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Wednesday, June 11, 2014

Tanto Tempo, by Orelha Negra feat. Dino, Tamin, e Filipe Gonçalves


Por Songay Pinto

Contrabaixo…"que faz o tempo/ pra ter tanto tempo/ pra dar azas a imaginação!"... digito no meu teclado algumas frases como se de um instrumento musical se tratasse, e, a cada tecla que namoro, sinto esta peça dos Deuses correr as minhas veias assim como sentia Whitney, Kobain, Hendrix e tantos outros. O que vocês estão a ouvir é algo que ilumina as vossas mentes assim do nada. Paixão com leveza…precisam experimentar, ouvir, curtir, re..(suspiro)..laxaaar. Não existem palavras que expliquem a maravilha que sai do vosso pedaço de plásticos, ímans, fios e sei la mais o quê.

Essa é daquelas sonoridades que faz o ambulante, apaixonado pela música...… "vem me buscar, leva-me pra junto de ti/ faz-me acreditar/ que é bom ter-te perto de mim"…Ai ai ai DINO, me surpreendes! Mais uma vez o contrabaixo, amigos! Prendam-se a um instrumento assim como eu me prendo a melodia da minha grande paixão TAMIN… amor… o… que… é…. de… ti…Os instrumentos conversam entre si, e ela suavemente se apresenta... como se o vento e o pássaro, num enredo ao estilo Disney, estivessem a sussurrar! E nada sai de sintonia, é so nos deixarmo levar. Incrível a voz desta Mona Lisa, paixão de todos os rappers, músicos e compositores. Muitos a querem ter, poucos com capacidade chegam com carroceria de fraca qualidade.

Incrível ainda, é esta musica feita em português e por portugueses. Se ela tocasse todos os dias em frequências comerciais, não iria mesmo me fartar, porque é divino! E foi preciso deixa-la em repeat e na companhia de pessoas certas para eu poder sentir de verdade o que sinto por esta música.

Tanto Tempo


Tuesday, March 12, 2013

Caipirinha Lounge Cinema: MPB - Música Portuguesa Brasileira

Uma pequena amostra, um mero petisco, do que é o documentário de Pierre Aderne. Chama-se Música Portuguesa Brasileira e quero muito vê-lo.



MPB musica portuguesa brasileira from Diego Quindere on Vimeo.

Bem me Quer, Mar me Quer, by Pierre Aderne

Pierre Aderne's Bem me Quer, Mar me Quer was recommended to me by a friend who generally shares my taste in music and has a great ear for what's happening in the Portuguese market. The album was my companion during a trip to Lisbon last year, a trip in which I had the opportunity to meet Pierre Aderne and just barely missed a live performance of his.

Pierre calls his music MPB, not for the initials for the brazilian genre, but rather 'música portuguesa brasileira - Portuguese-Brazilian Music. He actually did a documentary of that same name exploring the obvious synergies between the music made on both sides of the Lusophone Atlantic, including Cape Verde. And it's easy to understand why - one listen to the particular sound of Pierre's compositions and you can clearly discern the Portuguese, Creole, and Brazilian rhythms. And after I found out that Pierre's father is Portuguese, his mother Brazilian and his birthplace is France, his proclivity to mix the sounds of his heritage is even more sensible. He now calls Lisbon home after having grown up in Brazil.

Listening to this album means hearing mornas and sambas coexist side by side, sung by Portuguese, Brazilian and creole accents, sometimes within the same song. Nha Morninha, featuring Sara Tavares, is a great example. I also thoroughly enjoy his song with Luís Caracol, Coração Manteigamy favorite on the album. Um lugar pra ficar, with the sultry, full-throated Portuguese fadista Gisela João and Portuguese pianist Mário Laginha, is a close second.

Bem me Quer, Mar me Quer is a pleasant, appealing, contagiously upbeat album that is easy to listen to and truly Lusophone. In the best sense of the word. I recommend it.

Nha Morninha
Coração Manteiga
Um lugar pra ficar


Este disco foi-me recomendado por uma pessoa com quem partilho muitos dos mesmos gostos musicais. O disco foi o meu parceiro numa viagem que fiz à Lisboa no ano passado...e nesta mesma viagem tive a oportunidade de conhecer Pierre Aderne e por pouco até teria a oportunidade de o ver cantar ao vivo.

O Pierre chama a sua música de MPB - "Música Portuguesa Brasileira." Chegou a fazer um documentário com este mesmo título. É fácil compreender porquê  - quem ouve a sonoridade particular das músicas do Pierre percebe isto logo. Cresceu no Brasil mas tem o coração em Lisboa. E depois de eu ter descoberto que o seu pai é português, a mãe brasileira e o seu local de nascença a França, a sonoridade única de Pierre faz todo sentido.

Entre mornas e sambas ouvem-se sotaques brasileiros e portugueses a cohabitarem na mesma música, dançando sob os mesmos ritmos. Nha Morninha, que Pierre canta com a Sara Tavares, é um bonito exemplo. Aprecio bastante também o dueto que faz com o português Luís Caracol na música Coração Manteiga; é a minha canção preferida no disco. Um lugar pra ficar, dueto com a fadista portuguesa de voz ofegante Gisela João e o pianista português Mário Laginha no piano, não fica muito atrás.

Bem me Quer, Mar me Quer é um disco ameno, simpático, alegre, e contagiante, de audição fácil e verdadeiramente lusófono. No mais belo sentido da palavra. Recomendo.







Sunday, February 3, 2013

Editor's Pick: The Top 10 Lusophone Albums of 2011

This isn't a typo. I really do mean 2011.

I used to make fun of the guys at Wakuti Musica and Luaty at Musica Uhuru for going months without updating their blogs. Now I can finally relate. This post was due a little over 1 year ago. As other projects, events, and dreams have gotten in the way, my Lusophone music consumption greatly suffered, and with it the pace of writing at the Lounge. I didn't even finish listening to most albums below until well into 2012.

But what great albums they are. From Komba (Buraka Som Sistema) to Proíbido Ouvir Isso (MCK) to Cherry on My Cake (Luísa Sobral), 2011 was (another) stellar year for Lusophone music. There were more collaborations among luso-artists and there were many high-profile concerts and musical events in the main Lusophone capitals in the world and several cities beyond those. Music in Portuguese is becoming ever more popular. I was lucky to see several Brazilian musicians here in New York and even got to see Buraka in action, and in a testament to all great albums, many of the ones profiled below are still in heavy rotation on my iPod, over a year after they came out.

Below were my favorite Lusophone albums of 2011.

Não, não é um erro. Quis mesmo dizer 2011.

Antes ria-me dos manos do Wakuti Música e o Luaty do blog Música Uhuru por ficarem meses sem um novo post nos seus respectivos blogs. Finalmente posso perceber o que causa este “silêncio”. Blogar todos os dias é obra, e este post que escrevo neste momento era pra sair há mais de um ano atrás. Um ano! Mas o tempo foi passando e a vida foi acontecendo. Projectos, eventos e sonhos foram surgindo e o meu consumo de música lusófona sofreu com isso, bem como a frequência dos posts neste espaço. Só acabei de ouvir os álbuns aqui perfilados já bem no meio de 2012.

E que grandes álbuns temos aqui. Desde o Komba (Buraka Som Sistema) ao Proibído Ouvir Isso (MCK) ao Cherry on My Cake (Luísa Sobral), 2011 tem sido (mais) um ano excelente para a música lusófona. Houve mais colaborações entre artistas lusófonos, grandes eventos culturais nas principais capitais da lusofonia e não só, e nota-se o crescimento da popularidade da música lusófona à volta do mundo. Tive a oportunidade de ver vários músicos brasileiros aqui em New York, incluindo os Buraka. E como todos grandes álbuns, os aqui perfilados continuam em constante rotação no meu iPod, mais de um ano depois de terem saído.

A seguir, os meus álbuns preferidos de 2011.

10. Komba, by Buraka Som Sistema (Portugal/Angola)


Buraka’s rise has been meteoric. They’ve basically carried the kuduro sound all over the world and made it cool outside of Luanda’s streets. It’s the first, if not the only, Luso-Angolan group that has truly become a globally-known band, selling out concerts from Rome to Tokyo to Paris to Mexico City (which is, incidentally, one of Conductor’s favorite cities for a Buraka concert). This year marked the first time they performed in India, where they gave their local New Delhi fans a taste of their infections electro-kuduro sound. And I finally had the opportunity to see them right here in New York City, in an unforgettable concert. Their music is still pure energy: festive and frenetic with a highly contagious rhythm that denotes a certain evolution in their sound, evidenced by some of the artists that they invited for this album. Sara Tavares on a kuduro? Yeah. Why not?

Voodoo Love

Buraka, by brooklynvegan.com
A ascenção meteórica dos Buraka tem sido vertiginosa. É o primeiro, se não o único, grupo luso-angolano que conseguiu realmente se impôr no mundo como uma banda global, esgotando concertos de Roma à Tóquio a Paris a Cidade do México (que por acaso é um dos lugares preferidos do Conductor). Este ano levaram pela primeira vez a sua mistura contagiosa de kuduro e electro à India, num concerto inédito em Nova Delhi. E eu finalmente tive a oportunidade de os ver actuar aqui em Nova Iorque, num concerto inesquecível. A música, esta continua energética, festiva, frenética, num ritmo alucinante em que se nota alguma evolução sonora da banda, mesmo vendo pelos artistas que eles decidiram convidar desta vez. Sara Taveres num kuduro? Ya. Porque não?

9. Chapa '97, by Cacique '97 (Portugal/Mozambique)


Afro-beat in Portuguese. I still can’t get over that. For people who love this genre, Luso-Mozambican collective Cacique ‘97’s new EP is tasty. It has all the ingredients with which these musicians have made us love them and also features another artist that we’ve grown to love, Nástio Mosquito. Cacique’s live performances, which make up 4 of the 6 songs in this EP, are full of life. Chapa ’97 is the standout here – it’s such a great tune. It was inspired by the unrest in Maputo towards the end of 2010, triggered by yet another price increase of basic goods. True, this only an EP and not a true album, but the energy in Cacique’s live performances and the quality of the work here merited its inclusion. Chapa ’97 live is something else.

American Cop

Cacique '97, by flun
Afro-beat em português. Para amantes do género, o novo EP da malta luso-moçambicana dos Cacique ’97 está saboroso. Tem todos os ingredientes com os quais estes músicos já nos habituaram e conta também com a participação de artistas que muito apreciamos, entre eles o Nástio Mosquito. São dois temas inéditos e 4 sons gravados ao vivo. Chapa ’97 é muito som, e o meu preferido. Foi inspirado nos confrontos que surgiram em Maputo em 2010 depois de mais uma súbida dos preços de produtos básicos. Sim, isto é só um EP e não um álbum própriamente dito, mas a qualidade do trabalho motivou a sua inclusão nesta lista. Chapa ’97 ao vivo é outra coisa.

8. Pitanga, by Mallu Magalhães (Brazil)


I was very impressed by the musical quality of Mallu's third studio album and how, at just 20 years old, she has truly found her voice. Pitanga contains confidence and assurance not usually seen in artists this young. The sound of her album is a unique mix of MPB, bossa nova, and folk rock, combining genres seldom seen in a Brazilian production. She binds it all together with that sweet, delicious voice of hers that she uses to great effect. It's almost like a caress, the way she whispers. Pitanga is the album I'd play on quiet nights while sipping a drink or lazy Sunday afternoons; it has a soothing effect. Sambinha Bom was one of my favorite tracks that year and one I still listen to regularly.

Highly Sensitive
Mallu, by Eneias Barros
Fiquei positivamente impressionado pelo terceiro álbum da Mallu e como ela, aos 20 anos, já foi capaz de encontrar a sua voz e o seu estilo próprio de interpretar a música. O álbum chama-se Pitanga e nele a Mallu liberta-se, mostrando confiança e certeza em si própria, no seu talento, e na sua música, confiança esta que nem sempre é comum em artistas tão jovens. O som dela é uma mistura incomum de MPB, bossa nova, e folk rock, géneros que normalmente não coabitam numa produção brasileira. A voz deliciosa, sussurrante dela actua como um instrumento sobre as diversas melodia. É quase como uma carícia, a voz doce dela. Pitanga é o álbum que toco em noites calmas enquanto aprecio um vinho ou então em tardes preguiçosas de domingo; tem um efeito acalmante. Sambinha Bom é uma das melhores músicas que ouvi em 2011 e uma que ainda toco regularmente.

7. World Massala, by Terrakota (Portugal)


I have a lot of love for Terrakota. Their musical versatility is simply incredible. World Massala, their most recent album, is a previously unheard of mix of Lusophone music and Indian music, and they actually traveled to the Indian subcontinent to drink the music from the source. I’m also a fan of Terrakota for reasons beyond their music. They’re environmentally-friendly stance, their simple and altruistic lifestyle, their complete disregard for imaginary land borders, and even their political choices are qualities I greatly appreciate. When Angolan youth were getting beat up in the streets of Luanda for legally protesting against the regime, Terrakota showed their indignation is social media platforms and even in concert, when they, alongside the regime’s favorite protestor Ikonoklasta, showed their solidarity with the Angolan youth that had been farcically incarcerated. Despite its Indian flavor, World Massala also has some more afro-centric and Brazilian-sounding jams. Ilegal below is one of them.

Ilegal


Tenho muito amor pelos Terrakota. A sua versatilidade musical é simplesmente incrível. O World Massala é uma mistura previamente inexistente de música lusófona com ritmos indianos, e eles viajaram até ao subcontinente asiático para sentirem de perto a música. Mas também aprecio muito a postura deles enquanto artistas e seres humanos. Gosto da atitude ambientalista deles,a forma simples e altruísta como encaram a vida e até mesmo das suas opções mais políticas: quando os jovens angolanos estavam a apanhar porrada nas ruas de Luanda por se manifestarem, os manos da Terrakota mostraram a sua indignação nas redes sociais e na mesma altura realizaram um concerto com o “arruaceiro-em-chefe” em que o mesmo, e a banda, se mostraram solidários com os jovens injustamente incarcerados. Apesar do seu sabor indiano, o World Massala também contém ritmos do continente berço e outros com sabor mais brasileiro. Ilegal acima é um deles.

6. Dor de Mar, by Tcheka (Cape Verde)



It’s one of my favorite albums to listen to in the morning as I’m getting ready to work and also during my commute. It has the power to clear my mind, to relax me, to prepare me for the day ahead. It is definitely the best album to come out of Cape Verde in 2011. Dor de Mar is another strong effort from Tcheka, full of beautiful melodies and haunting tunes that only a Cape Verdean can create and only those islands can inspire. And once again, the songs are enhanced by Tcheka’s voice – the man can sing. This album is Tcheka’s fourth and I hope for the sake of Lusophone music that he continues to give us these sonic treasures.

Pexera Porto

Tcheka, by Jono Terry
É dos meus álbuns preferidos para ouvir logo de manhã enquanto me preparo para o trabalho, e também adoro ouvi-lo no subway. O álbum relaxa-me, clarifica-me a mente e prepara-me para enfrentar o dia. É definitivamente o meu álbum preferido a sair de Cabo Verde em 2011. Mais uma vez o Tcheka conseguiu compôr um álbum musicalmente forte, repleto de lindas melodias e canções que só um caboverdeano pode sonhar e só aquelas ilhas podem inspirar. E mais uma vez cada melodia, cada canção é reforçada pela voz do Tcheka...realmente o homem sabe cantar. Este já é o quarto álbum do Tcheka e pelo bem da música lusófona, espero que continue a nos oferecer estes tesouros sonoros.

5. The Cherry on My Cake, by Luísa Sobral (Portugal)



Several publications considered Luísa Sobral's debut album The Cherry on My Cake as the best Portuguese album of 2011 and I'd have to agree. What an assured and accomplished debut by the young woman. She has a wealth of talent at her disposal and if her breakthrough success on both sides of the Atlantic (US and Portugal) is anything to go by, she'll be singing for awhile. I love that Luísa made the choice to sing in both Portuguese and English; it gives her jazzy, lighthearted album a distinct sound and feel. Hearing her croon in Portuguese is particularly satisfying, and her English still retains a bit of a Portuguese accent. I'm a huge fan of accents, especially when sung to music like this. Not There Yet was amongst my favorite songs of 2011, while O Engraxador below is another standout track.

O Engraxador

Luisa Sobral, by EU Neighbourhood Info Centre
Várias publicações consideraram o álbum de estreia de Luísa Sobral,  The Cherry on My Cake, como o melhor álbum português de 2011. Terei de concordar. Que grande estreia por parte de uma cantora tão nova e talentosa. O facto que a Luísa encontrou sucesso não só em Portugal como também aqui nos States logo na primeira tentativa é prova que ela veio para ficar. Adoro o facto dela ter escolhido cantar tanto em inglês como em português; a presença dos dois idiomas, a maneira como as duas línguas funcionam igualmente bem nas músicas jazzy e alegres, torna o álbum distinto. Sou um apreciador de jazz em português e não é todos os dias que o oiço. E também sou um apreciador de sotaques - gosto de ouvir o sotaque aportuguesado do inglês da Luísa. Not There Yet, single do álbum, foi dos meus sons preferidos de 2011, enquanto que O Engraxador é outro tema que aprecio.

4. Clave Bantu, Aline Frazão (Angola)



After I found out about Aline and her music, I dreamt of seeing her play at the Luanda Jazz Festival. I also hoped that one day she would edit an album, even though she said she had no plans to do so at the time. In 2011 she released her studio debut Clave Bantu and in 2012 she played in the Luanda Jazz Festival. Some dreams do come true, apparently...

There are not many albums like this one in the Angolan market. There aren't many albums with this sublime simplicity, this beauty, this lightness. Guitar, voice, percussion. It's an album that's easy to listen to and contains influences from other Lusophone areas, including Brazil, Cape Verde, Portugal, and...Galicia. It was independently produced and released by Aline herself. Of the 11 tracks, two were written by very well known Angolan authors: Ondjaki wrote Amanheceu while José Eduardo Agualusa wrote O Céu da Tua Boca. The other nine songs are Aline's. I'll leave you with Na Boca do Mundo, one of the standouts.

Na Boca do Mundo

Aline, by Obra Social Caja Madrid
Pouco após conhecer a Aline sonhava em ver-lhe cantar no Luanda Jazz Festival. Sonhava também em escutar um disco dela, porque na altura em que comecei a ouvir as suas músicas ela nem sequer tencionava lançar um álbum. Em 2011 ela lançou Clave Bantu e em 2012 cantou no Luanda Jazz Festival. Alguns sonhos tornam-se realidade...

Não existem muitos álbuns como este no mercado angolano. Não existem muitos álbuns com esta liberdade, esta beleza, esta simplicidade. Guitarra, voz e percurssão. É um álbum de audição fácil, suave, com influências de vários pontos da lusofonia, incluindo Brasil, Cabo Verde, Portugal e...a Galicia. Foi produzido de forma independente. Das onze faixas, duas foram escritas por conhecidos cantores angolanos: o Ondjaki escreveu Amanheceu e o José Eduardo Agualusa é o autor de O Céu da Tua Boca. As outras nove músicas foram lindamente escritas pela Aline. Fique com Na Boca do Mundo.

3. Proibído Ouvir Isso, by MCK (Angola)


His songs usually don't play on the radio - only his tamer songs get airtime. His videos aren’t shown on TV. He’s anti-regime. Still, his album release event in Luanda's Praça da Independência attracted more crowds than any other release event in the capital that year. Thousands of people turned up to try to get a copy of one of the most anticipated album of the year. Once again, with his characteristic humility, MC Katrogipolongopongo calmly sold out his album and continued to spread his unique brand of social critique. He then went to the provinces and did the same thing. The effect was immediate. The phrase 'país do Pai Banana' (father banana's country) entered into the national lexicon. Even Rafael Marques took a break from his usual articles and wrote an extensive piece on this album, becoming a music blogger for a day. Proibído Ouvir Isso features some heavy-hitters of the Lusophone music scene, including Angola's Paulo Flores and kuduro artist Bruno M, and Portuguese producing maestro Sam the Kid. This was simply the best Angolan rap album of 2011 and the one that was able to create serious discussion about the social ills that plague us as Angolans.

Eu Sou Angola

Lançamento do Proibído Ouvir Isso
Foto do blog Kano Kortado
Não tocava na rádio. Não passa na televisão. É anti-regime. Mas mesmo assim, o lançamento do mais novo disco do MC do Bairro de Lata foi talvez o lançamento mais concorrido do ano em Luanda. Eram milhares de pessoas ávidas em conseguir uma cópia do CD. Mais uma vez, com a humildade que lhe é característica, o MC Katrogipolongopongo encheu a Praça da Independência em Luanda e vendeu milhares de exemplares. Depois viajou pelas províncias e fez o mesmo. O efeito foi imediato. A frase “país do Pai Banana” entrou no léxico nacional. O álbum foi motivo de um artigo extenso no site do Rafael Marques e fez com que o homem se tornasse music blogger por instantes. Contou também com a participação de grandes talentos do panorama musical angolano e não só, entre eles o Bruno M, Paulo Flores e Sam the Kid. É simplesmente o melhor álbum de rap angolano de 2011, e mais do que isso, foi álbum que mais despertou a nossa consciência crítica como cidadãos angolanos. Ponto final.

2. Lovers Rock Inna Week, by Grasspoppers (Portugal)


It's an ambitious, heavy-hitting album, filled with musicians at the top of their game. Selma Uamusse. Milton Gulli. Helder Faradai. Just to name a few. Cape-Verdeans, Mozambicans, Angolans. English, Creole, and Portuguese. This album has it all. Grasspoppers released the album for free on their website, which means that you (still) have the possibility of listening to quality Lusophone reggae without spending a single cent. When the album first came out I was unable to listen to much of anything else for days. On the subway on the way to work, at home as I made dinner, in the city streets as I walked to friend's houses, it was Lovers Rock that was playing. I still listen to it regularly over a year after its release. Carta a Uma Cidade Anoitecida was among my absolute favorite songs of 2011. At night, in the quiet dark, alone or with company, or on that night drive when it seems the road is all yours, there are few better songs to play than that one. This was, without a doubt, one of the albums that most influenced me in 2011.

Black Brothers Riddim


É um álbum estonteante, com personagens em grande forma. Selma Uamusse. Milton Gulli. Helder Faradai. Só para citar estes. Cabo-verdianos, moçambicanos, portugueses, angolanos. Português, crioulo, inglês. O álbum tem de tudo. Os manos dos Grasspoppers ofereceram o Lovers Rock de graça no seu website. Ou seja, tem a possibilidade de escutar reggae lusófono de qualidade sem gastar um único centavo. Quando o álbum saiu, ouvia-o durante dias seguidos. No subway a caminho do trabalho, em casa enquanto preparava o jantar. Ainda o oiço com frequência, mais de 1 ano depois de ter saído. Carta a Uma Cidade Anoitecida foi talvez a música que mais gostei de ouvir em 2011. À noite, no escuro, na solidão ou com uma companhia, no carro de madrugada com a estrada vazia, não conheço melhores músicas para se escutar. Este foi, definitivamente, um dos álbuns que mais me marcou em 2011.

1. Nó na Orelha, by Criolo (Brazil)



Quite simply the best Lusophone album of 2011, and definitely the best Lusophone rap album to come out in some time. It was considered by national and international publications as the best Brazilian album of 2011. Nó na Orellha broke down several barriers and introduced Criolo to a worldwide audience. On the success of this album, Kléber Gomes, his real name, finally left São Paulo and held live concerts in Paris, London, and right here in New York City, introducing rapt audiences to the distinctive rhythm of his Paulista rap. There's a lot to love about this album. It is the complete package: lyrically profound, excellently produced, and so much more than just rapping. Criolo infused his brand of hip hop with soul, intelligence, and a distinctly Brazilian identity - he sings in some tracks, croons in others and then lays down rhymes with the same skill as the best. From the afro-beat opener to the samba closer, Criolo's second album contains several sonic landscapes, among them funk, MPB, blues, and brega. It is a trascendental album and further establishes São Paulo as the source of all that's brilliant about modern Brazilian, and Lusophone, music.

Lion Man

Criolo, por Tinho Sousa
Simplesmente o melhor álbum lusófono de 2011, e definitivamente o melhor álbum de rap lusófono que eu ouvi nos últimos tempos. Foi considerado como o melhor álbum brasileiro de 2011 por várias publicações brasileiras e internacionais. Nó na Orelha quebrou vários preconceitos e apresentou o Criolo à uma audiência mundial. Por causa do sucesso deste álbum o Kléber Gomes, como também é conhecido, teve a oportunidade de actuar ao vivo em várias capitais mundiais, incluindo Paris, Londres, e Nova Iorque. Introduziu o seu rap paulista ao mundo. Há muito que respeitar e apreciar neste álbum - é um trabalho completo. Liricamente profundo, excelentemente produzido, e muito mais que rap. Este MC conseguiu criar o seu próprio estilo de rimar e encarar o hip-hop. O hip-hop do Criolo tem soul, inteligência e uma identidade brasileira distinta. E como se não bastasse, este homem também sabe cantar. Não existe amor em SP é uma obra de arte por si só. Desde o afro-beat da primeira música ao samba da última, Nó na Orelha é uma viagem por várias paisagens sonoras, incluindo funk, MPB, blues e brega. É um disco trascendente que mais uma vez estabelece São Paulo como a fonte de tudo que é brilhante na música brasileira e lusófona moderna.

Wednesday, January 9, 2013

Halloween

Halloween, the man who shook me from my writing lethargy.

One of my (many) handicaps with Lusophone music is my lack of in-depth knowledge of Portuguese rap, from Portugal. I’m completely in tune with the hip-hop scene in Angola, I’ve listened to almost everything that Azagaia from Mozambique has put out, I’ve scratched the surface of Brazilian hip-hop, but when it comes to Portuguese hip-hop, the one that started it all in the Lusophone world, I’m woefully inadequate.

There is a particular Portuguese rapper however that I have been vaguely aware of for quite some time now. My cousin Anderson, the same guy who introduced me to Valete, had told me about man who went by the name of Halloween and was unlike any hip-hop artist he had ever seen. I never really got into Halloween and didn't take my cousins advice seriously. Some years later Halloween did a concert in Luanda and people went nuts. I still didn't feel the urge to listen to his stuff.

That all changed on a recent trip to Lisbon. I was with friends, amongst them a Lusophone rapper, and the topic of Halloween came up. My friend and the rapper disagreed about Halloween’s skill and street credibility, but both agreed that his song No Love, included below, was immense. They played it from the speakers, and that was the first time I heard Halloween rap.

Once I got bit, it was difficult to stop. I've been listening to him for the better part of the last two months. Halloween, born Allen Pires Sanhá in Guinea-Bissau, also known as Allen Halloween or Bruxa (Witch), is quite unlike any Lusophone rapper I have listened to. It’s difficult to describe his sound, but I will say that it’s the grittiest, bleakest, rawest but yet conscious and instrospective brand of Lusophone hip-hop I have ever heard. One second he is rapping about stealing money, the next he’s lamenting about how a life of crime is simply not worth it. Shy and anti-social, He sees himself and his crew for what they are, and has a bleak, brutally honest way of assessing his contribution to the world. We are, in effect, listening to a product of his environment, a man who’s habitat is Lisbon’s notorious slums and poverty-stricken streets, wasteland of the many African immigrants that flocked here from Cape Verde, Guinea-Bissau, Angola, etc.

Through interviews and through his rhymes Halloween has told his story of neglect, drugs, and street crime, and you can hear the pain, anguish, and anger in his voice. The haunting drawl with which he raps, especially in No Love, is particularly striking. So far I’ve only listened to his debut album, Projecto Mary Witch (2006), and among the tracks that are tame enough for me to share them here with you, seeing how this site is more associated with Bossa Nova music, is SOS Mundo, the memorable No Love, and Várias Vidas. Yes, No Love is the standout, the one that even rappers who dislike him give him props for, but SOS Mundo, an exposé into the failures of society, and Várias Vidas, in which he chronicles the doomed life of his friends that couldn’t give up on a life of crime, are excellent examples of “Hip-Hop Tuga” at its finest. But the most iconic song on this album remains "Dia de Um Dread de 16 Anos" (A Day in the Life of a 16 year-old Thug), a 10 minute sojourn into a nightmare of despair, crime, and drugs.

SOS Mundo
No Love
Várias Vidas

Halloween, o homem que sacudiu-me da minha letargia e fez-me escrever no Lounge depois de largas semanas de ausência.

Um dos (vários) buracos que tenho no meu conhecimento da música lusófona é a minha falta de conhecimento profundo do hip-hop Português própriamente dito. Oiço nomes por alto – Da Weasel, Sam the Kid, Mind da Gap – mas nunca explorei com dedicação as suas músicas. Já com o hip-hop angolano não perco um álbum de todos os artistas que aprecio, já ouvi quase tudo que há para ouvir do moçambicano Azagaia, e aos poucos vou conhecendo melhor o hip-hop brasileiro. Mas quanto a Portugal, sou um zero à esquerda.

Mas há um rapper Português em particular cujo nome oiço falar há vários anos. O meu primo Anderson, o mesmo rapaz que me introduziu ao Valete  falou-me de um rapper ‘estranho’ mas muito habilidoso que respondia pelo nome de Halloween. Um rapper que era diferente de todos os rappers que ele ouvia na altura. Por qualquer razão e não obstante a sugestão do meu primo, tive pouco interesse em ouvir as músicas do Halloween na altura. Alguns anos depois o Halloween foi para Luanda para delírio do público lá, e mesmo assim eu nada.

Tudo mudou quando estive em Lisboa recentemente. Estava com amigos, entre eles um rapper lusófono, e surgiu uma discussão acalorada sobre os méritos (ou não) do Halloween. A certa algura os dois amigos concordam que sim, mesmo discordando do valor do Halloween, podiam os dois acordar que a música No Love (incluída acima) era uma coisa rara, das melhores músicas de hip-hop Tuga que ambos tinham ouvido. Tocaram-na dos speakers e foi assim que ouvi o Halloween pela primeira vez. No Love foi a minha introdução ao universo peculiar do Halloween.

Foi como se um bichinho tivesse me mordido. Ando a ouvir o Halloween há dois meses, quase todos os dias. A tentar perceber as letras, a sentir-lhes, a acompanhar um ritmo das rimas, a conhecer o homem pela sua escrita. O Halloween, nascido em Bissau como Allen Pires Sanhá e também conhecido como Allen Halloween ou Bruxa, é completamente diferente de qualquer outro rapper lusófono que já ouvi. E no mundo do hip-hop de hoje, em que rappers parecem ser sósias um dos outros, isto é positivo. É difícil descrever o seu som, mas posso dizer que é do rap mais cru, real, e um tanto quanto radical (fiel às raízes), mas ao mesmo tempo consciente e introspectivo, que eu jamais ouvi. Num som está a rimar sobre roubar dinehiro duma velhota, no outro está a alertar aos mais jovens que a vida do crime não compensa. Pelo que ouvi, o mano é um tanto quanto anti-social e introvertido, e tem uma maneira muito dele e muito honesta de encarar a sua vida, sua e da sua crew. Assume o que é, sem pedir licença a ninguém. Nota-se que estamos perante um homem que viveu o que relata e é um producto dos piores bairros de Lisboa, os bairros de miséria onde habitam imigrantes africanos constantemente marginilazidos pela sociedade.

Pelas suas entrevistas e pelas suas rimas o Halloween conta uma história de marginalização, drogas e crime, e ouve-se a dor, a angústia e a raiva na sua voz. Mas em alguns sons o mano também demonstra um certo sentido de humor. A maneira como ele voca é impar...a performance dele no No Love é particularmente memorável. Até agora ainda só ouvi o seu primeiro álbum, o Projecto Mary Witch (2006) e entre as músicas suficientemente “calmas” que posso partilhar aqui neste espaço, já que vos habituei a bossas e reggaes inofensivos, estão SOS Mundo, No Love, e Várias Vidas. Oiçam a letra com atenção. Oiçam cada música várias vezes, com calma. E quando terminarem, procurem ouvir “Dia de um Dread de 16 Anos”. É um pesadelo de 10 minutos mas talvez dos sons mais icônicos do mano.

Sunday, November 4, 2012

Caipirinha Lounge Cinema: Meu País, by Valete feat. Nuno Lopes


From the first seconds of this song, and it's short, measured buildup, I could tell I would thoroughly enjoy it. My appreciation for it went up as the verses progressed. Valete talks about what the impending economic catastrophe is doing to the Portuguese, especially its youth. How emigration makes more and more sense, and how many people leave their loved ones and their livelihood (to earn a lot more money in Angola, for example). If the content wasn't enough, the quality of production of this track is sublime. Having Nuno Lopes feature was a great decision - you won't hear many hip-hop tracks with this kind of ambiance and musical versatility.

Meu País

Logo nos primeiros segundos desta música, já se previa a sua grandeza. O Valete consegue, nas palavras à baixo, exprimir um sentimento, uma forma de encarar as opções de vida, que já começa a ser comum na presente realidade portuguesa. E principalmente entre a sua juventude. No que toca a produção em si, espectacular. Como se a letra e a rica produção não bastassem, a participação de Nuno Lopes também foi uma aposta acertada. Nao devem existir muitas músicas com esta sonoridade e com esta versatilidade. 

Por fim, a execução do video-clipe foi o toque de meste, a cereja em cima do bolo. 

Meu País serve como introdução ao novo disco do Valete. É o seu primeiro single. Se o resto do álbum for assim tão fértil e comovente, fico ansioso por ouvir o resto do producto. 

Tou a arrumar as malas,
Levo quase tudo até o meu kimono de judo (quase tudo),
Já não sei se volto,
Quem imigra quer voltar,
mas muitos poucos voltam à base,
Farto disto tudo,
Farto de estar desempregado de nada servem estes canudos,
Quando há trabalho são sempre temporários,
Humilhantes precários, os salários hilários,

União Europeia a colapsar,
Portugal a mergulhar nestes dias funerários,
Vou-me embora,
vou,vou pra Luanda,
Já não há nada aqui pra mim,
isto já não anda nem desanda,

Estas são as minhas ultimas lágrimas,
Últimas paginas, neste pais que hoje tresanda,
Portugal, meu céu meu lamaçal,
Assista ao recital da minha fuga da tua varanda,

Meu país, vou me embora...
Meu país, vou me embora...

Portugal vou me embora...
Portugal vou me embora...

Ana, meu amor por ti é irrefutável,
Memorável nas nossas vidas,
Divino inenarrável,
Mas vou me embora, minha alma chora,
E devora a minha carne e deixa me assim inconsolável,
Tens emprego estável situação invejável,
Não faria sentido vires comigo,Ana,seria irresponsável,

Fica aqui, progride na empresa,
Tenho a certeza que chegarás lá em cima com a tua destreza,
É melhor acabarmos esta relação,
A minha volta é um ponto de interrogação é tudo uma incerteza, Ana

Não chores, não deflores
Ainda mais esta dor que me atinge com tanta crueza,
Acabamos mas serei sempre teu, O
O teu Romeu que viverá do que imana a tua grandeza,
Vou me embora, sê feliz,
Mesmo com a cicatriz deste amor e levar-te pra tristeza


Meu país, vou me embora...
Meu país, vou me embora...

Portugal vou me embora...
Portugal vou me embora...

Thursday, September 20, 2012

Caipirinha Lounge Cinema: Desespero, by Jorge Fernando feat. Dino e Virgul


As personagens: Jorge Fernando, Virgul, e o Dino. E claro, a dancer Marta Gorgulho.

A música: Desespero.

O resultado: Sublime. Ínumeros repeats e replays. Ainda não me cansei desta música. A maneira que as vozes do Jorge, do Virgul e do Dino jogam uma com a outra é quase perfeita. O vídeo em si também é captivante e único...

A informação:
Chamam-lhe Fado" é o nome do 12º disco de originais de Jorge Fernando, editado no dia 10 de Setembro de 2012. Jorge Fernando é um nome incontornável da música portuguesa e, em particular, do Fado. Guitarrista e compositor de Amália Rodrigues, autor e compositor de alguns dos fados mais cantados, imortalizados em vozes sublimes como Amália, Mariza, Ana Moura, Fábia Rebordão e Fernando Maurício, Jorge Fernando é uma figura primordial do Fado em Portugal. "Desespero" é o single de apresentação com a participação de Dino d´Santiago e Virgul, dos Nu Soul Family, e Guilherme Banza.

Tuesday, August 21, 2012

Saudades de Lisboa - Milagrário Pessoal, by António Zambujo

Lisboa tratou-me muito bem – foi boa comigo, como sempre. Há muito tempo que não passeava pela cidade, à pé ou de carro, bebendo da sua história. Foi bom redescobrir a cidade com amigos, novos e velhos, entre as ruelas da Mouraria, Alfama, Bairro Alto e Cais do Sodré, entrando em bares de onde saía música ao vivo e às vezes reencontrando os ritmos da banda. Porque senti Luanda em diversos pontos da cidade. Foi bom ser acariciado pelo calor da lusofonia, dos sotaques que me são familiares, pela comida caseira que há muito não saboreava. Foi excelente o contacto espontâneo com a música que tanto adoro, música que perfumava o ar nos vários bairros que visitei. Foi bom sentir o pulsar de uma cidade que será o eterno ponto de encontro das culturas e dos povos que pela força do destino se expressam em português. Enfim, foi bom matar as saudades.

A música que ouvem é do António Zambujo, dando aquele seu toque único à uma letra do José Eduardo Agualusa. Chama-se Milagrário Pessoal e engloba perfeitamente o espírito da cidade e a amizade que me fez conhecê-la por dentro.

Dentro de ti ouço passar 
o queixume dum quissange 
uma guitarra que tange 
uma cuíca que ri. 

Escuto o alegre pulsar 
De Lisboa, Rio, Luanda 
O murmúrio da Kianda 
O cantar do bem-te-vi.

Milagrário Pessoal

Lisbon was quite good to me, as always. Beautiful, bright sunny days, not a drop of rain, perfect, crisp nights. It had been awhile since I walked its streets or was driven through this charming, weathered city, a city that likes to remind itself of its imperial past. It was good to rediscover Lisbon with a few choice friends, old and new, and wander the narrow cobblestone streets of Mouraria, Alfama, Bairro Alto and Cais do Sodré, randomly going into bars that played live music and sometimes finding that the music wasn’t even Portuguese but rather from home: Angola. I felt Angola’s presence in various parts of the city. Or at least the sort of ‘presence’ that our people bring. It felt like a homecoming of sorts, to be in the midst of Lusophone culture and the familiar smells, the familiar accents, the familiar homemade meals that I haven’t eaten in many months, and of course, the music that I love. It was everywhere, in the bars, the restaurants, and the streets. In people’s homes and cars. And it sounded just like Luanda...or Rio...or Benguela...or São Paulo.It was a pleasure to feel the pulse of the city that’s become the eternal convergence point of people from around the globe that are united by their common, bounding factor: the Portuguese language.

The song you hear above is by António Zambujo, the portuguese crooner; the lyrics are by José Eduardo Agualusa, the Angolan writer. It's called Milagrário Pessoal and it perfectly celebrates the spirit of both the city and the friend that helped me get to know it from within. 

Friday, August 17, 2012

Caipirinha Lounge Apoia: Gira Disk Conexão

 
O Lounge Apoia! É já neste dia 23 de Agosto, no famoso B.Leza em Lisboa. Antes, ouvia só falar no nome e não sabia bem do que se tratava; hoje, depois de ter visitado o espaço durante a minha estadia em Portugal na semana passada, já posso falar com propriedade que o B.Leza é um lugar apaixonante, perfeito para concertos e a apreciação de música em geral. Que sítio fantástico, com gente simpática de todas as esferas sociais. Na noite em que fui, dancei lá uns kizombas e uns sembas depois de mais de um ano e meio sem pisar em pistas de danças lusófonas...foi como matar a sede. Sem mais rodeios, o comunicado dos nossos parceiros da Conexão Lusófona:
A Conexão Lusófona, movimento de jovens da Lusofonia, promoverá uma noite temática, no próximo dia 23 de Agosto no B.Leza em Lisboa.
"Gira Disk Conexão" é o nome do evento, que em formato de baile, que revisitará clássicos dos anos 60 e 70 interpretados por uma nova geração de lusófonos.

Bob da Rage Sense, Dino d'Santiago, Selma Uamusse, Tamin e Tiku prestam tributo às suas influências num evento que promete fazer com que todos viagem no tempo e não parem de dançar!
Parte das receitas deste evento reverterão a favor do novo site da Conexão Lusófona que promoverá as artes, o turismo e as oportunidades profissionais no espaço da Lusofonia.
Um cruzamento entre o passado e o presente, de olhos bem postos no futuro. Lisboa promete ferver aos ritmos da Conexão!
Contamos convosco na divulgação, na presença e apelamos a que todos se vistam a rigor!

Tive a oportunidade e o prazer de participar na escolha das músicas; só para vos dar um dar um cheirinho do que está para vir, aqui vai a versão original de Chove Chuva, do Jorge Ben Jor, que consta no seu primeiríssimo disco, Samba Esquema Novo, saído no longíquo ano de 1963. Relíquia!

Chove Chuva

Thursday, July 26, 2012

One Take Series, by Dino d'Santiago

Lounge favorite Dino is back, and what a return. I loved Eu e os Meus (remember Amanhã? How could one forget?), but I'll confess that I didn't give his next musical projects, including his award-winning stint with Nu Soul Family, the attention they deserved. Perhaps I'll revisit them in the near future...

What inspired me to write this post however was the Dino I see today; the Dino I see today is as versatile and as talented as ever, but also truer to his roots: for this particular reincarnation, he's known as Dino d'Santiago and will sing exclusively in creole and Portuguese.

And it's been a spectacular treat. The Dino I hear is pure and raw; it's that Dino that we heard in the song Mamã with Tito Paris. You can see the simple beauty of Cape Verdean music in the video he does below with my beloved Sara Tavares; you can marvel at the afro-portuguese fusion he executes to perfection with Pedro Mourato and Gileno Santana on the following video. The sound is so inviting and pristine that you could be forgiven for almost forgetting the cinematography and the beauty of these locations. What a breath of fresh air...



O nosso querido Dino está de volta, desta vez com "nova roupagem". Adorei Eu e os Meus (ainda lembram-se do Amanhã? Como esquecê-lo?), mas confesso que não prestei o mesmo grau de atenção aos seus próximos projectos e colaborações, incluindo a sua exitosa temporada com os Nu Soul Family. Talvez os poderei revisitar num futuro próximo...

O Dino que vejo hoje é o mesmo Dino, sempre versátil e majestosamente talentoso, mas é também um Dino que reencontrou a sua identidade: agora chama-se Dino d'Santiago e nesta sua nova empreitada, cantará somente em criolo e português.

E tem sido espectacular. Oiço um Dino puro, cru, roots, aquele Dino que ouvimos na música Mamã com o Tito Paris. É ver o vídeo abaixo com a minha amada Sara Tavares e admirar a simples beleza da música crioula; é ver o vídeo com o Pedro Mourato e Gileno Santana e ouvir a maravilha desta fusão afro-portuguesa. Isto para não falar na cinematografia de cada vídeo. Que lufada de ar fresco...


Sunday, July 22, 2012

Quinto, by António Zambujo

Among Portugal’s new generations of Fado singers is António Zambujo, one of my favorite contemporary Portuguese musicians and a figure with which readers of the Lounge are familiar with. Quinto is the name of his critically acclaimed fifth studio album, an album that’s a pleasure to listen to during quiet, introspective, solitary nights, or perhaps with intimate company. At least that’s the way I personally like to consume Zambujo’s albums; I’m sure everyone has their quirks.

The Zambujo we’re hearing on Quinto is an accomplished, poetic, inspired one, a Zambujo that has firmly cemented his place among Portugal’s no longer emerging but rather established artists, a singer who is sure of his craft and who delights himself in it. Standout tracks include Flagrante, especially if you understand it’s naughty lyrics; the jazzy, sparse, minimalist Não Vale Mais Um Dia, and the humorous Fortuna. One of Zambujo’s greatest strengths is his ability to combine beautiful melody with beautiful lyrics; this album is reason alone to learn Portuguese.

Press play and serve with wine.

Flagrante
Não Vale Mais Um Dia
Fortuna

Entre a nova geração de fadistas portugueses está o António Zambujo, um dos meus cantores portugueses preferidos da actualidade e um cantor cujos leitores habituais do Lounge já conhecem. O nome do álbum, Quinto, não deixa as mínimas dúvidas a brilhante trajectória discográfica deste cantor. É um disco que adoro ouvir em noites calmas, lentas, introspectivas e solitárias, ou com companhia íntima. Pelo menos é assim que gosto de saborear os álbuns do Zambujo; já outros leitores podem ter outros tiques.

O Zambujo que escutamos em Quinto é um Zambujo maduro, realizado, poético, inspirado, um Zambujo que merecidamente conquistou o seu espaço no panorama musical português. Um cantor que foi de talento emergente para talento consagrado e estabelecido. Um cantor que está ciente da beleza da sua arte e que adora o que faz. Músicas que oiço várias vezes seguidas incluem Flagrante, cuja letra tem o dom de fazer o leitor sorrir com um sorriso cúmplice; Não Vale Mais um Dia, uma composição linda, um poema com alma de jazz, leve e minimalista; e Fortuna: “não tenho nada em meu nome, só mesmo o fado que faço...” Um dos pontos fortes do Zambujo é a sua habilidade em compor poemas lindas e acompanhá-los com melodias ainda mais belas; este álbum é um poema sonoro.

Carrega no Play e serve um vinho tinto para acompanhar.

Ikono no Okayplayer, Nancy Vieira no Womex, Batida no Soundway!!

É o que digo, música lusófona está bateire. Recebi duas excelentes notícias do blog dos manos do Grasspoppers, Afro LX, um blog que muito aprecio, e a terceira notícia recebi do Okayplayer em formato de entrevista a um mano que muito admiro. Detalhes em baixo!

It's what I keep saying, music in Portuguese is going places. If it's not "there" already, wherever "there" is. I got two pieces of excellent news from one of my favorite blogs, Afro LX, run by my brethren from Grasspoppers, and the other from Okayplayer:


A cantora caboverdeana Nancy Vieira foi selecionada para fazer parte no WOMEX, prestigiando assim o evento com a sua linda voz e cimentando o seu lugar como uma das cantoras mais importantes daquele arquipélago;


Nancy Vieira of Cape Verde was invited to play in WOMEX, further establishing herself as one of the islands premiere voices;




A banda luso-angolana Batida assinou pela Soundway Records e tem agora a possibilidade de espalhar o seu "vintage kuduro" para uma audiência verdadeiramente mundial; estou muito feliz pelos gajos, que neste preciso momento se encontram na Europa a tocar mambos como Alegria a personagens que nunca antes tiveram contacto com este tipo de energia;

Batida has signed for international record label Soundway Records, which further allows them to disseminate their highly contagious, infections brand of kuduro which is unlike any other; at this precise moment they're doing a tour of Europe, playing stuff like Alegria, the likes of which their awe-struck audience has never even fathomed;




Por fim, o mano Ikonoklasta (Luaty Beirão) foi entrevistado por nada mais nada menos que os bradas do Okayplayer/Okayafrica, que tomaram interesse no facto que o mesmo sofreu uma tentativa de incriminação com o agora já famoso caso da cocaína na roda da bicicleta. A entrevista fala também sobre a repressão violenta e criminosa que estão sujeitos o Ikono e seus amigos, repressão esta que conta com o apoio estatal angolano.


And lastly but certainly not least, Ikonoklasta (Luaty Beirão) was interviewed by Okayplayer/Okayafrica regarding the brutal violent and criminal state-sponsored repression he and his friends have been subjected to since they decided to test their civil rights in Angola

Saturday, March 3, 2012

Luísa Sobral

Photo by Catarina Limão
At just 24 years old, she has one of the most highly regarded Portuguese albums of the past year. Cherry on My Cake is Luísa Sobral's debut album, and it's a joy to listen to on a sunny Saturday afternoon like this one. Luísa herself has a voice to match her bright compositions, equally comfortable singing beautiful jazz ballads in English or her native Portuguese. She first burst into the spotlight in one of Portugal's televised music competitions, before heading to the states to study at the Berklee College of Music, a short walk away from where I studied a bit further down Commonwealth Avenue.

Although the majority of the album is in English, it's been some time since I've heard a Portuguese voice singing jazz like this. I actually just read a Youtube commenter describe her as the Portuguese Billie Holiday; who am I to argue with Youtube wisdom. I remember listening to the album for the first time and being struck by O Engraxador and Xico, the latter of which is featured below. It's a jazz number that retains a very Portuguese quality about it, not much less so because of its lyrics. But my two favorite songs on the album are both in English - Don't Let Me Down and the album's runaway track, Not There Yet. I find myself returning again and again to it - click play below to hear what I mean.

Xico
Don't Let Me Down
Not There Yet

Aos 24 anos, tem um dos melhores álbums portugueses do ano. Chama-se Cherry on My Cake e é maravilhoso de se ouvir numa tarde de sábado ensolarada como esta. A voz da Luísa é a companheira ideal das suas lindas composições, sejam elas em português ou inglês. Notabilizou-se no programa Ídolos da SIC aos 16 anos e depois rumou para os States, onde estudou na Berklee College of Music, uns minutos à pé de onde eu estudei.

A maioria das músicas no álbum são cantadas em inglês, mas há um tempo que não ouvia uma voz portuguesa a cantar jazz desta maneira. Já vi comentários no Youtube a proclamar-lhe a Billie Holiday portuguesa. E quem sou eu para duvidar da sabedoria colectiva do Youtube! A primeira vez que ouvi o disco, saltou-me logo à "vista" a música Xico, e também O Engraxador, mas após mais umas audições apaixonei-me mais pelas composições em inglês, particularmente Don't Let Me Down e, para mim, a melhor música do disco: Not There Yet. Volto sempre a ela. Carregue no play acima para ouvires do que falo...

Sunday, January 22, 2012

Caipirinha Lounge Cinema: Brown Skin Guy

This is the first single off The Grasspoppers brilliant new CD, Lovers Rock Inna Week, featuring the captivating Mozambican Selma Uamusse. The video was released three days ago on The Grasspoppers blog, Afro Lx, and captures images of the crew in concert.

Este é o primeiro single do brilhante novo CD dos Grasspoppers, Lovers Rock Inna Week, e conta com a participação da moçambicana Selma Uamusse e a sua voz captivante. O vídeo foi lançado há três dias no blog da malta dos Grasspoppers, Afro Lx, e contém imagens do grupo em concerto.


Brown Skin Guy - Grasspoppers from Ras Kitchen Film on Vimeo.

Komba em New York

January 6th, 2012 was the first time I saw Angolan musicians perform a concert outside of Luanda. Kalaf, Conductor,  DJ Riot and J-Wow, the latter two from Portugal, came to New York's Bowery Ballroom and I was there to see them with a huge Angolan flag and several of my closest friends. We got right up to the stage and must of been among the loudest fans - we kept calling out to Conductor and Kalaf and they kept coming over to shake our hands. I had never been to a Buraka concert before and it was one of the funnest times I've had at a live music show. The audience - a mix of Portuguese, Brazilian, African and of course American fans - was in a mood to party and dance, and the dance floor was as eclectic as it was electric. Blaya, the female member of the band, doesn't seem to have actual limbs, such was the way she moved - and she made sure the audience was on their feet as well.

As an Angolan it was an admittedly surreal experience having people grab the Angolan flag and know exactly what it was, in downtown New York City. It was surreal seeing Conductor, who I interviewed back in 2010 and who I first heard about as one of the producers of MCK's first CD, shake up a crowd in New York. From complete obscurity to being recognized and applauded worldwide. My usual experience here when people ask where I was from has been blank stares...this was the first time I rolled into a concert venue with an Angolan flag and people gave me high fives. As for the music, it's one thing listening to Komba on your stereo, and another hearing the album's song live. Here is Candonga, my favorite jam on the album.

Candonga

Dia 6 de Janeiro de 2012 foi a primeira vez que vi músicos angolanos a actuarem fora de Luanda. O Kalaf, Conductor, DJ Riot e J-Wow (os últimos dois são portugueses) vieram ao Bowery Ballroom em Nova Iorque e eu estive lá para os ver actuar. Trouxe comigo uma bandeira angolana de considerável tamanho e alguns dos meus amigos mais chegados. Conseguimos nos situar mesmo ao pé do palco e acho mesmo que fomos os fãs que mais gritavam (e talvez os mais chatos!). Chamamos incansávelmente pelo Kalaf e o Conductor e eles sempre a virem ter connosco para nos saudarem...nunca estive num show dos Buraka mas posso dizer sem papas na língua que foi um dos shows mais divertidos da minha vida. O público era maioritariamente português, brasileiro, africano, e claro, americano, e todos estavam armados em dançarinos. Foi bonito ver. O cenário estava montado: era tão ecléctico como eléctrico. Blaya, cantora que canta com os Buraka, parece não ter ossos no corpo dela, tal era a maneira que se contorcia. E fez questão de pôr todo mundo a saltar...

Como angolano, foi uma experiência surreal ouvir kuduro ao vivo em Nova Iorque, a ver gente a agarrar na minha bandeira angolana e a saltitar com ela. Foi surreal ver o Conductor, que entrevistei em 2010, e cujo nome ouvi pela primeira vez como um dos productores do primeiro CD do MCK, a fazer saltitar o público de Nova Iorque. Foi de obscuridade total a um gajo que é apreciado por onde vai no mundo. Nestas bandas, quando alguém me pergunta de onde sou e eu respondo, estou habituado a me deparar com um olhar totalmente esquisito, como se eu tivera inventado algo de outro mundo. Esta foi a primeira vez que fui a um concerto cá nos states com uma bandeira mangope e todos sabiam o que era. E para terminar, uma dica: uma coisa é ouvir o álbum Komba no teu stéreo, outra é ouvir e dançar as músicas ao vivo. Acima está Candonga, a minha música preferida do puro disco.

Friday, December 16, 2011

Primeiro Podcast Zarpante

Photo by Cláudio Lwakuti
Last week our partners Zarpante released their first podcast. It's a collection of quality, alternative Lusophone music, and contains a familiar voice or two...watch out for Leonardo Wawuti, Coca o FSM, and other gems. Happy listening.

Zarpante 01 by Zarpante Lda

A semana passada os nossos parceiros do Zarpante lançaram o seu primeiro podcast. É uma colecção de música lusófona alternativa de qualidade, e talvez vão reconhecer uma voz ou outra. Destaque para o Leonardo Wawuti, Coca o FSM, e outros talentos. Feliz escuta.

-Photo by Cláudio Lwakuti

Friday, November 18, 2011

Caipirinha Lounge Cinema: Passa, Dribla, Chuta, Marca Um Golo Sonhador

Passa, Dribla, Chuta, Marca Um Golo Sonhador from Ras Kitchen Film on Vimeo.

Uma entrevista feita pela Ras Kitchen Film a um dos meus músicos preferidos.

Ras Kitchen Films interviews one of my favorite musicians.

Thursday, September 15, 2011

Caipirinha Lounge Presents: Lusofonia Acústica, Vol. 3


The third edition of the Lusofonia Acústica series is finally available for download. So far it’s the playlist that I’ve had the most fun working on, just because of the sheer quality of music that has been released recently, or that I’ve finally stumbled upon. It was only in these last few months that I found out about talented and unique artists like Thiago Pethit, Tulipa Ruíz, and Tiê, all from Brazil; it was in these last few months that Aline and César released their impressive album A Minha Embala; it was in these last few months that I started listening to the Portuguese Ana Moura’s distinctive voice, got a hold of the cape-verdean Mayra Andrade’s acoustic live recording, and delved deeper into Narf & Manecas Costa’s Guinean-Galician musical union. At the same time I haven’t forgotten about the usual suspects, such as Terrakota, who released a strong album in World Massala, Sara Tavares, and even the Kafala Brothers, who I hadn’t heard in years. So as I said, a huge pleasure this playlist has been. I hope you enjoy it. Below is the order the tracks should be played in; click the picture or the link above to download your copy.

Lusofonia Acústica Vol. 3 


1. Kaputo Mwangolê, by Banda Next (Angola)
2. Sweet Jardim, by Tiê (Brazil)
3. Pé na Tchon, by Terrakota (Portugal)
4. Nunca Mais, by Zuco 103 (Brazil)
5. Amiga da Minha Mulher, by Seu Jorge (Brazil)
6. Filho da Kianda, by Paulo Flores feat. Romi Anauel (Angola)
7. Ponciana, by Lura (Cape Verde)
8. Né Djarabi, by Terrakota ft. Paulo Flores (Portugal/Angola)
9. N’pirdi Coragem, by Eneida Marta (Guinea-Bissau)
10. Assinado Eu, by Tiê (Brazil)
11. Zorro, by António Zambujo (Portugal)
12. Jeitos, by Aline Frazão (Angola)
13. Fuga N° 1, by Thiago Pethit (Brazil)
14. Do Amor, by Tulipa Ruíz (Brazil)
15. Ponto de Luz, by Sara Tavares (Cape Verde)
16. África, by Kafala Brothers (Angola)
17. Natural Luz, by Ellen Oléria (Brazil)
18. A Sós Com a Noite, by Ana Moura (Portugal)
19. Esta Noite, by Narf & Manecas Costa (Galicia/Guinea-Bissau)
20. Transparente, by Mariza (Portugal)
21. August Day Song, by Bebel Gilberto (Brazil)
22. Telemóvel, by Tcheka (Cape Verde)
23. Dimokransa, by Mayra Andrade (Cape Verde)
24. Bagi, by Kimi Djabaté
25. Olhar Adiante (Angola)


Está finalmente disponível para download o terceiro volume da série Lusofonia Acústica. Foi talvez até agora a compilação que tive mais prazer em selecionar, devido à alta qualidade das músicas ao meu dispor. Foram nestes últimos meses que conheci a obra sonora de grandes artistas como Thiago Pethit, Tulipa Ruíz, e da Tiê, todos do Brasil; foram nestes últimos meses que a Aline e o César lançaram A Minha Embala; foram nestes últimos meses que conheci a voz da portuguesa Ana Moura, que ouvi o CD acústico da cabo-verdeana Mayra Andrade, e que ouvi com mais seriedade o trabalho em conjunto do Narf e o Manecas Costa, que souberam unir a Guiné-Bissau com a Galicia. Mas não me esqueci também dos suspeitos do costume, caso dos Terrakota, que lançaram um grande álbum em World Massala, a Sara Tavares, e até os Kafala Brothers, que não ouvia há uns bons anos. Foi, portanto, uma delicia construir esta playlist. Espero que gostem. Eis a ordem das músicas. Carregue no link acima ou na foto para fazer o download da playlist.

- Cover photo by Cláudio Lwakuti
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