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Saturday, July 9, 2011

Kizomba Saturdays Vol. 17 - Tentação, by Gama

About Kizomba Saturdays: Saturday has always been a day of kizomba. Living in Luanda, there was always a boisterous neighborhood party to go to on a Saturday night, where we would exhaust ourselves dancing kizomba after kizomba, waiting for that special tarraxinha to come on so that we could go slow dance with that girl we have a crush on. Even during the day, the aunts or cousins would put on an album while they cleaned or cooked, dancing spontaneously on the quintal (backyard) while the beans cooked and the fish grilled. I find myself keeping the tradition alive here in the States, where come the weekend I invariably play kizombas, even though I have no one to dance with. I figured I’d bring that tradition here to the Lounge: Kizomba Saturdays.

Long time, no kizomba. This edition of Kizomba Saturday features this immense tarrachinha that is the song Tentação, but unfortunately I know nothing of its singer, Gama. Hopefully you readers can help me out with this in the comment section below. All I know is that I heard this kizomba when I was last in Luanda and loved dancing to it. Then I lost it forever, only to find out that it was in my iPod all this time, forgotten in one of those dark, unknown album, unknown artist corners where we lose some of our songs from time to time. Press play and hear what we are coupling up to in Luanda.

Tentação

Sobre o Kizomba Saturdays: Para mim, sábado sempre foi um dia de kizomba. Na banda (Angola), sábado à noite há sempre uma festa de quintal para se ir dançar kizomba ao nosso bel prazer, dançar até as pernas começarem a estremecer de cansaço, dançar até vir aquela tarraxinha que estavamos à espera, e aí sim, podemos parar de dançar e em vez tarraxar com aquela mboa que nos estava a olhar a festa toda. Coisas da banda. Mesmo durante o dia, as tias e as primas botam um CD na aparelhagem com aquelas kizombas que param multidões, e enquanto o feijão ferve e o cacusso grelha, são várias as danças espontâneas no quintal entre primo e tia, sobrinho e irmã, convidado e pato. Porque patos há sempre, até para o almoço de sábado. Aqui nos States, tento, teimosamente, manter a tradição. Acordo aos sábados e boto kizomba na aparalhegam. Meus roommates só me olham. Ja estão habituados. Danço com a vassoura, afinal elas existem para quê? Decidi então trazer este hábito para o Lounge: Kizomba Saturdays. Para atenuar a saudade da banda.

Há muito tempo que não tocava aqui um kizomba. Esta edição destaca esta grande, imensa tarrachinha que é o som Tentação, mas infelizmente não sei nada sobre a sua cantora, a Gama. Se calhar os leitores poderão me ajudar nos comentários abaixo? Só sei dizer que durante a minha última estadia em Luanda ouvi esta música, e dancei váris e longas vezes ao som dela. Depois a perdi para sempre, até que a encontrei há dias no meu iPod, perdida algures naquele sítio escuro onde param as nossas músicas com "artista desconhecido" e "álbum desconhecido". Carregue no play e relembra os bons momentos de Luanda...

--Photo by Zé Carlos

Friday, February 18, 2011

Retrospectiva 2010 / Best of 2010: Yola Semedo

Look at your Yola Semedo. Now look at your girlfriend. Now look back at Yola Semedo...

Just kidding.

No but seriously.

It's the second time I post this video in the Lounge, but it's for a good reason (and not to be a 'homewrecker'). Yola Semedo is the first installment in the new series 'Retrospectiva 2010 / Best of 2010', a type of 'year in review' highlighting the best moments of the past year in Lusophone music. Yola Semedo came out with her new album Minha Alma and took Angola by storm, winning several awards and cementing her place as the best female voice in the country. A big 'parabéns' for her. Enjoy 'Injusta':



Olha para a Yola Semedo. Agora olha para a tua dama. Agora volta a olhar para a Yola Semedo.

Estou só a brincar.

Não mas a sério.

É a segunda vez que ponho este vídeo no Lounge, mas é por um bom motivo (e não para estragar casamentos). A Yola Semedo é a primeira 'vítima' desta nova série 'Retrospectiva 2010 / Best of 2010', uma espécie de 'ano em revista' destacando os melhores momentos da música lusófona em 2010. Este ano marcante testemenhou o lançamento do mais novo álbum da Yola, Minha Alma, que é também o seu melhor e o que lhe trouxe mais sucesso, confirmando também o seu lugar como a melhor voz feminina em Angola. Um grande parabéns a ela. Fiquem com 'Injusta':

Tuesday, January 18, 2011

Editor's Pick: The Top 10 Lusophone Albums of 2010

Read this first / Leia isto primeiro

10. Angolan Sound Experience, by Various Artists (Angola)
I loved the idea and the concept behind this album, but more than that, Totó's version of the Angolan classic 'Muxima' by itself would have guaranteed this two-disc album a place on this list. All jokes aside, at at time when popular pre-independence Angolan music is on a global resurgence, it's nice to see the in-house musicians releasing a work of their own. Angolan Sound Experience is a true showcase of Angola's new wave of musicians, singing the songs of their embattled parents, songs that defined a generation and a nascent country, and the talent here is palpable. I like some songs more than others, but as a whole the album is top class. And this version of Muxima...

Muxima

Mais do que a ideia e o conceito deste álbum, que é mesmo de louvar, a versão de Muxima cantada pelo Totó e incluída aqui por si só ja reservou o lugar deste álbum nesta lista. Mas falando à sério, numa altura em que a música popular angolana está a beneficiar de uma resurgência a nível mundial, é muito gratificante ver trabalhaos como este, feitos pela prata de casa. É uma verdadeira montra das melhores vozes angolanas da actualidade, cantando as músicas que definem a nossa angolanidade, as músicas que nos tocam no fundo. Gosto de umas músicas muito mais que outras, mas como um todo, o CD está muito bem feito. E esta Muxima...


9. Lero-Lero, by Luísa Maita (Brazil)
 
I still remember listening to this album for the first time - my first contact with it was Lero-Lero. I still remember how the lightness and the rhythm for the song grabbed me almost instantly, how the cavaquinho and the guitar played with each other in the opening riffs of the song before Luísa's breathy, distinct vocals enveloped you. The rest of the album doesn't disappoint either, with Fulaninha being another standout track that I particularly enjoyed. The addictive Da Lata remix of the song is available below for your aural pleasure. Seeing Luísa live in DC was one of the musical highlights of my 2010. MPB is alive and well.

Fulaninha (Da Lata Remix)

Ainda me lembro da primeira vez que ouvi este disco. O meu primeiro contacto com ele foi a música Lero-Lero, uma das melhores músicas que ouvi durante ano. Ainda me lembro da leveza da melodia, do ritmo contagiante, do cavaquinho a brincar com a guitarra no ínicio da música antes de entrar a voz distinta, ofegante e despreocupada da Luísa. O resto do album não deixa créditos em mãos alheias, e Fulaninha é outro dos destaques. Acima têm a remix viciante da mesma, feita por Da Lata. E para terminar, o concerto dela em Washington foi um dos melhores concertos que vi em 2010, pela entrega da artista e a intimidade do concerto. A MPB está viva e forte.

8. Nós os do Conjunto, by Conjunto Ngonguenha (Angola) 
There are no artists with whom I identify myself with more than the ones that make up Conjunto Ngonguenha. I've felt that since I first heard their first album, probably because of the subject matter of their music, their lyricism, their jokes, their way of being and their way of rapping, and the fact that they are part of my generation. This new album impacted me a bit more than their first because of the way it evolved along with its subject matter, which is primarily the reality of the Angolan day-to-day. Nós os do Conjunto chronicles our daily struggles in a humorous manner, and no other album in this list makes me laugh as much as this one. Tia however is one of the most serious ones.

Tia

Não há artistas com os quais me identifico mais que os do Conjunto. Desde o primeiro album deles que sinto isto, talvez por causa do seu liricismo, a sua forma de ser e cantar, as suas anedotas, e o facto que somos más ou menos da mesma geração. Este novo álbum marcou-me ainda mais que o primeiro, porque senti que evoluiu com a realidade do quotidiano angolano, com as mudanças que o país tem efectuado, e com a nossa forma de ver e viver Angola. É também o único álbum desta lista que me faz desatar a rir; músicas como Kem Manda Mais Fuma e Namorada do Conjunto são das mais humorosas do disco. Fiquem com Tia, uma das mais sérias.


7. Bicicletas, Bolos e Outras Alegrias, by Vanessa da Mata (Brazil)
In terms of MBP, Bicicletas, Bolos e Outras Alegrias was the best album of that genre to come out of Brazil this year. And my favorite one. What I most like about it is the sheer musical diversity it packs, while still maintaining its soul as an MPB album. I like its reggaes, its ballads, its rock jams - each song is stuffed with a resounding, unique quality. This album showcases a Vanessa da Mata on top of her game, her voice is clear as ever. Just listen to Fiu Fiu, one of my favorites in this album.

Fiu Fiu

Em termos de MPB, Bicicletas, Bolos e Outras Alegrias foi o melhor álbum deste género a sair do Brasil este ano e o meu preferido. O que mais gosto nele é a grande diversidade musical das suas músicas, diversidade esta que assenta sempre no MPB. Gosto dos seus reggaes, dos seus rocks, enfim, cada música está recheada de uma sonoridade única e ímpar. Este disco demonstra uma Vanessa da Mata em grande forma, dona de si mesmo. Fiquem com Fiu Fiu, uma das minhas músicas preferidas.

6. Minha Alma, by Yola Semedo (Angola)
My friend said it best: all the songs on this album are good, and each song is better than the last. Minha Alma cements Yola Semedo's place in contemporary Angolan music: for me, she is the best female singer on the market and the country's best female voice. She won the hugely popular Top dos Mais Queridos (Angola's local top music chart) with her song 'Injusta', and then entrepreneurial vein she demonstrated in selling her album in numerous provincial towns in a country where piracy is the norm helped her album go Platinum. Not to mention its immense appeal, of course. It showcases a Yola in top form, a Yola that with each new album reaches higher ground. Meu Amor is one of Minha  Alma's catchier tunes.

Meu Amor

A minha amiga disse melhor: neste álbum, todas as músicas são boas, e cada música é melhor que a outra. Este trabalho veio a confirmar que a Yola Semedo é, para mim, a melhor cantora a actuar em Angola neste momento e a que tem a melhor voz. Não foi por acaso que venceu o Top dos Mais Queridos em Angola com a canção Injusta, e a sua ousadia em vender o seu álbum em muitas das capitais provinciais num país onde a pirataria reina é uma das razões que levaram com que o seu album fosse Disco de Platina. E, claro, a outra razão foi a sua inegável qualidade. Demonstra uma Yola em grande forma, uma Yola que com cada novo album que lança, atinge patamares cada vez mais altos. Meu Amor é um dos temas mais cativantes de Minha Alma. 

5. Protegid, by Carmen Souza (Cape Verde)
Carmen Souza's Protegid was by far the finest, most critically acclaimed afro-jazz album released this year. And her audiences must have agreed - Carmen toured all around the world to rave reviews, from critics and fans alike. She took Cape Verdean musicality to the most diverse corners of the world and the people adored her for it. What I like most about Protegid, besides its distinct jazz style, is the range of Ms. Souza's voice, the way she uses it as an instrument. It's exciting to see how far she's come and I cannot wait for more. For now, stay with Song for my Father, a Horace Silver cover and one of the standout tracks of the album.

Song for my Father

O disco Protegid da Carmen Souza foi o melhor album de afro-jazz lançado este ano e o mais aclamado pela crítica. E o seu público concorda: onde quer que a Carmen tocasse no mundo, a reação era sempre a mesma, efusiva e calorosa, tanto de críticos como de fãs. Ela levou a sua musicalidade peculiar, uma mistura de Cabo Verde com jazz, aos quatro cantos do mundo, e os amantes de música adoraram. O que gosto mais acerca de Protegid, para além do seu estilo de jazz, é o calibre e a variação da voz da Carmen, ela a usa como se fosse um instrumento. Tem sido muito interessante acompanhar a sua carreira e espero ansiosamente por mais. Por agora, fiquem com Song for my Father, a sua versão de uma música do Horace Silver, também ele descendente de caboverdeanos.

4. Dub Inna Week, by The Grasspoppers (Portugal)
This was one of the albums I most listened to in 2010. I found out about it quite randomly from Helder Faradai, frontman of the Angolan band Jazzmática, and who also participated in the celebratino of dub that is this album. For Dub Inna Week isn't a regular album: it was recorded in just one week, in a home studio deep in Lisbon, during the World Cup, by people who in love with the genre. And what's more, they made the entire album available on their website. As a self-confessed lover of all things dub and reggae, listening to this album was a pleasure, and it became a bit of a soundtrack for the previous months. Songs like Folhas de Feijão Makonde made their way to several Caipirinha Lounge mixtapes and playlists. Dub Inna Week is a fun, energetic album with a rich sound; Dub Safari captures its overall vibe.

Dub Safari

Foi um dos álbuns que eu mais ouvi este ano. Soube dele através do Helder Faradai, integrante do grupo angolano Jazzmática, que também participou no festival de dub que é este álbum. Dub Inna Week não é um álbum normal: foi feito em apenas, gravado num estúdio caseiro em Lisboa durante o Mundial, e está disponível para download no próprio website dos seus autores. Como amante confesso de reggae, este álbum, e em especial músicas como Folhas de Feijão Makonde, foram a trilha sonora dos últimos meses e aparecem em vários mixtapes e playlist deste blog. É um álbum energético, saudável, de uma vitalidade calorosa e de um ritmo contagiante. Dub Safari captura bem a vibe deste trabalho.
3. Guia, by António Zambujo (Portugal)
'Guia' was the first contact I had with António Zambujo's sublime musicality. My appreciation for it was instant, and neither I nor my ears could resist listening to the entire album, again and again. His fados, his cante, demonstrate a certain versatility, talent and courage of a man who dared love fado enough to sing it in his terms, with whichever influences and rhythms he deemed necessary in order to truly enrich it. For the purists in Portugal don't like it when their beloved fado is tampered with, even though fado, and in particular António's brand of fado, the cante from the Alentejo region of his native country, evolved from the melodies of the Moors (Arabs) who inhabited the Iberian peninsula for centuries. And that's the beauty of music, and thus, of this gift of an album. Barroco Tropical is a sweet example of the external influences on the genre that Amália Rodrigues popularized.

Barroco Tropical

O tema 'Guia' foi o primeiro contacto que tive com a musicalidade sublime de António Zambujo. Foi instantânea a minha apreciação por esta música, e rápidamente obtive o álbum. Os seus fados, o seu cante, denotam a versatilidade e talento de um filho de Portugal que ousou amar o fado e cantá-lo a sua maneira, tornando-o mais suculente com alguns tons e ritmos com os quais os puristas do fado de vez em quando torcem o nariz. Porque afinal de contas o cante alentejano que tanto marca Portugal originou na forma de cantar dos antigos Mouros (Árabes). E esta é a beleza da música, e, quiça, deste grandeoso album. Barroco Tropical é um belo exemplo de influências externas neste gênero de música  que a Amália Rodrigues popularizou.

2. Angola Soundtrack, by Various Artists (Angola)
This album spoke to my soul. I had heard several of the songs on this compilation somewhere in my past, and my recollection of them is hazy, but hearing them again brought forth a warm rush of memories, sounds, and smells of a not so distant path. The great majority of the songs on Angola Soundtrack however I had never heard before, and as an Angolan I can tell you that the man behind this record, Samy Redjeb, did an incredible job in digging them out of the dark basements and cellars that hid these tracks from yearning eardrums. It's amazing to see vintage Angolan music so highly rated around the world and more importantly, finally available again. Among my favorite songs is Uma Amiga by the legendary David Zé.

Uma Amiga

Este álbum tocou-me no fundo. Já tinha ouvido vários temas desta compilação ao longo dos anos, em tempos outrora, e por isso a minha memória deles é algo fusca. Mas, ao ouvi-los de novo num só disco, deparei-me com memórias antigas que traziam consigo imagens, sons, e cheiros de um passado não muito distante. Afinal de contas quem que já viveu em Luanda não ouviu pelo menos algumas destas músicas na rádio, numa madrugada qualquer de um cacimbo longíquo? A grande maioria das músicas do Angola Soundtrack nunca tinha ouvido, e por isso, como angolano, posso dizer-vos que o Samy Redjeb, autor desta compilação, fez o seu trabalho de casa. Não foi fácil para ele ter que encontrar tanto 'ouro sonoro' perdido ou a apodrecer por aí, e por isso o felicito. É mesmo gratificante ver a música popular angolana na boca (e nos ouvidos) do mundo. Acho que o grande David Zé, autor de uma das minhas músicas preferidas do álbum, Uma Amiga, concordaria comigo.

1. Seu Jorge and Almaz, by Seu Jorge and Almaz (Brazil)
Are there any doubts? No album put Lusophone music on the world map this year more than Seu Jorge and Almaz' eponymous debut. They took the globe by storm, playing at regularly packed venues to a thrilled audience with their unique, 'Brazilified' rock sound mixed with psychedelic soul samba, jazz funk and tropicalia. Seu Jorge was brilliant on this album, as were the Nação Zumbi boys and António Pinto on bass, and its rhythm, besides being addictive, was simply contagious. The overall mood of this piece of work is relaxed and carefree, slightly chilled but sizzling throughout. Mario Caldato, the album producer, created a true masterclass, and I hope that all the people involved on this behemoth of Lusophone music carry on working together. Who knows, maybe one day they might create something as great as this. Unfortunately the label only allows me to Everybody Loves the Sunshine, so I'll leave you with that in the hopes that you get your hands on the best Lusophone album of 2010.

Everybody Loves the Sunshine

Há dúvidas? Em 2010 nenhum outro álbum levou para patamares tão altos a música lusófona do que a estreia do Seu Jorge & Almaz. Era vê-los em concertos completamente lotados de gente a vibar a sério com as suas músicas, com o seu ritmo halucinante e ao mesmo tempo contagiante, com o seu som único de psychedelic rock brasileiro misturado com soul samba, jazz funk e tropicália. O Seu Jorge foi brilhante neste álbum, tal como o duo da Nação Zumbi e o baixista António Pinto, seus acompanhantes nesta empreitada. A vibe que provoca estas músicas é uma de descontração. É a trilha sonora perfeita para um verão a maneiras. Mario Caldato, o productor do álbum, ajudou a criar uma verdadeira obra de arte, e pela saúde dos meus ouvidos e coração, só posso esperar que esta mesma equipa volte a trabalhar juntos e lance mais discos no mercado. Quem sabe, talvez um dia vão conseguir criar algo melhor que este álbum. Infelizmente a label deles não me deixa postar outras músicas do disco a não ser Everybody Loves the Sunshine, e por isso é com ela que vos deixarei, na esperança que comprem este que foi o melhor álbum lusófono de 2010.


 

Monday, October 4, 2010

Kizomba Saturdays Vol. 15 - Eduardo Paim

About Kizomba Saturdays: Saturday has always been a day of kizomba. Living in Luanda, there was always a boisterous neighborhood party to go to on a Saturday night, where we would exhaust ourselves dancing kizomba after kizomba, waiting for that special tarraxinha to come on so that we could go slow dance with that girl we have a crush on. Even during the day, the aunts or cousins would put on an album while they cleaned or cooked, dancing spontaneously on the quintal (backyard) while the beans cooked and the fish grilled. I find myself keeping the tradition alive here in the States, where come the weekend I invariably play kizombas, even though I have no one to dance with. I figured I’d bring that tradition here to the Lounge: Kizomba Saturdays.

Oh, Eduardo Paim. Where to start? Before Paulo Flores, there was Eduardo Paim. The man is simply an unavoidable figure in popular music and one of the country's most dear and beloved artists. He shaped a generation. General Kambuengo, as Paim is affectionately known to his adoring public, is credited with inventing Angola's kizomba rhythm, which differentiates itself from Caribbean zouk or Capeverdean cabo-love. While always being passionate about music, Paim first exploded into the national scene in the early 90s, enjoying widespread popularity ever since. During the 90s in our backyard parties, it was Paim's kizombas that my folk were dancing to. He was among the first true superstars of contemporary Angolan music, enjoying success in other Lusophone countries and selling thousands of albums both home and abroad. Included below for your kizomba enjoyment are two of his best known songs, the nostalgic Saudades and the always classic Rosa Baila.


Saudades
Rosa Baila

Sobre o Kizomba Saturdays: Para mim, sábado sempre foi um dia de kizomba. Na banda (Angola), sábado à noite há sempre uma festa de quintal para se ir dançar kizomba ao nosso bel prazer, dançar até as pernas começarem a estremecer de cansaço, dançar até vir aquela tarraxinha que estavamos à espera, e aí sim, podemos parar de dançar e em vez tarraxar com aquela mboa que nos estava a olhar a festa toda. Coisas da banda. Mesmo durante o dia, as tias e as primas botam um CD na aparelhagem com aquelas kizombas que param multidões, e enquanto o feijão ferve e o cacusso grelha, são várias as danças espontâneas no quintal entre primo e tia, sobrinho e irmã, convidado e pato. Porque patos há sempre, até para o almoço de sábado. Aqui nos States, tento, teimosamente, manter a tradição. Acordo aos sábados e boto kizomba na aparalhegam. Meus roommates só me olham. Ja estão habituados. Danço com a vassoura, afinal elas existem para quê? Decidi então trazer este hábito para o Lounge: Kizomba Saturdays. Para atenuar a saudade da banda.

Eduardo Paim. Por onde começar? Só o nome dela já nos inspira imagens de almoços familiares de fim de semana, de 'nguendas' (festas) que só acabam quando o sol já está bem lá em cima, das grandes passadas dos 'kotas' nas pistas de dança. Antes do Paulo Flores, já havia Eduardo Paim. Aliás, foi ele que ajudou o Paulo Flores a iniciar a carreira. Figura incontornável na história da música angolana, o General Kambuengo, como é afávelmente tratado pelos seus fãs, é também figura incontornável na história da kizomba angolana, porque é tido por muitos como a personagem que inventou a kizomba. A popularidade do General despontou no início da década dos 90s e moldou uma geração. Naquele tempo, as passadas imortalizadas na foto acima eram feitas ao som das músicas deste homem. Eduardo Paim foi das primeiras grandes estrelas angolanas da história recente, vendendo milhares de discos em Angola, Portugal e não só. Incluídas neste post estão duas kizombas dos 'velhos tempos', das melhores do Paim. Rosa Baila e Saudades, duas kizombas que já fazem parte do nosso ADN.

More on Eduardo Paim:
Jornal de Angola pays homage to the genius / Jornal de Angola presta tributo ao nosso General
Mblia interviews Eduardo Paim / Mbila entrevista Eduardo Paim

--Photo by Zé Carlos

Saturday, September 18, 2010

Kizomba Saturdays Vol. 14 - Johnny Ramos

Kizomba SaturdaysAbout Kizomba Saturdays: Saturday has always been a day of kizomba. Living in Luanda, there was always a boisterous neighborhood party to go to on a Saturday night, where we would exhaust ourselves dancing kizomba after kizomba, waiting for that special tarraxinha to come on so that we could go slow dance with that girl we have a crush on. Even during the day, the aunts or cousins would put on an album while they cleaned or cooked, dancing spontaneously on the quintal (backyard) while the beans cooked and the fish grilled. I find myself keeping the tradition alive here in the States, where come the weekend I invariably play kizombas, even though I have no one to dance with. I figured I’d bring that tradition here to the Lounge: Kizomba Saturdays.

In many ways, kizomba in the Portuguese-speaking countries on Africa is like "pop music" in the west. Songs go in and out of style, many of them with short lives and liked only during a particular three-month stretch. People complain of a song being old after it's been on the radio for 'too long'. However this man Johnny Ramos, hailing from Cape Verde but living in the Netherlands, has been able to consistently create kizombas and tarrachinhas that withstand the test of time, which is no small feat for a kizomba/zouk artist. While it is true that tracks like Fidju di Deus and So Nos Dos certainly have their golden days behind them, the success they have garnered is more than just a passing fad. Fidju di Deus will always be one of my favorite tarrachinhas...I still get "emotionated" when it plays in clubs and parties. And So Nos Dos isn't far behind, still regularly played in gatherings and still sensually, and effusively, danced to.

Fidju di Deus
So Nos Dos

Sobre o Kizomba Saturdays: Para mim, sábado sempre foi um dia de kizomba. Na banda (Angola), sábado à noite há sempre uma festa de quintal para se ir dançar kizomba ao nosso bel prazer, dançar até as pernas começarem a estremecer de cansaço, dançar até vir aquela tarraxinha que estavamos à espera, e aí sim, podemos parar de dançar e em vez tarraxar com aquela mboa que nos estava a olhar a festa toda. Coisas da banda. Mesmo durante o dia, as tias e as primas botam um CD na aparelhagem com aquelas kizombas que param multidões, e enquanto o feijão ferve e o cacusso grelha, são várias as danças espontâneas no quintal entre primo e tia, sobrinho e irmã, convidado e pato. Porque patos há sempre, até para o almoço de sábado. Aqui nos States, tento, teimosamente, manter a tradição. Acordo aos sábados e boto kizomba na aparalhegam. Meus roommates só me olham. Ja estão habituados. Danço com a vassoura, afinal elas existem para quê? Decidi então trazer este hábito para o Lounge: Kizomba Saturdays. Para atenuar a saudade da banda.

A kizomba que ouvimos nos páises africanos de língua oficial portuguesa tem a mesma 'vida útil' que a chamada pop music no ocidente. Ora a música 'está na moda', ora não está. Todas 'batem bué' por um período de tempo, mas depois já ninguem quer as ouvir. Umas duram três meses na ribalta, esticando os seus '15 minutes of fame', outras nem tanto. Mas atrevo-me a dizer que as tarrachinhas de um tal caboverdeano chamado Johnny Ramos ainda não saíram da moda. É verdade que já não devem tocar tanto como em tempos outrora, nem se tornaram ainda tarrachinas clássicas, mas dúvido que exista um casal que fique sentado quando So Nos Dos começa a tocar. E quando toca Fidju di Deus, é olhar a volta e ver os corpos colados, ondulando, como se a música nunca tivesse saído da moda. Nem importa o título da música, porque entre aqueles corpos não há mesmo espaço para Deus, nem o filho dele...

Monday, September 6, 2010

Kizomba Saturdays Vol. 13 – Bem Consché, by Quatro+

About Kizomba Saturdays: Saturday has always been a day of kizomba. Living in Luanda, there was always a boisterous neighborhood party to go to on a Saturday night, where we would exhaust ourselves dancing kizomba after kizomba, waiting for that special tarraxinha to come on so that we could go slow dance with that girl we have a crush on. Even during the day, the aunts or cousins would put on an album while they cleaned or cooked, dancing spontaneously on the quintal (backyard) while the beans cooked and the fish grilled. I find myself keeping the tradition alive here in the States, where come the weekend I invariably play kizombas, even though I have no one to dance with. I figured I’d bring that tradition here to the Lounge: Kizomba Saturdays.

Before Nelson Freitas was churning out his own albums as a solo act, he was the front man for one of Cape Verde’s finest kizomba ensembles, Os Quatro (later known as Quatro+). Their music was inspired by their Capeverdean home and the urban influences they got from their adopted home of Rotterdam. During their peak Os Quatro became synonymous with damn good kizomba and would sell out shows wherever kizomba was heard, from Praia to Lisbon to Paris to Luanda. I consider Bem Consché their best album - it contained hits like Kazangá, Meninas Bonitas, and Joia, my favorite song of theirs. Since 2002 I've been playing Joia regularly, and even today it gets to me. Click play and enjoy some of the best kizomba Cape Verde has to offer.

Kazangá
Meninas Bonitas
Joia

Sobre o Kizomba Saturdays: Para mim, sábado sempre foi um dia de kizomba. Na banda (Angola), sábado à noite há sempre uma festa de quintal para se ir dançar kizomba ao nosso bel prazer, dançar até as pernas começarem a estremecer de cansaço, dançar até vir aquela tarraxinha que estavamos à espera, e aí sim, podemos parar de dançar e em vez tarraxar com aquela mboa que nos estava a olhar a festa toda. Coisas da banda. Mesmo durante o dia, as tias e as primas botam um CD na aparelhagem com aquelas kizombas que param multidões, e enquanto o feijão ferve e o cacusso grelha, são várias as danças espontâneas no quintal entre primo e tia, sobrinho e irmã, convidado e pato. Porque patos há sempre, até para o almoço de sábado. Aqui nos States, tento, teimosamente, manter a tradição. Acordo aos sábados e boto kizomba na aparalhegam. Meus roommates só me olham. Ja estão habituados. Danço com a vassoura, afinal elas existem para quê? Decidi então trazer este hábito para o Lounge: Kizomba Saturdays. Para atenuar a saudade da banda.

Antes do Nelson Freitas ser o cantor que é, era mais um dos integrantes da mítica banda caboverdeana Quatro, que depois veio a se chamar Quatro Plus. Eram inspirados pelos ritmos de Cabo Verde e pelas influências que recebiam da cidade onde viviam, o Roterdão. No seu auge, a banda Quatro Plus era sinónima de kizomba de qualidade. Era comum encherem salas inteiras durante os seus concertos em qualquer cidade que apreciasse kizomba, desde Praia a Lisboa a Paris a Luanda. Considero Bem Consché o seu melhor album, porque é lá onde aparecem hits como Kazangá, Meninas Bonitas, e Joia, a minha música preferida deles. Desde 2002 que toco Joia regularmente, e ainda hoje mexe comigo. Carreguem no play e curtam uma das melhores kizombas que Cabo Verde já produziu.

Sunday, August 22, 2010

Kizomba Saturdays Vol. 12: Alta Segurança, by Philip Monteiro

About Kizomba Saturdays: Saturday has always been a day of kizomba. Living in Luanda, there was always a boisterous neighborhood party to go to on a Saturday night, where we would exhaust ourselves dancing kizomba after kizomba, waiting for that special tarraxinha to come on so that we could go slow dance with that girl we have a crush on. Even during the day, the aunts or cousins would put on an album while they cleaned or cooked, dancing spontaneously on the quintal (backyard) while the beans cooked and the fish grilled. I find myself keeping the tradition alive here in the States, where come the weekend I invariably play kizombas, even though I have no one to dance with. I figured I’d bring that tradition here to the Lounge: Kizomba Saturdays.

Today was one of those Saturdays. There was a huge birthday lunch at my grandmother's house, with so much food that I spent most of my time there eating and will still be back tomorrow for round two. Ironically, the genres of choice were kuduro and hip-hop (and they were only being played downstairs, in the basement) so I think those kizomba Saturdays are slowly becoming a thing of the past. Nonetheless, if the party isn't to your liking, you make your own! Today's kizomba post features Philip Monteiro, a musician from Cape Verde that has gone on to become one of the most popular and beloved voices of both zouk and kizomba. Alta Segurança has gone on to become a classics of 'Cabo Love', the romantic sub-genre of kizomba made in Cape Verde. Play this song in Cape Verde, west Africa, throughout the lusophone world, and in the French Antilles, and the reaction is the same. Couples clasping each other, swaying to the soft beat.

Alta Segurança

Sobre o Kizomba Saturdays: Para mim, sábado sempre foi um dia de kizomba. Na banda (Angola), sábado à noite há sempre uma festa de quintal para se ir dançar kizomba ao nosso bel prazer, dançar até as pernas começarem a estremecer de cansaço, dançar até vir aquela tarraxinha que estavamos à espera, e aí sim, podemos parar de dançar e em vez tarraxar com aquela mboa que nos estava a olhar a festa toda. Coisas da banda. Mesmo durante o dia, as tias e as primas botam um CD na aparelhagem com aquelas kizombas que param multidões, e enquanto o feijão ferve e o cacusso grelha, são várias as danças espontâneas no quintal entre primo e tia, sobrinho e irmã, convidado e pato. Porque patos há sempre, até para o almoço de sábado. Aqui nos States, tento, teimosamente, manter a tradição. Acordo aos sábados e boto kizomba na aparalhegam. Meus roommates só me olham. Ja estão habituados. Danço com a vassoura, afinal elas existem para quê? Decidi então trazer este hábito para o Lounge: Kizomba Saturdays. Para atenuar a saudade da banda.

Hoje foi um sábado destes. Houve uma grande almoçarada na casa da minha avó, com tanta comida que gastei a maioria do meu tempo lá só a comer e amanhã voltarei para mais. Por ironia do destino, a música que mais se tocou lá foi kuduro, batida e hip-hop...creio que esta coisa de kizomba aos sábados já está a se tornar, lentamente, coisa do passado. Mas prontos, aqui no Lounge continua a ser Kizomba Saturday, ora poças! A kizomba de hoje é do Philip Monteiro, um músico de Cabo Verde que por estas paragens dispensa apresentações. Alta Segurança já é um clássico do Cabo Love, tendo fãs espalhados pelo mundo da lusofonia, pelas antilhas, e pela África ocidental. Uma tarrachinha ao som desta música..."mano nem te conto."

Monday, August 9, 2010

Kizomba Saturdays Vol. 11: Até Um Dia, by Beto Dias feat. Suzanna Lubrano

Kizomba SaturdaysAbout Kizomba Saturdays: Saturday has always been a day of kizomba. Living in Luanda, there was always a boisterous neighborhood party to go to on a Saturday night, where we would exhaust ourselves dancing kizomba after kizomba, waiting for that special tarraxinha to come on so that we could go slow dance with that girl we have a crush on. Even during the day, the aunts or cousins would put on an album while they cleaned or cooked, dancing spontaneously on the quintal (backyard) while the beans cooked and the fish grilled. I find myself keeping the tradition alive here in the States, where come the weekend I invariably play kizombas, even though I have no one to dance with. I figured I’d bring that tradition here to the Lounge: Kizomba Saturdays.

Suzanna Lubrano and Beto Dias, two of my favorite kizomba artists, are performing together in Luanda this saturday night (Aug. 14) at the Pavilhão da Cidadela. The Capeverdean duo create magic when they sing together. Their lives share a similar path, as they both emigrated from Cape Verde to Holland during their youth and were part of the same band, Rabelados. Both have since embarked on stellar solar careers. I've said before that Ki Vida, by this same duo, is my favorite kizomba of all time, but Até Um Dia is not very far behind. Enjoy it below, and if you're in Luanda and in mood for sumptuous kizomba next Saturday, Cidadela awaits.

Até Um Dia

Sobre o Kizomba Saturdays: Para mim, sábado sempre foi um dia de kizomba. Na banda (Angola), sábado à noite há sempre uma festa de quintal para se ir dançar kizomba ao nosso bel prazer, dançar até as pernas começarem a estremecer de cansaço, dançar até vir aquela tarraxinha que estavamos à espera, e aí sim, podemos parar de dançar e em vez tarraxar com aquela mboa que nos estava a olhar a festa toda. Coisas da banda. Mesmo durante o dia, as tias e as primas botam um CD na aparelhagem com aquelas kizombas que param multidões, e enquanto o feijão ferve e o cacusso grelha, são várias as danças espontâneas no quintal entre primo e tia, sobrinho e irmã, convidado e pato. Porque patos há sempre, até para o almoço de sábado. Aqui nos States, tento, teimosamente, manter a tradição. Acordo aos sábados e boto kizomba na aparalhegam. Meus roommates só me olham. Ja estão habituados. Danço com a vassoura, afinal elas existem para quê? Decidi então trazer este hábito para o Lounge: Kizomba Saturdays. Para atenuar a saudade da banda.

A Suzanna Lubrano e o Beto Dias, dois dos meus artistas de kizomba preferidos, já estão em Luanda para o concerto que vão dar no próximo sábado, dia 14, no Pavilhão da Cidadela. Quando estes dois estão no palco juntos, acontece magia. As suas vidas seguiram uma trajectória parecida: os dois emigraram para Holanda quando eram crianças e foram parte da mesma banda, os Rabelados. Embarcaram depois numa brilhante carreira à solo que não parece abrandar tão cedo. Já disse aqui que Ki Vida é a minha kizomba preferida, mas Até Um Dia não fica muito atrás. Curte o som, e se estiveres em Luanda no próximo sábado, e com vontade de ouvir boa kizomba, a Cidadela te espera.

-Photo by Zé Carlos

Sunday, July 18, 2010

Kizomba Saturdays Vol. 10 - Yola Semedo

About Kizomba Saturdays: Saturday has always been a day of kizomba. Living in Luanda, there was always a boisterous neighborhood party to go to on a Saturday night, where we would exhaust ourselves dancing kizomba after kizomba, waiting for that special tarraxinha to come on so that we could go slow dance with that girl we have a crush on. Even during the day, the aunts or cousins would put on an album while they cleaned or cooked, dancing spontaneously on the quintal (backyard) while the beans cooked and the fish grilled. I find myself keeping the tradition alive here in the States, where come the weekend I invariably play kizombas, even though I have no one to dance with. I figured I’d bring that tradition here to the Lounge: Kizomba Saturdays.

The Lounge’s appreciation of Yola Semedo’s latest CD, Minha Alma, is still in full swing. Last week we saw the video for Semedo’s hit single Injusta, while this week we can vibe to not only Injusta but two other songs off her newest album. Injusta has enjoyed considerable airplay on Luanda’s radio stations on the buildup to the release, while Perdoa is another classical Semedo kizomba with a polished production and subtle backing vocals. The last track, Mar Azul, is a semba duet she does with Paulo Flores.

Injusta
Perdoa
Mar Azul feat. Paulo Flores

Sobre o Kizomba Saturdays: Para mim, sábado sempre foi um dia de kizomba. Na banda (Angola), sábado à noite há sempre uma festa de quintal para se ir dançar kizomba ao nosso bel prazer, dançar até as pernas começarem a estremecer de cansaço, dançar até vir aquela tarraxinha que estavamos à espera, e aí sim, podemos parar de dançar e em vez tarraxar com aquela mboa que nos estava a olhar a festa toda. Coisas da banda. Mesmo durante o dia, as tias e as primas botam um CD na aparelhagem com aquelas kizombas que param multidões, e enquanto o feijão ferve e o cacusso grelha, são várias as danças espontâneas no quintal entre primo e tia, sobrinho e irmã, convidado e pato. Porque patos há sempre, até para o almoço de sábado. Aqui nos States, tento, teimosamente, manter a tradição. Acordo aos sábados e boto kizomba na aparalhegam. Meus roommates só me olham. Ja estão habituados. Danço com a vassoura, afinal elas existem para quê? Decidi então trazer este hábito para o Lounge: Kizomba Saturdays. Para atenuar a saudade da banda.

A apreciação do Lounge pelo último CD da Yola Semedo, Minha Alma, continua em pleno. A semana passada tivemos a oportunidade de ver o clip da música Injusta, e esta semana vamos poder ouvir e vibrar não só com Injusta mas também com duas outras músicas do álbum. O 'brinde' Injusta tocava na rádio regularmente durante as semansas que antecederam o lançamento do àlbum, enquanto que Perdoa, uma kizomba clássica um pouco menos conhecida, espelha a Semedo no seu melhor. A última faixa destacada aqui, Mar Azul, é um dueto em estilo semba que ela faz com o Paulo Flores.

Saturday, July 10, 2010

Caipirinha Lounge Cinema: Injusta, by Yola Semedo

Besides being a talented singer, Yola is also stunning to look at. Beauty comes in money forms, be it aural or visual. This video shows both of them. Enjoy Injusta, from her newest album Minha Alma.



Além de ser uma cantora talentosa, é uma beldade incrível. A beleza vem a várias formas, sejam elas visuais ou aurais. Neste vídeo, temos as duas delas. Espero que disfrutem de Injusta, do seu mais novo álbum, Minha Alma.

Kizomba Saturdays Vol. 9 - Amor Melaço, by Irmãos Almeida

Kizomba SaturdaysAbout Kizomba Saturdays: Saturday has always been a day of kizomba. Living in Luanda, there was always a boisterous neighborhood party to go to on a Saturday night, where we would exhaust ourselves dancing kizomba after kizomba, waiting for that special tarraxinha to come on so that we could go slow dance with that girl we have a crush on. Even during the day, the aunts or cousins would put on an album while they cleaned or cooked, dancing spontaneously on the quintal (backyard) while the beans cooked and the fish grilled. I find myself keeping the tradition alive here in the States, where come the weekend I invariably play kizombas, even though I have no one to dance with. I figured I’d bring that tradition here to the Lounge: Kizomba Saturdays.

Most of my formative years were spent in the US, during a time when the internet wasn't what it is today and getting access to current Angolan music was nearly impossible. Especially since my Dad, the only one that was going to Angola fairly regularly, only listened to Bonga, Carlos Burity and the like. I think Kussundulola's Tá-se Bem was the only non-semba or rebita album that he ever brought home. This is all to say that there is a golden period of Angolan kizomba that I know nothing about, a fact that my cousin Victor loves to make fun of me for. Him and I have this running battle where he'll play old school zouk and kizomba to see if I'll recognize the song. While most of the time I manage to perform reasonably well, sometimes I fail spectacularly. We were sitting in the car a couple of days ago and he puts on Amor Melaço by Irmãos Almeida. What a beauty of a song. He and my brother Paulo start singing it enthusiastically, and, noticing my silence, ask me if I know the song.

My answer shocked them. Perplexed, my cousin asks me how can I possibly not know that song. Oh, the pitfalls of immigration. As we sat there in the car, in an impenetrable Cape Town traffic jam (Netherlands vs. Uruguay was starting in less than an hour at Green Point), I took in the gorgeous lyrics of the song while Victor sang heartily and "emotionated":

Como é bom saber que estás de volta (It's so good to know you're back)
Seu baton volta a pintar a minha camisa (It's back to your lipstick staining my shirt)
O teu cheiro volta a colar na minha roupa (It's back to having your scent stuck to my clothes)
Os teus brincos voltas a esquecer na minha banca... (It's back to having you forget your earrings on my bedside...)

After hearing the song for the first time in that car, I can't get enough of it. According to my cousin this lovely heartfelt kizomba was a hit in Luanda when it came out, one of those kizombas that fill the dancefloor to capacity. The geniuses who composed it, the legendary Irmãos Almeida, are still active in Angola today, and actually have an album coming out at the end of this month. Hearing this song actually prompted another debate in the car: the fact that kizombas made today, like ghetto-zouks and tarrachinhas, no longer have the same "feeling", the same passion as classics like Amor Melaço. I'll leave that for you to decide, but meanwhile, turn up your headphones or your stereo and dance like it's 1994 in Luanda.

Amor Melaço

Sobre o Kizomba Saturdays: Para mim, sábado sempre foi um dia de kizomba. Na banda (Angola), sábado à noite há sempre uma festa de quintal para se ir dançar kizomba ao nosso bel prazer, dançar até as pernas começarem a estremecer de cansaço, dançar até vir aquela tarraxinha que estavamos à espera, e aí sim, podemos parar de dançar e em vez tarraxar com aquela mboa que nos estava a olhar a festa toda. Coisas da banda. Mesmo durante o dia, as tias e as primas botam um CD na aparelhagem com aquelas kizombas que param multidões, e enquanto o feijão ferve e o cacusso grelha, são várias as danças espontâneas no quintal entre primo e tia, sobrinho e irmã, convidado e pato. Porque patos há sempre, até para o almoço de sábado. Aqui nos States, tento, teimosamente, manter a tradição. Acordo aos sábados e boto kizomba na aparalhegam. Meus roommates só me olham. Ja estão habituados. Danço com a vassoura, afinal elas existem para quê? Decidi então trazer este hábito para o Lounge: Kizomba Saturdays. Para atenuar a saudade da banda.

Passei a maioria dos meus anos formativos nos Estados Unidos, numa altura em que a internet não era o que é e o meu acesso à música angolana era quase inexistente. Principalmente porque o meu kota era o único que ia à Luanda mais ou menos regularmente, e na bagagem só trazia Bonga ou Carlos Burity. Acho que o Tá-se Bem dos Kussondulola foi o primerio e único álbum sem semba e rebita que o meu kota trouxe das suas viagens. Isso tudo é só para dizer que a minha sabedoria acerca da maioria das grandes kizombas feitas em Angola durante o período da guerra é lamentável. Facto este que o meu primo Victor adora explorar. Há vezes que ele desafia-me, tocando kizombas e zouks dos velhos tempos só para ver se tenho conhecimento delas. Na maioria das vezes até saio-me más ou menos bem, mas há vezes mesmo que cometo gaffes sérios. Estávamos nós sentados num tremendo engarrafamento em Cape Town (Holanda vs. Uruguay em Green Point era em menos de uma hora) e ele bota Amor Melaço dos Irmãos Almeida na aparelhagem. Que linda música. O Victor e o meu irmão Paulo começam a cantar, entusiasmados, e, olhando para mim, notam o meu silêncio. Perguntam-me se conheço a música.

A minha resposta os chocou. Principalmente ao Victor, claro. Perplexo, perguntou-me como era possível eu não conhecer aquele puro som. Maldita imigração, lhe respondi entre risos. Enquanto apreciávamos o engarrafamento, deliciei-me com a letra da música enquanto o meu primo a cantava, “emotionated”, em alto e bom som:

Como é bom saber que estás de volta
Seu baton volta a pintar a minha camisa
O teu cheiro volta a colar na minha roupa
Os teus brincos voltas a esquecer na minha banca...

Depois de ouvir a música pela primeira vez, não quero outra coisa. Segundo o meu primoto, quando esta música saiu fez enorme sucesso em Luanda, daquele sucesso que causa enchente na pista de dança. Os génios por detrás desta canção são os Irmãos Almeida, que ainda continuam no activo. Prometeram lançar um álbum mesmo no fim deste mês. Esta música ainda causou outro debate no carro: será que as kizombas feitas antigamente tinham mais “feeling”, mais paixão, que os ghetto-zouks feitos hoje? Pois, são conversas para outras ocasiões. Por agora, levantem os volumes dos headphones ou da aparelhagem, e dancem como se fosse 1994 em Luanda.

-Photo by Zé Carlos

Saturday, July 3, 2010

Kizomba Saturdays Vol. 8 - Caló Pascoal

Caló PascoalAbout Kizomba Saturdays: Saturday has always been a day of kizomba. Living in Luanda, there was always a boisterous neighborhood party to go to on a Saturday night, where we would exhaust ourselves dancing kizomba after kizomba, waiting for that special tarraxinha to come on so that we could go slow dance with that girl we have a crush on. Even during the day, the aunts or cousins would put on an album while they cleaned or cooked, dancing spontaneously on the quintal (backyard) while the beans cooked and the fish grilled. I find myself keeping the tradition alive here in the States, where come the weekend I invariably play kizombas, even though I have no one to dance with. I figured I’d bring that tradition here to the Lounge: Kizomba Saturdays.

One of Angola's most beloved contemporary artist, Caló Pascoal is today's featured kizomba artist. Singer, songwriter, and producer, his debut album Santa Mariazinha was very well received by the Angolan public, and helped cement his place among Angola's new wave of emerging talents. Several songs on Santa Mariazinha became instant classics and constant features at those expansive, nostalgic Luandan weekend gatherings. Prior to striking it big in the Angolan musical scene, Caló Pascoal led a life beset by hardships and excesses. He is a man of ardent faith and credits his breakthrough success to God's benevolence towards him.

Among Caló's best known tracks are the ones featured below. Titiriti was an instant hit when it came out in Luanda, and tells the story of how Caló lost a girlfriend because of a cell phone. Obrigado Mano is about his older brother, who used to be the family's breadwinner after Caló's father died when Caló was but an infant. Lastly there is Leninha, a sweeping ballad of a song, heartfelt, melodic and sincere. One of my favorites on the album.

Titiriti
Obrigado Mano
Leninha

Sobre o Kizomba Saturdays: Para mim, sábado sempre foi um dia de kizomba. Na banda (Angola), sábado à noite há sempre uma festa de quintal para se ir dançar kizomba ao nosso bel prazer, dançar até as pernas começarem a estremecer de cansaço, dançar até vir aquela tarraxinha que estavamos à espera, e aí sim, podemos parar de dançar e em vez tarraxar com aquela mboa que nos estava a olhar a festa toda. Coisas da banda. Mesmo durante o dia, as tias e as primas botam um CD na aparelhagem com aquelas kizombas que param multidões, e enquanto o feijão ferve e o cacusso grelha, são várias as danças espontâneas no quintal entre primo e tia, sobrinho e irmã, convidado e pato. Porque patos há sempre, até para o almoço de sábado. Aqui nos States, tento, teimosamente, manter a tradição. Acordo aos sábados e boto kizomba na aparalhegam. Meus roommates só me olham. Ja estão habituados. Danço com a vassoura, afinal elas existem para quê? Decidi então trazer este hábito para o Lounge: Kizomba Saturdays. Para atenuar a saudade da banda.

Um dos músicos angolanos mais consagrados e amados pelo sempre exigente público, o Caló Pascoal é destacado nesta edição do Kizomba Saturday. Cantor, escritor, e produtor, o seu disco de estreia Santa Mariazinha foi bastante bem recebido pelos amantes de boa música angolana e ajudou-o a cimentar o seu lugar como talento emergente da nova vaga de artistas populares angolanos. Várias músicas do disco Santa Mariazinha se tornaram clássicas, sempre presentes nas numerosas festas luandenses. Antes de atingir o sucesso, o Caló levou uma vida dura apimentada por excessos e dificuldades diversas. Hoje é um homem bastante religioso e acredita que o seu sucesso é uma benção de Deus.

Entre as músicas mais conhecidas do Caló estão as faixas destacadas abaixo. Quando Titiriti saiu, Luanda parou. Foi um clássico instantâneo e relata a história de como o Caló perdeu uma dama por causa de um telefone. Obrigado Mano é outro dos seus hinos, dedicado ao seu irmão mais velho que cuidou da família depois da morte do pai, quando o Caló ainda era bebé. Por último temos Leninha, uma linda música emotiva e sincera. Uma das minhas preferidas do disco.

Saturday, June 26, 2010

Kizomba Saturdays Vol. 7 - Amor, by Pérola

About Kizomba Saturdays: Saturday has always been a day of kizomba. Living in Luanda, there was always a boisterous neighborhood party to go to on a Saturday night, where we would exhaust ourselves dancing kizomba after kizomba, waiting for that special tarraxinha to come on so that we could go slow dance with that girl we have a crush on. Even during the day, the aunts or cousins would put on an album while they cleaned or cooked, dancing spontaneously on the quintal (backyard) while the beans cooked and the fish grilled. I find myself keeping the tradition alive here in the States, where come the weekend I invariably play kizombas, even though I have no one to dance with. I figured I’d bring that tradition here to the Lounge: Kizomba Saturdays.

The beloved Pérola (Jandira Sassingui) first burst into the Angolan popular music scene in the earlier this decade with the release of her debut album Meus Sentimentos, which not only garnered her a healthy following in Angola but also earned her international honors, as she was won the 2005 Kora Awards for Best Southern African Artist that year. Since then, the diva from Huambo province has never looked back. Blessed with a beautiful earthy, soulful voice, her genres of choice are kizomba and R&B, abundantly on display on her second album, Cara e Coroa. The jazzy Amor, a catchy song with a simple yet timeless message, is one of the standout songs in that CD, and today's featured kizomba.

Amor

Sobre o Kizomba Saturdays: Para mim, sábado sempre foi um dia de kizomba. Na banda (Angola), sábado à noite há sempre uma festa de quintal para se ir dançar kizomba ao nosso bel prazer, dançar até as pernas começarem a estremecer de cansaço, dançar até vir aquela tarraxinha que estavamos à espera, e aí sim, podemos parar de dançar e em vez tarraxar com aquela mboa que nos estava a olhar a festa toda. Coisas da banda. Mesmo durante o dia, as tias e as primas botam um CD na aparelhagem com aquelas kizombas que param multidões, e enquanto o feijão ferve e o cacusso grelha, são várias as danças espontâneas no quintal entre primo e tia, sobrinho e irmã, convidado e pato. Porque patos há sempre, até para o almoço de sábado. Aqui nos States, tento, teimosamente, manter a tradição. Acordo aos sábados e boto kizomba na aparalhegam. Meus roommates só me olham. Ja estão habituados. Danço com a vassoura, afinal elas existem para quê? Decidi então trazer este hábito para o Lounge: Kizomba Saturdays. Para atenuar a saudade da banda.

A consagrada Pérola (Jandira Sassingui) começou a deliciar-nos os ouvidos em príncipios desta década com o lançamento de Meus Sentimentos, seu primeiro album. Foi a parti daí que iniciou o namoro com o público angolano, sempre ávidos consumidores da sua música e da sua forma de ser. Música esta que não passou despercebida pelos nossos conterrâneos africanos da Kora, que em 2005 elegeram a Pérola como Melhor Artista da Africa Austral. Desde lá, a diva do Huambo nunca olho para trás. Portadora de uma linda voz de soul, os seus estilos preferidos são o kizomba e o R&B, duas constantes no seu seu segundo CD, Cara e Coroa. Amor é uma das melhores canções deste album, e a kizomba escolhida para hoje. É uma melodia contagiante com uma letra simples mais bonita.

Pérola on Myspace

Tuesday, June 15, 2010

Kizomba Saturdays Vol. 6 - Pura Ilusão, by Yola Semedo


About Kizomba Saturdays: Saturday has always been a day of kizomba. Living in Luanda, there was always a boisterous neighborhood party to go to on a Saturday night, where we would exhaust ourselves dancing kizomba after kizomba, waiting for that special tarraxinha to come on so that we could go slow dance with that girl we have a crush on. Even during the day, the aunts or cousins would put on an album while they cleaned or cooked, dancing spontaneously on the quintal (backyard) while the beans cooked and the fish grilled. I find myself keeping the tradition alive here in the States, where come the weekend I invariably play kizombas, even though I have no one to dance with. I figured I’d bring that tradition here to the Lounge: Kizomba Saturdays.

After a forced absence of over a month, Kizomba Saturdays returns on...a Tuesday. I wanted to dedicate my 300th post to the sensuality of Angolan Kizomba, and no songstress embodies that sensuality better than Yola Semedo. She is coming out with a new album titled Minha Alma on June 19th at Praça da Independência in downtown Luanda, and a single of hers has been playing constantly on the Angolan radio. I don't think Yola has ever sounded better. I'm sure she would love to see your smiling face, Kwanzas in hand, ready to buy your autographed copy of Angola's best female kizomba singer. Included below is one of her all-time classics, Pura Ilusão, purely for nostalgic purposes.

Pura Ilusão

Sobre o Kizomba Saturdays: Para mim, sábado sempre foi um dia de kizomba. Na banda (Angola), sábado à noite há sempre uma festa de quintal para se ir dançar kizomba ao nosso bel prazer, dançar até as pernas começarem a estremecer de cansaço, dançar até vir aquela tarraxinha que estavamos à espera, e aí sim, podemos parar de dançar e em vez tarraxar com aquela mboa que nos estava a olhar a festa toda. Coisas da banda. Mesmo durante o dia, as tias e as primas botam um CD na aparelhagem com aquelas kizombas que param multidões, e enquanto o feijão ferve e o cacusso grelha, são várias as danças espontâneas no quintal entre primo e tia, sobrinho e irmã, convidado e pato. Porque patos há sempre, até para o almoço de sábado. Aqui nos States, tento, teimosamente, manter a tradição. Acordo aos sábados e boto kizomba na aparalhegam. Meus roommates só me olham. Ja estão habituados. Danço com a vassoura, afinal elas existem para quê? Decidi então trazer este hábito para o Lounge: Kizomba Saturdays. Para atenuar a saudade da banda.

Depois de uma forçada ausência de mais de um mês, o Kizomba Saturdays retorna numa...terça feira. Quero dedicar o meu post número 300 à sensualidade da kizomba angolana, e ninguém a demonstra melhor que a Yola Semedo. Sou um autêntico apaixonado pela voz dela. No dia 19 de Junho na Praça da Independência, ela lançará o seu mais novo àlbum, intitulado Minha Alma. Um dos singles deste tão esperado CD tem tocado na rádio angolana com regularidade. Estou convencido que no dia 19 ela estará muito feliz de o ver, Kwanzas em mão, sorriso nos lábios, pronto/a para comprar o CD autografado por ela mesma. Incluído acima, por motivos puramente nostálgicos, está Pura Ilusão, uma das suas melhores canções.

-Photo by André Carvalho

Saturday, May 8, 2010

Kizomba Saturdays Vol. 5 - Irmãos Verdades

About Kizomba Saturdays: Saturday has always been a day of kizomba. Living in Luanda, there was always a boisterous neighborhood party to go to on a Saturday night, where we would exhaust ourselves dancing kizomba after kizomba, waiting for that special tarraxinha to come on so that we could go slow dance with that girl we have a crush on. Even during the day, the aunts or cousins would put on an album while they cleaned or cooked, dancing spontaneously on the quintal (backyard) while the beans cooked and the fish grilled. I find myself keeping the tradition alive here in the States, where come the weekend I invariably play kizombas, even though I have no one to dance with. I figured I’d bring that tradition here to the Lounge: Kizomba Saturdays.

I still get goosebumps when I listen to Irmãos Verdades. It’s an intense nostalgia, difficult to put into words. Before I was even born they were already a band of sorts, as dancers in Raul Indipwo’s Duo Ouro Negro. A couple of years later, Gaby, Luis, Alex, and Nando break away from the Duo and form their own band, the much beloved Irmãos Verdades, and they play on until this day. All members from the band are Angolan, except for Gaby, the lead vocalist featured on the photo above, who hails from Cape Verde. The Irmãos Verdades have gone Gold and Platinum throughout the Lusophone world, making them one of the most successful and respected band among Portuguese speakers, shattering borders and uniting the Lusophone world through their hypnotizing brand of romantic kizomba.

Isabella and Amar-te Assim are two of the most well known songs by this band. They’ve become anthems in their own right, especially Amar-te Assim. Incidentally, it’s one of the most romantic songs I know, and I’ve been playing it since it came out, around 2001. Isabella is a lovely, heartfelt tribute to a woman of the same name, and it’s sweetly addictive. Whenever I play it, I can’t play it just once. The lyrics of both these songs display a plethora of ways to say you’re in love in Portuguese; if you’re in that kind of mood, Irmãos Verdades is for you. Or, if you’re just now getting into kizomba, this is a great intro band into the world of vintage Angolan kizomba, the type of kizomba that has withstood the tests of time. A must for any Angolan music fan or anyone looking to learn more about contemporary Angolan music.

Happy Kizomba Saturday.

Amar-te Assim
Isabella


Sobre o Kizomba Saturdays: Para mim, sábado sempre foi um dia de kizomba. Na banda (Angola), sábado à noite há sempre uma festa de quintal para se ir dançar kizomba ao nosso bel prazer, dançar até as pernas começarem a estremecer de cansaço, dançar até vir aquela tarraxinha que estavamos à espera, e aí sim, podemos parar de dançar e em vez tarraxar com aquela mboa que nos estava a olhar a festa toda. Coisas da banda. Mesmo durante o dia, as tias e as primas botam um CD na aparelhagem com aquelas kizombas que param multidões, e enquanto o feijão ferve e o cacusso grelha, são várias as danças espontâneas no quintal entre primo e tia, sobrinho e irmã, convidado e pato. Porque patos há sempre, até para o almoço de sábado. Aqui nos States, tento, teimosamente, manter a tradição. Acordo aos sábados e boto kizomba na aparalhegam. Meus roommates só me olham. Ja estão habituados. Danço com a vassoura, afinal elas existem para quê? Decidi então trazer este hábito para o Lounge: Kizomba Saturdays. Para atenuar a saudade da banda.

Ainda apanho calafrios quando oiço os Irmãos Verdades. Sinto uma nostalgia intensa, díficil de descrever. Antes de eu nascer já eles dançavam para o Raul Indipwo e os Duo Ouro Negro; alguns anos mais tarde, o Gaby, o Luis, o Alex e o Nando decidiram mudar de ares e fundaram a sua própria banda, os muito amados Irmãos Verdades. Tocam até hoje, para o nosso delírio. Todos os membros da banda são angolanos, menos o vocalista principal, o grande Gaby. Os Irmão Verdades fazem grande sucesso pelo mundo lusófono, onde são disco de ouro e platina em países como Portugal e Moçambique. Ajudaram a compartilhar a cultura lusófona e a derrubar quaisqueres barreiras existentes entre os nossos países irmãos. Sãotomense ou português, angolano ou caboverdeano, todos se rendem ao kizomba romântico desta banda.

Isabella e Amar-te Assim são duas das minhas prefereidas canções deste grupo. Se tornaram verdadeiros hinos, principalmente Amar-te Assim, que é talvez a sua música mais conhecida. É uma das músicas mais românticas que conheço, e a toco desde que saiu em meados de 2001. Por outro lado, Isabella é uma música linda, um tributo condigno à mulher do mesmo nome. Sempre que a toco, não consigo fazê-lo só uma vez. Tenho que a repetir. A letra destas duas canções é uma maneira bonita de declarar o amor, e se o leitor está a alimentar este tipo de pensamentos, estas músicas serão uma fonte de inspiração. Para quem quiser aprofundar o seu conhecimento de kizomba, esta banda é um excelente ponto de partida. Ainda porque os manos mesmo não mostram sinais de abandonar a carreira.

Feliz Kizomba Saturday para vocês, e espero que estas duas músicas ajudaram a matar saudades de tempos idos.


-Photo: Album cover of this band's epic live concert in Lisbon

Irmãos Verdades Official website
Irmãos Verdades on Amazon and iTunes

Sunday, May 2, 2010

Kizomba Saturdays Vol. 4 - Preta da Guiné

Kizomba SaturdaysAbout Kizomba Saturdays: Saturday has always been a day of kizomba. Living in Luanda, there was always a boisterous neighborhood party to go to on a Saturday night, where we would exhaust ourselves dancing kizomba after kizomba, waiting for that special tarraxinha to come on so that we could go slow dance with that girl we have a crush on. Even during the day, the aunts or cousins would put on an album while they cleaned or cooked, dancing spontaneously on the quintal (backyard) while the beans cooked and the fish grilled. I find myself keeping the tradition alive here in the States, where come the weekend I invariably play kizombas, even though I have no one to dance with. I figured I’d bring that tradition here to the Lounge: Kizomba Saturdays.

Reader response required! To finally put the Kizomba Saturdays series up to date, I chose the beautiful kizomba Preta da Guiné, but have no idea who the singer is. I am hoping that the Lounge’s readers in Portugal, Angola, Cape Verde, or elsewhere can shed some light on this most unfortunate issue. Hopefully “Preta da Guiné” is the actual name of the song. I remember Preta da Guiné from quite a few years back, when it used to play all over Luanda. I specifically remember hearing it on one of the December vacations I took in Angola, and promptly bought a version of the song on the streets. All it said was that the singer’s name was António. Never have I been able to verify the song’s actual name and artist, and countless searches on Google have proven ineffective. It’s a kizomba I love however, and without even knowing the veracity of the author’s name, or any other song of his, I commend him for this one kizomba. For all it’s worth.

Preta da Guiné

Sobre o Kizomba Saturdays: Para mim, sábado sempre foi um dia de kizomba. Na banda (Angola), sábado à noite há sempre uma festa de quintal para se ir dançar kizomba ao nosso bel prazer, dançar até as pernas começarem a estremecer de cansaço, dançar até vir aquela tarraxinha que estavamos à espera, e aí sim, podemos parar de dançar e em vez tarraxar com aquela mboa que nos estava a olhar a festa toda. Coisas da banda. Mesmo durante o dia, as tias e as primas botam um CD na aparelhagem com aquelas kizombas que param multidões, e enquanto o feijão ferve e o cacusso grelha, são várias as danças espontâneas no quintal entre primo e tia, sobrinho e irmã, convidado e pato. Porque patos há sempre, até para o almoço de sábado. Aqui nos States, tento, teimosamente, manter a tradição. Acordo aos sábados e boto kizomba na aparalhegam. Meus roommates só me olham. Ja estão habituados. Danço com a vassoura, afinal elas existem para quê? Decidi então trazer este hábito para o Lounge: Kizomba Saturdays. Para atenuar a saudade da banda.

Preciso da vossa ajuda caros leitores! Para finalmente pôr em dia os Kizomba Saturdays, escolhi a linda canção Preta da Guiné. Mas tenho um pequeno problema: não faço ideia de quem será o cantor desta melodia! Espero que os leitores do Lounge espalhados pelo mundo, mais concretamente em Portugal, Angola, ou Cabo Verde, me possam elucidar. Também espero que Preta da Guiné seja realmente o título deste tema. Lembro desta música desde a muito tempo. Julgo que a primeira vez que a ouvi foi durante umas férias de Dezembro passadas em Luanda, e esta música tocava em todo sítio. Creio que, de tanta ansiedade, comprei a música na rua, e o nome que constava na capa era de um tal “António”. Não podendo na altura comprovar a veracidade deste facto, fiquei a conhecer a música assim mesmo: Preta da Guiné, por António. Nem as pesquisas no Google surtiram efeito. Todavia, é uma kizomba que aprecio e que trás saudade. E mesmo não conhecendo o seu autor, só posso lhe dizer obrigadão por tão bela kizomba. Talvez um dia o meu obrigado chegará a ele...

Kizomba Saturdays Vol. 3 – Zeca Nha Reinalda

Kizomba SaturdaysBelow, the second Kizomba Saturday that I owed you. It’s an exceptional one…

About Kizomba Saturdays: Saturday has always been a day of kizomba. Living in Luanda, there was always a boisterous neighborhood party to go to on a Saturday night, where we would exhaust ourselves dancing kizomba after kizomba, waiting for that special tarraxinha to come on so that we could go slow dance with that girl we have a crush on. Even during the day, the aunts or cousins would put on an album while they cleaned or cooked, dancing spontaneously on the quintal (backyard) while the beans cooked and the fish grilled. I find myself keeping the tradition alive here in the States, where come the weekend I invariably play kizombas, even though I have no one to dance with. I figured I’d bring that tradition here to the Lounge: Kizomba Saturdays.

Zeca Nha Reinalda’s Segunda is one of those epic dance-floor bangers. Sang mournfully and intensely by one of Cape Verde’s most iconic and prolific singers, Segunda is an enticing fusion of funaná and kizomba that is bursting with rhythm and soul. The effort that Zeca Nha Reinalda put into this song is noticeable, especially by those who grab on to their partners and dance across the dance floor to the sound of it. This kizomba is sung in Cape Verdean creole, and Portuguese speakers will recognize several words from it. What I particularly like about this song is the interplay between its funaná and kizomba elements – the accordion gives it an interesting and melodic accent and that beautifully complements not only the kizomba rhythm but also Zeca’s tender lyrics. “Segunda…

Segunda

Eis a outra Kizomba Saturday que vos estava a dever. Disfrutem, mas melhor ainda, dancem!

Sobre o Kizomba Saturdays: Para mim, sábado sempre foi um dia de kizomba. Na banda (Angola), sábado à noite há sempre uma festa de quintal para se ir dançar kizomba ao nosso bel prazer, dançar até as pernas começarem a estremecer de cansaço, dançar até vir aquela tarraxinha que estavamos à espera, e aí sim, podemos parar de dançar e em vez tarraxar com aquela mboa que nos estava a olhar a festa toda. Coisas da banda. Mesmo durante o dia, as tias e as primas botam um CD na aparelhagem com aquelas kizombas que param multidões, e enquanto o feijão ferve e o cacusso grelha, são várias as danças espontâneas no quintal entre primo e tia, sobrinho e irmã, convidado e pato. Porque patos há sempre, até para o almoço de sábado. Aqui nos States, tento, teimosamente, manter a tradição. Acordo aos sábados e boto kizomba na aparalhegam. Meus roommates só me olham. Ja estão habituados. Danço com a vassoura, afinal elas existem para quê? Decidi então trazer este hábito para o Lounge: Kizomba Saturdays. Para atenuar a saudade da banda.

Segunda, pelo Zeca Nha Reinalda, é daquele tipo de kizomba que enche a pista de dança, sempre. Cantada tenramente e com muito sentimento por um dos mais conhecidos e mais prolíficos artistas caboverdeanos, Segunda é uma fusão gratificante de funaná e kizomba, uma fusão cheia de ritmo e soul. O esforço que o kota Zeca faz a cantar esta música não passa despercibida pelos muitos corpos interlaçados que deslizam pelo salão sempre que esta músia toca. É uma kizomba cantada em crioulo caboverdeano, e qualquer pessoa que se expresse em português não terá dificuldades em perceber um pouco da letra. O que mais gosto neste ‘brinde’ é a interactividade entre os elementos do funaná e a kizomba - o acrodião do funaná empresta uma melodia interessante ao ritmo da kizomba, dando lhe um ligeiro acento que vai muito bem com a voz do kota Zeca. “Segunda...”
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