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Tuesday, July 15, 2014

Contagem decrescente para 'OOPS' de Jack Nkanga: Momentos de Glória


Momentos de Glória, by Jack Nkanga

*Foto: Songhai Pinto

Cada vez que oiço esta música, a minha mente viaja sempre para um campo de futebol cheio de adeptos a cantarem em uníssono este refrão. Perguntam-me, porque? não saberei responder, porque nem sou apaixonado por futebol, mas a forma como este refrão se reproduz no meu leitor, lembra aqueles hinos futebolísticos de alguns clubes europeus.

Esta é uma daquelas músicas que levanta o ânimo, pela a sua mensagem e energia. Poderá ser para alguns, um "Louvor", sim porque a febre de louvores nos carros de luanda atingiu ja, os 80o C.

Para Jack Nkanga, a vida, sobretudo das pessoas, é a inspiração para fazer este tipo de música, para alem de que o "simples facto de saber que estar em vida, é sujeitar-se a viver consequências e ter a capacidade de vence-las, e tocar a vida para frente"

Esta, é "Uma forma de dizer que o sismo existe mas nós também existimos e que se ele se manifesta
nós também nos manifestamos cantando a glória. O que é cantar a glória? é ser positivista no pensar e agir com a razão da felicidade"


Jack Nkanga, numa gravação que levou cerca de quatro horas, contou com o apoio de Hélio Cruz, na Bateria, Bigão Solari no Baixo, José Graciano nas Teclas e Isau Baptista na Guitarra.


Momentos de Glória


Tuesday, April 5, 2011

Caipirinha Lounge Cinema: Illegal, by Terrakota

É por essas e por outras que adoro esta banda...

It's because of videos and songs like this one that I love this band...

Monday, June 7, 2010

Mama Divua Diame

It's 3am.

The streets of Luanda are deserted and as we ride along the city hardly a soul is moving. The city sleeps, exhausted. The rugged sidewalks and potholed roads are bathed in a hard yellow from Luanda's streetlights, and palm trees and mulembeiras jostle for space on the sidewalks with a multitude of parked cars.

In some parts of town there is no electricity, and once in a while you can see flickering candles.

The windows are open and the unmistakable smell of Luanda wafts in through them, and the air is a bit cooler than usual due to our proximity to the sea and the coming of the cacimbo season. But the soothing sea breeze still feels sublime.

And Mama Divua Diame is playing on our car stereo.

If there was ever a song that's meant to be played on late nights as you drive through Luanda's streets, Mama Divua Diame is that song. The perfect sonorous backdrop to Angola's capital. A song that moves to the rhythm of the city.

Avozinho is the genius behind the musicality of Mama Divua Diame. The song, sung in kimbundu, is a wail of despair, a cry of angst. "Mother, what have I done to deserve such rotten luck in life?", he asks. Credit to my mother for translating the lyrics, as unfortunately I don't speak a word of kimbundu.

As if the original wasn't good enough, the interplay between Avozinho's brooding, husky voice and the bright strums of his guitar are beautifully kept intact on Mauricio Pacheco's epic, electronic and jamming remix of the original, available on the Comfusões album. Below, you can find both versions of Mama Divua Diame.

See which one moves you more.

Mama Divua Diame (Remixed by Mauricio Pacheco)
Mama Divua Diame (Original Version)

São três da manhã.

As ruas de Luanda estão completamente desertas, sem gente. Conduzimos por elas em silêncio, observando como a cidade dorme, exausta. Os passeios partidos e as estradas esburacadas da nossa capital estão banhadas naquele amarelo peculiar da iluminação pública luandense.

Em algumas partes da cidade falta electricidade, e é possível ver algumas velas acesas pelas janelas das casas e em alguns quintais.

As janelas do carro estão abertas e o cheiro de Luanda entra por pelas, um pouco mais frio do que normal dado a aproximação do cacimbo. Mas o aroma salgado do mar continua a ser mais que bem-vindo.

E Mama Divua Diame toca no rádio do carro.

Se alguma vez existiu uma música que foi feita para ser tocada durante madrugadas em branco, enquanto se conduz pelas ruas luandenses, só pode ter sido esta. Mama Divua Diame é uma música que se move ao ritmo da cidade.

O homem por detrás da musicalidade de Mama Divua Diame é o kota Avozinho. A música, cantada em kimbundu, é um canto de alguém desesperado. É um choro: “Mãe, que fiz eu para ter tanta má sorte na vida?” deplora ele. Obrigado a minha mãe por traduzir a letra desta música, já que em kimbundu sou um zero à esquerda.

Como se o original já não fosse um grande brinde, a remixagem de Maurício Pacheco está bastante bem feita. Consta no álbum Comfusões. A voz solene e triste do Avozinho contrasta muito bem com a guitarra alegre tocada pelo mesmo, e no remix a sonoridade electrónica dá-lhe um ritmo contagiante. Acima, pode-se ouvir as duas versões.

Qual delas a melhor?

Listen to Avozinho and others on this great album
More on Comfusões

Photo by Mário Pinho

Sunday, February 7, 2010

Banda NEXT – A Preview

I don’t remember ever yearning for a CD as much as I yearn for Banda NEXT’s debut album. I first caught wind of them as I was reading about the Luanda Smooth and Rave art festival in Bordeaux, France in October of last year. I have been searching for any sort of info and music from them ever since. This morning however I wake up to a gem of an email – blog reader Cristina Galhardo sends me a YouTube link of a recent video of theirs featuring a song called Desert Blue Sky, which I’m guessing is to be a single of their debut album, State of Mind. Or maybe I’m just clutching at straws. Nonetheless, plug your earphones on and feel this one course through you.

Banda NEXT’s signature style is fusing classical, roots Angolan music with contemporary global influences, much in the style of Mauricio Pacheco and his ComFusões project, but without the element of Brazilian DJs. Rather, Banda NEXT combines Proletário’s music with Sting's, for example, or Artur Nunes with Pink Floyd. They define their sound as Afro electric acoustic. Such has never been done before with Angolan music, to my knowledge. The band was started by Fernando Alvim of the Sindika Dokolo Foundation, who offered members of the Band a musical scholarship to study traditional Angolan music’s place in the context of contemporary world music. This is the stunning result. Crank up your volume, watch their other video Kaputo and let their jams take over you. The leathery voice you hear on vocals is that of Nuno Mingas, and the rest of the band members are Nuno Martinho, Marita Silva, Ricardo Faria, Divaldo Cardoso, Ivo Mingas, and Fernando Alvim. These guys are going places...the potential in this band is electrifying.

They have played live gigs in Cine Nacional, Miami Beach on the Ilha de Luanda, and of course, at Elinga Bar...keep an eye out if you're in Luanda, and if you can, take photos, videos, etc, and let me know!





Não me lembro de alguma vez esperar tão ansiosamente por um CD como espero o CD da Banda NEXT. Penso que a primeira vez que ouvi falar deles foi por ocasião do festival de arte contemporânea Luanda Smooth and Rave, que teve lugar em Bordéus outubro passado. Desde então, tenho procurado frenéticamente por mais informação acerca desta banda. Ontém, porém, a sorte bateu-me a porta e acordei para encontrar um lindo presente no meu inbox (obrigado Cristina!): um vídeo da Banda NEXT sobre uma música sua que nunca tinha ouvido. Desert Blue Sky é o seu título, e parece ser o single do seu novo album, que deduzo chamar-se State of Mind, com base do título do vídeo no YouTube. Ou se calhar estou a ver coisas. Anyways, peguem nos headphones, aumentem o volume, fechem os olhos para melhor verem o Blue Sky, e sejam transportados para o Deserto...

A Banda NEXT faz uma fusão de música tradicional angolana dos anos 60/70 com musica americana e europeia contemporânea, muito no estilo do Mauricio Pacheco dos Comfusões, mas com uma vertente mais acústica e menos electronica. Aproxima-se até ao Rock. Mistura o Proletário com o Sting, Artur Nunes com Pink Floyd. E os dois em palco, como seria? Definem-se como tendo um som afro eléctrio acústico. O que eles fazem nunca antes foi fetio no nosso panorama e historial musical. A banda foi concebida por Fernando Alvim, vice-presidente da Fundação Sindika Dokolo. Ofereceu a cinco músicos da Banda NIRS a oportunidade de estudar o lugar da música angolana no contexto do mundo (ou algo assim parecido), e este foi o resultado, inegualável. Oiçam quão bem ficou a música Kaputo, do segundo video aqui ‘postado.’ A voz emocionante deste grupo é de Nuno Mingas (voz e arranjos), e os outros integrantes são Nuno Martinho (percussão e arranjos), Marita Silva (baixo), Ricardo Faria (baixo solo), Divaldo Cardoso (solo), Ivo Mingas (violão e harmonia) e Fernando Alvim (conceitos sonoros e harmonia).

Em Luanda, ja tocaram no Cine Nacional, no Miami, e também no Elinga Bar. Para o meu pessoal em Luanda, fiquem de olhos abertos, quem sabe eles comecem a tocar ao vivo outra vez. Tirem pics, videos, e mandem para mim! Combinado?


-Banda NEXT online

-Photo by Luanda Smooth and Rave, Salvador Edition

Friday, October 30, 2009

Comfusões 1 - Teta Lando Ainda Vive!

Comfusoes1Life is full of these funny little incidents. If I hadn’t been pretty bored a couple of days ago, I would of never logged on to Facebook at that particular time. If I hadn’t logged into Facebook at that particular time I probably would never have noticed a particular link posted by fellow blogger Bruno with that strange little CD cover of the screaming woman and the words “Comfusões1”. If I had never clicked on that link I would of never stumbled upon the most exciting Angolan/Brazilian musical collaboration project I have seen.

One of the reasons I really like bossa nova and contemporary Brazilian lounge & electronic music is its ability to constantly reinvent itself. Bebel Gilberto is still successful today reinterpreting the classics of her father and giving it a modern twist. Which leads me to a second point: I sincerely believe that some of the best music people have made comes from the 60s and 70s. To this day we listen to the Beatles, Bob Marley, The Clash, Nina Simone, Jimi Hendrix, Vinicus, Tom Jobim, the list is endless. Something about those times…I don’t know if it’s the profound socio-political changes taking place, the greater integration of cultures, recreational use of drugs…but the music from that time lives on today as if it was recorded last week. The music of Angola is no exception.

Angolan music of the late 60s and 70s was revolutionary. It was a beautiful, eclectic mix of soulful lyrics and melodies inspired from Portuguese Fado and infused with traditional African rhythms passed down from angolano to angolano over centuries. It had a healthy dose of Latin flavor and spawned other genres such as Brazilian samba. The artists of those days – Teta Lando, who has since passed away, Elias dia Kimuezo, who even after completing his 80th birthday is still making music, Carlos Lamartine, Artur Nunes, Luís Visconde, and others – actively called for independence from Portugal, sang about the fight for freedom in their music, and genuinely loved making music for music’s sake. Due to the civil war that soon engulfed the country and the notorious inaccessibility of Angolan music, their sound was never heard outside of Angola, except for a few lucky ones. Until now.

An intense lover of Angolan music, particularly the forgotten classics of the 60s and 70s, Mauricio Pacheco is a popular Brazilian music producer (produced for singers like Jussara Oliveira, front-man of capoeira/hip-hop band Stereo Maracana) who decided to unearth these records and remix them with his team of talented Brazilian DJs and producers. Pacheco literally went to Luanda, scoured the annals of RNA, the national radio station of Angola, and found the gems he was looking for. With participation of artists, producers, and DJs, among them Brazil’s Moreno Veloso, DJ Dolores, Berna Ceppas and DJ Chris, and Angola’s Paulo Flores and Dog Murras, Mauricio created a transatlantic masterpiece between two Lusophone nations that was a contemporary, electronica, modernistic take on classical Angolan music. What happened to bossa nova with the advent of the electronica-influenced version of that genre is now happening to the earliest sembas and rebitas of Angola.

The CD starts off with Teta Lando’s epic song Angolé which might as well be Angola’s national anthem. Its strong political lyrics are universal, telling Angolans to unite and make something of their country, doesn’t matter if they’re white or black or mulato. “An Angola that is truly free, an Angola that is truly independent,” he sings. It’s remixed by Mauricio Pacheco and set to a hip-hop beat complete with scratches and all, but manages to maintain its identity, as do all the songs remixed on this album. The second song featured here is Chofer de Praça by Luís Visconde and also remixed by Mauricio Pacheco. It's a favorite of mine and one of my father’s most beloved songs of all time. This 21st century version of it features popular Angolan kuduro artist Dog Murras. Lastly there is Zom Zom by the gentleman in the video in the preceding post, sampled and remixed by Mauricio Pacheco and DJ Chris. For me, it is the highlight of the album. Dia Kimuezo is such a great blues singer and the fact that he still sings at an age most people can barely talk just makes him cool as hell. The laid back house beat of this track, the way it kind of builds on you, and Kimuezo’s Kimbundo lyrics make this an unforgettable track.

Literally every single song in this album is good, including songs like Merengue Rebita and Bonga's Kapakiao.If there is ever an album you should buy on this site, this would be it. Available on iTunes, Amazon, Mondomix, wherever.

Angolé
Chofer de Praça
Zom Zom

A vida esta cheia deste tipo de incidentes. Se não estivesse sem nada pra fazer a uns dias atrás, nunca iria ter ido ao Facebook naquele momento. Se não tivesse ido ao Facebook naquele momento em particular, nunca iria ter visto o link do meu companheiro de ‘blogagens’, o Bruno, sobre aquele CD estranho com a foto de uma mulher a gritar e as palavras “Comfusões1”. Se nunca tivesse cargado no link nunca iria ter encontrado a colaboração entre Angola e Brazil e o projecto musical mais inovador que tenho visto desde que comecei este site.

Uma das razões que adoro bossa nova e música brasileira contemporânea de vertente electro e lounge é a sua habilidade de reinventar-se constantemente. A Bebel Gilberto tem o sucesso que tem porque reinterpreta as músicas lindas do seu pai, mas adapta-as para o século 21. O que me leva ao meu segundo ponto: a melhor música do mundo foi feita nos anos 60 e 70. Ate hoje continuamos a ouvir músicas dos Beatles, de Bob Marley, The Clash, Nina Simone, Jimi Hendrix, Vinicius, Tom Jobim, a lista continua. Algo estava no ar naqueles tempos...não sei se eram as profundas mudanças sociais e políticas, ou o maior contacto com culturas diferentes, ou a disponibilidade das drogas de recreação, sei la...mas a musica daqueles tempos era d’outro mundo. E a música angolana daqueles tempos não foge a esta regra.

A música angolana dos anos 60 e 70 era revolucionária. Era uma linda mistura de ritmos inspirados pelo fado português e pelos ritmos angolanos passados de kota para candengue durante gerações. A nossa música tinha uma dose de exoticismo tropical e ajudou a criar generos de música diversos, tal como o samba brasileiro. Os músicos daqueles dias, nomes como Teta Lando, Elias dia Kimuezo, que continua a fazer música mesmo depois de completar 80 anos, Carlos Lamartine, Artur Nunes, Luís Visconde, e outros, chamavam publicamente pela independência de Angola, cantavam sobre a luta para sermos livres, e via-se o amor deles pela música. Por causa da guerra maldita que atrasou o país, a sus música foi pouco ouvida fora de Angola. Ate hoje.

O homem detrás deste projecto, o productor brasileiro Maurício Pacheco (que produz talentos como Jussara Silveira e tambem tem banda própria, os Stereo Maracanã), é um grande amante e admirador de música angolana. Deliciou-se principalmente pelas músicas dos anos 60 e 70, que foi uma das alturas mais turbulentas da história angolana, devido a aproximação da independência. A convite do dono da Maianga Produções, Maurício foi para Luanda e, enamorado pela qualidade musical do país, passava várias horas nas instalações da Rádio Nacional ouvindo os éxitos de Carlos Lamartine, Artur Nunes, o Elias dia Kimuezo, e outros. Quando regressa ao Brasil, decide remixar as suas músicas preferidas com a colaborção de vários DJs brasileiros de renome, includindo o Moreno Veloso, o DJ Dolores, Berna Ceppas, o DJ Chris, e conta também com a participação do kudurista Dog Murras e do pai grande, o Paulo Flores. O resultado foi uma discográfica de alta qualidade que transforma os éxitos daqueles anos glorioso de musica angolana em algo moderno e contemporâneo.

O CD começa com a música imortal de Teta Lando, Angolé. Música esta que não me importava se fosse hino nacional.

“Angolano segue em frente, teu caminho é so um.
Se você é branco isso não interessa a ninguém.
Se você é mulato isso não interessa a ninguém.
Se você é negro isso não interessa a ninguém.
Mas o que interessa é a tua vontade de fazer Angola melhor.
Uma Angola verdadeiramente livre,
uma Angola independente.”


Palavras intensas que seguramente muita gente ja esqueceu, ou finge que esqueceu. Imagino o orgulho de quem ouviu estas palavras cantadas pela primeira vez, naquele tempo. A remix é feita pelo Maurício e o beat é de hip hop progressivo, algo que não fere a integridade da música original (o respeito pelas músicas originais esta presente em todo album). A seguir temos Chofer de Praça de Luís Visconde, som que ouvi pela primeira vez no carro do meu kota quando ainda não fazia ideia da qualidade das musicas antigas da terra. Mesmo naquela altura em que ouvia muito mais rádio e as musicas dos top 40, gostei imenso daquela canção e escutando-lhe agora remixada por Dog Murras e Mauricio Pacheco é bastante interessante. Pra terminar vem Zom Zom do kota Elias dia Kimuezo, artista pelo qual o Mauricio Pacheco nutre uma admiração particular. Penso ser esta a melhor canção do album. Dia Kimuezo tem uma voz sábia e cativante que mesmo não percebendo o seu teor, é hipnotizante. O beat escolhido por Mauricio e o DJ Chris ara remixar esta música é um house leve que cresce subtilmente.

Aconselho-vos a todos a comprarem este album, principalmente se são amantes de musica boa. Conta com um remix duma velha música de Bonga, conta ainda com a participação de Paulo Flores, musicas de Wyza e Kissanguela, enfim,varias delícias aurais. O album esta a venda no Mondomix, no iTunes, no Amazon.com, portanto não há desculpa! E a melhor parte é que vem aí o Comfusões 2...


Comfusões on Myspace
Comfusões on Mondomix

Album released by Maianga Producoes
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