The streets of Luanda are deserted and as we ride along the city hardly a soul is moving. The city sleeps, exhausted. The rugged sidewalks and potholed roads are bathed in a hard yellow from Luanda's streetlights, and palm trees and mulembeiras jostle for space on the sidewalks with a multitude of parked cars.
In some parts of town there is no electricity, and once in a while you can see flickering candles.
The windows are open and the unmistakable smell of Luanda wafts in through them, and the air is a bit cooler than usual due to our proximity to the sea and the coming of the cacimbo season. But the soothing sea breeze still feels sublime.
And Mama Divua Diame is playing on our car stereo.
If there was ever a song that's meant to be played on late nights as you drive through Luanda's streets, Mama Divua Diame is that song. The perfect sonorous backdrop to Angola's capital. A song that moves to the rhythm of the city.
Avozinho is the genius behind the musicality of Mama Divua Diame. The song, sung in kimbundu, is a wail of despair, a cry of angst. "Mother, what have I done to deserve such rotten luck in life?", he asks. Credit to my mother for translating the lyrics, as unfortunately I don't speak a word of kimbundu.
As if the original wasn't good enough, the interplay between Avozinho's brooding, husky voice and the bright strums of his guitar are beautifully kept intact on Mauricio Pacheco's epic, electronic and jamming remix of the original, available on the Comfusões album. Below, you can find both versions of Mama Divua Diame.
See which one moves you more.
Mama Divua Diame (Remixed by Mauricio Pacheco)
Mama Divua Diame (Original Version)
São três da manhã.
As ruas de Luanda estão completamente desertas, sem gente. Conduzimos por elas em silêncio, observando como a cidade dorme, exausta. Os passeios partidos e as estradas esburacadas da nossa capital estão banhadas naquele amarelo peculiar da iluminação pública luandense.
Em algumas partes da cidade falta electricidade, e é possível ver algumas velas acesas pelas janelas das casas e em alguns quintais.
As janelas do carro estão abertas e o cheiro de Luanda entra por pelas, um pouco mais frio do que normal dado a aproximação do cacimbo. Mas o aroma salgado do mar continua a ser mais que bem-vindo.
E Mama Divua Diame toca no rádio do carro.
Se alguma vez existiu uma música que foi feita para ser tocada durante madrugadas em branco, enquanto se conduz pelas ruas luandenses, só pode ter sido esta. Mama Divua Diame é uma música que se move ao ritmo da cidade.
O homem por detrás da musicalidade de Mama Divua Diame é o kota Avozinho. A música, cantada em kimbundu, é um canto de alguém desesperado. É um choro: “Mãe, que fiz eu para ter tanta má sorte na vida?” deplora ele. Obrigado a minha mãe por traduzir a letra desta música, já que em kimbundu sou um zero à esquerda.
Como se o original já não fosse um grande brinde, a remixagem de Maurício Pacheco está bastante bem feita. Consta no álbum Comfusões. A voz solene e triste do Avozinho contrasta muito bem com a guitarra alegre tocada pelo mesmo, e no remix a sonoridade electrónica dá-lhe um ritmo contagiante. Acima, pode-se ouvir as duas versões.
Qual delas a melhor?
Listen to Avozinho and others on this great album
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Photo by Mário Pinho
3 comments:
Can't really choose, but LOVE the remix :)
Beautifuuuuul... revealing
Agreed...this remix is something else.
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