kamun'dongo for quite some time now. The rapper you hear in the video below is called Mona Dya Kidi and has been featured in the Lounge before, most notably at the time when I couldn't get enough of his jam TPA - Todos Por Angola, one of the top songs I've featured on this blog's relatively short history. The video below, Sintam o Kamun'dongo, is his first one. Enjoy the voice, charisma and lyricism of a rapper who's following in the steps of MCK.


O Lounge já anda a sentir o Kamun'dongo há muito tempo! O rapper que se ouve e vê no vídeo acima chama-se Mona Dya Kidi e já se ouviu por estas bandas, principalmente na época em que eu não conseguia parar de ouvir o seu som TPA - Todos por Angola, um dos melhores sons que alguma vez postei na relativamente curta história deste blog. O vídeo acima, Sintam o Kamun'dongo, é o seu primeiro. Espero que curtem a mensagem, o carisma e o liricismo de um rapper consciente que está a seguir as pegadas do MCK.

Friday, February 3, 2012

Nó Na Orelha, by Criolo

Photo by SESC Sorocaba
Officially, Criolo is a rapper. Unofficially he is a bit of everything else. An ex-teacher who still lives in his favella (Grajaú), his album is a buffet of different sounds and flavors, including samba, MPB, soul, reggae, and more. As soon as I heard the first notes of his album opener, Bogotá, I knew I was in for something special, something different. I approached the album blindly - it wasn't until later in my listening experience that I realized I was listening to a proper rapper, who's been active in São Paulo's hip-hop scene for more than a decade. How could I have known? Bogotá is an infectious afro-beat reminiscent of Cacique '97 and maybe even a bit of Kuti in which Criolo, born Kleber Gomes, sings like a soulful crooner.

Nó na Orelha is Criolo's second album, and what an eclectic album it is. Take, for instance, Subirusdoistiozin, a laid back, chilled track that at first listen might seem out of place in a rapper's album. But that's the thing...unless you approach the album with an open mind and get rid of any preconceived notions, you'll be hard-pressed to get past the fact that this Paulista rapper can sing, and sing well. His music has soul, strength, and sophistication: it is a poignant, personal perspective on the new São Paulo and, more broadly, the new Brazil, with all its inequalities and contradictions. But it also has attitude. Sucrilhos is perhaps the track where he best stakes his claim as a skillful lyricist and showcases his verve and charisma. If I had found out about this man sooner I would of seen him live at Nublu; for now, all I can do is content myself with hearing him at my house. Which is precisely what I've been doing recently - drinking in the lyrics and getting to know Brazil through the incredible music of one of its sons.

I'll leave you with Não Existe Amor em SP (Love doesn't exist in São Paulo).

P.S. Get his album for free straight from his website. You have to.

Bogotá
Sucrilhos
Não Existe Amor em SP

Oficialmente, o Criolo é um rapper. Não oficialmente, ele é de tudo um pouco. É, por exemplo, um ex-professor paulista que ainda vive na favela que o viu nascer, mais conhecida como Grajaú. O seu álbum é um buffet de diferentes sons e sabores, incluindo samba, MPB, soul, reggae, e mais, muito mais. Logo que ouvi as primeiras notas do primeiro som do disco, Bogotá, sabia que estava diante de algo especial, algo diferente. Obtive o álbum sem antes ouvir uma única música - só depois, já varios sons adentro, é que finalmente reparei que estava a custar a poesia de um rapper. E não um rapper qualquer, mais sim um rapper paulista que anda nessa vida há mais de 10 anos. Como poderia saber disso, quando a minha introdução ao seu universo musical foi logo Bogotá, um afro-beat que faria o Fela Kuti sorrir e os Cacique '97 dançar? Um afro-beat em que o Criolo canta que nem um ícone de soul?

Nó na Orelha é o segundo álbum do Criolo. E é ecletismo do bom, do puro. Escute, por exemplo, Subirusdoistiozin, um som relaxado, leve, que à primeira vista parece não ter espaço num 'álbum de rap'. Mas este é mesmo o ponto...ao menos que encare o álbum de uma forma aberta, sem preconceitos, não compreenderá como é que um rapper consegue cantar, e cantar bem. A sua música tem alma, força, e sofisticação: é uma perspectiva complexa e pessoal do novo São Paulo em particular e o novo Brasil em geral, com todas as suas desigualdades e contradições. Mas é também música com atitude. Sucrilhos é talvez o som em que as virtudes do seu liricismo, carisma e habilidade vêm mais à tona. Se conhecesse a música dele antes, iria ter lhe visto no Nublu, aqui em New York; agora, só me resta ouvir-lhe do meu stéreo aqui mesmo em casa. E é precisamente o que tenho feito últimamente - bebendo das suas letras e conhecendo o Brasil um pouco mais, pela música de um dos seus filhos.

Deixo-vos, então, com Não Existe Amor em SP.

P.S. O álbum dele está disponível no seu webite. Grátis. Não tem como não pegar.
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