Saturday, February 6, 2010

Cotidiano – Chico Buarque vs. Seu Jorge

Chico BuarqueChico Buarque doesn’t need an introduction. Certainly not one from me. His contributions to contemporary Brazilian culture transcends just music – besides being a singer, he is also a guitarist, composer, dramatist, writer, and poet, all the while maintaining a politically active outlook on his life that led to constant threats, clashes and eventual exile by the brutal Brazilian military dictatorship of his day. That didn’t faze Chico - he returned to Brazil after just a year abroad in Italy. I’ve always been struck by Chico Buarque’s clever wordplay, his inventive lyricism, and his skillful use of the Portuguese language. One of my favorite songs of his is Cotidiano, because of its lyrics – never has someone made their mundane day-to-day sound so poetic.

The original Cotidiano is a softly pulsating samba with a slightly off-centered feel to it, which gets all the more exacerbated as the track progresses; towards the end it becomes harder and harder to hear Chico’s lyrics. Marcelinho da Lua's remix featuring Seu Jorge is a groovy drum’n’bass adaptation that might fool you at first by its relatively calm samba intro, until it breaks free into a frenetic break-beat pace revitalized by Seu Jorge’s iconic voice and energy. An excellent way to compare and contrast the old and new in Brazilian music.

Cotidiano
Cotidiano (Seu Jorge/Marcelinho da Lua remix)

Seu JorgeO Chico Buarque não precisa de introdução, principalmente não uma vinda de mim. As suas contribuições para a cultura contemporânea brasileira vão para além da música. Não só é cantor, como também compositor, guitarrista, poeta, e escritor de livros muito bem recebidos pelo público. A sua dinâmica de vida é outra. Os seus protestos contra o brutal regime militar do Brasil valeram-lhe vários confrontos e até um curto exílio na Itália. Mas o homem não gosta de virar a cara a luta, e um ano depois estava de volta ao Brasil, usando o papel e a caneta para exprimir o que lhe ia na alma. Sou um admirador do liricismo de Chico Buarque, as suas letras, e o seu uso sábio da língua portuguesa, com a qual ele brinca. Olhem para a letra de Cotidiano – alguma vez o quotidiano de alguém foi exprimido assim tão lindamente, nesse tom tão poético?

O Cotidiano original é um samba leve, mas que ao longo da canção vai se tornando cada vez mais ‘estranho’, até que perto da canção torna-se díficil ouvir com claridade a voz do Chico. Talvez esse sentimento estranho seja a monotonia de um quotidiano que sempre se repete? A remix do Seu Jorge e o Marcelinho da Lua é em estilo drum’n’bass muito groovy, que também começa com um samba de leve, que de onde depois renasce um break-beat revitalizado pela voz ímpar e energética de Seu Jorge. A audição destas músicas uma átras da outra é uma forma interessante de comparar o novo e o antigo da música popular brasileira.


-Chico Buarque photo by Tomas Rangel
-Seu Jorge Photo by Rogerio Stella

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