Saturday, August 29, 2009

Boss AC

Boss ACBack in the day, when I still lived in Peniche (a small sea-side town in Portugal), my brother Paulo and my cousin Songay would put this rapper’s CD in the stereo system and straight up jam. I still remember certain tracks from Boss AC’s first album nearly by heart; such was the frequency with which he was played in my household. Back then I wasn’t the biggest fan of rap or hip hop – how times have changed. Boss AC was one of the first to rap in Portuguese, back when hip hop in Portugal was very underground and underappreciated. Boss AC was a pioneer. Originally from Cape Verde, he quickly established himself as one of Portugal’s premier rap artists, and his debut album Manda Chuva, partly produced by Troy Highwater (who also produced works by LL Cool J, Outkast, Busta Rhymes, etc) was pretty damn good. He followed that album with his second effort, Rimar Contra Maré, but it was his third album, R.A.P. – Ritmo, Amor, e Palavras, that in my opinion was his most accomplished one yet.

The three tracks featured here are from his third album, which not only went platinum in Portugal, but is one of the top three highest selling hip hop CDs in the country and earned Boss an MTV Europe nomination for Best Portuguese Act. One of my favorite tracks of Portuguese rap is Boa Vibe, featuring Carla Moreira. It’s a loungey, low key affair in which he describes the meaning of boa vibe, or in English good vibes, or in Spanish buena onda; the translations are many but the feeling is the same. Hip Hop (Sou eu e es tu) is his ode to the genre, and in it he waxes lyrical about the meaning of hip hop in his life, what he thinks hip hop is, and what he thinks it is not. Lastly there is the gem here, Que Deus, which evokes memories of Valete’s Revelação. Again, the theme is questioning many of God’s decisions and whether He even exists at all, and it is a telling intellectual piece. But the striking thing about that track is that it features Pedro Ayres Magalhães of Madredeus, as well as Teresa Salgueiro’s voice throughout. I mean, once you click play and hear the violins, you’ll notice that it is no ordinary hip hop track. Not many other rappers thought that mixing Madredeus unique sound with hip hop would be a good idea, but here Boss AC does it wonderfully.


Boa Vibe
Hip Hop (Sou eu e es tu)
Que Deus

Ainda me lembro dos tempos antigos em Peniche (Portugal), quando o meu primo Songay e o meu irmão Paulo punham músicas deste rapper na nossa aparelhagem a alto volume. Eu ainda era um puto franzino que não achava la grande coisa sobre hip hop. Como as coisas mudam. Hoje tenho um grande respeito por Boss AC, um dos primeiros rappers que comecei a ouvir com frequência. Ele é um dos pioneiros do rap tuga, desde os tempos em que o movimento hip hop ainda era algo muito underground em Portugal. O Boss é de origem Cabo-Verdiana, e as suas raízes africanas estão presente nos seus albuns, o primeiro dos quais chamou-se Manda Chuva, o tal album tocado diariamente pelo meu cousin e brada. Manda Chuva foi parcialmente produzido por Troy Highwater, que tambem trabalhou com Busta Rhymes, Outkast, LL Cool J, etc. Boss AC não brinca em serviço. O seu segundo album foi Rimar Contra a Maré, mas o meu preferido, o album em que Boss AC arrasa com tudo e todos, foi o seu terceiro, intitulado R.A.P. – Ritmo, Amor, e Palavras.

As três músicas destacadas aqui são do seu terceiro album, que não só atingiu a marca de Disco de Platina, mas continua sendo um dos três CDs de hip hop mas vendidos em Portugal. Em 2005 foi nomeado para os prémios da MTV Europe como Best Portuguese Act. Este album contem um dos meus raps preferidos em portugues, o Boa Vibe, o ’feeling positivo a pairar no ar’. Em inglês se diz good vibes, em espanhol buena onda – é engraçado que cada lingua tem uma expressão para descrever esse sentimento universal. Boa Vibe é cantado com Carla Moreira e é um som suave e low key. A segunda canção, Hip Hop (Sou eu e es tu) foi um sucesso enorme no mundo lusofono. “Hip hop não é a banda sonora dum crime,” diz o Boss. Que Deus, o ultimo som destacado aqui, de certeza que o fará lembrar do rap Revelação, de Valete. É um rap intellectual, em que Boss AC faz perguntas e criticas a Deus e questiona a sua existência. Mas o que realmente eleva o valor deste track é a produção de Pedro Ayres Magalhães dos Madredeus, e, claro, a voz de Teresa Salgueiro. Não é todos os dias que se ouve um rap com arranjos de violinos e elementos de fado, mas Boss AC não é qualquer um.

- Photo by Nokia On.Live

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Boss AC on iTunes

Daniela Mercury

Daniela MercuryThe Queen of Axé, Daniela Mercury is one of the hottest, I mean, best selling Latin American artists of all time. When her albums come out in Brazil people buy them by the millions, and some of her albums have achieved Diamond status. She has recorded an astounding 8 solo studio albums, but none is as infectious and as reflexive of Brazil as her classic, Feijão com Arroz, released in 1996. It features MPB (Brazilian pop music), axé, another distinctive Brazilian genre heavy on the drums and similar to MPB and samba, and samba-reggae. My stepmother was the one that introduced me to Daniela Mercury’s work with Feijão com Arroz many years ago, but I still listen to several of its tracks when my day needs some serious dance action injected to it. Daniela Mercury is from Salvador da Bahia, perhaps the most energetic, colorful part of Brazil, and her music captures that exuberance. Check out the way the beat builds in Feijão da Corda. I dare anyone to stay absolutely still throughout that. I can’t do it, not that I’ve even tried or anything. But another one of Daniela’s assets is her incredible range, so if one moment all hell is breaking loose in the vigorous Feijão da Corda, the next moment she calms down things considerably in A Primeira Vista, a sweet ballad that slowly builds to a climax of sorts in which Mercury displays to true range of her voice. And then there is Nobre Vagabundo. Easily one of the most played songs on my iPod. It’s samba-reggae, the way it’s supposed to be done.

Feijão da Corda
A Primeira Vista
Nobre Vagabundo

Daniela Mercury é, sem dúvida, a rainha do Axé. É uma das mulheres com maior sucesso no mundo latino (e também uma das mais belas, vamos lá chamar as coisas pelo seu nome), e o público brasileiro lhe adora. Quando sai um album de Daniela Mercury, milhões saem a rua para o comprar. Ela ja fez nada menos que 8 albuns a solo, mas nenhum é tão exuberante como Feijão com Arroz, o seu magnum opus. Produzido em 1996, Feijão com Arroz é um album de axé, MPB, e ate mesmo samba-reggae. A minha madrasta foi quem me introduziu a este album vários anos atrás, mas ate hoje continuo a ouvir certas canções deste trabalho discográfico, principlamente se o meu dia esta sendo calmo e precisa de uma injecção rápida de música energética. A Daniela Mercury é de Salvador da Bahía, talvez o lugar mais energético e colorido de Brasil, e a sua música reflete isto. Oiça, por exemplo, Feijão da Corda. É impossivel não desatar a dançar aos primeiros sons daquele batuque. Pelo menos para mim é. Mais uma das virtudes de Daniela é quão versátil ela é. Do mesmo jeito que pode fazer músicas do jeito de Feijão da Corda, também pode muito bem compor músicas calmas e suaves como A Primeira Vista, uma linda canção onde ela nos mostra o verdadeiro valor da sua voz. E não podemos esquecer do seu samba-reggae, Nobre Vagabundo. É uma das canções mais tocadas no meu iPod, por razões obvias, basta ouvir a canção para se saber o seu valor. Samba-reggae assim, só mesmo ela.

-Photo by simone.mcozijdlower

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Wednesday, August 26, 2009

É Verão, Part 2

Ipanema sunsetSome weeks ago I wrote a post about É Verão, a song by Duo Ouro Negro that captured the essence of summer. It was lazy, carefree, and melodic, and the lyrics were the embodiment of a typical summer day at the beach. The Duo talked about stolen kisses and rolling waves, of brilliant sunshine and no worries. In that same vein, but in a slightly different delivery, I want to share with you three more songs that, in my view, capture the feelings and emotions associated with summer. Which, I might add, is in its last throes here in the northern hemisphere.

Nunca Mais, by Zuco 103

Zuco 103 was profiled in this blog in its early days with two downtempo songs, one a beautiful bossa nova named Jussara and the other a more complex, electronica jam called Tão Lonely. Nunca Mais showcases a more exuberant Zuco 103, and it’s a catchy, poppy tune that sounds great when the sun is shining and the car windows are rolled all the way down. It’s a carefree song whose title loosely translates to Never Again, and it’s made a bit more sophisticated by Lilian Vieira’s crystalline voice, the lively acoustic guitars, the subtle piano, and the playful bass rhythm.

Na Areia da Praia, by Paulo Flores

Paulo Flores brings things down a bit with Na Areia da Praia and shows us that other side of summer, the one of chasing flings and fleeting loves. His jazzy song evokes the omnipresent nostalgia of summer. Paulo sings about a mulatta from Benguela (where else) that he saw but once at the beach, never to see her again.

Praia Mole, by Wax Poetic

This instrumental from the globetrotters Wax Poetic is in the same sentimental vein as Paulo Flores’ Na Areia da Praia but with a soft electronic element added to it as well as a sort of flute and some percussion. It is a wistful song, a perfect low key jam for cruising those late summer nights. Praia Mole manages to be more energetic than Paulo Flores’ song but not as lively as Zuco’s - it strikes an appealing balance and has a very unique sound.

Nunca Mais
Na Areia da Praia
Praia Mole

Algumas semanas atrás fiz um post sobre a música É Verão dos Duo Ouro Negro, música esta que captura muito bem a verdadeira essência do verão. É uma canção relaxada, um pouco preguiçosa, e muito melódica, em que a letra descreve um típico dia de verão à beira mar. O Duo canta sobre ventos sussuradores e beijos quentes, sobre ondas que vêm e vão, sobre o sol quente e brilhante e sobre uma vida sem preocupações. Nesta mesma onda, quero partilhar convosco mais três canções que capturam os sentimentos e as emoções da estação mais quente do ano, que, aqui no hemisfério norte, esta prestes a terminar.

Nunca Mais, por Zuco 103

O grupo brasileiro Zuco 103 foi destacado neste espaço quando o Caipirinha Lounge ainda estava na sua infância, lá no longiquo mês de abril, o segundo da sua existência. A canção Jussara, um bossa nova lindo e suave, e Tão Lonely, uma música que exemplifica muito bem o genero ‘brazilelectro’, foram as escolhidas para deliciarem os vossos tímpanos. O som Nunca Mais mostra um Zuco 103 mais exuberante e mais solto, e é aquele tipo de música que foi feita para ser tocada no carro a alto voluma com as janelas abertas e a estrada deserta. Mais uma vez Lilian Vieira da show com a sua voz cristalina, e a guitarra, o piano, e o baixo fazem desta música uma canção feliz.

Na Areia da Praia, por Paulo Flores

Na Areia da Praia é uma canção de Paulo Flores com elementos de jazz em que ele nos recorda que ha outro lado do verão, o lado melancólico e nostálgico. O verão tambêm é a época de amores perdidos e paixões intensas mas sem grande duração. “Me fala só dessa mulata, da areia da praia..” Mulata esta de Benguela, aonde mais. Fazem enlouquecer...

Praia Mole, por Wax Poetic

Esta instrumental dos viajantes Wax Poetic é da mesma atitude calma e sentimental com a canção de Paulo Flores, mas com fortes influências electrónicas e uma flauta que mistura muito bem com a percurssão. É uma canção relaxante, perfeita para aquelas voltas pela cidade em noites de verão. Praia Mole não é tão nostálgica como a música de Paulo Flores nem tão alegre como Nunca Mais, mas sim uma mistura dos dois.

- Photo: Ipanema beach, by Ingrid Macieira

Tuesday, August 25, 2009

House Music Made in Angola, Vol. 2 – DJ Jesus

Chillout LuandaI have not read the passage in the Bible in which it is mentioned that the Son of God was not only a carpenter but also a skilled DJ, but I do promise that that lame attempt at a joke is my first and last regarding the peculiar choice of name of this up and coming Angolan artist.

The alluring lounge pictured above, called Chillout Bar/Lounge, located on the famous Luanda peninsula we refer to as the Ilha, is exactly the sort of place where tracks like Promess and The Thanks entice partygoers from Luanda and abroad. The times I have been to this place have been intoxicating…it is something about the sea breeze caressing your face, the caipirinhas mixing and mingling in your bloodstream, the white couches and the diverse group of people dancing along with you…DJ Jesus music is like the perfect touch, the little element that brings it all together. His version of house has a simple kuduro/kizomba-influenced beat and is heavy on the strings ; it will remind you a lot of Bob Sinclar and our well known DJ Furreta. Needless to say, the three tracks posted here, and especially Crazy Love, are prerequisites for any decent Angolan party or club night.

Promess
The Thanks
Crazy Love

Ainda não li os versos bíblicos que dizem que o Filho de Deus era, além de carpinteiro, um DJ, mas prometo que esta triste tentativa de brincar com o nome deste artista angolano será a última.

Como muitos luandenses que frequentam estas páginas sabem, a lounge apetitosa lá em cima é nada menos que o Chillout, paragem obrigatória para quem ambiciona uma noite de jeito em Luanda. É verdade que o Chillout tem dos seus dias, mas quase sempre que lá estive o ambiente tem sido espectácular. Deve ser a constante briza do mar, as caiprinhas correndo pelas suas veias, ou se calhar o esplendor dos cadeirões brancos e a beleza do décor, mas músicas como Promess e The Thanks dão o toque final a este recinto. São estas músicas que tornam o ambiente realmente intoxicante. DJ Jesus compõe músicas de house com aquele toque súbtil angolano que ja conhecemos por via do DJ Furreta; as suas músicas contêm vários elementos que fazem lembrar Bob Sinclar. As três canções destacadas aqui são óbrigatórias em qualquer boda (festa) angolano, especialmente a Crazy Love, que ha vários anos vai tocando incansávelmente nas mais diversas discos, casamentos, e festas do país.

Artist suggested by Paulo Sergio

- Photo by Armando Carmo
More DJ Jesus on kick ass blog Ghettobassquake (new in the link list)

Thursday, August 20, 2009

Saudades de Luanda: Ponto de Situação, by MCK

Luanda NightsIt’s as if the Saudade Series was written for songs like this. Ponto de Situação is modeled to sound like a phone conversation, an email, or a letter sent to you from a friend or family member in Luanda. MCK is the friend, rapping about the current situation of his beloved city, and the “Hey Kapa” loop is the voice of Ikonoklasta. MCK talks about old friends and lovers from years past, about how the way of life he has always know is constantly changing, about how the school where he always played soccer is going to get torn down for a supermarket to rise in its place, about how the girls in his street are getting cuter by the day. But of course MCK can’t help but add a few inconvenient truths, like how the buildings keep getting dirtier and how things only get done when elections are coming around. It’s not a happy or a sad song, it is simply nostalgic.

Ponto de Situação

É como se a Série Saudades foi escrita para músicas como esta. Ponto de Situação é como o relato de um velho avilo (amigo) ou as novidades contadas por um familiar que vive na banda, em Luanda. MCK é o tal avilo, e neste rap ele fala do dia-a-dia da sua capital, e o “Hey Kapa” é a voz de Ikonoklasta. MCK fala sobre cambas e amores de outros tempos, de como a vida esta mudando com o tal desenvolvimento que se alastra sobre a cidade, de como a escola onde ele jogava esta cercada porque estão a fazer um supermercado. Ele fala das fofas do bairro dele que andão na noite, estão muito locas. Fala dos prédios sujos sem corrimão na escada, das maratonas para embebedar o povo e comprá-los com cerveja. Fala de como Marburg “bateu mais que 50 Cent.” A música não é nem feliz nem triste, é simplesmente nostalgica.

- Photo: Luanda by night, by Brazinha

Matias Damásio

Matis DamasioA beloved populist kizomba singer from Luanda, Matias Damásio first burst to the pinnacle of Angola’s Top Radio shows with his smash hit M’Boa Ana, and he’s never looked back. Where his first album was a bit lacking in substance and quality, his latest one, Amor e Festa na Lixeira, sees a much more experienced and skilled Damásio showcasing his popular lyricism and backed by a lively brass band. Whereas the new wave of kizomba artists such as Loony Johnson and Nelson Freitas have a more polished, studio sound to their jams, Matias’ sound is raw and organic throughout. You can distinguish individual instruments, like the trumpet, the sax, the drums, the base. He has no problem playing in concerts without a DJ – his band is all he needs. It makes for some great instrumentals. Check out Evita Problemas with Heavy C, for example. The last minute or so of the song is an infectious, jazzy interplay of the sax, keyboards, drums, etc. Neither Damásio nor Heavy C sing for the entire last minute of the song. Você Não Acreditou is another standout track of the album, in which Matias laments his girl’s lack of belief in him after all he did for her. And when you’re thinking the song couldn’t get any better, midway through it the backup female vocals start singing in French, adding a nice touch.

But the real darling here, the track that steals the show, is A Outra (The Mistress). In it, Matias sings from the perspective of a mistress, the other one, the concubine, a outra. It’s a common phenomenon in Luanda and throughout Angola, especially if the men in question have money. With a suave kizomba and a piano as a backdrop, he sings “I’m sorry I am his mistress, but I also deserve to be happy…there are many men that want to give me a ring, but with him I feel like he took me to the altar.” It’s heartfelt ballad that had me sympathizing with the mistress, such is the emotional zeal with which Damásio sings this one.

Evita Problemas
Você Não Acreditou
A Outra

O homem na foto é o famoso Matias Damásio, um dos artistas mais amados da música contemporânea angolana. A primeira vez que toda gente começou a falar o nome dele foi após a gravação de M'boa Ana, canção esta que deu show em Luanda, Benguela, Lubango, e ate deve ter tocado no Luena e nas minas de Lunda Sul. Desde la o destino de Matias Damásio foi só um – pra os lugares cimeiros dos Tops de Luanda. O seu primeiro album foi um tanto quanto medíocre, mas o seu segundo tento, Amor e Festa na Lixeira, é um album a sério. Sempre um artista popular, e mais que qualquer político, Matias Damásio é a verdadeira voz do povo, falando das suas makas e dos seus problemas do dia a dia, mas tambem do lado bom da vida. Enquanto que artistas como Nelson Freitas e Loony Johnson fazem um tipo de kizomba mais sintético, as kizombas de Matias são orgânicas. Se podem destinguir diversos instrumentos desde o baixo ao piano ao saxofone e a bateria. Concerto de Matias Damásio não precisa de DJ, basta ele e a sua banda. E que banda. Escute, por exemplo, o desenvolvimento aural de Evita Problemas, a música que ele faz com Heavy C. O último minuto da música é todo instrumental, uma espécie de jazz kizombificado onde o saxofone, os batuques, e o piano misturam-se lindamente. Você Não Acreditou é outra linda canção neste album, e a melodia do saxofone é muito gira. “So tinha trocos pra te levar, de autocarro a marginal, e ver o mar...” Aiueee. E então quando a meio da canção o coro é em francês...

Mas para mim, a melhor música do album é A Outra. Aqui mesmo Matias Damásio mostra o seu verdadeiro potencial, cantando sobre um piano suave e uma batida calma. Todos sabemos que os homens que temos em Angola, principalmente se têm dinheiro, são propícios a terem “a outra”, a amante. O Damásio canta esta música da perspectiva da outra. “Desculpa so, eu sou A Outra, também mereço ser feliz,” canta ele. A letra desta canção é triste e emotiva: “Quando o filho esta doente, eu tambem choro...Eu sei que ele so vem aos domingos e as segundas, mas eu lhe amo mesmo assim; Não me faltam homens que queiram me dar o anel, mas a verdade é que com ele me sinto como se tivesse subido ao altar.” Aiueee!

Matias Damasio on Last.fm
A must hear: Porque, his other hit single

Saturday, August 15, 2009

Caipirinha Lounge Cinema: Pot Belly, by Freshlyground

Try not to get addicted to Pot Belly, the lead single from Freshlyground’s new album, Ma’ Cheri.



Tente não viciar-se no Pot Belly, o single principal do novo album dos Freshlyground, Ma’ Cheri.

Friday, August 14, 2009

Freshlyground

FreshlygroundMusic has always been a unifier, bringing together people of different races, cultures, and creeds into common ground. It’s one of the things I like most about it, and it’s a beautiful thing. People that wouldn’t normally talk to each other in any other setting suddenly find themselves dancing with a person totally different from them at a concert, and a friendship is born. So imagine the power that music has on a racially tense, ethnically challenged, fragmented society like South Africa’s. Here is a 7 strong band diverse in color and culture, with members black and white, from Zimbabwe to Mozambique to South Africa, jamming and dancing together to the same beat, creating bliss.

Freshlyground is the hottest musical act in southern Africa and has been for awhile. It’s afro-pop mixed with jazz, blues, dub, and traditional South African music. They recently wreaked havoc at the Luanda Jazz Festival, with my older brother saying they were perhaps the most popular performance there. So much so that my younger brother, who recently returned to the states from Luanda, brought with him nothing less than Freshlyground’s outstanding second album, Nomvula. It was an album that I yearned for, having heard their first single Doo Bee Doo a couple of years ago by suggestion of my cousin who lives in Cape Town. It’s a feel good, no worries sort of tune that will stay with you long after you stopped hearing, because it also happens to be insanely catchy.

But what I like most about Freshlyground, besides the depth and intelligence of their music, is of course the throaty, distinctive voice of its lead singer, South African Zolani Mahola. I mean, really! Listen to that voice! Her voice puts an already diverse musical sound into another level altogether. It reaches its zenith in I’d Like, a beautiful, beautiful song that is as sentimental as it is amorous, and which most of my extended family had the pleasure of seeing live (yes, I might still be bitter about missing the Luanda Jazz Festival).The end of the song climaxes in a stunning blend of violin and flute, played by band members Kyla Rose Smith (violin) and Simon Atwell on the flute. Lastly there is Nomvula (After the Rain) sung entirely in Xhosa, one of South Africa’s native languages. In it Zolani sings about her youth in a motherless environment and the strength and resilience of her father, but the song might as well be in English because the emotion poring through doesn’t need translation. Press play and enjoy South Africa’s finest.

Doo Bee Doo
I'd Like
Nomvula

A música unifica seres humanos, é uma ponte que junta pessoas de diversas raças, crenças, e culturas. Adoro a música por causa deste seu poder peculiar, realmente é uma coisa linda e por mais que tente, não consigo sequer racionalizar um mundo sem ela. É bonito ver duas pessoas que normalmente nunca teriam uma conversa , nem sequer trocariam um olhar, de repente esquecerem-se de barreiras socias e dançarem desalmadamente num concerto de um artista que os dois apreciam. E assim cresce o potencial para mais uma amizade. Agora imaginem o poder que a música tem numa sociedade como a da Àfrica do Sul, repleta de tensão étnica, racial, e social. Imaginem quão belo é ver uma banda de 7 integrantes, bracos e pretos, culturalmente diversos, de três países diferentes (Zimbabwe, Moçambique, e Àfrica do Sul), todos partilhando o mesmo palco, saltando e dançando juntos, fazendo música boa, de agradar a alma.

É o que faz o Freshlyground. Esta é a banda mas quente da parte sul de Àfrica ha vários anos. É afro-pop com elementos de jazz, blues, dub, e música tradicional sul –africana. Foram eles que segundo o meu irmão, deitaram a casa à baixo no Luanda International Jazz Festival para o delírio da plateia, que se fartou de comprar os seus albums. Uma das pessoas que comprou o segundo cd dos Freshlyground foi o meu puto Joel, que chegou a dias aos States com o cd Nomvula na sua bagagem. É daqueles tipos de cds que se ouvem do princípio ao fim sem problemas. Era um album que estava a procurar a muito tempo, album este que inclui o single Doo Bee Doo, musica esta que me foi sugerida pelo meu primo que vive em Cape Town. É uma canção linda, energética, capaz de pôr um sorriso na cara de qualquer um.

Mas o que eu gosto mais dos Freshlyground, sem ser o conteúdo das suas letras e a inteligência das suas músicas, é a voz da sul-africana Zolani Mahola. Por amor de Deus, que voz! Voz com V maísculo. A voz dela é uma parte integral do som distinto desta banda. Na música I’d Like a sua voz atinge o auge, hipnotizando o ouvinte por completo. É uma canção muito linda mesmo, e a minha família disse que ao vivo é ainda melhor. A canção atinge um climax intenso, com o violino da integrante Kyla Rose Smith e a flauta de Simon Atwell, tambêm parte da banda. Por último inclui a canção Nomvula (Depois da Chuva), toda ela cantada em Xhosa, uma lingua tradicional sul-africana. Nesta canção Zolani canta sobre a sua juventude sem figura materna e a força de vontade de seu pai em lhe dar uma vida melhor. A emoção à mostra nesta canção nem precisa de tradução. Carrega no play e disfruta o melhor que a Àfrica do Sul tem a oferecer.

-Photo by Fondazione Arezzo Wave Italia

Freshlyground's Official Website - A must read
Freshlyground on Myspace
The Nomvula cd on Amazon

Pastora

Dolo BeltranSpanish is already a beautiful, sexy language, second only to Portuguese. So having a Catalan songstress like Dolo Beltrán sing to you slow, late night tracks like El Aperitivo de Las 12, but at the same time show you her naughtier side with Lola is something special. I first heard the track El Aperitivo de las 12 on my Pandora Radio, and the experimental aspects of the song instantly took me by surprise. I hadn’t written down the name of the track at the time but it was like an opiate to me – I needed to hear it again. I finally found it some weeks later and ended up buying the whole album, such was the skill and depth of this Barcelona trio. Made up of the aforementioned Dolo Beltrán and brothers Caïm Riba Pastor and Pauet Riba Pastor, the aptly named Pastora is an innovative blend of music combining the distinctive Spanish acoustic guitar with trip hop, jazz, techno beats, and electronica. Their sound is like a complex woman: sophisticated and classy, sometimes dark and edgy, but captivating throughout.

El Apertivo de Las 12
Lola (Brothers on Hight Remix)

O espanhol ja é uma língua linda e sensual, superada só mesmo pelo português. Mas ter uma catalã como Dolo Beltrán a sussurrar canções lentas como El Aperitivo de Las 12 ou a mostrar o seu lado mas malandro com Lola é algo especial. A primeira vez que ouvi El Aperitivo de Las 12 foi no Pandora Radio, e desde o seu princípio o som me fez prestar atenção. No momento não apontei o nome da música mas uma coisa era certa – tinha que ter esta canção nas minhas mãos. Quando finalmente a encontrei, acabei por comprar o album inteiro porque reparei que Pastora não brinca em serviço. Este trio compõe musicas belas e coerentes, ás vezes mesmo sábias. Dolo Beltrán é acompanhada pelos irmãos Caïm Riba Pastor e Pauet Riba Pastor, e as suas musicas contêm a famosa guitarra espanhola com elementos de trip hop, jazz, techno e electronica. A atitude das suas canções é como uma mulher complexa: sofisticada e classy, as vezes melancólica e provocativa, mas sempre cativante.

- Photo: Dolo Beltran, by Dibafestival

The songs posted here are from their debut album Pastora, available here
Pastora's official website

Thursday, August 13, 2009

O2

O2 MusicaThere was a period in the late 90s that everyone in Luanda listened to a kizomba band with one of the most peculiar names I have ever seen: N’Sex Love. They were the “It” band – everyone and their mothers listened to their songs; N’Sex Love was a permanent fixture in parties, clubs, and concerts throughout Angola and even in other African Lusophone countries. But at the turn of the century the band changed their name to O2 and matured considerably. Made up of Gunza José, Walter Ananás, Bigú Ferreira and João Paulo, their current sound is a catchy mixture of kizomba, R&B, soul, and hip-hop elements. O2 are permanent fixture in Angola’s music scene; I went to a show of theirs some years ago in Luanda where they debuted many songs of their greatest album to date, titled Hot Style, which finally got them recognition beyond Lusophone Africa. Hot Style was nominated for the MTV Europe Music Awards in the category of Best African Act. In Angola’s most prestigious awards show they took the Best Album of the Year, Best Kizomba of the Year, and Best Male Voice of the Year. The two songs featured here, Mor and my favorite, Bilbao, were the lead singles of that album.

Mor
Bilbao

Houve um periodo la pelos fins da década dos 90 em que todo mundo em Luanda ouvia os N’Sex Love, um grupo de kizomba com um nome muito particular. Era impossível passar por uma festa, discoteca, ou quer que seja em Angola (e não só) sem escutar as kizombas deste grupo formado por Gunza José, Walter Ananaz, Bigú Ferreira and João Paulo . Hoje em dia, a mesma banda responde pelo nome O2, e o seu estilo de música e forma de ser melhorou bastante. Pode se dizer que hoje são um pouco mais maduros e muito mais experientes que em tempos outrora. E continuam sendo um grupo incontornável no historial de música angolana contemporânea. As suas músicas têm elementos de kizomba, R&B, soul, e hip-hop que é difícil de imitar. Ha uns anos atrás fui a um show deles no Cine Karl Marx, em Luanda, para ver ao vivo canções como Mor e Bilbao, do seu melhor album de sempre, Hot Style. Tão bom foi o album que foram nomeaods pela MTV Europe como Melhor Grupo Africano de 2003. Nos prémios da Rádio Luanda no mesmo ano, ganharam nas categorias de Melhor Album do Ano, Melhor Kizomba do Ano, e Melhor Voz Masculina. As duas cançoes destacadas aqui, Mor e Bilbao, foram para mim as melhores músicas deste grande CD.

O2 on Myspace
O2 on Imeem

Wednesday, August 12, 2009

Rosa Passos

Rosa PassosWhen you get home after a long day of work and you put Rosa Passos CD into your player, it’s just about one of the most soothing things you can do. Rosa’s voice is a calming balm that washes over you; it’s like a soothing blend of sensuality that takes over your psyche. The lady is a true crooner – while everyone else is adding electronic elements to their bossa nova sound, Rosa Passos’ bossa nova is as stripped down and as bare as bossa nova is really supposed to be. It is just her soft, milky voice and her guitar, with minimal percussion and minimal fuss. Her traditionalist way of interpreting bossa nova has led to her often being compared to João Gilberto, and she is a much respected artist in her native Brazil. The two songs featured here are my favorite compositions of hers; they are two very slow, very melodic songs, low-key in their delivery but intense in their emotion.

Sentada A Beira de um Caminho
Ate Quem Sabe

Depois de um longo dia de trabalho, nada melhor que pôr um CD de Rosa Passos na aparelhagem e observar lentamente o poder que a sua voz tem sobre a nossa consciência. A sua voz é como uma brisa fresca num dia ofegante, uma sensualidade ímpar e única. Ela é uma verdadeira cantora – enquanto o resto do mundo segue a moda de adicionar elementos eléctronicos ao bossa nova, o que muitas vezes funciona bem, Rosa Passos decidiu que a sua voz leve e suave e a sua guitarra acústica são mais do que suficientes. As suas músicas têm minima confusão, são puras de se ouvir. Deve ser por isso que no Brasil muitos lhe chamam de “João Gilberto feminina”. Rosa é uma artista que não para de cantar...já lá vão 16 albums desde a sua estreia 20 anos atras. As minhas canções preferidas estão no seu último album, intitulado simplesmente “Rosa”. É de lá que saêm Sentada A Beira de Um Caminho e Até Quem Sabe, as duas canções destacadas aqui. São duas canções simples, lentas, e low-key, mas com emoções fortes e uma sensualidade ainda mais intensa.

- Photo by Betoacplistas

Rosa Passos Official Website
Rosa Passos on Myspace
The Best of Rosa Passos on Amazon.com

Tuesday, August 11, 2009

Luanda International Jazz Festival: A Raging Success

Luanda International Jazz FestivalWhen the President of your country and the Minister of Culture show up to the Jazz Festival you organize, I am sure it is safe to call it not just a success, but a raging success. Many congratulations to Ritek Empreendimentos and ESPAfrica from Cape Town for organizing such a stunning event in Angola’s capital city. My older brother Paulo Sérgio (my first official Caipirinha Lounge Correspondent!) had this to say about the festival he attended:

The festival was great, and it was very well organized by the producers of the festival and Ritek, an Angolan enterprise, whom the owner and most of their workers are from my family, and also the staff of the festival, so I am so happy with all of them!

Este festival para mim foi um dos mais bem organizados em Luanda, e deve servir de exemplo a promotores de eventos como Riquinho que só se interessam pelas vendas de bilhetes e não pela organização dos eventos, e os resultados são o que são! Muitos atrasos, confusão nas entradas e saídas e coisas do genero.

All of the artists made great performances. Dodo Miranda* opened the event with an amazing performance, especially when he sang “We are the world!” He could also impersonate the voices of the several singers! Jimmy Dludlu also made a very good performance; he is a master with the guitar in his hand.

Freshlyground was one of the best performances of the festival! The crowd was amazed with their choreography and their energetic songs. Their last song “I'd Like is so beautiful. The crowd just loved it. Their performance was so good that although almost nobody knew about the band [beforehand], at the end [of the performance] many people spent something like $100 buying all their cds and official band t-shirts.

Vanessa da Mata also had a very good performance. Her last song, “Ai, Ai, Ai, put everyone in front of the stage singing!!

I heard that Lira also had a good run, and she even danced Do Milindro, a popular kuduro move here. Next year there's more, and maybe better than this one.

Ouvi que o Presidente da República quer por o Festival no orçamento do Ministério da Cultura mas é so fofoca! :P Mas parece que tem muitas empresas que querem patrocinar o mambo, por isso pro ano não faltem!!
-Paulo Sergio

*Dodó Miranda was not scheduled to perform on the Festival’s official website but he did anyway. According to Paulo, he is one of the major stars of the show and a great entertainer, impersonating great singers like Stevie Wonder and paying homage to Michael Jackson by singing “We Are the World.”

Monday, August 10, 2009

Caipirinha Lounge Cinema: Anti-Herói, by Valete

Below is the official video of Anti-Herói, from Valete’s second studio album Serviço Público.

Acima está o video clip official de Anti-Herói, do Segundo disco de Valete, Serviço Público.

Saturday, August 8, 2009

Valete

ValeteValete. Atheist, thoroughly anti-capitalist, and the most gifted, intelligent hip-hop artist in the Lusophone world. His latest album, Serviço Público, is peppered with 15 second excerpts from speeches by such leaders as Fidel Castro, Hugo Chavez, and Che Guevara. It’s political rap at its finest. The son of São Tomé immigrants, Valete was born and bred in the not so touristy parts of Lisbon where his father sweated for a meager wage and his mother was a seamstress. His interest in rap started at a young age and he suffered a couple of failures before the Portuguese hip-hop apparatus was finally able to ignore his innate genius no longer. For Portuguese speakers, his deft lyricism, sick wordplay and choice of vocabulary are a joy to listen to. He is a poet, that’s what it really comes down to.

The three songs featured here are an example of his mastery of Portuguese, as well as his choice of metaphors and wordplay. After Haja O Que Houver, Mulher Que Deus Amou, featured in his first studio album, Educação Visual, is my favorite love song in the Portuguese language. It’s raw and explicit, but it’s real. Revelação is an imaginary debate that Valete has with God himself (the deeper voice is supposed to be God), asking him such questions as “where were you during the fog that enveloped Auschwitz” and accusations such as “ships left with slaves and you watched from your veranda.” In the end of the song “God” admits to being the Devil, the only existing superior being, saying that he created man in his evil image. Dark, mind-stimulating rap that you won’t find in your radio’s Top 40.

Anti-Heroi is vintage, angry and energetic Valete, in which he laments the state of the world, the deadly aspects of capitalism (Valete is not the biggest fan of the IMF), and social injustice. He invokes Nelson Mandela, Angolan writer Pepetela, Lumumba, Arafat, among other revolutionary icons – this songs plays out like a Third World Manifesto.

If you ever buy a Portuguese rap album, Serviço Público should be it. It even features Lounge favorite Ikonoklasta in a song or two, and it did wonders in the Portuguese musical universe.

Mulher Que Deus Amou
Revelação
Anti-Heroi

Valete. Ateu, irremediávelmente anti-capitalista, e o rapper lusofono mais dotado, inteligente, e inconformado. O seu ultimo album, Serviço Público, contém vários clips sonoros de líderes revolucionários da esquerda tais como Fidel Castro, Hugo Chavez, e Che Guevara. É rap político ao seu melhor nível. Valete é filho de pais São Tomenses que emigraram para Portugal, e passou uma infância em condições díficeis no bairro do Benfica, em Lisboa. Seu pai mal conseguia sustentar a família com o seu salário mediocre, e sua mãe era costureira e o dinheiro que trazia para casa tambêm não era grande coisa. O seu interesse em hip-hop começou muito cedo, e ele começou a escrever em meados de 1997. Mas só depois de alguns falhanços é que o público português finalmente reconheceu o valor incontornável deste artista. Para pessoas que falam português, o seu domínio da lingua, o seu liricismo, e o seu vocabulário são impressionantes de se ouvir. O homem é um poeta.

As três canções destacadas aqui demonstram o seu domínio da lingua e o seu estilo peculiar de rimar. Depois de Haja O Que Houver, Mulher Que Deus Amou (do seu primeiro album, Educação Visual) é talvez a melhor canção de amor na lingua portuguesa. É uma canção com liricas cruas e explicitas, mas vem do coração. Ja o som Revelação é um debate que Valete tem com “Deus”, tecendo-lhe perguntas tais como “Onde estavas tu no nevoeiro que encobriu Auschwitz,” e fazendo acusações como “Naus partiram com escravos e tu ficaste a varanda.” No fim do som, “Deus” admite ser em realidade o “Diabo”, único ser superior existente. Rap assim so mesmo no underground, porque o mainstream ja está comprometido.

Anti-Heroi é Valete em seu melhor, um rap cheio de energia e intensidade, onde ele lamenta o estado actual do mundo, os aspectos negatives de capitalismo e do FMI, e a injustiça social. Ele fala da inspiração que obteve atraves de tais ícones como Nelson Mandela, Pepetela, Lumumba, Arafat, e etc…é um verdadeiro manifesto do Terceiro Mundo.

Serviço Público foi um grande sucesso em Portugal e não só, com um convidado de peso:o nosso já conhecido Ikonoklasta. É um daqueles albums que se toca do princípio ao fim, sem ter que saltar músicas. A não perder.

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Valete's label, Horizontal Records
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