Wednesday, January 27, 2010

Aline Frazão

“They say that ‘saudade’ is something difficult to explain...saudade has a face, and it’s yours…saudade has a taste, and it’s yours.”

So sings Aline Frazão in Babel, a beautiful bossa - inspired, carefree composition by an equally beautiful singer so in love with Lusophone music in all its forms. She started performing fado, bossa nova and morna at the age of 9 and by 15 was learning the guitar, playing along with the unforgettable jazz classics of our times. Aline’s never recorded an album and doesn’t plan to (she’s adverse to the music industry) but wow, do I wish she would change her mind.

There aren’t many Angolan musicians performing the styles that Aline does so well. She’s like our very own Sara Tavares, traveling the world with her voice and her guitar. She’s played in venues from Madrid to Luanda, Barcelona to Lisbon, Paris to Formentera, performing with other renowned Lusophone artists like Ikonoklasta and Bob Da Rage Sense, as well as with underground artists like Nu Bai, LaDupla and Marco Pombinho (coming soon to the Lounge!). Included here are three songs of hers: two original, sparsely arranged acoustic compositions highlighting her clear, ringing voice (Babel and Rascunho) and an interesting, unique interpretation of three great Angolan classics fused together - Birin Birin, Mupiozo a Me and Muxima. It’s not hard to guess my favorite one: Babel.

Babel
Rascunhos
Birin Birin/Mupiozo a me/Muxima

Aline Frazão, em suas palavras
Aline Frazão“Dizem que a saudade é algo difícil de explicar, traduzir não dá...saudade tem um rosto, e é o teu...a saudade tem um gosto, e é o teu...”

Assim canta Aline Frazão na sua composição original, Babel, uma música linda escrita e cantada por alguém tão linda quanto a música. Conta assim Aline a sua história musical:

“Comecei a pisar o palco aos 9 anos a cantar fado, mornas e bossa-nova (também a dançar ballet e coisas assim!). Aprendi a tocar a guitarra entre amigos, aos 15 anos, quando comecei a compor e a ouvir os standards de jazz.”

Ao longo dos anos foi ganhando experiência até chegar ao ponto de dividir o palco com outros ilustres artistas da música lusofona:

“Já estive/estou em vários projectos (cantei com o Bob da Rage e com os LaDupla, fiz Teatro ("Doce Pássaro da Juventude" em 2008), spoken word (Makumba Jazz), e os Nu Bai (é um grupo de fusão de rumba com musica afro-brasileira; andamos de mochila e instrumentos às costas a cantar numa ilha linda do mediterrâneo, a Formentera - inesquecível), e também Madera de Cayuco (um grupo fantástico...).

Nos meus últimos concertos por aí contei com a presença de grandes músicos-amigos, principalmente o Ikonoklasta, Marco Pombinho e César Herranz. Eles preenchem a minha música e dão mais brilho aos concertos... Luanda, Barcelona, Madrid, Lisboa, Paris, Galiza... Não me posso queixar. Tenho a sorte de ter muitos e bons amigos por ai...!”

Como não podia deixar de ser, tem uma paixão imensa por Angola. “Aonde quer que vá tocar, seja para que público for, levo sempre Angola na voz, pendurada como uma bandeira. Faço questão de explicar as canções nacionais, com orgulho, com saudade, com carinho, canto André Mingas, Mukenga, Liceu Vieria Dias e Teta Lando com tudo o que levo dentro.”

E os seus planos para este ano?

“Este ano quero dedicar mais tempo à composição e à escrita, ao estudo de novos instrumentos e continuar essa viagem, de guitarra às costas, bebendo a água de cada sítio, fazendo parcerias e projectos e concertos por aí a fora, contando as minhas estórias.

Infelizmente e para minha consternação, a Aline não tenciona gravar um CD (mas epa, eu aqui estou a rezar para que isso aconteça...dizem que a esperança é a última a morrer!). Explica ela, “Não tenho planos de gravar CDs, até porque a industria musical não me atrai mesmo nada.”

O que ela quer fazer, é cantar, cantar por amor
. “Cantar sim,” diz ela, “cantar e olhar nos olhos das pessoas nos concertos, isso sim e sempre. A música não é um passatempo. A música é grande parte de tudo o que eu sou, mesmo que esteja a estudar ou a trabalhar noutras coisas. A música é uma (a única?) constante.”

Acho ela uma das mais interessantes novidades da música contemporânea angolana. Destacadas aqui estão três músicas dela, duas da sua autoria e uma, a sua reintrepretação, bastante única e emotiva, dos grandes clássicos angolanos: Birin Birin, Mupiazo a me e Muxima. Das suas canções originias, um namoro intenso entre a sua voz e a sua guitarra, estão aqui para o vosso deleite aural, Rascunho, uma composição simples e tenra, e a jóia deste set, a música Babel, poética e deslumbrante.

Aline on Myspace

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