Saturday, August 8, 2009

Valete

ValeteValete. Atheist, thoroughly anti-capitalist, and the most gifted, intelligent hip-hop artist in the Lusophone world. His latest album, Serviço Público, is peppered with 15 second excerpts from speeches by such leaders as Fidel Castro, Hugo Chavez, and Che Guevara. It’s political rap at its finest. The son of São Tomé immigrants, Valete was born and bred in the not so touristy parts of Lisbon where his father sweated for a meager wage and his mother was a seamstress. His interest in rap started at a young age and he suffered a couple of failures before the Portuguese hip-hop apparatus was finally able to ignore his innate genius no longer. For Portuguese speakers, his deft lyricism, sick wordplay and choice of vocabulary are a joy to listen to. He is a poet, that’s what it really comes down to.

The three songs featured here are an example of his mastery of Portuguese, as well as his choice of metaphors and wordplay. After Haja O Que Houver, Mulher Que Deus Amou, featured in his first studio album, Educação Visual, is my favorite love song in the Portuguese language. It’s raw and explicit, but it’s real. Revelação is an imaginary debate that Valete has with God himself (the deeper voice is supposed to be God), asking him such questions as “where were you during the fog that enveloped Auschwitz” and accusations such as “ships left with slaves and you watched from your veranda.” In the end of the song “God” admits to being the Devil, the only existing superior being, saying that he created man in his evil image. Dark, mind-stimulating rap that you won’t find in your radio’s Top 40.

Anti-Heroi is vintage, angry and energetic Valete, in which he laments the state of the world, the deadly aspects of capitalism (Valete is not the biggest fan of the IMF), and social injustice. He invokes Nelson Mandela, Angolan writer Pepetela, Lumumba, Arafat, among other revolutionary icons – this songs plays out like a Third World Manifesto.

If you ever buy a Portuguese rap album, Serviço Público should be it. It even features Lounge favorite Ikonoklasta in a song or two, and it did wonders in the Portuguese musical universe.

Mulher Que Deus Amou
Revelação
Anti-Heroi

Valete. Ateu, irremediávelmente anti-capitalista, e o rapper lusofono mais dotado, inteligente, e inconformado. O seu ultimo album, Serviço Público, contém vários clips sonoros de líderes revolucionários da esquerda tais como Fidel Castro, Hugo Chavez, e Che Guevara. É rap político ao seu melhor nível. Valete é filho de pais São Tomenses que emigraram para Portugal, e passou uma infância em condições díficeis no bairro do Benfica, em Lisboa. Seu pai mal conseguia sustentar a família com o seu salário mediocre, e sua mãe era costureira e o dinheiro que trazia para casa tambêm não era grande coisa. O seu interesse em hip-hop começou muito cedo, e ele começou a escrever em meados de 1997. Mas só depois de alguns falhanços é que o público português finalmente reconheceu o valor incontornável deste artista. Para pessoas que falam português, o seu domínio da lingua, o seu liricismo, e o seu vocabulário são impressionantes de se ouvir. O homem é um poeta.

As três canções destacadas aqui demonstram o seu domínio da lingua e o seu estilo peculiar de rimar. Depois de Haja O Que Houver, Mulher Que Deus Amou (do seu primeiro album, Educação Visual) é talvez a melhor canção de amor na lingua portuguesa. É uma canção com liricas cruas e explicitas, mas vem do coração. Ja o som Revelação é um debate que Valete tem com “Deus”, tecendo-lhe perguntas tais como “Onde estavas tu no nevoeiro que encobriu Auschwitz,” e fazendo acusações como “Naus partiram com escravos e tu ficaste a varanda.” No fim do som, “Deus” admite ser em realidade o “Diabo”, único ser superior existente. Rap assim so mesmo no underground, porque o mainstream ja está comprometido.

Anti-Heroi é Valete em seu melhor, um rap cheio de energia e intensidade, onde ele lamenta o estado actual do mundo, os aspectos negatives de capitalismo e do FMI, e a injustiça social. Ele fala da inspiração que obteve atraves de tais ícones como Nelson Mandela, Pepetela, Lumumba, Arafat, e etc…é um verdadeiro manifesto do Terceiro Mundo.

Serviço Público foi um grande sucesso em Portugal e não só, com um convidado de peso:o nosso já conhecido Ikonoklasta. É um daqueles albums que se toca do princípio ao fim, sem ter que saltar músicas. A não perder.

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Valete's label, Horizontal Records

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